segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Bem vindo à blogosfera, companheiro presidente.

No mesmo dia em que o Governo Federal anuncia o novo modelo, para a exploração do "Pré-Sal", recebemos também a notícia da criação do Blog do Planalto. Mais uma iniciativa do governo e aproximar-se do povo, sem os intermediários da mídia corporativa e seus interesses "ocultos".
Abaixo às boas vindas da equipe do Blog do Planalto, e é claro, do Presidente Lula:


"Estamos aqui para compartilhar com vocês informações sobre o cotidiano da Presidência da República. A equipe do Blog do Planalto (ver foto) vai acompanhar de perto os eventos, atos e a agenda do Presidente para que você, seus amig@s, familiares e companheir@s de navegação na internet possam compreender melhor as ações, programas e políticas do governo.
Vamos usar textos, fotos, vídeos, áudios e infográficos para ilustrar nossas mensagens. Sempre buscando a melhor sintonia com o público que está cada vez mais plugado nas novas mídias digitais. Acreditamos que este é apenas um primeiro passo para estabelecermos um diálogo cada vez mais próximo e informal entre governo e sociedade.
Aproveite e boa leitura!"

Do jornal Correio do Povo de hoje

"O rigor adotado na segurança da governadora Yeda Crusius pode ser constatado na Expointer. O público ficou afastado do palanque das autoridades, distanciado por um cercadinho. O policiamento também foi mais ostensivo, com cerca de 60 brigadianos. Além disso, a governadora não falou com a imprensa na abertura do evento".

Nota do blogueiro: Ela deve estar se adaptando bem à idéia das grades...

PetroBRAX ainda é o sonho dos tucanos.

Enquanto o Governo Federal estabelece novas regras na exploração do petróleo no Brasil, visando manter no país, e com dividendos aos cofres públicos, os frutos do "Pré-Sal", os senhores Álvaro Dias e Sérgio Guerra, grão-tucanos ávidos pela manutenção dos leilões de petróleo, no formato em que moldaram, ainda durante o governo FHC, foram a Houston, no Texas, contratar uma empresa para lhes dar acesoria durante a CPI-anti-Lula, a que denominam "da Petrobrás".
Uma empresa privada, como a que permitiu, ou praticou o furto de materiais de armazenagem de dados da Petrobrás, que estavam sob sua guarda. Uma empresa rival.
O ato em si, evidencia uma tentativa de golpe contra uma empresa pública, que vai ser investigada por senadores, deputados e rivais privadas estadunidenses. É o cúmulo do ridículo.
No site Conversa Afiada, os tucanos, ou melhor, suas acessorias, repondem aos questionamentos de Paulo Henrique Amorim, sendo que em momento algum, desmentem a contratação de uma empresa estadunidense.
No blog do Onipresente, há uma coletânea de declarações do presidenciável-tucano-privatista José Serra, contra as medidas adotadas pelo Governo Federal, e já fala até mesmo em revertê-las, caso seja eleito mandatário em 2010. A frase a seguir. extraída do site do jornal tucano Folha de São Paulo é emblemática, e revela não só a visão tucanalha da exploração do pré-sal, mas seus intentos como "donos do poder":
"Tucanos argumentam que a mudança do chamado marco regulatório poderá afugentar investidores privados e deixará a Petrobras com a faca e o queijo na mão. "
Ou seja: "Fora Estado. Deixemos mais essa riqueza nas mãos dos finaciadores de nossas campanhas." PetroBRAX, PetroDANTAS, PetroCHENNEY, ou seja lá o que for, é o destino de nossa empresa, de nossas riquezas, se esses "seres emplumados", tiverem a chance.
Aqui, uma síntese do discurso midiático-serrista, verdadeiros "nonsenses" sobre a exploração estatal do petróleo.

E mais uma vez, caíram os butiás do bolso...



Agravam-se os delírios da RBS


Os desvarios estão virando rotina


Do blog Diário Gauche, do sociólogo Cristóvão Feil:


Depois de passar o inverno falando em neve, sugerindo neve, e criando um imaginário delirante e mitológico sobre a neve no Estado, o jornal ZH nos brinda com outro mito: a excelência da segurança pública sob o governo-pântano da governadora-ré.

É quase inacreditável! Precisamente quando ações ilegais toleradas pelo comando da Brigada Militar promovem um descontrole evidente e perigoso da corporação estadual, o diário da RBS procura criar uma imagem positiva e profissional da polícia fardada. Precisamente quando o Judiciário examina e julga o escândalo que drenou criminosamente mais de 44 milhões de reais de um órgão público ligado burocratica e administrativamente à Secretaria de Segurança. Depois de quatro mudanças na titularidade da Secretaria da Segurança e mais de oito mudanças nos comandos da própria Brigada Militar, o diário da RBS descobre afinal que os equinos não são mais mamíferos, que fazem ninhos e são ovíparos.

Afirmar que "o Rio Grande dá exemplo na área de segurança" é como provar a quadratura do círculo, o congelamento do Sol e a estabilidade das nuvens nos céus da primavera.


Nota do blogueiro: "O consórcio" Yeda-RBS, está me deixando sem butiás. É um beijo atrás do outro, das formas mais escabrosas, nos maiores "sapos" desse degoverno.

A Segurança Pública tucano-guasca assassinou, com um disparo de arma de grosso calibre, à queima-roupa e pelas costas a um trabalhador, militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (seu crime, pela visão distorcida de sua mandatária e seus asseclas).

Já fazem duas semanas que esse crime foi cometido, e o aparelho tucano ainda não descobriu quem efetuou o disparo, provavelmente porque não lhe interessa.

A polícia Yedista, assumiu ares de polícia política, ao melhor estilo Gestapo, espionando adversários e aliados, perseguindo lideranças populares e fazendo vistas grossas à roubalheira. A Brigada Militar, tropa de choque dos ideais repressivos de sua Comandante-em-Chefe, que utiliza-se do uso desproporcional e abusivo da força, para "manter os peões no lugar certo".

Yeda está criando uma imagem de carrascos, espancadores estatais à Brigada Militar. De motoristas de ônibus, bancários, professores, sem-terra, estudantes, todos os que ousaram dizer não à "Rainha das Pantalhas" acabou apanhando de suas forças de segurança. No caso do trabalhador Elton Brum da Silva, foi exterminado por essa política.

Éssa política de segurança é realmente um exemplo a governos fantoches, que tem por princípios manter privilégio$ da elite, arrochar salários, coibir o protesto e a manifestação pública e, por fim, desmantelar o Estado.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Com quantos Gigabytes se cria um factóide?

Com alguns cálculos simples, continhas de adição e subtração, Jurandir Paulo desmonta o factóide da "Queima-de-arquivo", que estaria ocorrendo no Palácio do Planalto. Ainda naquela discussão em que a "Globo e seus amigos" querem atribui à palavra apressar, os significados de encerrar, absolver, esconder, deixar-pra-lá...
Vale a pena conferir o texto, postado no blog ABUNDA CANALHA.

Dionilso Marcon denuncia: Foi uma morte planejada.



Marcon: Brigada Militar matou o homem errado em São Gabriel

Fonte: PT Sul

A Brigada Militar matou o homem errado em São Gabriel. A denúncia foi feita pelo presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, deputado Dionilso Marcon (PT), na sessão plenária desta quarta-feira (26). O parlamentar quer que a governadora Yeda Crusius e a Secretaria da Segurança Pública revelem aos gaúchos o nome do assassino de Elton Brum da Silva e também digam qual sem-terra deveria morrer no seu lugar, durante operação da BM, na Fazenda Southall, em São Grabriel, na sexta-feira (21).

Marcon também contesta informações da BM sobre a falta de experiência dos policiais que estavam no local na hora do crime. “Não houve despreparo da corporação e o tiro não foi acidental. A ação foi planejada”, afirmou o deputado, ao esclarecer que Elton era natural de Canguçu e não de São Gabriel, como reproduziu a imprensa a partir das informações da BM. “Ele foi morto por engano. O sem-terra que deveria ter sido assassinado também é negro. Há uma lista de outras pessoas para serem mortas”, advertiu Marcon, que levará as denúncias ao Ministério Público Estadual.

A demora em tornar público o nome do autor do tiro que matou Elton também indigna o deputado Raul Pont. “Não é possível ter um sistema de segurança que compactue com o assassinato”, frisou. Para ele, a cumplicidade, a omissão e a conivência da governadora Yeda Crusius com esse episódio é inaceitável.

Raul Pont contrapôs a eficiência da BM para apurar os responsáveis pela morte do soldado ocorrida em 1990 na Praça da Matriz durante confronte entre BM e sem-terra com a ineficiência para apontar o assassino do sem-terra de 44 anos. “Naquela oportunidade, a BM teve estrutura, organização e efetivo para cercar o Paço Municipal e tomar depoimentos em busca do pretenso culpado. Agora, essa mesma corporação age com um corporativismo inaceitável. Não é possível ter um sistema de segurança que compactua com o assassinato”, ressalta Pont.

Nota do blogueiro: Lembram-se dos esquadrões da morte de São Paulo e do Rio de Janeiro? Grupos de policiais, que após o trabalho, fazia hora-extra matando a sangue frio mendigos e favelados?
Pois no Rio Grande do Sul, como tudo o mais, é diferente. Policiais não precisam tirar o uniforme, muito menos usar toucas-ninja. Eles chamam o Ministério Público, que envia uma representante que tem laços com um dos "lados" do "conflito" para observar à distância "segura", membros da mídia guasca, que assistem à tudo, mas mostram o que querem, e fuzilam em plena luz do dia, com as armas, os uniformes, e toda a estrutura que o Estado fornece. Assassinam um trabalhador, pelas costas, à queima-roupa, com uma arma de grosso calibre, para quem quizer ver.
A pouco tempo Yeda Crussius, a comandante desse grupo, afirmou que o trabalho desempenhado pelo então Secretário de Segurança, tornou-se paradigma nacional. Buenas. da pra dar razão à Governadora, uma vez na vida: Graças à política de manter a Brigada "sem freio de mão", ou seja, sem controle social, agindo como agiu em São Gabriel, como um "comando da morte", pago pelo Estado, cometendo seus crimes aos olhos de todos sem nenhum tipo de retaliação, esses grupos podem dar lições aos paulistas e cariocas. Um novo paradigma para os grupos de extermíno.
"Sirvam nossas façanhas,
De modelo à toda a Terra."

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Um assassinato Político

Por Leandro Scalabrin (*)

No dia 21 de agosto de 2009, por volta das oito horas, um trabalhador rural sem terra foi assassinado com um tiro pelas costas disparado pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Sobre o episódio, os jornais Zero Hora e Correio do Povo falaram em “morte” do sem terra, em “erro” da Brigada e operação “desastrada”, o que demonstra que escreveram matérias publicitárias.
A força de nomear as coisas de outra forma pode modificar a maneira de vê-las. A palavra “morte” utilizada no lugar de “homicídio”, penetrou pelos sentidos de milhões de gaúchos que não tiveram tempo de refletir o que ela significa, mas aceitaram o que ela representa: morte é um evento “natural”, oposto a homicídio que é a morte causada por alguma coisa como a espingarda calibre 12 usada em São Gabriel. Eis como um homicídio passou para a história como morte, pois sabemos que não há nada mais antigo que o jornal de ontem. Os mesmos jornais passaram o homicídio de um PM como “degola” feita por um sem terra com um foice para a história, o que não ocorreu segundo os autos do processo, mostrando o grau de parcialidade da imprensa nestes casos.
Homicídio pode ser doloso (assassinato) ou culposo, por imperícia, imprudência ou negligência. Novamente o nome “erro” modifica a forma de ver as coisas (o assassinato). O homicídio do sem terra foi um assassinato político praticado, não pelo PM que puxou o gatilho, mas pelo governo estadual que criou e treinou um aparelho político de repressão social, e implantou várias medidas que levaram ao ato extremo. O que distingue culpa (erro) e dolo (assassinato) é a vontade de agir e de atingir um resultado, ou ainda, o fato de se assumir o risco de ocorrer determinado resultado (dolo eventual).
No dia 5 de janeiro de 2007, na primeira semana de seu mandato Yeda Rorato Crusius extinguiu o Gabinete da Reforma Agrária da Secretaria Estadual de Agricultura, dando as costas para duas mil famílias sem terra acampadas no estado. Sem dúvida foi um erro que as futuras gerações nos cobrarão, mas ela sabia muito bem o que estava fazendo.
Em 5 de outubro de 2007, o Estado Maior designado pela governadora para a Brigada Militar, expediu a Instrução Operacional n. 006-1 (IO-6), que define a política do governo para a Reforma Agrária: deve ser tratada como caso de polícia. Trata-se de outro erro, esse histórico, pois retomaram as táticas utilizadas na ditadura militar para coibir protestos, passeatas e manifestações públicas, violando a constituição estadual, criando um aparato repressivo dentro da estrutura legal da Brigada e determinando o uso de violência contra cidadãos que exercitassem seu direito de manifestação. Militantes de movimentos, sindicatos e partidos políticos, passaram a ter suas atividades monitoradas pela PM2. A instrução especifica o modus operandi da polícia em despejos: isolamento das áreas ocupadas e proibição de acesso a deputados e entidades de direitos humanos, os mediadores por excelência que impediram mortes entre PMs e sem terras nos últimos dezoito anos.
Em abril de 2008, outro erro, aquele que custaria a vida de Elton Brum da Silva: a Brigada é a única polícia militar do país a não adotar as “Diretrizes Nacionais para Execução de Mandados Judiciais de Manutenção e Reintegração de Posse Coletiva” propostas pela Ouvidoria Agrária Federal. O então sub-comandante, Coronel Mendes, bem sabia o que fazia e teve o aval do governo do Estado. O jornalista Políbio Braba elogiou essa postura e criticou a ouvidoria que mandava a “polícia se amansar”. Segundo o Coronel, as diretrizes não poderiam ser acatadas porque primavam em “assegurar a garantia e o respeito às normas constitucionais dos invasores” em detrimento “de um outro direito inalienável em nossa nação que é o direito à propriedade”. Outra recomendação que avaliou como descabida “é o fato de uma das diretrizes estabelecer a necessidade de que ser façam presentes, em eventual operação de “desocupação”, entes políticos e organizações não governamentais, coisa que se sabe totalmente contra-indicada em face da possibilidade de ocorrer ingerência não autorizada e desafinada ao estrito cumprimento da ordem judicial”. Pois justamente essa presença “desafinada”, teria evitado o homicídio ocorrido na Fazenda Southal.
Em junho de 2008 a governadora comete o maior de todos seus erros: nomeia o Coronel Mendes, seu conselheiro até os dias de hoje, para comandar o aparelho de repressão política criado. Ela bem sabia o que fazia como mostram as gravações telefônicas do tráfico de influência em prol da nomeação do Coronel. A partir de sua nomeação, o Capitão Nascimento dos pampas passou a comandar pessoalmente a violência policial contra estudantes e professores - algemados em atos pacíficos-, bancários - agredidos nas portas de suas agências de trabalho -, metalúrgicos - impedidos de realizar manifestações. Uma professora de Erechim teve sua perna fraturada em frente ao Palácio Piratini. Colorados e Gremistas foram agredidos nos estádios de seus times. Novo jeito de governar. Sem terras, camponesas e atingidos por barragens sofrem torturas.
A freqüência e a gravidade da violência policial contra manifestantes levaram o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), órgão do Estado Brasileiro com a incumbência de analisar denúncias de violações de direitos humanos, a criar uma comissão especial que visitou o Estado em setembro de 2008, concluindo que a atuação da Brigada Militar não se tratavam de “ações isoladas”, “nem esporádicas” que, também levando em consideração “a existência de uma normativa especifica sobre a repressão a protestos”, recomendou a revogação da Nota de Instrução Operacional n. 006-1. O governo erra de novo, mas conscientemente. Não só negou-se a revogar a normativa como, em março de 2009, extinguiu na prática a ouvidoria de segurança pública do Estado, órgão que, com sua atuação, mesmo tendenciosa, havia colaborado para evitar uma morte até então.
Beira a má-fé afirmar que o “MST ganhou seu mártir” como afirmaram os meios de “comunicação social”, diante das ações deliberadas e conscientes de um governo que criou e treinou um aparelho repressivo contra manifestações populares e realizou tantas outras ações que contribuíram para dar causa ao homicídio do cidadão Elton Brum da Silva.
(*) Advogado do MST, de Passo Fundo.
Texto extraído do blog RS Urgente.

Produtividade no setor público supera a do setor privado



O Ipea avaliou a evolução da diferença de produtividade entre esses dois setores entre 1995 e 2006. “Em todos os anos pesquisados, a produtividade da administração pública foi maior do que a registrada no setor privado. E essa diferença foi sempre superior a 35%”, diz o presidente do instituto, Marcio Pochmann (foto). “Há muita ideologia e poucos dados nas argumentações de que o Estado é improdutivo, e os números mostram isso: a produtividade na administração pública cresceu 1,1% a mais do que o crescimento produtivo contabilizado no setor privado, durante todo o período analisado”, acrescenta.

Redação - Carta Maior

A administração pública é mais produtiva do que o setor privado. Essa foi uma das conclusões a que chegou o estudo Produtividade na Administração Pública Brasileira: Trajetória Recente, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. O Ipea avaliou a evolução da diferença de produtividade entre esses dois setores entre 1995 e 2006.

“Em todos os anos pesquisados, a produtividade da administração pública foi maior do que a registrada no setor privado. E essa diferença foi sempre superior a 35%”, afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ao divulgar o estudo. “No último ano do estudo [2006], por exemplo, a administração pública teve uma produtividade 46,6% maior [do que a do setor privado]. O ano em que essa diferença foi menor foi 1997, quando a pública registrou produtividade 35,4% superior à da privada”.

O estudo diz que entre 1995 e 2006 a produtividade na administração pública cresceu 14,7%, enquanto no setor privado esse crescimento foi de 13,5%. “Há muita ideologia e poucos dados nas argumentações de que o Estado é improdutivo, e os números mostram isso: a produtividade na administração pública cresceu 1,1% a mais do que o crescimento produtivo contabilizado no setor privado, durante todo o período analisado”.

Segundo o Ipea, a administração pública é responsável por 11,6% do total de ocupados no Brasil. No entanto, representa 15,5% do valor agregado da produção nacional. “A produção na administração pública aumentou 43,3% entre 1995 e 2006, crescimento que ficou mais evidente a partir de 2004. No mesmo período, os empregos públicos aumentaram apenas 25%. Isso mostra que a produtividade aumentou mais do que a ocupação”, argumentou o presidente do Ipea. "Esse estudo representa a configuração de uma quebra de paradigma, porque acabou desconstruindo o mito de que o setor público é ineficiente”, defendeu Pochmann.

Entre os motivos que justificariam o aumento da eficiência produtiva da administração pública, Pochmann destacou as recentes inovações, principalmente ligadas às áreas tecnológicas que envolvem Informática; os processos mais eficientes de licitação; e a certificação digital, bem como a renovação do serviço público, por meio de concursos.

O presidente do Ipea lembrou ainda que as administrações estaduais que adotaram medidas de choque de gestão, como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, não constam entre aquelas com melhor desempenho na produtividade. "Ou tiveram ganho muito baixo, ou ficaram abaixo da média de 1995 a 2006", afirmou, ressalvando que essa comparação não era objetivo do estudo, mas foi uma das conclusões observadas.

Texto publicado no site da Agência Carta Maior.

Nota do blogueiro: Assisti a edição completa do Jornal nacional, esperando ansiosamente por esse anúncio. Afinal, reza o folcore brasileiro que funcionários públicos, são, "cadeiras com casacos", que o setor público não funciona, é cabide de empregos, só a iniciativa privada é rentável, só as privadas sabem administrar, dentre outras besteiras mais.

Estava, aguardando esse fabuloso anúncio, de que finalmente caia por terra esse terrorismo anti-estado, que haveria uma matéria de dez minutos (como a que teve sobe o pedido dos Demos, pelas filmagens do circuito de segurança do Planalto, pra ver se a Ministra da Casa Civil se encontrou com a tucana Lina Vieira). Esperava, impacientemente, para ver o desfile interminável de Tucanos e Demos, liberais de todos os "pêlos", anunciando em alto e em bons tons: "Estávamos errados, realmente vocês tinham razão. O Estado pode ser produtivo, e ainda mais do que nossos empreendimentos privados subsidiados por esse mesmo Estado."

Agardei mais um pouco, devem ter deixado para o "Gran Finale" da edição, afinal, são décadas de maledicências, impropérios e ataques raivosos sobre tudo o que é público (menos contra os subsídios estatais para seus empreendimentos privados, e todas as vezes em que o Estado tem de tirar "o do privado da reta"). Deve ter ficado para o fim.

O jornalão acabou, e ainda estou esperando. Quem sabe na edição da madrugada? Quem sabe amanhã. Quem sabe um dia...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Alguém vai perder o emprego...

Atualizado aqui:

Alguém teve a idéia de bolar uma enquete. O resultado foi tão diferente do esperado, que tiveram de escondê-la, e muito bem. Em meio a tantos Sarneys, Linas, horóscopos, dicas de auto ajuda, Michael Jacksons e Paulos Coelhos, só encontrei a,enquete graças ao link do site Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim.
Ás 23:12 o resultado era de 43,37 para o PT, contra 19,30 dos tucanos.
Bye-Bye Serra 2010.
Atualizando: Terça Feira, 25/08/2009
PT 49,18
PSDB 16,70
A essa hora, quem bolou a enquete está distribuindo currículos...

Acorda Marina!


Vejam a manchete de "O Globo": Marina é usada para atacar Lula e Dilma...
Agora, vejam o que Marina diz sobre essa manchete, em aparte a discurso do senador Pedro Simon (PMDB-RS):
A mesma posição eu vou manter aqui em relação ao Presidente Lula, porque não é uma questão de circunstâncias. Hoje, meu querido Senador Simon, tem uma matéria no jornal O Globo que não foi feita por nenhum desses jornalistas que nos acompanham aqui. Foi um correspondente lá do Estado do Pará que colocou na primeira página algo que é inteiramente incoerente com tudo o que eu disse e coloquei na carta que assinei embaixo. A manchete é a de que eu disse que o Governo é insensível para as questões sociais. E pega uma série de frases de uma palestra que dei, em um contexto de uma análise que eu faço da Amazônia, da questão das hidroelétricas, e as coloca ali. Digamos que, quanto às frases pinçadas, mal direcionadas, ainda vá lá. Mas dizer que eu, Marina Silva, disse que o Governo do Presidente Lula é insensível às questões sociais! Eu que já disse, inúmeras vezes, desta tribuna e em todas as manifestações que fiz, que foi a melhor política social que tivemos; que saímos de R$8 bilhões para R$30 bilhões investidos em política social.
Marina terá que passar a campanha desmentindo PIG. Ou, talvez, uma hora ela canse e aceite o papel que já lhe foi destinado...Não há escolha: pelo PV, será linha-auxiliar de Serra ou então será ignorada como candidata romântica e sonhadora.A manchete de "O Globo" é didática. Um aviso para Marina e para quem se ilude com essa candidatura....
Esta matéria serve para todos verem, sem acusações de perseguição, o que a grande mídia faz e fará, pra levar Serra e a Elite Facista deste país de volta ao governo federal.
Não se iludam os sonhadores à esquerda. Marina Silva, Heloisa Helena e qualquer outra figura representativa politicamente, só terá espaço, voz e visibilidade se for para atacar o Governo Lula e Dilma Rousseff, do contrário, será "esquecida".
Aqui do Sul, temos um exemplo nítido, nos dado pelo grupelho RBS. Luciana Genro, filha do ministro Tarso Genro, quando deixou o PT e passou a ser uma crítica feroz do governo Federal, teve TODO o complexo jornalístico da empresa à seu dispor.
Porém, quando começou a atacar o governo Yeda, foi ridicularizada, ofendida, e não teve em nenhum momento espaço para o contraditório.
Claro...não servia mais o seu discurso , agora atacava aqueles que a RBS protege e acoberta.
Para Marina Silva, Heloisa Helena, e quem mais vier a concorrer à presidência , o caminho é ser linha auxiliar de Serra, caso contrário serão ignoradas, elas e todos que acharem que há democracia e espaço "igual" para todas as opiniões.
Nota do blogueiro: Buenas. Está mais do que claro, qual o papel reservado para a senadora Marina Silva: Bodoque do "Zé Chirico".
Marina, senadora Marina, companheira Marina, se o investimento social no País melhorou tanto, conforme disseste, pra que disputar contra ele. Par que fazer o jogo das elites reacionárias que querem esses bilhões para "salvaguarda" de suas aventuras financeiras?
Acorda Marina, enquanto ainda há tempo...

Perfil atrasado e conservador

Texto extraído do blog Tomando na Cuia, do jornalista Kiko Machado:
Posso estar enganado, mas seguidamente ouço reclames do aumento do ingresso de servidores públicos com o perfil ultraconservador e de centro-direita nas carreiras públicas de Estado. Não que isso seja novidade, no entanto, quando esse servidor público tem o poder de decidir sobre a vida, o futuro de uma pessoal ou de um grupo e toma uma decisão baseada nessa bagagem cultural, carregando preconceitos de uma elite atrasada, me faz pensar se dentro dos milhares de cargos abertos — que jaziam extintos na era FHC — pelo governo Lula, isso seria regra ou exceção. Sei que no caso da magistratura ou do MP a "origem" sempre teve peso. A fulana é filha de desembargador, o fulano é filho de juiz, o beltrano é neto do fomoso advogado, etc. Digo isso porque não me conformo com a relação que a promotora Lisiane Villagrande nutriu ao longo dos anos com os latifundiários da região de São Gabriel. As declarações sobre o “ profissionalismo” da Brigada Militar que determinou o assassinato de Elton Brum da Silva, 44 anos, me causa repulsa. Espero que além da investigação da morte de Elton, também a ação da promotora seja investigada, para o bem do MP Estadual.
Nota do blogueiro: Aproveitando o gancho, do comentário acima, vamos dissecar a situação levantada. Porquê os maiores cargos, e aqueles que podem promover ou destruir algo, o poder de julgar e determinar o que é certo ou errado estão nas mãos das elites rurais no Brasil?
Simples, eles podem pagar muito por uma exímia educação privada para seus filhos, durante o ensino básico, os melhores pré-vestibulares disponíveis, e alça-los às melhores universidades do país (sabidamente as públicas).
Logo os filhinhos do latifúndio estarão levando suas caminhonetas importadas para dentro de salas de aula, dos melhores cursos de Direito. Em seguida formam-se e passam a exercer uma função qualquer, seja privada ou, aí mora o perigo, pública.
Vamos nos concentrar na figura daquela promotorazinha, formada em direito com o dinheiro advindo dos financiamentos, com juros subsidiados pelos nossos impostos, que seu papaizinho fez, "em nome do desenvolvimento e da geração de renda e riqueza para seu país". Quando surgir um conflito, entre a classe de seu papaizinho, e de seu marido (casou-se com outro fazendeiro), e um grupo que quer o fim desses privilégios, de seus privilégios, de tudo o que fez dela o que ela é, dos privilégios que ela quer deixar para os filhos, para os netos, "numa bela história de divisão de matrículas" e multiplicação de "fazendeiros juristas".
Como vai se posicionar a promotorazinha? Qual o lado ela vai defender com "unhas e dentes públicos"?
Agora, alguém faz idéia de quantos juízes, promotores, desembargadores, ministros do Supremo Tribunal Federal, agentes jurídicos de todas as esferas, também são, fazendeiros, pecuaristas, representantes do Agronegócio?
E quantos estariam dispostos a jogar seu juramento na lata do esquecimento, para manter o quinhão, que lhes dá recursos, pagos com módicos juros de 4,5% ao ano? Ou refinanciados, a juros mais baixos ainda, ou não pagos, e conseguem mais dinheiro ainda...
Tá explicado?
Isso deveria ser investigado.

Adão Paiani: Alto oficial da Brigada Militar efetuou o disparo que matou militante Sem-Terra.


O ex-ouvidor do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Adão Paiani, em entrevista à Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária, afirma de forma categórica que um alto oficial da Brigada Militar executou à sangue frio o trabalhador Elton Brum da Silva, durante operação de desocupação.

Paiani apressa-se em exor seu temor de que algum soldado seja responsabilizado pelo assassinato do trabalhador, isentando oficiais (praticamente intocáveis no Rio Grande do Sul), o comando da Brigada, o Secretário de Segurança, e, por fim, a comandante-em-hefe da Brigada Militar, a Governadora Yeda Crusius.

Recomendo o áudio da entrevista do ex-comissionado de Yeda, que pode ser acessado aqui.

domingo, 23 de agosto de 2009

Tudo em "Famíglia".

"Extremamente profissional"
Texto extraído do blog RS Urgente, de Marco Aurélio Weissheimer:



Em junho de 2003, no mesmo dia em que a ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulava a desapropriação das fazendas Estância do Céu, Santa Adelaide, Caieira, Posto Bragança e Salso Fazenda (13,2 mil hectares), de propriedade de Alfredo Southall, em São Gabriel, fazendeiros e prefeitos da região reuniram-se para um “ato de desagravo” ao fazendeiro. Durante o ato, a decisão da ministra foi lida, sob muitos aplausos, pela promotora Lisiane Villagrande (foto), do Ministério Público de São Gabriel.
A promotora Villagrande precisa explicar melhor suas relações com os fazendeiros da região de São Gabriel. As declarações que fez sobre o caráter “extremamente profissional” da ação da Brigada Militar que resultou no assassinato de Elton Brum da Silva, surpreenderam mesmo integrantes do MP Estadual. A promotora admitiu que foi mantida a uma “distância razoável” dos acontecimentos. Mesmo assim, não hesitou em destacar a “tranqüilidade” e o “profissionalismo” da Brigada.
Lisiane Villagrande é casada com Clarindo Veríssimo da Fonseca que, em parceria com seu pai e irmão, é proprietário de uma área de aproximadamente 450 hectares em São Gabriel, a 60 quilômetros da fazenda Southall.
Nota do Blogueiro: Vamos um pouco mais longe. Voltemos ao ano de 2003, ao julgamento citado por Marco Aurélio em seu texto. À época, a Ministra Ellen Gracie, anulou a desapropriação do chamado "Complexo Southall". Com base no fato de que a vistoria do INCRA, não foi realizada na data prevista em Edital porque um bando de fazendeiros da região, contando com a presença do próprio Alfredo Southall, impediu a entrada dos fiscais.
Voltando com poderes de polícia administrativa, alguns dias depois, sem notificação de vistoria, como prevê a Lei, os fiscais puderam realizar a vistoria.
Esse fato, a notificação e não realização da vistoria (o motivo não interessou muito), e a vistoria realizada sem notificação, levaram a Ministra Ellen Gracie, a reverter a desapropriação do "Complexo Southall".
A função social da terra, não foi levada em consideração pela ministra, os laudos apontando seu caráter improdutivo, também não. O fato de um bando organizado, do qual fez e faz parte o proprietário da terra a ser vistoriada, ter impedido a entrada dos agentes públicos, igualmente não. Obviamente que o sofrimento dos colonos que marchava a dias no rigoroso inverno gaúcho, na esperança de ocupar um espaço vazio, terras utilizadas para especulação imobiliária, também não foi levado em conta.
Igualmente, pouca gente deu importância ao fato de ser, Ellen Gracie, ministra do supremo que cancelou a desapropriação do "Complexo Southall", parente do proprietário, como interesses econômicos diretos na sucessão patrimonial desse.
essas relações, deveriam ser alvo de ampla investigação. A promotorazinha que afirmou que a ação da Brigada Militar, na qual o trabalhador Elton Brum da Silva, foi executado, com um tiro de arma de grosso calibre a queima-roupa, foi extremamente profissional, é casada com latifundiário. A Ministra que julgou a desapropriação da terra em questão, é parente do proprietário. Ambas deveriam estar legalmente impedidas de intervir, nesses casos. Ambas tem motivos pessoais para avaliar e julgar de acordo com seus interesses de classe.
É necessário um acompanhamento maior desse tipo de intervenção, a utilização dos meios públicos na defesa de intereeses privados, antes que mais trabalhadores percam suas vidas em ações "extremamente profissionais".

sábado, 22 de agosto de 2009

Qual o significado?

Desde que a tucanada guasca criou essa logomarca, me questionei: Coragem para fazer o que? As fotos abaixo respondem:

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

É a parte que te cabe desse latifúndio

No dia 04 de Julho de 2008, escrevi um texto com o título acima, falava sobre um poema de João Cabral de Mello Neto "Morte e Vida Severina", que acabou sendo musicado por Chico Buarque, e à época, postei em homenagem aos trabalhadores organizados, que lutam por justiça social, e são tratados como bandidos pelo latifúndio, e seus tentáculos no poder público.
Hoje um trabalhador tombou, vítima do latifúndio e seus laços, nada discretos, com o Legislativo, o Judiciário, e principalmente, com os EXECUTIVOS, com todos os significados que esse termo possa ter.
Um trabalhador tombou, vítima de uma instituição falida, estéril, altamente destrutiva, excludente e assassina. O latifúndio, a agricultura empresarial, a monocultura de exportação, os lucros que o patrimônio de todos, aufere a poucos.
Em homenagem ao lutador que caiu, não façamos silêncio, protestemos.
É a parte que te cabe desse latifúndio

Lendo uma matéria da Agência Brasil de Fato, intitulada, "Ação do Ministério Público gaúcho contra o MST é política", lembrei-me de poema de João Cabral de Mello Neto (Morte e Vida Severina), adaptado e interpretado por Chico Buarque, que reflete a realidade da luta pela terra no país. Essa letra explica para onde a elite guasca gostaria de mandar os movimentos que contestam a atual forma de distribuição e utilização da terra, o latifúndio a monocultura voltada para a exportação e a miséria criada por esse modelo.

Funeral de um lavrador
( Chico Buarque de Holanda)
Esta cova em que estás com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho nem largo nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo

Veja um vídeo, com imagens da luta camponesa, e ao fundo, a música de Chico Buarque

Num governo fora da lei, a morte se faz regra.



Por Katarina Peixoto, extraído do blog RS Urgente:

Quem estabelecer uma relação plausível entre a propaganda do déficit zero, as escolas de lata, o saque ao erário e a morte de um Sem Terra, além da tortura sobre outros, ganha um murro. Dá para se perguntar se é vingança, esse grande motor dos homicídios que tanto povoa as legislações penais, o que matou Elton Brum, o militante Sem Terra executado hoje, à queima-roupa, na presença do Ministério Público Estadual, pela Brigada Militar. Mas vingança, como se sabe desde Aristóteles, pelo menos, estabelece-se numa relação comutativa, entre iguais. A tendência ao infinito e à consequente destruição total que a prática da vingança implica é um dos fundamentos para que se tenha desenvolvido o conceito de justiça distributiva e também o de lei. É claro, a vingança não desapareceu, mas algumas de suas manifestações tornaram-se passíveis de punição, porque passaram a ser subsumidas pela lei como crime.
É então preciso que a lei seja observada, para não que não saiamos a matar as pessoas que nos roubam. Ou que mataram um companheiro, ou que saquearam o Estado, ou que perseguiram e espancaram opositores, ou que furtaram de ladrões eméritos, ou que mataram em nome de ladrões poderosos. Diante dessas coisas é que se faz necessário o respeito à lei. E se tem uma coisa que pelo menos a maioria do Movimento dos Sem Terra sempre defendeu foi uma disputa pela legalidade. Pode-se discordar do MST. Também se pode discordar de “proprietários” de terras que não conseguem tornar sua propriedade irredutivelmente legal.
Esse tipo de controvérsia vem sendo tratada como um conflito causado unilateralmente por um grupo de criminosos, organizados nos Movimentos Sociais. As famílias que mandam na grande mídia brasileira agem como se a propriedade fosse uma realidade, apesar do direito. E se não há direito, há crime? Quem junta tico e teco sabe bem que sem lei não há crime e propriedade fora da lei não é, por definição, propriedade. Logo, não precisa de aparato policial para aplicar a lei onde não há crime, como quem pensa também pode saber, sem muito esforço.
Só que há lei, a despeito desse lamentável capítulo governamental do Rio Grande do Sul, chamado Governo Yeda Crusius. Este desastre, tão avesso à lei que trata os críticos como inimigos a serem exterminados, denunciados e desqualificados. E não é apenas pela incapacidade total de dar o exemplo ou de ter autoridade, a menor que seja, para defender o direito, o legal, o legítimo.
Diante desse governo falar em violência e ilegalidade no uso do poder de polícia por parte das forças de segurança do aparato estatal parece trivial. Para os atuais ocupantes do executivo gaúcho, de fato, é. Só tratando a violência como trivialidade se mata um militante de um movimento social com um tiro de espingarda calibre 12 nas costas. Só um governo com graves problemas legais torna possível um acontecimento como esse.
Só que há lei. E Elton Brum foi assassinado. Fosse a lei respeitada, o assassino deveria ser demitido por justa causa e encarcerdo. Ganha um murro quem negar, diria o governo. Porque num governo fora da lei, a morte se faz regra. Até quando?

O que pode justificar isso?


Seu nome era Elton Brum da Silva. Seu crime: Participar de um movimento social organizado, que busca justiça social, através da distribuição justa do mais rico meio de produção do Brasil, a terra.
A pena: execução sumária. Morte por disparo de arma de fogo de grosso calibre, praticado por um Agente do Estado, sob os olhares cúmplices de membros do Ministério Público Estadual.
O MST divulgou as fotos do corpo de Elton. Posto elas aqui como forma de evidenciar o extremo profissionalismo, do grupo criminoso, em que o Governo Yeda tenta transformar a Brigada Militar.

"Mal súbito", causado por disparo de calibre 12, a queima-roupa, mata trabalhador Sem-Terra em São Gabriel.


Mais uma vítima da insanidade que tomou conta do Rio Grande do Sul, desde a instalação do "novo jeito de sufocar protestos", do governo Yeda Crusius.
Vamos aos fatos:
Aproximadamente 700 trabalhadores rurais, do Movimento Sem Terra, ocupam uma parte do complexo Southal, em São Gabriel, ao mesmo tempo em que outro grupo, para pleitear uma audiência com o prefeito, ocupa a Prefeitura.
A "desocupação da Prefeitura", se deu em meio à violenta ação da brigada militar, que usou do expediente herdado do Coronel Mendes, a pancadaria, para retirar os trabalhadores do Paço. Denúncias de prisões arbitrárias, tortura dos cativos, e espancamentos foram feitas na ocasião.
A brigada foi novamente para cumprir oredem de desocupação dessa vez da fazenda Southal. Foram mobilizados 300 homens e um aparato de guerra, composto por viaturas, aqueles cães que são treinados para odiar pobres (foto), até mesmo retroescavadeiras (coisa que o exército de Israel usa para destruir casas de indesejados).
O resultado não poderia ser outro. O trabalhador rural Elton Brum, 44 anos, foi assassinado com um tiro de espingarda calibre 12, durante a desocupação. Segundo o Deputado Estadual Dionilso Marcon (PT-RS), o trabalhador foi morto por um disparo, à queima roupa e pelas costas.
Tal fato caracterizaria uma execução, sem motivo e, como toda execução, sem dar chance de defesa à vítima.
Após o disparo, o trabalhador foi levado ao Hospital de Caridade de São Gabriel, onde chegou morto. Nesse momento a Brigada divulgava a informação de que o trabalhador tinha morrido, vítima de um mal súbito. A informação foi desmentida de imediato, no próprio hospital.
A mesma Brigada militar, que afirmou que um trabalhador alvejado por uma arma de grosso calibre, a queima-roupa, sofreu um mal súbito, agora afirma que há 14 feridos no local do ataque. O MST divulga nota, na qual afirma que "O número de feridos com estilhaços, espadas e mordidas de cachorros é maior do que as catorze pessoas anunciadas pela Brigada."
O mais impressionante disso tudo, é que não foi uma ação feita às escondidas. Membros do Ministério Público Estadual acompanhavam toda a ação, de uma distância segura (alguém sabe qual é o raio de ação de uma espingarda calibre 12?). e o que disseram sobre a ação, e o extermínio de um trabalhador?
De acordo com Blog RS Urgente, uma promotora, chamada Lisiane Villagrande, que assistia tudo, longe do raio de ação das espingardas, afirmou que a ação da Brigada Militar foi "EXTREMAMENTE PROFISSIONAL".
A promotora simplesmente afirmou que, ao ferir vários manifestantes, e assassinar um a queima-roupa, com um disparo de arma de grosso calibre, a Brigada Militar cumpriu sua função? Buenas, é fácil de entender o porquê esse mesmo Ministério Público Estadual, esforçou-se tanto em criminalizar os movimentos sociais, em especial o MST, nos últimos anos. O projeto é "pau nos que protestam, se não der resultados, apelemos ao 'profisionalismo da Brigada Militar'".
A cúpula do Governo do Estado, e a própria Governadora Yeda Crusius, chefe hierárquica dos assassinos de São Gabriel, até o momento, não haviam se manifestado sobre o assunto.
Afinal, "não é com eles mesmo".

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Record compra o documentário "Muito Além do Cidadão Kane".


Em mais um capítulo da novela que se tornou o conflito aberto entre as maiores empresas de comunicação do país, a dominante Rede Globo, e a aspirante ao posto, Rede Record, essa adquiriu os direitos de reprodução do famoso, mas muito pouco visto documentário, institulado Muito Além do Cidadão Kane.

O documentário, dirigido por Simon Hartog e produzido pela emissora inglesa Channel Four, em 1993, analisa o padrão Globo de comunicação, suas formas de inserção no imaginário popular, de dominação dos debates (pré-sugeridos pelas pautas de seus telejornais), seu poderio, audiência e a amplitude de seu sinal (conclui que a Globo "pega" até em liquidificadores), com números que muitas vezes foram divulgados pela própria emissora.

A forma como esse poder é utilizado pelo dono da emissora, à época, Roberto Marinho, é o ponto central do filme. Com depoimentos de artistas, políticos, ex-empregados, ex-dirigentes da empresa, de concorrentes e aliados da Globo, uma parte, por muitos não conhecida, ou não vista da Rede é evidenciada, exposta, desnudada: A manipulação da informação, de imagens, de fatos, sempre de forma a favorecer seus próprios interesses econômicos. A forma como a Globo contribuiu para a fixação dos ideais de consumo em uma sociedade altamente desigual, e a defsa que essa faz do sistema político que lhe favorece.

Vários fatos da recente História do país são expostos, da forma como realmente ocorreram e da forma como a Globo os apresentou. A absurda cobertura das manifestações da campanha pelas "Diretas", ou a sua omissão em divulgá-la, o famoso debate entre Lula E Collor de Mello, bem como a "versão editada", mostrada no Jornal Nacional, dentre outros.

A relação da Globo com a ditadura militar, a forma como os generais investiram maciçamente na formãção de uma rede nacional, em nome da "Segurança Nacional". Dinheiro público, despejado diretamente nos cofres dos Marinho.

Foi a melhor notícia desse "conflito de cagados". Finalmente a população poderá ter acesso a um documentário de qualidade, que desnuda o rei, o deixa vermelho, tão furioso que chegou a proibir a exibição pública do filme, um ato que por si só, mostra o modus operandi dessa empresa.

A briga entre as emrpesas é ridícula, o roto atacando o rasgado, mas pode acabar dando bons frutos. Mas antes que as duas percebam que podem perder muito se agredindo, e resolvam sair abraçadas cantando "Amigos para sempre", vou postar aqui um link para download do filme, via torrent, caso as duas se acertem e o filme seja engavetado, escondido em algum templo, debaixo de algum "saquinho de oferendas".


Para fazer o download via torrent clique aqui.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Vox Populi diivulga pesquisa para a sucessão presidencial. Dados divergem, e muito, da pesquisa do Datafolha.

Pesquisa Datafolha, amplamente divulgada pelo P.I.G, mostra José Serra na liderança com 37% das intenções de voto. Dilma vem logo em seguida, com 16%, empatada tecnicamente com Ciro, que atingiu 15%. A diferença entre Serra e Dilma, é de 19 pontos percentuais. Muito menos que a pesquisa anterior, também do Datafolha, na qual Serra liderava com 41%, contra apenas 11% de Dilma.
A queda, mesmo mantendo a liderança revelaria uma tendência de uma grande queda de José Serra e ascenção de Dilma Roussef. Mas o movimento das "intenções de voto" ainda é maior, favorável à Ministra, se levarmos em consideração a pesquisa do instituto Vox Populi, divulgada hoje, apenas um dia após a do Datafolha, que mostra os seguintes números:

Estranhamente, nessa pesquisa, a diferença entre José Serra e Dilma Roussef, é de apenas 9 pontos percentuais. Em outro cenário (foto abaixo) a diferença aumenta, mas não chega nem perto da que foi exposta pelo instituto, Datafolha, chegando a 12%. Uma brutal queda com relação às pesquisas de março.

O que deixa a situação realmente interessante, é a enorme diferença entre os números das pesquisas dos dois institutos. As explicações são as mais diversas, mas a mais coerente das que encontrei foi a de um leitor do blog "Vi o Mundo", do jornalista Luiz Carlos Azenha, a qual copio e colo abaixo:

Marcos Doniseti em 19/agosto/2009 as 18:47

PHA, quer saber como o Datafolha se transformou em DataFraude? Foi assim:
A mais recente pesquisa do instituto Datafolha foi manipulada de maneira a beneficiar, de maneira descarada, ao candidato tucano, José Serra, e prejudicar a provável candidata do PT, Dilma Rousseff.
Como se deu tal manipulação?
Simples: o Datafolha alterou, drasticamente, o percentual de eleitores de cada região do país que deveria ter pesquisado.
A mais recente pesquisa do IBGE mostrou que a divisão da população brasileira, por regiões, é a seguinte (aproximadamente):
Sudeste – 41%Nordeste – 28%Sul – 15%Norte/Centro-Oeste – 16%
Total – 100%
No entanto, a pesquisa Datafolha entrevistou os eleitores, por região do país, com base em uma proporção totalmente diferente, que foi a seguinte:
Sudeste – 63,7%Nordeste – 18%Sul – 9,3%Norte/Centro-Oeste – 9%.
Total – 100%
Com isso, a região Sudeste ficou super-representada no resultado final da pesquisa Datafolha, enquanto que as demais regiões ficaram sub-representadas na mesma pesquisa.
E como a própria pesquisa Datafolha demonstrou, o candidato José Serra obteve o seu melhor resultado na pesquisa justamente na região… Sudeste. No Sudeste, Serra atinge 44% das intenções de voto, contra 13% de Dilma. Assim, no Sudeste, Serra abre uma vantagem de 31 p.p. sobre Dilma.
Enquanto isso, no Nordeste, Serra alcança apenas 31%, ou seja, 13 p.p. a menos do que no Sudeste. E Dilma, no mesmo Nordeste, obtém 18% na pesquisa Datafolha. Logo, na região nordestina, a vantagem de Serra sobre Dilma cai para 13 p.p.
Já no Norte/Centro-Oeste, Serra alcança os 32% e Dilma obtém 19%, mostrando uma diferença de apenas 12 p.p. em favor do candidato tucano.
E no Sul do país, Serra atinge os 37% e Dilma fica com 19%, uma diferença de 18 p.p. em favor do candidato do PSDB.
Assim, fica claro que a pesquisa Datafolha teve o seu resultado final fortemente alterado, em benefício do candidato José Serra, pela forma com que o instituto modificou a proporção de eleitores de cada região do país.
Enquanto o Sudeste teve 63,7% de eleitores entrevistados (sendo que o correto seria algo em torno de 41%) as demais regiões do país tiveram apenas 36,3% de eleitores entrevistados pelo Datafolha, sendo que o correto seria algo em torno de 59%.
E em qual região Serra obtém os seus melhores índices de intenção de voto? no Sudeste, que teve um aumento brutal na proporção de eleitores pesquisados pelo Datafolha, passando de 41% do total para quase 64% do total de entrevistados.
Assim, o percentual que Serra obteve na pesquisa Datafolha, de 37%, seria bem diferente, em alguns pontos percentuais menor, caso a proporção de eleitores, por região do país, tivesse sido respeitada pelo Datafolha.
E como Dilma obteve resultados melhores nas demais regiões do país, quando comparado com o Sudeste, o percentual que ela alcançou na pesquisa Datafolha, foi reduzido em vários ponto percentuais, em função desta manipulação que o instituto fez nesta pesquisa.
Portanto, seria perfeitamente correto dizer que o instituto Datafolha promoveu uma fraude descarada nesta pesquisa para a eleição presidencial de 2010 e de maneira a beneficiar, escandalosamente, o candidato tucano José Serra.
E foi desta maneira que o Datafolha virou o DataFraude.
Em tempo: Bateu o desespero no P.I.G, na coligação DEMO-TUCANA e na elite ávida pelaa intensificação das putarias-público-privadas, vistas e revistas no governo anterior.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Eduardo Galeano: Um tema para arqueólogos

Texto extraído do site da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), que inicia a disputa com os banqueiros, pela sobrevida dos bancários:

Desde 1919, foram assinados 183 convênios internacionais que regulam as relações de trabalho no mundo. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, desses 183 acordos, a França ratificou 115, a Noruega 106, a Alemanha 76 e os EUA…14. O país que lidera o processo de globalização só obedece suas próprias leis. E assim garante suficiente impunidade às suas grandes corporações, que se lançam à caça de mão-de-obra barata e à conquista de territórios que as indústrias sujas possam contaminar ao seu bel prazer.
A cada semana, mais de noventa milhões de clientes acorrem às lojas Wal-Mart. Aos seus mais de novecentos mil empregados é vedado filiar-se a qualquer sindicato. Quando um deles tem essa idéia, passa a ser um desempregado a mais. A vitoriosa empresa, sem nenhum disfarce, nega um dos direitos humanos proclamados pelas Nações Unidas: a liberdade de associação. O fundador da Wal-Mart, Sam Walton, recebeu em 1992 a Medalha da Liberdade, uma das mais altas condecorações dos Estados Unidos.
Um de cada quatro adultos norteamericanos e nove de cada dez crianças comem no McDonald´s a comida plástica que os engorda. Os empregados do McDonald´s são tão descartáveis quanto a comida que servem: são moídos pela mesma máquina. Também eles não têm o direito de se sindicalizar.
Na Malásia, onde os sindicatos de operários existem e atuam, as empresas Intel, Motorola, Texas Intruments e Hewlett Packard conseguiram evitar esse aborrecimento, graças a uma gentileza do governo.
Também não podiam agremiar-se as 1901 operárias que morreram queimadas na Tailândia, em 1993, no galpão trancado por fora onde fabricavam os bonecos de Sesame Street, Bart Simpson e os Muppets.
Durante sua disputa eleitoral, Bush e Gore coincidiram na necessidade de continuar impondo ao mundo o modelo norteamericano de relações trabalhistas. “Nosso estilo de trabalho”, como ambos o chamaram, é o que está determinando o ritmo da globalização, que avança com botas de sete léguas e entra nos mais remotos rincões do planeta.
A tecnologia, que aboliu as distâncias, permite agora que um operário da Nike na Indonésia tenha de trabalhar cem mil anos para ganhar o que ganha, em um ano, um executivo da Nike nos EUA, e que um operário da IBM nas Filipinas fabrique computadores que ele não pode comprar.
É a continuação da era colonial, numa escala jamais vista. Os pobres do mundo seguem cumprindo sua função tradicional: proporcionam braços baratos e produtos baratos, ainda que agora produzam bonecos, tênis, computadores ou instrumentos de alta tecnologia, além de produzir, como antes, borracha, arroz, café açúcar e outras coisas amaldiçoadas pelo mercado mundial.
Desde 1919, foram assinados 183 convênios internacionais que regulam as relações de trabalho no mundo. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, desses 183 acordos, a França ratificou 115, a Noruega 106, a Alemanha 76 e os EUA…14. O país que lidera o processo de globalização só obedece suas próprias leis. E assim garante suficiente impunidade às suas grandes corporações, que se lançam à caça de mão-de-obra barata e à conquista de territórios que as indústrias sujas possam contaminar ao seu bel prazer. Paradoxalmente, este país que não reconhece outra lei além da lei do trabalho fora da lei, é o mesmo que agora diz: não há outro remédio senão incluir “cláusulas sociais” e de “proteção ambiental” nos acordos de livre comércio. Que seria da realidade sem a publicidade que a máscara?
Essas cláusulas são meros impostos que o vício paga à virtude, debitados na rubrica Relações Públicas, mas a simples menção dos direitos trabalhistas deixa de cabelo em pé os mais fervorosos advogados do salário da fome, do horário de elástico e da livre despedida. Quando deixou a presidência do México, Ernesto Zedillo passou a integrar a diretoria da Union Pacific Corporation e do consórcio Procter & Gamble, que opera em 140 países. Além disso, encabeça uma comissão das Nações Unidas e divulga seus pensamentos na revista Forbes: em idioma tecnocratês, indigna-se contra “a imposição de estândares laborais homogêneos nos novos acordos comerciais”. Traduzido, isso significa: lancemos de uma vez na lata do lixo a legislação internacional que ainda protege os trabalhadores. O presidente aposentado ganha para pregar a escravidão. Mas o principal diretor-executivo da General Electric se expressa com mais clareza: “Para competir é preciso espremer os limões”. Os fatos são os fatos.
Diante das denúncias e dos protestos, as empresas lavam as mãos: não fui eu. Na indústria pós-moderna, o trabalho já não está concentrado. Assim é em toda parte e não só na atividade privada. As três quartas partes do carro Toyota são fabricadas fora da Toyota. De cada cinco operários da Volkswagen no Brasil, apenas um é empregado da Vokswagen. Dos 81 operários da Petrobrás mortos em acidentes de trabalho nos últimos três anos, 66 estavam a serviço de empresas terceiristas que não cumprem as normas de segurança. Através de trezentas empresas contratadas, a China produz a metade de todas as bonecas Barbie para as meninas do mundo. Na China há sindicatos, sim, mas obedecem a um estado que, em nome do socialismo, ocupa-se em disciplinar a mão-de-obra: “Nós combatemos a agitação operária e a instabilidade social para assegurar um clima favorável aos investidores”, explicou recentemente Bo Xilai, secretário-geral do Partido Comunista num dos maiores portos do país.
O poder econômico está mais monopolizado do que nunca, mas os países e as pessoas competem no que podem: vamos ver quem oferece mais em troca de menos, vamos ver quem trabalha o dobro em troca da metade. À beira do caminho vão ficando os restos das conquistas arrancadas por dois séculos de lutas operárias no mundo.
Os estabelecimentos moageiros do México, América Central e Caribe, que por algo se chamam sweat shops, oficinas de suor, crescem num ritmo muito mais acelerado do que a indústria em seu conjunto. Oito de cada dez novos empregos na Argentina, são precários, sem nenhuma proteção legal. Nove de cada dez empregos em toda a América Latina correspondem ao “setor informal”, eufemismo para dizer que os trabalhadores estão ao deus dará. Acaso a estabilidade e os demais direitos dos trabalhadores, dentro de algum tempo, serão temas para arqueólogos? Não mais do que lembranças de uma espécie extinta?
A liberdade do dinheiro exige trabalhadores presos no cárcere do medo, que é o cárcere mais cárcere de todos os cárceres. O deus do mercado ameaça e castiga; e bem o sabe qualquer trabalhador, em qualquer lugar. Hoje em dia o medo do desemprego, que os empregadores usam para reduzir seus custos de mão-de-obra e multiplicar a produtividade, é a mais universal fonte de angústia. Quem está a salvo de ser empurrado para as longas filas que procuram trabalho? Quem não teme ser transformado num “obstáculo interno” , isso para usar as palavras do presidente da Coca-Cola, que há um ano e meio explicou a demissão de trabalhadores dizendo “eliminamos os obstáculos internos”.
E uma última pergunta: diante da globalização do dinheiro, que divide o mundo em domadores e domados, seremos capazes de internacionalizar a luta pela dignidade do trabalho? Haja desafio…
(Artigo publicado originalmente em 2001 e incluído no livro “O teatro do bem e do mal”, publicado no Brasil pela L&PM)

Assassinato sem cadáver.

Texto comentário do site Conversa Afiada:

Dra. Lina e como o PiG(**) e os tucanos funcionam: o assassinato de caráter

. A Dra. Lina disse à Folha (*) que a Ministra Dilma Roussef a pressionou para andar depressa com uma investigação da Receita Federal sobre um filho do presidente do Senado.
. A Dra. Lina não sabe quando foi a reunião, a que horas, onde foi a reunião.
. Não tem testemunha.
. Nem prova de que houve a reunião.
. Clique aqui para ler
. O resto, como dizia o Nelson Rodrigues, é o luar de Paquetá.
. A partir daí, o PiG (**) e os demo-tucanos jogaram o pingue-pongue de sempre.
. Os demo-tucanos jogam para o PiG(**).
. O PiG (**) dá cobertura aos demo-tucanos.
. A partir daí, os demo-tucanos jogam o jogo do “assassínio de caráter”.
. Associar o nome “Dilma Roussef” a um crime.
. Não importa se houve crime.
. Não importa se há cadáver.
. Não importa se o grampo não tem áudio.
. O objetivo é “assassinar o caráter” no PiG (**).
. A Lúcia Hippólito, por exemplo, colonista (***) da GloboNews, considera que a Dra. Lina teve um desempenho impecável.
. O fato de não ter prova da reunião não tem a menor importância.
. O que importa, para a Hippólito, é o que chama de “estilão” da Dilma Rousseff.
. Ou seja, para o PiG(**), é a Dilma Roussef quem tem que provar que NÃO houve a reunião.
. Teria havido, segundo Hippólito, uma reunião “fora da agenda” da Dilma.
. Interessante.
. E por que não está na agenda da Dra. Lina ?
. A Hippólito reúne, GloboNews, o que o PiG(**) tem de mais explícito: é tudo muito normal, desde que a Dilma seja flagrada no local do crime (que não houve). (****)
. “Assassinar o caráter” só é possível porque existe uma ligação genética, orgânica entre o PiG(**) golpista e os demo-tucanos, de golpista tradição.
Paulo Henrique Amorim
Em tempo: um amigo navegante acompanhou a tentativa de “assassinato de caráter” de Dilma Rousseff, pela GloboNews. Observou que as intervenções das “supostas” reportagens e “supostos” colonistas (***) deveriam ser enquadradas como “propaganda partidária”. Não há mais qualquer compromisso com a objetividade. A GloboNews é o PSDB. Lúcia Hippólito ainda pertence aos quadros da UDN, de onde jamais saiu. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ministro Ayres Britto deveria dar direito de resposta à Situação. A GloboNews não é News. É opinião. Ela tem parte, ela é um partido político. E o TSE deveria enquadrá-la.
(*)Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele acha da investigação, da “ditabranda”, do câncer do Fidel, da ficha falsa da Dilma, de Aécio vice de Serra, e que nos anos militares emprestava os carros de reportagem aos torturadores.
(**)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
(***)Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(****) A Hippólito está preocupada com o currículo da Ministra Dilma. E o diploma do Zé Pedágio. Ele é dotado de “notório saber”, Hippólito. “Notório”, como ? Quem disse que é “saber notório” ?

Nota do blogueiro: Como pode uma palavra como acelerar, tornar-se sinônimo de encerrar? Como pode uma reunião que existiu na cabeça de uma senhora, tornar-se um crime cometido por uma Ministra? Como podem as "algazarras" do senhor do Maranhão, tornarem-se os crimes de Dilma Roussef? Só o PIG tem esse poder. Forma e transforma. É fantástico mesmo. É a isso que chamam liberdade de imprensa? transformar o que bem entendem, no que bem entendem?

O que esperar do "facilitador" da quadrilha de Dantas?

Em reportagem do "perseguido" Jornal, o Estado de São Paulo, o supremo Presidente do Supremo (esfera na qual Daniel Dantas afirmava que teria facilidades, e teve) Gilmar Mendes, declarou que o Ministério Público Federal deveria pedir desculpas à Governadora Yeda Crussius, ao PSDB, à Dantas, ao Maluf, Pitta e Naji Nahas, à muitas empreiteiras e empresas sérias e responsáveis, ao Gargamel, ao Darth Vader... ops, me excedi um pouco.
Bom eu vou parar por aqui, mas vou copiar e colar a declaração, mas aviso, só leiam se ainda não tiverem jantado. Vomitei meu miojo lendo:
Texto extraído do site do "perseguido jornal" O Estado de São Paulo, vulgo "Estadão":

Mendes: MP deve desculpas ao País por uso partidário

SÃO PAULO - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse hoje que o Ministério Público (MP) deve desculpas ao País por ter utilizado a estrutura do Estado para fins partidários durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, membros do MP atuaram por anos como "braço judicial de partidos de oposição" e "propunham todo tipo de ação", principalmente de improbidade administrativa contra autoridades.

"Eu tenho a impressão de que no plano federal isso mudou, mas é preciso inclusive que o Brasil faça essa reflexão sobre esse tempo, que (esses integrantes do MP) peçam desculpas, que digam que usaram, que até indenizassem o Estado por terem usado indevidamente força de trabalho paga pelo poder público, pela sociedade, para fins partidários", afirmou, após se reunir com a diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.

Na semana passada, Mendes havia dito que alguns setores do Ministério Público precisavam melhorar muito para ficarem ruins. "Na verdade, eu falei sobre isso em um contexto específico, dizendo que em alguns Estados o Judiciário não vai bem, mas que também o MP está ainda um estágio abaixo do Judiciário e não funciona, não recebe processos, é responsável pela prescrição", afirmou.

Ele afirmou que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) precisa atuar nesses casos, a exemplo do que tem feito o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). "O MP também precisa fazer isso, até porque o que está acontecendo no quadro geral? O mau funcionamento que às vezes é atribuído ao Judiciário decorre do mau funcionamento do MP - processos criminais que prescrevem porque foram abandonados no âmbito do MP e outras questões", citou. "As costas largas acabam sendo do Judiciário", ironizou.

Mendes disse também que é preciso definir o âmbito das ações de improbidade administrativa - na semana passada, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, foi denunciada pelo Ministério Público Federal na Justiça de primeira instância. Citando o caso do julgamento do ex-ministro de Ciência e Tecnologia Ronaldo Sardenberg, que teve a condenação anulada, o presidente do STF respondeu que a governadora tem foro privilegiado - no caso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

"Esse tema precisa ser definido, porque muitas vezes se presta à manipulação, politização, excessos", afirmou Mendes. Questionado sobre se o caso de Yeda se encaixava como exemplo, ele respondeu: "Não sei, mas em geral isso se presta muitas vezes à politização, obtenção de liminares para afastamento dos ocupantes de cargos, deputados, senadores, governadores, prefeitos, gerando na verdade grandes tumultos institucionais."

Nota do blogueiro: Acharam os "stalinistas" de Carlos Crusius, estão no MPF.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Petista preso por pedofilia em São Paulo.

Se fosse realmente um petista, a notícia seria dada, mais ou menos nesses tons. Mas como trata-se de um político "amigo", ou de um partido amigo, a notícia foi dada de forma diferente.
Falou-se em engenheiro, em secretário da Prefeitura de Sorocaba, mas, obviamente, o PIG protegeu a sigla, que sustenta o político "papa-anjos". E é claro, um bom tempo de telejornal usado para bater na candidata do PT, Dilma Roussef, com a história do suposto "apressar", que no dicionário do PIG, se tornou "encerrar".
É como diria Paulo Henrique Amorim em seu site, o Conversa Afiada: "Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista."

O texto abaixo foi extraído do blog do "Onipresente":

Pedofilia: Tucano fez pelo menos 4 vítimas

SÃO PAULO - O Ministério Público descobriu mais uma menina, de apenas 12 anos, que teria feito sexo com o engenheiro Januário Renna, de 63 anos, secretário de Administração da Prefeitura de Sorocaba, administrada pelo PSDB. A menina teria contado que fez sexo com Renna por pelo menos quatro vezes. A polícia procura uma pessoa que teria agenciado o encontro e investiga a existência de uma rede de prostituição infantil na cidade, que fica a 95 km de São Paulo.foi preso em flagrante neste fim de semana, num motel no município de Itu, com três adolescentes- duas de 14 anos e uma de 15 anos. Casado, pai de três filhos, ele ocupava o cargo desde 2005 e foi exonerado.
A prisão foi feita por policiais do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), da capital, que investigava Renna há duas semanas. Ele foi indiciado por induzir à prostituição menores de idade e pode pegar até 12 anos de prisão. Para promotor,a prisão de Renna testará lei mais rigorosa contra pedofilia.
A polícia diz que recebeu denúncia anônima e só descobriu que se tratava de um político na hora do flagrante.
Segundo a polícia, ele já havia se encontrado com as adolescentes outras vezes. Cada menina recebeu R$ 100 pelo programa, mas ele teria atraído as garotas com promessa de pagar até R$ 1 mil.
As três adolescentes são amigas de infância e moram em um bairro simples na periferia da cidade de Salto, a 110 km de São Paulo. Após serem ouvidas, as três menores foram levadas de volta para a casa dos responsáveis. Mas, para o Ministério Público, esse não é o melhor lugar para elas ficarem. Por isso, a promotoria pediu à justiça que elas sejam encaminhadas a um abrigo.
O promotor suspeita que as adolescentes possam ser vítimas de uma rede de prostituição infantil. E quer que elas meninas fiquem protegidas durante as investigações.

O PSDB - Partido da Social-democracia, distribuindo renda para os mais necessitados

As três adolescentes são amigas de infância e moram em um bairro simples na periferia da cidade de Salto, a 110 km de São Paulo. Após serem ouvidas, as três menores foram levadas de volta para a casa dos responsáveis. Mas, para o Ministério Público, esse não é o melhor lugar para elas ficarem. Por isso, a promotoria pediu à justiça que elas sejam encaminhadas a um abrigo.
O promotor suspeita que as adolescentes possam ser vítimas de uma rede de prostituição infantil. E quer que elas meninas fiquem protegidas durante as investigações.

domingo, 16 de agosto de 2009

Como ler a pesquisa do Datafolha. Serra em queda. Bye-Bye Serra 2010

Do site Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim:

. Depois de muito tempo, a Folha (*) publicou pesquisa eleitoral – leia no site do jornal se você for assinante.
. O Conversa Afiada não acredita em pesquisas eleitorais num país em que três famílias e dois institutos de opinião pública tentam controlar a opinião pública.
. As três famílias fazem o PiG (**), órgãos de imprensa medíocres.
. E os dois institutos de pesquisa erram mais do que acertam.
. E tendem a antecipar e confirmar o que dizem as páginas editoriais da Folha (*) e do Globo, maior cliente do Ibope.
. Portanto, é preciso ler o último Datafolha como se fosse uma extensão da página de editoriais de Folha.
. Assim sendo, percebe-se:
1. Apesar de todo o esforço do PIG (**), Serra está em queda.2. Ele se encontra no mesmo degrau em que sempre esteve desde a eleição de 2002.
3. É o mesmo degrau em que perdeu a eleição o Gilberto Alckmin – Serra e Alckmin tomaram uma surra de Lula de 61% a 39%.
4. Dilma sobe.
5. Ciro só sai candidato a governador de São Paulo se ficar muito claro que ele não ultrapassa a Dilma e que Serra não tem chance de ganhar para presidente.
6. Marina Silva, que, como se sabe, não acredita em Darwin, se tornou a nova musa do PiG (**) e tem 3% dos votos.
7. É cedo. É cedo, é preciso esperar que Marina chegue ao degrau de Cristóvam Buarque, o outro traíra – e lá fique.
8. A popularidade do Lula continua nas alturas, mesmo depois de Sarney e da gripe suína, as mais recentes batalhas (perdidas) do PiG (**).
. Portanto, a situação de Serra é “estável” – como a daqueles doentes na UTI: “estável” .
. (Saiba mais sobre o esforço brutal que Serra fez para impedir que se investigasse se ele é ladrão).
. Serra está onde sempre esteve a UDN.
. Nos 30%.
. Foi onde Eduardo Gomes (***) perdeu duas vezes a eleição: nos 30%.
Paulo Henrique Amorim
Leia também:
Bahia: Dilma 32% x 22% SerraBye-bye Serra 2010

(*) Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele acha da investigação, da “ditabranda”, do câncer do Fidel, da ficha falsa da Dilma, de Aécio vice de Serra, e que nos anos militares emprestava os carros de reportagem aos torturadores.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(***) Eduardo Gomes foi aquele que chamava os pobres de “marmiteiros”. É a ofensa que equivale hoje a chamar o “Bolsa Família” de “Bolsa Preguiça”.

O blogueiro concorda com tudo o que foi exposto no texto acima. Especialmente na crítica ao dispositivo das pesquisas eleitorais.

A democracia amordaçada

Por Adão Paiani
A Democracia brasileira experimenta os efeitos da sua juventude. E uma parcela significativa da sociedade, com o dever de defendê-la, ainda oscila entre o desejo de vivenciar sua maturidade e a falta de um compromisso mais profundo com a sua manutenção. Quase vinte e cinco anos depois do término de nosso último período autoritário, ainda querem nos sujeitar a refluxos autoritários intoleráveis.
A falta de zelo com a preservação de direitos arduamente conquistados é reflexo de nossa formação cultural e histórica, com raízes em um passado colonial espoliador; avançando por uma independência inconclusa, com a excrescência de uma experiência monárquica numa América republicana; por uma república oligárquica; por períodos de escancarada ditadura e outros de curta experiência democrática institucional.
No Rio Grande; cujo episódio fundador remete a uma revolução forjada por uma elite rural, apenas e mal bafejada pelas idéias libertárias e republicanas que incendiavam a Europa da primeira metade do século XIX; tivemos a ditadura do positivismo castilhista, e o caudilhismo político, ao qual ainda há bem pouco nos submetiam incondicionalmente. Tudo isso não faz muito tempo. Foi logo ali atrás, na volta da esquina da história.
A falta de intimidade com a democracia; que a maioria ainda acredita ser apenas a capacidade de poder escolher, de tempos em tempos, a quem delegamos os poderes inerentes à cidadania; apesar do longo caminho percorrido até aqui; e o quase quarto de século de normalidade institucional, nos dão uma falsa segurança que nos leva a esquecer da importância de se responder a qualquer ataque à sua integridade e que a defesa da democracia deve ser um processo contínuo.
Faço esse preâmbulo para analisar a forma como a Brigada Militar se portou, por uma decisão do seu comando, frente à manifestação popular realizada em frente ao Palácio Piratini, pedindo o impeachment de Yeda Crusius e demonstrando a inconformidade e revolta que percorre o Estado inteiro para com a quadrilha instalada em um local que já foi símbolo de resistência para mais de uma geração de gaúchos; hoje transformado em um covil de ladrões.
As declarações e postura do Comandante-Geral da corporação, Cel. João Carlos Trindade Lopes, de “não permitir cartazes ou faixas com ofensas pessoais a qualquer pessoa”, de acordo com seu entendimento, são uma afronta às garantias constitucionais que sustentam a liberdade de expressão e manifestação e ao próprio Estado Democrático de Direito, e demonstram a submissão da Brigada Militar, esquecida de sua condição de órgão de Estado, ao papel de guardiã e protetora de um governo claudicante, corroído pelo descrédito e pelas safadezas praticadas.
Na ânsia de mostrar serviço, o Comandante-Geral estabelece, na prática, uma diretriz operacional que determina que somente manifestações a favor do governo sejam permitidas. Pelo menos não se tem conhecimento que a meia dúzia de manifestantes do PSDB que se postou em frente à Assembléia Legislativa, num medíocre contraponto à mobilização popular, tenha sido molestada com seus cartazes de apoio à sua Governadora.
A conduta operacional da Brigada Militar não teve sequer a desculpa razoável de, tecnicamente, dar segurança aos próprios manifestantes, prevenindo confrontos, resguardando o direito de ir e vir dos não participantes, ou de prevenir prejuízos a bens públicos ou particulares em eventuais excessos; isso sim, inerente ao poder de polícia. O que se viu foi a petulância de um Comandante Militar querer pautar a liberdade de expressão e manifestação popular; sem qualquer legitimidade ou autoridade para tal, tentando amordaçar a Democracia e cercear direitos constitucionalmente garantidos, sob o comando de superiora hierárquica sob judice; esquecendo-se que ordens absurdas e ilegais não se abrigam sob a obediência devida.
Esse é um governo que, definitivamente, passou de todos os limites. Misto de tragédia e ópera bufa acredita governar um rincão do mundo qualquer. Temos o dever de responder à altura e reduzi-lo às suas verdadeiras dimensões. Cabe à sociedade organizada reagir e denunciar aqueles que ainda julgam ser possível conduzir-nos, silentes, como cordeiros em direção aos lobos famintos; e tornar cara demais a menor tentativa de sufocar a liberdade que tão duramente conquistamos e a democracia que ainda estamos construindo.
*Texto extraído do blog RS Urgente.
Nota do blogueiro: A ação do fascio guasca não ficou restrita "apenas", à cassação do direito de livre expressão e manifestação popular, mas chegou aos extremos do uso indiscrimindado da força física contra outros manifestantes.
Refiro-me ao protesto realizado pelo Movimento Sem Terra, que ocupou a sede da prefeitura, como forma de pleitear audiência com o prefeito, pedido diversas vezes negado.
Ao cumprir ordem de reitegração de posse, a brigada militar utilizou-se do expediente clássico da "porrada", para retirar os manifestantes, e segundo o site do Movimento "pelo menos trinta pessoas, entre crianças e adultos, ficaram feridos – algumas pessoas tiveram dedos e braços quebrados – durante o despejo forçado realizado pela Brigada Militar. Todos os 250 Sem Terra foram identificados e humilhados. Os manifestantes foram encurralados dentro da Prefeitura, onde foram golpeados com cacetete, chutes e tapas dos policiais."
Mesmo após a detenção, quando levados a uma delegacia para registro e identificação, os camponeses continuaram sendo agredidos por policiais: "continuaram recebendo golpes de cacetete, chutes, socos e tapas dos policiais. Chegou a ser montado um “corredor polonês” pelo qual as pessoas foram obrigadas a passar enquanto recebiam chutes e cacetadas. Os Sem Terra serviram inclusive como cobaias: a nova pistola elétrica, que deveria ser usada para ajudar em imobilizações durante perseguição policial, foi utilizada para dar choque nas pessoas."
Esse tipo de ação tem ocorrido com certa frequencia, especialmente quando se trata do MST.
Outro ato que causa preocupação, foi a prisão do PE RUDIMAR DAL´ASTA, durante o protesto do "Fora Yeda". Recebi a informação através de e-mail, enviado pelo professor Cleo Bonotto.
O Padre foi preso, por, de acordo com os relatos de testemunhas no local, ter sido denunciado por uma militante do PSDB por arremessar ovos e pedras contra os tucanos, que nesse momento, impediam o tráfego pela rua Duque de Caxias.
Atos que ferem vários preceitos democráticos, além de inúmeros artigos da cosntituição. A barbárie de um governo que já terminou, e faz uso da violência para permanecer por mains alguns dias, horas, minutos...