quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Liberalismo = Lucros privados, prejuízos coletivos.

A onda mundial de jogar dinheiro cobrado dos contribuíntes, pagadores de impostos, nas gordas contas bancárias de empresas transnacionais, e de bancos falidos, como tudo o mais em nossa "moderna modernidade", quer se internacionalizar.
É a idéia do megaespeculador financeiro George Soros, lançada ontem no Fórum Econômico Mundial, na Suíça. O montante que Soros sugere que seja doado pelos Estados aos bancos internacionais, equivaleria a 5.500,00, por brasileiro. Isso referindo-se ao montante que devria ser "contribuído" pelo Brasil.

Abaixo texto publicado no Diário Gauche, comentando o assunto:

Desempregado também deve pagar a sua cota

O megainvestidor George Soros propôs ontem em Davos construir um novo sistemão. Para tanto, defende uma espécie de "Proer global" de um montante inimaginável: para recapitalizar os bancos, seria necessário, só nos Estados Unidos, algo em torno de US$ 1,5 trilhão.

Equivale a dizer que todos os brasileiros teriam que doar tudo o que foi produzido no país no ano passado (cerca de US$ 1,4 trilhão) e mais um pouquinho para atingir e injetar a quantia necessária no paciente moribundo, segundo informa a Folha, hoje.

Para os mercados emergentes, Soros calcula que seria preciso algo em torno de US$ 1 trilhão, o que, como é óbvio, não está nem estará disponível a curto ou médio prazo, ao menos de parte do setor privado.

"Só os governos têm esse dinheiro", alertou Soros.

Significa dizer que a crise global do capitalismo deve mesmo ser totalmente estatizada e seus prejuízos rateados entre as populações nacionais, inclusive entre aqueles que perderão (ou já perderam) os empregos por causa da mesma.

E assim caminha a nossa desumanidade.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Os ataques ao Bolsa Familia



Os direitosos são tão burros que atiram nos próprios pés. programa do Governo Federal que está, indiretamente, aumentando os lucros das elites fabris e comerciais, está sendo atacado por essas.

Segue abaixo e-mail que recebi de Flávio José pastoriz, membro da Executiva da Federação dos Bancários, do Rio Grande do Sul.

Coluna Econômica - 26/01/2009 - Luis Nassif
“O Globo” tem movido uma campanha implacável contra o Bolsa Família – através de reportagens enviesadas e dos artigos de Ali Kamel e Merval Pereira. Chegaram a “acusar” o programa pelo fato de parte dos beneficiários ter adquirido geladeira e fogão. Segundo eles, o dinheiro deveria ser exclusivamente para comida. Como se geladeira e fogão servissem para assistir televisão.

É curiosa essa posição de dois colunistas que se pretendem defensores do livre mercado mas cuja ideologia acaba tropeçando no preconceito puro e simples.


Nas grandes discussões sobre políticas sociais, nos anos 90, os verdadeiramente liberais – como Roberto Campos – defendiam políticas que permitissem aos beneficiários a livre escolha.


No caso de escolas, uma das bandeiras era a concessão de bônus que o estudante poderia utilizar livremente, escolhendo a escola pública que lhe parecesse mais adequada.

No caso das transferências em dinheiro, a livre escolha do que adquirir.

Nos últimos anos, a bandeira do liberalismo acabou empalmada por um direitismo renitente, preconceituoso e autoritário, sem nenhuma visão sobre a importância das políticas sociais, não apenas para aquilo que se propõe – atender os mais necessitados – como para todas as chamadas “externalidades positivas”, os ganhos indiretos, igualmente relevantes.

Vamos a um deles, a reativação do mercado interno. Há dois pontos que segura o consumo das classes média e de menor renda. Um, a instabilidade em relação aos ganhos correntes – especialmente se a pessoa vive de bicos. Outro, a insegurança em relação ao futuro.

Quando se cria uma rede de proteção social, resolvem-se os dois problemas e revitaliza-se a economia.

Por exemplo, na quinta-feira foi anunciado que o governo chinês irá gastar US$ 123 bilhões na criação de um sista universal de saúde pública até 2011. Hoje em dia, o cidadão chinês tem que pagar pela consulta, pelos medicamentos, pela escola dos filhos. Além das tensões sociais, essa falta de apoio o leva a guardar grande parte de seus ganhos, inibindo a formação do mercado interno.

O mercado de consumo popular no país explodiu quando as classes D e E conseguiram alguma estabilidade nos seus ganhos, através da Bolsa Família e da Previdência Social.

Mas esta é apenas uma parte da história. Esses ganhos permitem a manutenção do núcleo familiar, reduzem a criminalidade, reduzem as doenças, a mortalidade infantil e os gastos com saúde e criam espaço para o aumento da população economicamente ativa.

No ano passado, por exemplo, o Bolsa Família assinou um convênio com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), para identificar obras do PAC com maior demanda de mão de obra para pedreiros, eletricistas, azulejistas.

O primeiro piloto não deu certo, por ter sido lançado em um período de eleições municipais. Mas agora se partirá para a segunda etapa, com o objetivo de incluir 185 mil pessoas.

Há mil alvos de bom tamanho, se se quiser atingir o governo Lula. Mas atacar o Bolsa Família e seus beneficiários é um ato anacrônico, desinformado, preconceituoso. E, acima de tudo, covarde em relação aos necessitados.

RBS quer voltar à casa do pai

Uma breve análise histórica da imprensa escrita da "Província de São Pedro", nas palavras do sociólogo Cristóvão Feil, postadas no Diário Gauche.
De partido político da direita guasca à Disneylândia de bombachas?

Não é de estranhar que o jornal Zero Hora ao falar em Guerra Fria no Rio Grande (ver suelto abaixo, de 26/1) esqueça de mencionar que um dos combustíveis do conflito Leste-Oeste foi o anticomunismo.

No RS, hoje, o anticomunismo foi atualizado por um sucedâneo ideológico chamado antipetismo. O constructo do antipetismo é uma construção puramente mental – a exemplo do anticomunismo – usado com a funcionalidade de impressionar os espíritos simples do senso comum e mobilizar preconceitos e mitos os mais arraigados.

Quando esses elementos primitivos são excitados no fundo escuro de um espírito ingênuo ou mal formado, a razão passa longe e o indivíduo fica dominado por sensações que vão do medo à intolerância mais funda – presa fácil da propaganda mais simplificadora e rebaixada.

O anticomunismo tinha o mesmo efeito que o bicho-papão para as crianças. Ambos não existiam, mas operavam no susto. A velha União Soviética nunca quis exportar a revolução, aliás, um dos motivos pelos quais não se pode chamar aquele falecido regime estatal de comunista ou socialista.

Se o comunismo foi um bicho-papão que não era bicho nem papão, o mesmo se pode dizer do petismo, especialmente na atual fase de descenso e acomodação conciliatória.

Como se vê, a RBS usa velhos truques manjados para continuar assustando a população menos atenta com tigres de papel pintado.

O Rio Grande do Sul sempre se notabilizou por ter uma imprensa partidária forte e atuante. Do final do século 19 até boa parte do século 20, o Estado e suas principais cidades do interior ostentaram jornais e publicações identificados com os partidos políticos que faziam o debate público regional. O castilhismo-borgismo fez a sua revolução burguesa também através das páginas de “A Federação”, bem como os órgãos de imprensa alinhados com os maragatos, ferrenhos opositores dos republicanos sul-rio-grandenses.

A luta das frações de classe burguesa no Rio Grande sempre foi pública e publicada, pelos menos até o advento do golpe de 1964. Com o regime civil-militar golpista houve um rearranjo neste esquema.

Os dois principais jornais do RS – Zero Hora e Correio do Povo – modificam a trajetória de alinhamento político da imprensa regional. O Correio, criado em 1895, surgiu precisamente para quebrar o paradigma de que jornal deveria estar vinculado a partido político, e não se afiliou a nenhuma linha partidária, mas acabou ficando porta-voz do latifúndio e do setor primário em geral. Hoje, completamente desfigurado é apenas uma caricatura do seu passado.

O jornal ZH, do grupo RBS, é criado imediatamente após o golpe de abril de 1964 e se fortalece à sombra do crescimento da televisão como meio de comunicação de massa no Estado. ZH não tem a mesma origem dos demais órgãos de imprensa do País, cuja personalidade como jornal forjou-se na forma tradicional de fazer diários. Zero Hora resultou da reciclagem errática de um jornal com opinião política aberta – a Última Hora – e firma-se como orgão de mero apoio comercial à mídia televisão, uma espécie de revista de variedades, com notícias e informações em segundo plano. Seu criador, Maurício Sirotsky Sobrinho, sempre foi um animador de programas de auditório com afinado instinto comercial, e depois proprietário de rádios, e jamais teve formação de jornalista militante de redações diárias. Esse é um dos motivos de ZH ser tão pobre em texto e reportagem, as bases são insólitas e não há o menor traço de pedigree jornalístico.

Criado e crescido, portanto, na estufa morna da ditadura civil-militar, ZH cultivou hábitos de ocultar sua filiação político-ideológica, preferindo a política da dissimulação e da camuflagem. Mas isso não significa que não tenha personalidade política e identificação ideológica, ao contrário, não só ZH mas os demais veículos da RBS acabaram ocupando a lacuna funcional dos anêmicos partidos cartoriais do conservadorismo guasca.

Existe alguma ilegitimidade ou ilegalidade nesta representação política delegada da direita? Na origem, nenhuma. O que se contesta é a ocultação permanente desta representação. Aí passa a constituir-se num desvio de função e numa falsidade ideológica (para não falar em constituição de oligopólio de meios de comunicação, que é considerado crime, ao qual o MP Federal de Santa Catarina já está investigando) que deve ser reprovada e denunciada todos os dias.

Recentemente, o grupo RBS recebeu aporte de capital do investidor Armínio Fraga, cerca de 4% do seu capital social. Objeto do aporte: tornar um braço do grupo um forte player no ramo do entretenimento de massas no Brasil.

Vê-se que a RBS retorna ao seu leito de origem, como no mito bíblico, o bom filho à casa torna. Maurício Sobrinho, seu fundador, foi um animador de auditório bem sucedido, pois, agora, seus sucessores fazem justiça ao legado do patriarca voltando ao ramo do entretenimento – de onde nunca deveriam ter saído.

Agora, espera-se que dêem o looping negocial: que saiam do ramo partido-político-da-direita-guasca e migrem em definitivo para adotarem o figurino da Disneylândia de bombachas.

Que Ha-shem os ilumine (e Fraga os financie)!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

PRBS da a largada a corrida eleitoral de 2010 no RS.

O panfleto direitoso chamado Zero Hora, inicia a campanha eleitoral de 2010 de forma muito antecipada (como de costume), e totalmente entregue a tarefa de atacar um dos lados, e passar a mão na cabeça do outro.

A peça abaixo foi publicada pelo chargista Kayser, retratando de forma muito didática, o "conteúdo" da edição de domingo (aquela que dá pra forrar muito banheiro e fazer bastante embrulho).

O panfleto condena a decisão da Executiva Estadual do PT de não permitir que o brittista Cézar Buzato, assumisse um cargo na prefeitura de Canoas, administrada por um "escalador petista", que sonhava com uma coalizão em seu favor, ao governo do Estado.

Buzato, queridinho da RBS, ha alguns meses foi pego com as calças (bem sujas) na mão pelo vice governador do Estado, em uma conversinha que só não revelou toda a podridão corrente no RS, dos "esquemas" que seus correligionários criaram para chafurdar no público, porque não teve tempo.

Guerra fria foi o termo utilizado na edição "grandona" do panfleto, que agora quer esquentar de vez com ela.
Clique na imagem para ampliar.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

398,6 milhões em aquisição de equipamentos e 1.300 funcionários a ver navios

A companhia mineradora Vale (finada Vale do Rio Doce), encomendou 49 novas "peças náuticas, entre rebocadores e puxadores, pela bagatela de 398,6 milhões de reais, poucos meses após ter demitido cerca de 1300 trabalhadores de suas fábricas.

É a prova que faltava para a compreensão do fenômeno repentino do desemprego em massa. HÁ RECURSOS, AS EMPRESAS TEM CAPITAL PARA MANTER SEUS EMPREGADOS, MAS NÃO O FAZEM. Enxugam suas folhas de pagamento, utilizando-se do pretexto da crise que chicoteia o capitalismo internacional desde o semestre passado, reduzem seus custos com o pagamento de salários e benefícios, acumulando mais capital para uma ainda maior expansão.

Enquanto isso, a mídia oligárquica do País do Carnaval, faz a festa, pondo toda a culpa pelas demissões em cima do governo que amam odiar. Fazem pesada campanha para derrubar os altíssimos índices de aceitação e popularidade do Presidente Lula. E fazem isso de forma muito descarada, agem as claras, confiando na sua capacidade de manipular opiniões, a mesma capacidade que elegeu Collor de Mello, reelegeu FHC, atacou o Governo Lula desde antes de sua posse, e agora faz campanha "indireta" por José Serra. (leiam post abaixo, com o comentário de Altamiro Borges, sobre a antecipação da campanha eleitoral de 2010).

Os "parceiros" se reúnem mais uma vez, sonham em voltar a lambuzar-se com as verbas publicitárias, as infinitas oferendas de Brasília e com a venda do que sobrou do país.

Cuidado meu povo, eles estão querendo voltar.

Mais detalhes sobre a maravilhosa e exuberante aquisição da demissionária Vale, no sítio do Estadão, só tomem cuidado para não chorar de pena da "combalida companhia".

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Israel reconhece uso de fósforo branco em Gaza, diz jornal israelense



Da "Folha on line":

Fontes militares israelenses admitiram ter usado bombas de fósforo branco --consideradas ilegais pelas leis internacionais de guerra-- no confronto com os militantes do movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza, informa o jornal israelense "Maariv".

O Ministério da Defesa informou, segundo o jornal, que está realizando uma investigação conjunta com o Comando Sul do Exército e a Promotoria militar para estudar como foi utilizada essa munição durante a ofensiva na faixa de Gaza.

Ronen Zvulun/Reuters

Bomba lançada por Israel explode sobre mesquita; suspeita de uso de fósforo branco
Embora o uso seja permitido em áreas não habitadas para criar nuvens de fumaça, o fósforo branco provoca queimaduras severas e problemas respiratórios e, por isso, seu uso é controlado e proibido em áreas habitadas ou em ataques a pessoas.

Muitos consideram o fósforo branco completamente proibido pela Convenção de Armas Químicas, que proíbe o uso como arma de substâncias químicas tóxicas que possam causar morte ou incapacitação de pessoas e animais. Israel ratificou um protocolo em 1995 que considera o uso de tais armas químicas permitido apenas "quando não especificamente para causar queimaduras a pessoas".

A ofensiva militar israelense deixou mais de 1.300 palestinos mortos e cerca de 5.000 feridos em 22 dias consecutivos de bombardeios, encerrados com tréguas separadas anunciadas por Tel Aviv e Hamas no fim de semana. Israel foi acusado diversas vezes por organização internacionais de ter usado fósforo branco.

O Ministério da Defesa de Israel reconheceu a utilização de munição de fósforo, embora esclareça que seu uso foi legal.

A organização Anistia Internacional revelou nesta segunda-feira (19), em comunicado, que tem em seu poder provas sólidas de que Israel utilizou estas bombas.

O Exército israelense, acrescenta o jornal, abriu uma investigação, após a denúncia desta organização, e sustenta que empregou projéteis de artilharia com fósforo para criar cortinas de fumaça, e que seu conteúdo são telas impregnadas com essa substância.

As organizações de direitos humanos denunciaram que o fósforo disparado sobre Gaza se espalhou em muitos casos já no solo e não no ar, como sustentam as Forças Armadas.

Nota do blogueiro: Somente pela foto, percebe-se que essas bombas foram utilizadas em "áreas despovoadas". E ainda falam em "ação defensiva". Uma demonstração de força ao mundo árabe, ao custo de módicas 1300 vidas.

Demissão de Luis Nassif inicia a Operação Serra 2010

As manobras de "silenciamento" e propaganda tucana, com vistas às eleições de 2010 começaram com a demissão de Luis Nassif da Tv Cultura de São Paulo. Nassif, jornalista que preserva sua independência, pode ser um obstáculo a campanha midiática de "proteção" ao governador tucano José Serra, candidato preferido das elites midiáticas do país.
Abaixo transcrevo a análise de Altamiro Borges, extraído do VERMELHO, sobre a forma como se articulam as elites em torno de seu "predileto":

É bom ficar esperto. Está em curso uma ardilosa orquestração na mídia de blindagem do tucano José Serra, governador de São Paulo e candidato do bloco neoliberal-conservador à sucessão do presidente Lula em 2010. A mais nova vítima da "operação-Serra" é o jornalista Luis Nassif, que teve seu contrato de trabalho suspenso na semana passada pela TV Cultura, emissora controlada pelo governo de São Paulo. Numa entrevista exclusiva à jornalista Priscila Lobregatte, do Portal Vermelho, Nassif não vacilou em fazer o alerta: "2010 já começou, este é o ponto".

Por Altamiro Borges

O abrupto rompimento do seu contrato não teve qualquer explicação. E nem podia. Afinal, por suas posições críticas e independentes, ele é um dos mais respeitados colunistas da mídia, já tendo recebido vários prêmios. No último prêmio Comunique-se, ele foi um dos três jornalistas da TV Cultura indicados para a categoria televisão. O motivo, então, não foi profissional. Nassif insinua que sua demissão se deve à proximidade da sucessão presidencial. "A maluquice das eleições de 2006 voltou antecipadamente", afirma, referindo-se à brutal manipulação no pleito passado.

Silenciando as opiniões críticas

Ele lembra que recentemente criticou a publicidade da Sabesp, empresa paulista de água. "Como pode uma empresa com atuação estadual patrocinar eventos de televisão no Brasil inteiro?". Este e outros comentários críticos, atestando que a campanha presidencial de Serra é ostensiva e usa recursos públicos, devem ter irritado o truculento governador. Para Nassif, há indícios de que a ordem para sua demissão veio de cima. "O Paulo Markun [presidente da Fundação Anchieta, a mantenedora da TV Cultura] não tomaria sozinho essa decisão... Se em dezembro ele acertava ampliar minha participação, é evidente que a mudança de orientação se deve a outros fatos".
A suspensão do contrato de Nassif é um fato grave. Mostra a total falta de independência de uma emissora que deveria ser pública e que hoje serve abertamente ao projeto presidencial de Serra. Mas não é um fato isolado. Além de manietar a TV Cultura, o governador tucano conta hoje com o apoio ostensivo da maioria das emissoras privadas e dos jornalões e revistas do país, fechando o cerco midiático para sua campanha. Está em curso uma operação de limpeza nas redações para aplainar a sua decolagem eleitoral, evitando críticas a sua administração e bajulando o tucano.

Demissão na CBN e clima de medo

Em outubro passado, a Rede Globo demitiu o jornalista Sidney Rezende da rádio CBN. Segundo Rodrigo Viana, que deixou a emissora por discordar das suas manipulações na sucessão de 2006, "Sidney era tido por colegas e ouvintes como jornalista que exercia a sua independência... Na sua demissão se percebem os preparativos para a cobertura das eleições de 2010. O ‘moto-serra' dos tucanos vai passar sobre várias cabeças do jornalismo global. Na CBN, conheço um outro âncora (não darei nome porque ele me pediu sigilo) que teve a sua cabeça pedida pelo governador".
Após estranhar outro facão recente, de Luiz Carlos Braga da sucursal de Brasília, Rodrigo afirma que o clima na Rede Globo "lembra muito a operação-2006. Há dois anos, às vésperas da eleição presidencial, ela se livrou do comentarista Franklin Martins porque este não fechava com a linha oficial de ‘sentar a pancada' em Lula e dar uma ‘mãozinha' aos tucanos. Depois, foram limados outros jornalistas que se indispuseram com a emissora na cobertura das eleições (entre eles, eu, Luiz Carlos Azenha, Carlos Dornelles e o editor de política Marco Aurélio Mello)".
A generosidade da mídia privada
Rodrigo Viana, que há muito tempo trabalha em veículos privados, garante que o presidenciável tucano conta com o total apoio dos barões da mídia. Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da TV Globo – também apelidado por quem o conhece bem de Ratzinger ou "senhor das trevas" –, não permite que saia uma linha sobre o atual governador paulista sem o seu aval prévio. A mesma rigorosa orientação é imposta pela famíglia Frias, que mantém sólidas e sinistras relações com o tucano-mor desde os tempos em que este foi editorialista da Folha de S.Paulo.
Este conluio explica a generosidade da mídia hegemônica até nos casos mais chocantes – como na "guerra das polícias" no ano passado, quando ela simplesmente isentou o governador paulista de qualquer culpa, ou na desastrosa operação policial do seqüestro e morte de Eloá Pimentel, em Santo André. Ainda segundo Rodrigo Viana, que conhece os bastidores da mídia, "a ordem era proteger o governador. Conversei com três colegas que trabalham na TV Globo de São Paulo e que pedem anonimato. A orientação aos editores era botar no ar trechos imensos da entrevista chapa-branca com o Serra", na qual ele culpou as centrais sindicais pela greve na Polícia Civil.
Coberturas parciais e manipuladas

A "operação-Serra" também fica patente na forma como a mídia trata as obras do governo Lula, sempre tão vigilante, e na total omissão diante dos descalabros da administração paulista. Na semana passada, Folha e Estadão fizeram rasgados elogios às obras do Rodoanel, sem publicar uma crítica ao seu monumental atraso e altos custos. Já as TVs nada falaram sobre a interrupção da concessão das rodovias Ayrton Senna e Marechal Rondon devido às falcatruas nas licitações, ou da suspensão, pelo TCE, das obras na Marginal do Tietê porque o edital estava irregular.
Também é impressionante a bondade da mídia venal diante das graves denúncias do Ministério Público, que investiga quatro contratos no valor de R$ 1 bilhão da Siemens com o governo paulista para construção de três linhas do Metrô. Há suspeitas de superfaturamento e de que a multinacional alemã teria subornado políticos do PSDB. As apurações começaram no rastro de outro inquérito, o que investiga a multinacional francesa Alstom, que teria dado propina para obter contratos com estatais paulistas nos últimos 14 anos de reinado tucano em São Paulo.
Censura chega ao ciberespaço
Sem trabalho na TV Cultura, Luiz Nassif afirma que agora se dedicará ao seu blog, apostando na internet como arma de democratização da informação. Mas também neste campo a fúria de Serra já se faz sentir. Recentemente, a Justiça mandou tirar do ar o blog Flit paralisante, postado pelo delegado da polícia civil Roberto Conde Guerra. O delegado é famoso por suas críticas à política de segurança do tucanato, sendo fonte alternativa de jornalistas. Durante a greve da categoria, ele usou seu blog para convocar protestos e teve 130 mil acessos. Agora, foi censurado pelo "moto-serra". A mídia, que sempre ataca o "autoritarismo" do governo Lula, não alardeou esta censura.
A demissão de Nassif até agora não indignou os jornalistas – alguns que tiveram papel de relevo na luta contra a ditadura e que hoje parecem dóceis serviçais das empresas, preocupados apenas com suas carreiras. Também não houve reação das entidades da categoria – o que é lamentável. Paulo Henrique Amorin, outra vítima de perseguição dos "amigos de Serra" quando foi retirado do ar, sem aviso prévio, do Portal IG, protestou solitariamente. "A TV Cultura de Serrágio (vem do pedágio mais alto do Brasil) não agüentava a independência de Nassif", escreveu no seu blog.

Somos "menos" que a Secretária da Educação do RS

Diário Gauche: A linguagem rançosa de Mariza Abreu


Polêmica? Eu diria cretina, mas alguns pensam que não é "políticamente correto', a menos que eu fosse um secretário de algum governo tucano...

E ainda é Secretária da Educação.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O adeus aos "buschismos"

O dia todo se falou na posse do novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mas poucos mencionaram o fato de que sua posse, é o fim do governo de um bufão, cujo governo seria hilário, se não fosse tão trágico.

A posse de Obama, não traz nada de especial, até o momento, não é o fato de ser negro que vai mudar a política externa estadunidense (lembram Condoleeza Rice?), e não se pode avaliar um governo que não começou. Dessa forma só posso ver como algo bom, a saída de um carrasco da Casa branca, e a entrada de: vamos ver quem.

As frases que transcrevo abaixo, servem para ilustrar o quão culturalmente desenvolvido é o povo que elege entidades como Bush, e também para celebrar sua saída.


Buschismos:

"Eles me mal-subestimaram."
(Bush inventou a palavra 'misunderestimated')
Bentonville, Arkansas, 6 de novembro de 2000

"Não há dúvida de que no minuto em que eu fui eleito, as nuvens de tempestade no horizonte estavam chegando quase diretamente sobre nós."
Washington, 11 de maio de 2001

"Eu quero agradecer ao meu amigo, o senador Bill Frist, por se juntar a nós hoje. Ele se casou com uma menina do Texas, eu quero que vocês saibam. Karyn está conosco. Uma menina do Oeste do Texas, exatamente como eu."
Nashville, Tennessee, 27 de maio de 2004


"Há um século e meio, os Estados Unidos e o Japão formam uma das maiores e mais duradouras alianças dos tempos modernos."
(Bush se esquecendo da Segunda Guerra Mundial)
Tóquio, 18 de fevereiro de 2002

"A guerra contra o terror envolve Saddam Hussein por causa da natureza de Saddam Hussein, da história de Saddam Hussein, e a sua determinação de aterrorizar a si mesmo."
Grand Rapids, Michigan, 29 de janeiro de 2003

"Eu acho que a guerra é um lugar perigoso."
Washington, 7 de maio de 2003

"O embaixador e o general estavam me relatando sobre a – a grande maioria dos iraquianos querem viver em um mundo pacífico e livre. E nós vamos achar essas pessoas e levá-las à Justiça."
Washington, 27 de outubro de 2003

"Sociedades livres são sociedades cheias de esperança. E sociedades livres serão aliadas contra os poucos odiosos que não têm consciência, que matam ao gosto de um chapéu."
Washington, 17 de setembro de 2004

"Você sabe, uma das partes mais difíceis do meu trabalho é conectar o Iraque à guerra ao terrorismo."
Washington, 6 de setembro de 2006


"Ler é básico para todo o aprendizado."
Reston, Virginia, 28 de março de 2000

"Como governador do Texas, eu estabeleci altos padrões para as nossas escolas públicas, e eu cumpri esses padrões."
Entrevista à CNN, 30 de agosto de 2000

"Você ensina uma criança a ler, e ele ou ela ('he or her' em inglês, em vez do correto: 'he or she') vai conseguir passar em um teste de escrita."
Townsend, Tennessee, 21 de fevereiro de 2001


"Eu entendo o crescimento dos negócios pequenos. Eu fui um."
Entrevista ao New York Daily News, 19 de fevereiro de 2000

"É claramente um orçamento. Tem muitos números nele."
Entrevista à agência de notícias Reuters, 5 de maio de 2000

"Eu continuo confiante em Linda. Ela será uma ótima secretária de Trabalho. Do que eu li na imprensa, ela é perfeitamente qualificada."
Austin, Texas, 8 de janeiro de 2001

"Primeiro, deixe-me esclarecer bem, pessoas pobres não são necessariamente assassinos. Só porque você não é rico, não significa que você está disposta a matar."
Washington, 19 de maio de 2003


"Eu não acho que nós devamos ser sublimináveis sobre a diferença entre nossos pontos de vista sobre remédios que exigem prescrição."
(Bush inventou a palavra 'subliminable')Orlando, Flórida, 12 de setembro de 2000

"Doutores demais estão deixando o negócio. Muitos obstetras e ginecologistas não estão podendo praticar o seu amor às mulheres pelo país."
Poplar Bluff, Missouri, 6 de setembro de 2004


"Seria um erro para o Senado americano permitir que qualquer tipo de clonagem humana saísse daquela sala."
Washington, 10 de abril de 2002

"A informação está em movimento. Você sabe, o noticiário da noite é uma forma, é claro, mas também está se movimentando pela blogosfera e através das internets."
Washington, 2 de maio de 2007


"Eu tenho uma visão diferente de liderança. Uma liderança é alguém que consegue unir as pessoas."
Bartlett, Tennessee, 18 de agosto de 2000

"Eu sou o decisor, e eu decido o que é melhor."
Washington, 18 de abril de 2006

"E a verdade é que muitos relatórios de Washington nunca são lidos por ninguém. Para mostrar como este é importante, eu o li e Tony Blair o leu."
Sobre o relatório Baker-Hamilton, em Washington, 7 de dezembro de 2006

"A única coisa que posso dizer é que quando o governador liga, eu atendo o telefone."
San Diego, Califórnia, 25 de outubro de 2007

"Eu já terei morrido há anos antes que alguma pessoa esperta descubra o que aconteceu dentro do Salão Oval."
Washington, 12 de maio de 2008


"Eu sei que os seres humanos e os peixes podem coexistir pacificamente."
Saginaw, Michigan, 29 de setembro de 2000

"Famílias são onde a nossa nação encontra esperança, onde as asas viram sonhos."
LaCrosse, Wisconsin, 18 de outubro de 2000

"Aqueles que entram no país ilegalmente violam a lei."
Tucson, Arizona, 28 de novembro de 2005

"Isso é George Washington, o primeiro presidente, é claro. O que é interessante sobre ele é que eu li três – três ou quatro livros sobre ele no último ano. Isso não é interessante?"
Washington, 5 de maio de 2006

domingo, 18 de janeiro de 2009

Eduardo Galeano: "Quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos?"

Por Eduardo Galeano, extraído do blog RS URGENTE.
Este artigo é dedicado a meus amigos judeus assassinados pelas ditaduras latinoamericanas que Israel assessorou.

Para justificar-se, o terrorismo de estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe pretextos. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, acabará por multiplicá-los.

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma armadilha sem saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições em 2006. Algo parecido havia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.

São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há muitos anos, o direito à existência da Palestina.

Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel está apagando-a do mapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam a pilhagem, em legítima defesa.

Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel devorou outro pedaço da Palestina, e os almoços seguem. O apetite devorador se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.

Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que burla as leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros.

Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não conseguiu bombardear impunemente ao País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico pôde arrasar a Irlanda para liquidar o IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?

O exército israelense, o mais moderno e sofisticado mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças. E somam aos milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está ensaiando com êxito nesta operação de limpeza étnica.

E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.

A chamada “comunidade internacional”, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos adotam quando fazem teatro?

Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial se ilumina uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.

Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama alguma que outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caçada de judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinas, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antisemitas. Eles estão pagando, com sangue constante e sonoro, uma conta alheia.

(*) Texto publicado originalmente no jornal Brecha.
(Tradução: Katarina Peixoto)

sábado, 17 de janeiro de 2009

“Israel está criando homens-bomba”

(...)Ben Mocha não é militante pacifista nem é anti-Israel. Cresceu em família de judeus ortodoxos, frequentou escola religiosa e prestou serviço militar pleno numa unidade de paraquedistas de combate, considerada da elite do exército israelense.

Disse que se alistou pensando em combater "organizações terroristas". De repente, "estava matando palestinos que lutavam por independência e autodeterminação, ou espancando agricultores em protesto contra o roubo de suas terras." Também viu abusos, como soldados israelenses que mandavam mulheres e crianças entrar em casas abandonadas, para "verificar" se não estariam minadas. "Isso é usar escudos humanos" - disse.

"Não sou pacifista. Reconheço que é importante para Israel ter um exército eficiente de defesa, mas não quero mais participar de uma operação de ocupação que já tem 40 anos. Comuniquei ao exército que me apresentarei para treinamento, de modo que sempre estarei preparado para defender Israel. Mas atacar Gaza e perpetuar a ocupação não é defender Israel.(...)"

Texto na íntegra pode ser lido aqui.

O caso Cesare Battisti

Diário Gauche:

Fascistas querem comer o fígado do militante italiano

Está absolutamente certo o ministro Tarso Genro quanto ao tratamento dado ao italiano Cesare Battisti. Ele está sendo considerado um refugiado político, no Brasil. Não deverá ser extraditado, porque caso fosse, seria vítima de perseguição política por parte do governo protofascista da Itália atual, liderado pelo indizível Silvio Berlusconi e seu arranjo de direitistas ressentidos e mafiosos dissimulados.

Dois dos crimes do qual Battisti é acusado aconteceram quase na mesma hora em cidades distantes mais de 500 quilômetros. Ele foi julgado à revelia e, portanto, não teve o amplo e constitucional direito de defesa. Tudo isso tipifica perseguição ideológica, pura e simples.

Vive-se hoje em quase todos os lugares do mundo, mas especialmente na Itália, um acirramento ideológico acentuado. O fascismo adquiriu feições diversas e modernosas, seus porta-vozes buscam cobrir a provecta face assassina com máscaras adaptadas aos novos tempos. Berlusconi (foto) é um velho lobo fascista vestindo pele de manso cordeiro.

Entregar Battisti aos fascistas e aos mafiosos seria um erro imperdoável do lulismo de resultados. Ponto para Tarso Genro.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Conservadores alemães defendem menção de origem étnica nas estatísticas policiais

"Conservadores bávaros querem incluir não apenas a nacionalidade, mas também a origem étnica dos criminosos nas estatísticas policiais. A proposta é rejeitada por muitos como populista e manipuladora."

Racismo, xenofobia e discriminação tem agora outro nome: "Menção étnica". Não seria mais descente utilizar o termo rotular para essa prática?

O povo alemão não pode ser taxado como criminoso, quando quem vai até a Alemanha cometer crimes são os negros, eslavos, poloneses e alguns "subtipos da América Latina". Essa proposta poderia partir de qualquer grupo neo-nazista de "skinheads" ou outro tipo de bando, mas não do parlamento de um país de"1º mundo", que tanto sofreu sob o estigma do ódio racial.

As estatísicas que serão divulgadas são bem conhecidas de todos. Um percetual que beira os 70% dos crimes relacionados, seria cometido por seres de etnias não-brancas, pertencentes a camadas não-possuidoras, da população alemã.

Medidas como essa, tem finalidades nada agradáveis: tipificar os criminosos, preservar parte da população (etnia da qual provém a maior parte da elite e do próprio parlamento), estereotipar etnias, promover a xenofobia e o racismo, de forma a tornar viável a aprovação de quaisquer leis anti-imigração.

Na prática, o resultado da medida para fins de combate a criminalidade é quase nulo, a menos é claro, que venha acompanhada por alguma teoria mirabolante sobre a correlação entre o crime, e algumas "raças" mais propensas a ele, ao melhor estilo Heinrich Himmler.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

PT do Rio Grande do Sul repudia a escolha de Busatto para o secretariado de Canoas


O PT do RS divulgou nota, repudiando a escolha do ex-chefe da casa civil de Yeda Crussius para uma secretaria da Prefeitura de Canoas, administrada pelo petista Jairo Jorge. A escolha do ex- secretário de Antonio Britto para a maior cidade administrada pelo PT no Estado, causou reações fortes de membros históricos do partido, como o Deputado Estadual Raul Pont.

Abaixo a nota do Partido, publicada na tarde de hoje:

“Diante do anúncio do Sr. Cezar Busatto ao posto de Secretário Especial de Estratégia e Inovação na Administração Municipal em Canoas, o Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul manifesta que:

Historicamente nos opomos e combatemos a lógica privatista e neoliberal que interrompemos no país com a eleição do companheiro presidente Lula.

A trajetória do Sr. Cezar Busatto no governo que antecedeu ao da Frente Popular no RS, no parlamento, na prefeitura de Porto Alegre e no atual governo estadual foi notoriamente privatista e neoliberal, não tendo, portanto, sintonia com o projeto do Partido dos Trabalhadores.

Fica manifesta a contrariedade da Executiva Estadual do PT/RS à referida decisão”.

Nota do blogueiro: Esqueceram de comentar o envolvimento de Busatto nos últimos escândalos de corrupção vistos no RS, sua tentativa de cooptar o vice-governador do estado a fazer parte dos "esquemas", motivo de sua "queda do ninho tucano".

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A retórica do idiota.


Quanto menos se sabe, mais se escreve, e mais seguidores se ganha. Na coluna de hoje do torcedor Paulo Santana, no panfleto político de direita chamado ZERO HORA, o bufão publicou um nada-sei, no qual afirma não ter condições de comentar o "conflito árabe-israelense", MAS COMENTA.

Na primeira frase do seu texto, o torcedor afirma de forma muito conclusiva que é "Impossível opinar sobre quem tem razão no conflito em Gaza, que domina o noticiário há quase 20 dias." Na sequencia, fala que "Num esforço de retórica ainda me atreveria a dizer que quem provocou a guerra foi o Hamas ao lançar mísseis sobre Israel e quem agrava a guerra é Israel ao usar de meios desproporcionais para reprimir o Hamas."

Admite não conhecer o assunto, não saber nada sobre a história da região, mas aos moldes de seus patrões, sabe tomar e defender uma posição, mesmo admitindo não entender o que se passa por lá. Lançou as razões do massacre, promovido pelos israelenses, ao Hamas, que talvez devesse deixar de ser o governo eleito da Faixa de Gaza, para enfrentar em campo aberto (com estilingues) o exército de invasão e ocupação mais mortífero do planeta.

Seu comentário, opinativo e político, é reforçado por "verdades incontestes" do senso comum, pela "sabedoria futebolística" expressa pelo bufão, ao afirmar que as manifestações anti-israel só acontecem porque "nós sempre torcemos pelos mais fracos", no mais perfeito amálgama política-futebol, como adoram fazer os "grandes colunistas" dos panfletos jornalisticos brasileiros.

O torcedor afirma não ter intenção de defender nenhum dos lados, nem de tomar partido por medo de estar "defendendo o lado errado", mas defende de forma categórica a desproporcionalidade dos ataques israelenses, frente a parca capacidade de resposta palestina "o que me falta saber é o seguinte: o que vêm a ser 'meios desproporcionais'?Para não ser desproporcional, Israel teria de, a cada foguete que atingisse seu território, enviar um foguete apenas contra a Faixa de Gaza?E Israel teria ainda de ter cuidado de, ao lançar seu míssil-resposta, que ele não fosse mais potente em suas carga destrutiva do que o míssil jogado pelo Hamas em seu território?"

Resumindo a frase pouco conexa do torcedor, pode ser sintetizada da seguinte forma: israel quer vencer, então tem que usar o que tem de mais mortífero mesmo, tem de matar mais.

Por sorte o torcedor não quis tomar posição. Senão afirmaria que alguas armas nucleares acabariam com esse conflito, de forma definitiva. E isso obviamente, "sem me posicionar" a favor de ninguém.

Leia na íntegra o texto do torcedor Paulo Santana aqui.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Os doze pontos.

Abaixo segue uma lista, dos doze pontos que a imprensa mundial segue ao noticiar o massacre palestino, executado pelo Estado de Israel:

1) No Oriente Médio são sempre os Árabes que atacam primeiro e sempre Israel que se defende. Essa defesa chama-se represália.

2) Os árabes, palestinos ou libaneses não têm o direito de matar civis. Isso se chama ''terrorismo''.

3) Israel tem o direito de matar civis. Isso se chama ''legítima defesa''.

4) Quando Israel mata civis em massa, as potências ocidentais pedem que seja mais comedida. Isso se chama ''Reação da Comunidade Internacional''.

5) Os palestinos e os libaneses não têm o direito de capturar soldados de Israel dentro de instalações militares com sentinelas e postos de combate. Isso se chama ''Seqüestro de pessoas indefesas.''

6) Israel tem o direito de seqüestrar a qualquer hora e em qualquer lugar quantos palestinos e libaneses desejar. Atualmente são mais de dez mil, 300 dos quais são crianças e mil são mulheres. Não é necessária qualquer prova de culpabilidade. Israel tem o direito de manter seqüestrados presos indefinidamente, mesmo que sejam autoridades eleitas democraticamente pelos palestinos. Isso se chama ''Prisão de terroristas''.

7) Quando se menciona a palavra ''Hezbollah'', é obrigatória a mesma frase conter a expressão ''apoiado e financiado pela Síria e pelo Irã''.

8) Quando se menciona ''Israel'', é proibida qualquer menção à expressão ''apoiada e financiada pelos EUA''. Isso pode dar a impressão de que o conflito é desigual e que Israel não está em perigo de existência.

9) Quando se referir a Israel, são proibidas as expressões ''Territórios ocupados'', ''Resoluções da ONU'', ''Violações dos Direitos Humanos'' ou ''Convenção de Genebra''.

10) Tanto os palestinos quanto os libaneses são sempre ''covardes'', que se escondem entre a população civil, que ''não os quer''. Se eles dormem em suas casas, com suas famílias, a isso se dá o nome de ''Covardia''. Israel tem o direito de aniquilar com bombas e mísseis os bairros onde eles estão dormindo. Isso se chama Ação Cirúrgica de Alta Precisão''.

11) Os israelenses falam melhor o inglês, o francês, o espanhol e o português que os árabes. Por isso eles e os que os apóiam devem ser mais entrevistados e ter mais oportunidades do que os árabes para explicar as presentes Regras de Redação (de 1 a 10) ao grande público. Isso se chama ''Neutralidade jornalística''.

12) Todas as pessoas que não estão de acordo com as Regras de Redação acima expostas são ''Terroristas anti-semitas de Alta Periculosidade''. *

Assim, é vendida a idéia de que trata-se de um país de bem, defendendo-se de um "país" (como se os palestinos tivessem um) de fanáticos que se explodem em praça pública sem ter razão alguma.

*Do blog Somos Todos Palestinos.

Quais produtos?

Um dos meus quatro leitores, pergunto-me quais os produtos deveria evitar, para não financiar os bombardeios israelenses aos palestinos. Uma lista bem completa de produtos de fabricação israelense, ou de seus apoiadores diretos, pode ser vista aqui.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Ainda há humanidade em Israel.

A estratégia de extermínio de palestinos está sendo levada a cabo de forma sistemática, com amplas manobras midiáticas que tentam convencer o mundo de que se trata de uma "ação defensiva". Jornalistas de Israel pregam a intensificação dos bombardeios e a ampliação da "ajuda humanitária" israelense aos palestinos.
Algo tão impensável, que poderia ser exposto da seguinte forma, se fosse um diálogo entre dois homens, uma proposta de um israelense à um palestino:

_"Negócio é o seguinte: destruo tua cidade, tua casa, mato tua mulher, teus filhos, teus vizinhos, mas te levo ao hospital se fores ferido. Assim tu não tem do que reclamar e eu durmo tranquilo, sabendo que fiz algo bom."

O jornalista israelense Gideon Levy, do jornal Haaretz, é quem evidencia esse comportamento absurdo da imprensa israelense, e mundial.

Texto extraído do blog RS URGENTE:

Essa guerra, talvez mais que as anteriores, está expondo as veias profundas da sociedade de Israel. Racismo e ódio erguem a cabeça, o vingancismo e a sede de sangue. A "tendência do comando" no exército de Israel hoje é matar, "matar o mais possível", nas palavras dos porta-vozes militares, na televisão. E ainda que falassem dos combatentes do Hamas, ainda assim essa disposição seria sempre horrenda.

A fúria sem rédeas, a brutalidade é chamada de "exercitar a cautela": o apavorante balanço do sangue derramado – 100 palestinos mortos a cada israelense morto – não levanta questões, como se Israel tivesse decidido que o sangue dos palestinos vale 100 vezes menos que o sangue dos israelenses, o que manifesta o inerente racismo da sociedade de Israel. Direitistas, nacionalistas, chauvinistas e militaristas são o bom-tom da hora. Ninguém fale de humanidade e compaixão. Só na periferia ouvem-se vozes de protesto – desautorizadas, descartadas, em ostracismo e ignoradas pela imprensa –, vozes de um pequeno e bravo grupo de judeus e árabes.

Além disso tudo, soa também outra voz, a pior de todas. A voz dos cínicos e dos hipócritas. Meu colega Ari Shavit parece ser o seu mais eloquente porta-voz. Essa semana, Shavit escreveu nesse jornal ("Israel deve dobrar, triplicar, quadruplicar a assistência médica em Gaza", Haaretz, 7/1): "A ofensiva israelense em Gaza é justa (...). Só uma iniciativa imeditata e generosa de socorro humanitário provará que, apesar da guerra brutal que nos foi imposta, nos lembramos de que há seres humanos do outro lado."

Para Shavit, que defendeu a justeza dessa guerra e insistiu que Israel não poderia deixar-se derrotar, o custo moral não conta, como não conta o fato de que não há vitória possível em guerras injustas como essa. E, na mesma frase, atreve-se a falar dos "seres humanos do outro lado". Shavit pretende que Israel mate e mate e, depois, construa hospitais de campanha e mande remédios para os feridos? Ele sabe que uma guerra contra civis desarmados, talvez os seres mais desamparados do mundo, que não têm para onde fugir, é e sempre será vergonhosa.

Mas essa gente sempre quer aparecer bem. Israel bombardeará prédios residenciais e depois tratará os feridos e mutilados em Ichilov; Israel meterá uns poucos refugiados nas escolas da ONU e depois tratará os aleijados em Beit Lewinstein. Israel assassinará e depois chorará no funeral. Israel cortará ao meio mulheres e crianças, como máquinas automáticas de matar e, ao mesmo tempo falará de dignidade. O problema é que nada disso jamais dará certo. Tudo isso é hipocrisia ultrajante, vergonhoso cinismo.

Os que convocam em tom inflamado para mais e mais violência, sem considerar as consequências, são, de fato, os que mais se autoenganam e os que mais traem Israel. Não se pode ser bom e mau, ao mesmo tempo. A única "pureza" de que cogitam é "matar terroristas para purificar Israel", o que significa, apenas, semear tragédias cada vez maiores. O que está sendo feito em Gaza não é desastre natural, terremoto, inundação, calamidades em que Israel teria o dever e o direito de estender a mão aos flagelados, mandar equipes de resgate, como tanto gostamos de fazer. Toda a desgraça, todo o horror que há hoje em Gaza foi feito por mãos humanas – as mãos de Israel. Quem tenha mãos sujas de sangue não pode oferecer ajuda.

Nenhuma compaixão nasce da brutalidade. Pois ainda há quem pretenda enganar todos todo o tempo. Matar e destruir indiscriminadamente e, ao mesmo tempo, fazer-se de bom, de justo, de homem de consciência limpa. Prosseguir na prática de crimes de guerra, sem a culpa que os acompanha sempre. É preciso ter sangue frio. Quem justifica essa guerra justifica todos os crimes.

Quem prega mais guerra e crê que haja justiça em assassinatos em massa perde o direito de falar de moralidade e humanidade. Não existe qualquer possibilidade de, ao mesmo tempo, assassinar e reabilitar aleijados. Esse tipo de atitude é perfeita representação das duas caras de Israel, sempre alertas, ao mesmo tempo: praticar qualquer crime, mas, ao mesmo tempo, auto-absolver-se, sentir-se imaculado aos próprios olhos. Matar, demolir, espalhar fome e sangue, aprisionar, humilhar – e sentir-se bom, sentir-se justo (sem falar em não se sentir cínico). Dessa vez, os senhores-da-guerra não conseguirão dar-se esses luxos.

Quem justifica essa guerra justifica todos os crimes. Quem diga que se trata de guerra de defesa prepare-se para suportar toda a responsabilidade moral pelas consequências do que faz e diz. Quem empurra os políticos e os militares para ainda mais guerra, saiba que carregará a marca de Caim estampada na testa, para sempre. Os que apóiam essa guerra, apoiam o horror".

Tradução: Caia Fitipaldi

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Boicote a produção israelense.


Durante a longa e heróica resistência ao apartheid, os lutadores anti-racistas da África do Sul contaram com uma inestimável solidariedade internacionalista. Além dos crescentes e massivos protestos de rua, um movimento mundial de boicote às multinacionais daquele país, que sempre lucraram com o segregacionismo, contribuiu decisivamente para isolar os racistas. Agora, diante da barbárie promovida por Israel na Faixa de Gaza, um apelo internacionalista semelhante ganha corpo. A idéia é não comprar produtos fabricados pelos sionistas, que hoje escondem o “made in Israel” para driblar a repulsa mundial, mas tem o código de barras iniciado com o número 0729.

Este movimento de solidariedade, que adquiriu velocidade pela rede da internet nos últimos dias, teve início nos meios universitários da Europa e dos EUA. Uma das promotoras deste boicote é Olícia Zemor, uma judia indignada com as políticas genocidas de Israel – o que confirma que o movimento não tem qualquer marca anti-semita e nem é contra o povo israelense, mas sim contra a política terrorista e expansionista do Estado e das classes dominantes daquele país. Segundo ela explicou, em Paris, “o boicote se tornará ainda mais abrangente e eficaz quando os consumidores memorizarem o código de identificação internacional dos produtos israelenses, o 0729”.

O restante do artigo de Altamiro Borges pode ser lido aqui

Israel já matou 257 crianças em Gaza.

Do blog RS URGENTE, de Marco Aurélio Weissheimer.
CRIMES DE GUERRA (I) - A Organização das Nações Unidas divulgou relatório ontem informando que 257 crianças palestinas morreram e 1.080 ficaram feridas durante os 14 dias dos ataques israelenses em Gaza. Mais de 760 palestinos já morreram. Do lado de Israel, a contabilidade macabra aponta dez soldados mortos. As crianças representam mais de metade da população de cerca de 1,5 milhão de palestinos na faixa de Gaza e mais de um terço das vítimas do exército israelense.
CRIMES DE GUERRA (II) - Trinta palestinos foram mortos nesta semana, segundo a Organização das Nações Unidas, depois de serem abrigados pelo Exército israelense em uma casa posteriormente atacada com um tanque, afirma matéria da Agência Reuters. O texto diz:

Um relatório do Escritório do Coordenador de Assuntos Humanitários da ONU disse que, no dia 4 de janeiro, soldados israelenses levaram 110 palestinos para uma casa na área de Zeitoun, no centro de Gaza, dizendo a eles para não saírem dali. Citando testemunhas, o relatório disse que, depois, a casa foi atingida por bombas, que mataram 30 pessoas. O Exército israelense disse que está investigando o “incidente”.

Médicos palestinos disseram que, no dia 5 de janeiro, receberam 12 corpos de uma mesma família numa casa atingida pela artilharia israelense. Segundo eles, o número total de mortos subiu para 30, já que mais corpos foram retirados dos escombros. Eles identificaram a maioria dos mortos como membros de uma família de sobrenome Samouni. A ONU disse que, entre os mortos, há três crianças feridas que não resistiram.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ação de Israel é "terrorismo de Estado".


Tzipi Livni ligou para o chanceler Amorim

A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza é "terrorismo de Estado" e se segue a um histórico de descumprimento de resoluções da ONU contra o país quanto à questão palestina, afirmou em entrevista ao jornal Valor o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, elevando o tom da reação brasileira ao ataque de Israel ao grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza. A informação é do jornal Valor on line, de hoje.

Garcia diz que a crítica ao governo israelense não deve ser vista como oposição a Israel, país que o presidente Luís Inácio Lula da Silva quer visitar este ano.

Em conversa telefônica ontem com a ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, em tom mais moderado, criticou a perda de vidas humanas e o uso "desproporcional" de força na ofensiva israelense contra os palestinos, invocou a necessidade de um cessar-fogo imediato e sugeriu um "possível" envio de uma missão observadora internacional.

Amorim, que invocou a "neutralidade" do Brasil no conflito, relatou a auxiliares que a ministra o ouviu "com atenção e respeito", mas não deu resposta. O telefonema foi iniciativa da ministra.

Garcia, apesar das críticas, argumenta que o Brasil não quer favorecer nenhum dos lados no conflito, mas buscar uma alternativa aceitável para a paz na região.

"Israel é intocável, mas o governo de Israel não pode permitir que isso seja uma justificativa para qualquer tipo de ação", argumentou Garcia, um dos principais conselheiros de Lula em política externa. Ele lembra que o governo brasileiro tem sido enfático em condenar as ações terroristas contra o Estado de Israel e o anti-sionismo.

"Quando há um atentado contra Israel, é um ato terrorista; quando uma ação do Exército israelense provoca morte de civis palestinos é uma reação de defesa?", questionou Garcia. "Isso é terrorismo de Estado, me desculpe", comentou, lembrando o bloqueio israelense ao abastecimento de energia e alimentos à Faixa de Gaza, sob controle de Hamas. Garcia reconhece que o governo Lula tem "simpatia" pela causa palestina, mas diz que o apoio aos palestinos não pode ser visto como um confronto com o Estado de Israel, cujo direito de existência pacífica o Brasil defende "intransigentemente".

Garcia e os diplomatas brasileiros negam que os crescentes interesse comerciais e de investimento entre o Brasil e os países árabes levem o governo a se inclinar pelas posições palestinas no conflito. Lembram que o governo Lula negociou uma agenda comercial com Israel e foi um dos principais incentivadores do acordo de livre comércio do Mercosul com Israel, firmado em 2008. O que Lula e seus assessores em política externa criticam é o que o presidente classificou, em Pernambuco, na semana passada, de desproporção na reação israelense aos mísseis lançados pelo Hamas contra Israel.
Lula, lembram seus auxiliares, comparou a ação do poderio militar israelense ao uso de bombas contra palitos de fósforo.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Programa de Extermínio


No vídeo que reproduzo acima, o médico norueguês, Mads Gilbert, em entrevista para a rede CBS, fala sobre o massacre em Gaza. Como trabalhador de um hospital local, tem um ângulo muito especial para relatar o que está ocorrendo.

Abaixo, partes que consegui traduzir da entrevista:

Gilbert -"Há pouco mais de uma hora, o mercado público de Gaza City foi bombardeado, deixando em torno de dez a quinze mortos. Na mesma hora uma bomba caiu sobre um prédio residencial, onde crianças brincavam no telhado, causando mais mortes de crianças."

Afirma que Israel havia intensificado os bombardeios a noite, fazendo um número próximo a quinhentas vítimas em Gaza e o número de mortos passa dos 50% de mulheres e crianças.

A jornalista pergunta se os hospitais tem condições de atender essa demanda.

Gilbert relata que os "médicos estão fazendo plantões de onze horas, eu mesmo não durmo a três dias. O hospital está completamente lotado. Estamos correndo a seis horas direto. Há ferimentos que você pensa não ver nesse mundo: crianças com o abdômen aberto, pernas tão feridas que não temos alternativa senão amputar ambas, e os braços."

"Os únicos ferimentos que vimos são causados a civis, palestinos, que vivem em gaza. O que precisamos agora não é de mais médicos e mais drogas, o que precisamos agora é que parem com os bombardeios imediatamente. Isso não pode continuar, é um desastre."

A repórter questiona sobre os civis que o médico citou, sobre as mulheres e as crianças, e pergunta se viu alguma baixa dos guerrilheiros do Hamas?

"Para ser honesto, vi um militar ferido, nesse período soube de uns dez, entre centenas de civis feridos. Então, qualquer um que tente relatar que são crimes, que é uma guerra contra outro exército, está mentindo. isto é uma guerra contra a população civil, palestinos de Gaza, e podemos provar isso com os números.* Devemos lembrar que a população de Gaza é muito jovem e que 80% sobrevivem com ajuda da ONU. Logo é um povo muito jovem e pobre, que não pode escapar para lugar algum, por estar em uma espécie de gaiola."

"Então eles bombardeiam 1,5 milhão de de pessoas em uma gaiola, e pessoas pobres, jovens, e você sabe, não há como separar civis e combatentes nesse tipo de situação."**

Nota: Então massacra a todos. A entrevista de Mads Gilbert, deixa bem claro para nós o que a grande mídia corporativa teima em esconder: Não se trata de uma guerra entre dois inimigos declarados, trata-se de um bem elaborado, programa de extermínio.

Israel não teme ninguém, tem o apoio (mesmo que velado) das principais potências mundiais, e escancarado dos EUA, que mantém impotente o organismo internacional de mediação e intervenção, a ONU, que hoje, numa mostra de como eles podem fazer o que querem, teve bases bombardeadas em Gaza.

O mundo não vai fazer nada, os organismos competentes provaram que não são mais competentes, o mundo árabe está dividido pra saber quem mais puxa o saco dos Estados Unidos, e ninguém tem coragem de tomar medida alguma, a não ser ver nos jornais, que mais um foguete palestino fez outro buraco no asfalto israelense.

*Grifo meu

**Entrevista realizada no dia 05 de Janeiro.

Cenas que você não vai ver na Globo.

No Jornal Nacional de hoje, a apresentadora, seguindo a linha editorial da empresa, afirmou que "haviam mortos em Israel e também na Faixa de Gaza". Também na Faixa de Gaza.
Parece que os rojões palestinos superaram as armas "inteligentes" e toda a tecnologia bélica de Israel, e estão matando mais.
Vi a imagem dos danos causados por um foguete palestino, um buraco na rua, não cabia meu pé dentro, e vi também os efeitos de uma bomba israelense, caberia minha casa e a de meus vizinhos dentro.
O vídeo abaixo, extraído do youtube, mostra que realmente, Israel ataca, e palestinos "também" morrem:

Um míssel israelense, lançado contra uma área residencial de Gaza.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Vigarista da Wall Street desfere golpe a favor da justiça social

Partes do texto de James Petras, publicado no blog Dialógico, uma bela aula de como funcionam as relações promíscuas entre o capital financeiros, a elite que o detém, os massacres que vemos confortavelmente pela tv, a pseudo caridade burguesa e a forma como se acumulam riquezas. Uma aula sobre como funciona a "máquina do mundo capitalista".

"O LADO POSITIVO DA MEGA-FRAUDE DE MADOFF (A INVOLUNTÁRIA MÃO DA JUSTIÇA)

Embora seja compreensível que os super-ricos e os abastados, que perderam uma grande parte dos seus fundos de reforma e de investimento, sejam unânimes na sua condenação e protestos pela traição de confiança, e os editoriais de todos os prestigiados jornais e semanários se juntem ao coro da crítica moral, há que elogiar os feitos de Madoff, mesmo que tal elogio não tenha estado no coração da sua actividade fraudulenta.

Vale a pena fazer a lista dos involuntários resultados positivos da mega-fraude de Madoff. Primeiro que tudo, a fraude de mais de 50 mil milhões de dólares pode significar uma grande dentada no financiamento sionista americano de ilegais povoamentos coloniais israelenses nos Territórios Ocupados, uma quebra nos fundos com que a AIPAC compra influências no Congresso e no financiamento de campanhas de propaganda a favor de um ataque militar americano preventivo contra o Irão. A maior parte dos investidores vai ter que reduzir ou eliminar a sua compra de títulos de Israel, que subsidiam o orçamento militar do estado judaico."

O texto na íntegra pode ser lido aqui.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Para entender como funciona o Brasil.



Texto e comentários extraídos do site da Nova Corja, que se bem analisado, explica exatamente o que é o Brasil. Eis o texto, sem nenhuma alteração:



15:32 01/01/09 Leandro Demori

(da Folha)


Ministros participam de confraria que furtou sino de universidade gaúcha
Ao longo dos últimos 40 anos, ministros, juízes e advogados militam em uma confraria dedicada a esconder um sino furtado da faculdade de direito da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Entre os membros da chamada Ordem do Sino estão o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e atual ministro da Defesa, Nelson Jobim, o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça, Ari Pargendler, e o corregedor do Conselho Nacional de Justiça, Gilson Dipp.
O sino de bronze, cujas badaladas marcavam o início e o fim das aulas na faculdade, foi surrupiado pelos formandos da turma de 1968 e desde então circula entre os ex-alunos, que se recusam a devolvê-lo ao patrimônio da universidade.
Em 1978, dez anos após a formatura da turma, a Ordem do Sino ganhou até um estatuto –que considera o produto do furto “símbolo da turma” e estabelece uma liturgia de alternância anual na guarda do sino.
Todos os anos, durante um jantar comemorativo em novembro, a peça troca de mãos. Segundo a advogada Maria de la Luz Kramer, que faz parte da ordem, o critério para ter o privilégio de esconder o sino da faculdade é o maior número de participações nos jantares anuais dos ex-alunos de 68.
Nelson Jobim furou a fila em 1997. Menos assíduo do que outros egressos, recebeu a “honraria” logo após se tornar ministro da mais alta corte do país. Amigos de Jobim contaram à Folha que ele guardava o sino no seu gabinete no STF.
Pargendler já foi “agraciado” em 1988. Dipp, com retrospecto de oito jantares de ex-alunos, ainda aguarda sua vez.
“Não devolveremos o sino até que haja apenas um sobrevivente da nossa turma”, diz o advogado Paulo Wainberg, 64, que guardou o sino até o final de novembro. Dos 93 formandos de 1968, 16 já morreram.
[Pausa para MOMENTO BRAZIU EM RESUMO]Os integrantes da Ordem do Sino minimizam a subtração do bem público. Wainberg prefere usar o vocábulo “empréstimo” a furto para designar a posse do objeto.[OK]
“Esse sino tem a história de uma das turmas mais brilhantes da faculdade. O roubo em si ficou em segundo plano. É uma história de união, somos a única turma que se reúne todo ano”, defende Kramer.
Durante muito tempo, a “maçonaria” do sino guardou segredo sobre os nomes dos autores do furto. A façanha é atribuída ao ex-chefe da Casa Civil do governo Alceu Collares (1991-1994), Conrado Alvares, morto em 1992.
Ontem à tarde, a Folha confirmou que o sino furtado está em Porto Alegre, na casa do juiz aposentado Elvo Pizzato.
A peça de bronze, com cerca de 30 centímetros de altura e 10 quilos, traz gravados os nomes dos que já a esconderam.
Pargendler se recusou a comentar o caso. A reportagem não localizou Jobim nem Dipp.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Sobre terrorismo.


Vendo as imagens da "Solução Final" israelense, recordo-me de uma frase que li em algum lugar, há muito tempo.

"Terroristas são como grandes exércitos chamam os pequenos"

Evoco tal frase, que adotei como conceito de "terrorismo" (uma pequena estrutura paramilitar em conflito com uma grande estrutura militar), no momento em que o conceitos como democracia, liberdade, livre escolha, soberania e autodeterminação são destroçados pelos mísseis de fragmentação, bombas de alta precisão (aquelas que massacram mais) e novas formas de inflingir sofrimento físico aos sobreviventes dos reides como as novas bombas de tungstênio, que estão sendo despejadas sobre o povo palestino.

Essas armas estão sendo utilizadas, supostamente em resposta aos foguetes caseiros, praticamente rojões que militantes palestinos disparam sobre cidades do sul de Israel. Tais rojões as vezes danificam o asfalto, algumas paredes, fazem barulho mas raramente causam vítimas. As armas utilizadas por Israel varrem cidades do mapa, destroçam qualquer estrutura civil ou militar, aniquilam centenas de palestinos com poucos disparos.

Essa "igualdade" de condições de enfrentamento é sistematicamente ressaltada pelos grandes meios de comunicação em massa, como foi evidenciado pelo texto publicado abaixo.

O compromisso desses veículos com um único lado de um conflito que tem origens que remontam a milhares de anos, e que são mostrados como se tivesse iniciado com um "rojão palestino" é um insulto a inteligência ou até mesmo a paciência de quem os assiste.

Esse apelo ao senso comum, a necessidade de equiparar o maior exército de ocupação do mundo aos "estilingues" palestinos, tem por objetivo mascarar os objetivos da aliança anglo-israelense: a manutenção dos partidos de direita e de extrema-direita no poder em Israel (conhecidos como os que mais matam palestinos), nas eleições que se aproximam, e enfraquecer o governo democraticamente eleito do Hamas, na Faixa de Gaza. Na esperança de levar de volta o corrupto Fatah ao poder no que sobrar da faixa de Gaza.

Os alvos israelenses são estruturas civis, ministérios, escolas universidades. Visam destruir toda e qualquer forma de uma possível organização civil dos palestinos, com argumentos que beiram a demência. A universidade Islâmica, bombardeada na semana passada seria um centro de disseminação de idéias "terroristas", unicamente por ser islâmica. Com base nessa linha de raciocínio, seria de se esperar que um universidade católica, pregasse o extermínio em fogueiras de hereges, pagãos, ateus e a quem se contrapor a Igreja.

Esses argumentos são reiterados nos "jornalões", que tentam passar uma idéia de guerra entre dosi países, quando na verdade o que está ocorrendo, é um massacre, a tentativa de destruir o que resta de uma nação, que que ha mais de 50 anos, não tem mais pátria, não tem mais um país, não estão amparados por ninguém, não tem nenhuma garantia de sobrevida.

Terrorismo midiático e palhaçadas globais

Do blog Diário Gauche, uma pequena amostra de como estão sendo conduzidos os "noticiários" no que se trata do massacre israelense em Gaza. O jogo de cenas, a "novelização" do conflito, a tentativa de reescrever a História de acordo com os interesses de seus patrocinadores, e agora, essa palhaçada em horário nobre:

Repórter amestrado simula situações de perigo

Ontem à noite no Jornal Nacional da tevê Globo, o seu correspondente baseado em Israel se superou.

O repórter e tordilho amestrado chegou a simular estar sofrendo – ele próprio – um bombardeio de foguete palestino Kassan, sabidamente um artefato caseiro. Mostrou imagens instáveis arremedando uma câmera em movimento e abrigando-se junto a um muro, enquanto ruídos davam o tom de perigo à cena visivelmente montada em estúdio.

Anotem o nome do bufão: Alberto Gaspar. O tipo cumpre (em absoluta segurança e circulando somente no lado israelense) a linha editorial da Globo que opta por deliberadamente confundir o espectador de senso comum, fazendo crer que há uma equivalência perfeita na violência entre o Hamas e Israel. Uma fórmula tácita - disfarçada - de apoiar o genocídio do Estado de Israel contra o povo palestino da Faixa de Gaza.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Para não sermos cúmplices do novo holocausto

Por Emir Sader





Nada mais parecido com a tentativa de extermínio pelo nazismo de judeus, comunistas, esquerdistas em geral, ciganos, do que o que Israel tenta fazer com os palestinos; um holocausto que reproduz, da forma mais parecida possível o produzido pelos nazistas na Alemanha. Tornado Estado racista, de apartheid, odioso e odiado por todos os outros povos do mundo (entre as centenas manifestações de protestos pelos massacres contra Gaza, nenhuma de apoio a Israel), que sobrevive somente graças ao maior apoio militar dos EUA no mundo, como seu braço imperial no Oriente Médio, e ao silêncio cúmplice de europeus, Israel tem que ser repudiado em todas as instâncias possíveis.

O Parlamento brasileiro tem que rejeitar imediatamente a proposta de um inconcebível Tratado de Livre Comércio do Mercosul com Israel. Para que se assinaria um Tratado desse tipo? Para que sigam angariando recursos, que vão fomentar a militarização permanente de um Estado que pratica o holocausto contra os palestinos? Não fazê-lo de imediato é ser cúmplice dos massacres israelenses contra o direito, reconhecido pelas Nações Unidas, de que a Palestina tenha um Estado soberano, da mesma forma que Israel o tem.
O governo brasileiro deve chamar imediatamente seu embaixador em Israel, para demonstrar que esse expediente é parte da política externa brasileira não apenas quando se acredita que os interesses econômicos do país podem estar em jogo, mas também na denúncia dos crimes contra a humanidade, como os praticados por Israel. O embaixador não deve retornar antes que Israel cesse completamente as agressões e os assassinatos em massa contra Gaza e qualquer outro território palestino.

Lula deve confirmar sua viagem ao Oriente Médio, mas deve suspender sua visita a Israel, como protesto pelo genocídio que Israel faz contra os palestinos, não ouvindo os apelos da comunidade internacional para que cessem os bombardeios, sentindo-se imune de qualquer justiça internacional, pelo apoio que tem de seu estreito aliado – os EUA. Lula deve viajar à Palestina, a todas as regiões dos territórios ocupados pelas forças coloniais israelenses, incluída Gaza, conversar com todas as forças que representam os palestinos, incluídos os representantes eleitos democraticamente pelo voto popular para dirigir a Palestina, ainda que não reconhecidos pelas potências ocidentais.

Todas as instituições brasileiras – universidades entre elas, ministérios, governos – que tenham algum tipo de acordo ou convênio com Israel, devem denunciá-los imediatamente. Israel e seus representantes tem que ser repudiados em todos os lugares – embaixadas, consulados, recepções, etc.

Para não sermos cúmplices do novo holocausto, da tentativa de extermínio do povo palestino, da ofensiva nazista de Israel contra Gaza.

*Emir Sader é sociólogo, professor universitário e militante de esquerda

Texto extraído do blog do companheiro Júlio Garcia, originalmente publicado no Site da Agência Carta Maior.

Foto: Gaza após bombardeio israelense.

Nota do blogueiro. O governo israelese aprendeu direitinho com o Nazismo, reproduz fielmente o quadro vivido por seu povo, sobre outros povos. Uma bela forma de honrar aos seis milhões mortos na segunda guerra. Gaza hoje é um campo de concentração e extermínio de árabes, tal qual os famigerados campos hitlleristas.

Cuba comemora os 50 anos da Revolução

"A tirania foi derrubada. A alegria era imensa. Contudo, ainda faltava muita coisa a fazer. Não nos enganemos pensando que agora tudo será mais fácil; talvez, a partir de agora, tudo seja mais difícil".

Palavras de Fidel Castro referentes ao dia 1º de Janeiro de 1959, quando suas esfarrapadas tropas tomaram Havana. Após meses de confrontos com o corrupto e tirânico governo de Fulgêncio Batista, o movimento 26 de Julho, com imenso apoio popular tomava o poder na ilha caribenha.

A vida desse povo nunca mais foi a mesma. Cuba acabava com séculos de exploração extrangeira, primeiro espanhola e em seguida a dos autoproclamados "protetores da ilha", os Estados Unidos.

A heróica marcha dos guerrilheiros de Sierra Maestra, levou ao sofrido povo cubano a reforma agrária, um sistema de saúde de primeiro mundo, totalmente gratuito e universal, quebrou as patentes de medicamentos de todos os tipos, que passaram a ser fornecidos por centavos à população, investiu pesado na educação, sendo o primeiro país das américas a erradicar o analfabetismo, acabou com o narcotráfico e a prostituição (as bases da economia cubana antes da revolução), implantou profundas reformas sociais, copiadas em maior ou menor escala em vários países do mundo, até mesmo por governos de direita.

A tentativa fracassada de exportar a revolução, o embargo econômico dos EUA, e o atrelamento ao bloco soviético, não tiraram o brilho daquele não tão distante 1º de janeiro de 1959, muito pelo contrário, evidenciam o caráter de seu povo, que quer fazer valer uma das frases mais repetidas durante essa fase revolucionária: "Pátria o muerte."

Hasta La Victoria. Siempre.
Mais informes sobre a comemoração dos 50 anos da Revolução Cubana e seu significado na geopolítica global podem ser lidos em: www.granma.cu.

"Quem matar mais tem meu voto"

Dessa forma podem ser encaradas as eleições em Israel. Os partidos detentores do poder se degladiam com estatísticas de contagens de corpos Palestinos, utilizando-as como banderias eleitorais.

É o que afirma Tariq Ali, escritor e ativista paquistanes, colunista do jornal The Guardian:

EUA e União Européia são cúmplices do massacre em Gaza

"Os palestinos assassinados são trunfo eleitoral, numa disputa cínica entre a direita e a extrema-direita israelenses. Seus aliados em Washington e na União Européia, perfeitamente informados de que Gaza estava para ser atacada, exatamente como no caso do Líbano em 2006, sentaram e esperaram. "

O texto na íntegra pode ser lido aqui.