sábado, 31 de julho de 2010

Quem quer aparecer na foto com José Serra?

Eu não quero, e pelo visto, nem os tucanos de Minas Gerais.

O Itamar é o candidato a presidente do Anastasia?
Deve ser o "efeito IBOPE".
Pesquisa encomendada pela Globo dá cinco pontos de vantagem pra Dilma.
Nem os tucanos querem José Serra.
Só o Datafolha quer.

A vergonha e o descaso na fronteira Brasil Uruguai

Do Blog Diário Gauche:



Praça internacional de Livramento é um lixão a céu aberto

Ontem, por ocasião do aniversário de Santana do Livramento - 187 anos da sua fundação - o presidente Lula visitou-a, aproveitando para se encontrar com o presidente do Uruguai, Pepe Mujica, com o qual assinou tratados comuns e conversou sobre a paz na América Latina, entre outros temas.

No entanto, o clima não foi só de festas e rosas, como se diz. Segundo fontes bem informadas repassadas com exclusividade a este blog DG, o presidente Lula ficou aborrecido com o quadro de degradação urbana da Praça Flores da Cunha (Praça dos Cachorros) e do Parque Internacional, em Livramento.

Como se sabe, Livramento, no Brasil, e Rivera , no Uruguai, são cidades-gêmeas, onde existe apenas um único conjunto urbano, sem divisões físicas ou embaraços aduaneiros. Se distingue que estamos numa fronteira internacional apenas pelo som dos idiomas e os cartazes dos anúncios nas lojas comerciais. Lula, segundo a fonte, teria manifestado profunda irritação com o descaso apresentado no lado brasileiro da linha divisória binacional, onde a Praça dos Cachorros está completamente tomada pelo comércio ambulante, debaixo de barracos improvisados e muito sujeira. O Parque Internacional não encontra-se muito diferente: observam-se árvores centenárias cortadas, muitos bancos quebrados, luminárias sem lâmpadas e com a fiação elétrica exposta, pedras portuguesas com grandes falhas, bem como cercado de ambulantes que comercializam alimentos e bebidas em trailers, mesas e cadeiras.

A área pública está, portanto, invadida pelo descaso das autoridades e pelo comércio improvisado e ilegal, num cenário de vale-tudo que degrada a convivência amigável das cidades-gêmeas, tão visitadas por turistas em qualquer época do ano.

Veja o vídeo (acima) e constate você mesmo, como era e como está hoje. Este breve documentário é parte de uma campanha - apartidária e inominada -pela restauração dos dois espaços públicos de Santana do Livramento (RS).

Assine o abaixo-assinado que está aqui no blog Santana do Livramento, especialmente criado para a campanha de revitalização da Praça dos Cachorros e do Parque Internacional.

Mesmo que você não tenha nascido em Livramento, como é o meu caso (nem todos são perfeitos!), por favor, apoie e divulgue esta campanha cidadã.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Ja vai tarde!

Do blog do jornalista Altamiro Borges:

Temendo ser preso, Diogo Mainardi foge

Por Altamiro Borges

Em sua coluna na Veja desta semana, Diogo Mainardi, o pitbul da direita nativa, deu uma notícia que alegrou muita gente. Anunciou que deixará o Brasil. Num texto empolado, ele não explica os motivos da decisão. A única pista surge na frase “tenho medo de ser preso” – será uma confissão de culpa? “Oito anos depois de desembarcar no Rio de Janeiro, de passagem, estou indo embora. Um vagabundo empurrado pela vagabundagem”. Concordo totalmente com a primeira descrição!

O enigmático anúncio levantou muitas suspeitas. Para o blogueiro Paulo Henrique Amorim, uma das vítimas das difamações e grosserias deste pseudojornalista, ele está fugindo para não pagar o que deve. “O Mainardi me deve dinheiro. Ele perdeu no Supremo Tribunal Federal, por decisão do Ministro Toffoli, recurso em uma causa que movo contra ele. Contra ele e o patrão, o Robert (o) Civita... Interessante é que o próprio Mainardi foi quem disse que só escrevia por dinheiro”.

“Fim de uma era de infâmia”

Luis Nassif também suspeita que Mainardi vá deixar o país para evitar a Justiça. A referência ao medo de ser preso “é real. Condenado a três meses de prisão por calúnias contra Paulo Henrique Amorim, perdeu a condição de réu primário. Há uma lista de ações contra ele. As cíveis, a Abril paga, como parte do trato. As criminais são intransferíveis. E há muitas pelo caminho. Há meses e meses meus advogados tentam citá-lo, em vão. Ele foge para todo lado”.

Para o blogueiro que já foi alvo das agressões do pitbul da Veja, o festejado anúncio representa “o fim de uma era de infâmia”. “O problema não é o Mainardi. Ele é apenas uma figura menor que, em uma ação orquestrada, ganhou visibilidade nacional para poder efetuar os ataques encomendados por Roberto Civita e José Serra. Quando passar o fragor da batalha, ainda será contado o que foram esses anos de infâmia no jornalismo brasileiro”.

“Sou um conspirador da elite”

André Cintra, editor de mídia do portal Vermelho, apresenta ainda outra hipótese. Ele constatou que Mainardi perdeu espaços na imprensa, inclusive na Veja. “Ele perdeu credibilidade e, talvez, renda”. Essa suspeita já fora apontada, algum tempo atrás, por Alberto Dines, do Observatório da Imprensa. “Há poucos meses, ele puxava o cordão dos que mais recebia mensagens; agora nem aparece no esfarrapado Oscar semanal. O leitor da Veja já não agüenta tanta fanfarronada”.

Levanto aqui outra suspeita. Filhinho de pai, Mainardi sempre fez turismo pelo mundo. Ele não tem qualquer vínculo com o país e seu povo. Até escreveu um livro sugestivamente intitulado de “Contra o Brasil”. Na fase recente, com a eleição de Lula, seu ódio ficou mais doentio. “Sou um conspirador da elite, quero derrubar Lula, só não quero ter muito trabalho” (Veja, 13/08/05). Ele chegou se gabar de “quase ter derrubado o presidente Lula” e ficou furioso com a sua reeleição.

Coitado do cão sarnento

Este “difamador travestido de jornalista”, como bem o definiu o ministro Franklin Martins, fez inimigos por todos os lados. Satanizou o sindicalismo, o MST, os intelectuais e as lideranças de esquerda no país e no mundo. Apoiou o genocídio dos EUA no Iraque e destilou veneno contra Fidel Castro, Evo Morales e Hugo Chávez. O seu egocêntrico “tribunal macartista mainardiano”, no qual fez acusações levianas contra vários jornalistas, gerou protestos das entidades do setor.

Odiado por todos e prevendo a derrota do seu candidato nas eleições de 2010, Mainardi anuncia agora: “Vou embora”. Talvez não sinta mais clima para ficar no país e perceba que suas bravatas fascistas não convencem muita gente. Teme até ser preso por suas difamações e calúnias. Não agüentaria a continuidade da experiência aberta pelo presidente Lula, com a eleição de Dilma Rousseff. No twitter, brinquei que sua fuga lembra o cachorro sarnento que abandona o próprio dono. Muitos reagiram: é sacanagem com o pobre animalzinho. Concordo e peço desculpas!

domingo, 25 de julho de 2010

Hollywood a serviço do pentágono II

Esta semana em que uma declaração infeliz do ator estadunidense Silvester Stallone (conhecido por seus personagens "à prova de balas"), o levou ao primeiro lugar no ranking dos acessos do microblog Twitter, com o movimento "Cala a boca Silvester Stalone".

A declaração, altamente preconceituosa foi a seguinte: "Gravar no Brasil foi bom, pois pudemos matar pessoas, explodir tudo e eles (os brasileiros) diziam obrigado", declarou ele, antes de completar: "Diziam 'obrigado, Obrigado, e tome aqui um macaco para levar para casa'!".

Esse escarro, na nossa cara, foi feito durante as gravações de mais um blockbuster hollywoodiano, no qual os valentes "heróis do Tio Sam" nos livram das garras de nossos opressores, ditadores comunistas malvados que comem criancinhas, e nos colocam nos trihos da pseudo-democracia liberal burguesa estadunidense.

Dessa vez os "Heróis" não são a USAID, os marines, a força aérea, o FBI, NSA ou qualquer outra sigla, da intrincada sopa de letrinhas ideológica que faz valer a conhecida política externa dos EUA. Os heróis são um grupo de Mercenários, que lutam para depor um ditador-comunista-malvado-comedor-de-criancinhas de algum país da América Latina, estranhamente esse país é uma ilha.

A Wikipédia define mercenários dessa forma: "Mercenário (do latim mercenariu, de merce = comércio) é o nome pelo qual é chamado aquele que trabalha por soldo ou pagamento[1]. O termo designa, especificamente, os soldados que lutam objetivando o pagamento ou a divisão dos despojos, sem ideais ou fidelidade a um estado ou nação."

Mercenários não tem a proteção da Convenção de Genebra, e muito menos precisa seguir suas orientações no que toca a prisioneiros, tortura e extermínio. São empregados de firmas privadas, e respondem apenas a essas. Podem praticar a toda e qualquer barbárie, respondendo apenas à empresa, ou autoridade local, em caso de captura.

A visão geral sobre o mercenário, é a de um simples assassino de aluguel, um "jagunço", um matador a soldo. Em suma, utilizando-me da visão de mundo Hollywoodiana, é um "homem do mau".

O cinema tem sido utilizado ao longo dos anos (ver post abaixo) como uma perfeita máquina de propaganda governamental-ideológica. Vende-se ou justifica-se tudo através da telona de ideologias exclusivistas e segregacionistas aos massacres cometidos em nome dessas. Agora querem justificar a utilização de mercenários em "missões patrióticas", de "segurança nacional" ou até mesmo "humanitáras".

Por quê?

A resposta é do Professor de Relações Internacionais da PUC/SP, Reginaldo Nasser, para o site da Agência Carta Maior, na íntegra abaixo:

A privatização da segurança e a democracia nos EUA

Durante essa semana os jornais noticiaram a morte de três seguranças da embaixada dos EUA em Bagdá, sendo que dois deles eram de Uganda e o outro do Peru, todos contratados por uma empresa privada de segurança. De certa forma a presença desses agentes de segurança não é um fenômeno novo, mas o que é novo é a dimensão desses fornecedores internacionais de segurança privada, cujo tamanho e especialização são equivalentes, e por vezes superiores, às forças armadas de vários Estados.

De acordo com o Departamento de Estado as forças armadas dos EUA devem se retirar do Iraque até o final de 2011, entretanto, o próprio departamento tratou de solicitar ao Congresso aumento substantivo do número de empresas de segurança privada no país, além de solicitar a compra de dezenas de helicópteros Black Hawk, veículos à prova de minas, sistemas de vigilância de alta tecnologia e outros equipamentos militares. "Depois da partida das forças militares dos EUA – disse um alto funcionário do departamento - continuaremos a ter uma necessidade crítica para apoio logístico de uma escala de magnitude e complexidade sem precedentes na história.”

No dia 22 de Julho o Washington Post divulgou produto de uma investigação de dois anos, realizada pelos jornalistas Dana Priest e William Arkin, mostrando em detalhes como as empresas privadas atuam em todos os setores que cuidam da segurança nacional dos serviços de inteligência dos EUA (cerca 70% do orçamento).

Com o fim da Guerra Fria, as Companhias Militares Privadas passaram a converter-se em soluções do mercado frente às novas tendências à privatização de várias funções governamentais, além disso, há que se considerar a diminuição significativa do patrocínio político-militar das grandes potências de que muitos países do terceiro mundo beneficiavam-se. A progressiva deterioração do perfil de segurança desses Estados e a redução dos exércitos são fatores que confluem para a consolidação de um verdadeiro mercado para a presença das forças privadas.

Estima-se que o mercado dessas atividades inclua várias centenas de empresas, que geram receita anual global de mais de 100 bilhões de dólares e são frequentemente utilizadas pelos mais diferentes atores em conflitos: grandes potências, ditadores em países da periferia, paramilitares, cartéis de drogas e até mesmo as missões de paz. Essas novas modalidades têm substituído, em certa medida, a utilização de mercenários tradicionais, preenchendo o vazio deixado em situações de instabilidade em que seus empregados são contratados como civis armados e, diferentemente dos militares, operam em “zonas cinzentas” como combatentes sem supervisão ou qualquer tipo de responsabilidade perante o direito internacional. Assim podem atuar livremente promovendo assassinatos, tortura, sabotagem etc (desenvolvi esse tema no livro Reginaldo Mattar Nasser. (Org.). Novas perspectivas sobre os conflitos internacionais. 1a ed. São Paulo: Unesp, 2010)

Nesse sentido, especialistas militares e funcionários do governo passaram a valorizar cada vez mais as experiências históricas em que os EUA exercitaram um tipo de operação militar freqüentemente ignorada pela maioria dos lideres políticos que preferem “glamourisar” as grandes guerras (1ª e 2ª guerras mundiais). Argumentam que foram, justamente, as experiências adquiridas nas pequenas guerras (small wars) em que insurgentes e guerrilheiros derrotaram foram derrotados é que lhe permitem tirar lições para o momento presente no Iraque e Afeganistão. A grande maioria dessas pequenas guerras foi empreendida pelas mais diferentes razões (morais, estratégicas ou econômicas) – e não foi necessário ter um significativo apoio popular. Na verdade a opinião pública, freqüentemente, simplesmente nunca soube o que estava acontecendo a respeito, e as tropas fizeram seu trabalho mesmo quando havia oposição.

Outra característica desse tipo de guerra é que não há, necessariamente, uma declaração de guerra por parte do governo dos EUA, que podem enviar força militar ao exterior, sem qualquer tipo de declaração e, portanto sem necessidade de autorização do congresso.

Vem crescendo uma avaliação nos EUA de que as democracias não conseguem vencer as “pequenas guerras”, principalmente porque as exigências morais e políticas vão muito além do que a oposição doméstica está disposta a aceitar. Nestas guerras as elites estabelecem uma oposição muito clara entre o que o governo entende que tem que fazer para vencer e aquilo que se considera politicamente aceitável dentro das regras democráticas e da avaliação da opinião pública de outro. As democracias têm problemas em convencer a sociedade da necessidade das vítimas na luta da contra-insurgência e, assim, uma parte da sociedade exerce forte pressão sobre o Estado com criticas sobre os custos morais e políticos a respeito da conduta das forças militares estabelecendo uma competição entre a sociedade e o estado. De outro lado, o Estado responde com manipulação e censura ameaçando as regras democráticas, a oposição nega ao Estado a sustentação popular e o consenso nacional necessários para estabelecer metas uniformes nos conflitos em que sua superioridade militar é inconteste. Ora, se as democracias não podem vencer as pequenas guerras, dane-se a democracia e para isso nada mais conveniente do que a “privatização da segurança”.*

*Grifo meu

Hollywood a serviço do pentágono

Há mais de 90 anos o Departamento de Defesa orienta a produção dos filmes de guerra americanos, que retratam os conflitos de acordo com os interesses estratégicos da Casa Branca

por Victor Battaggion para a revista História Viva, da editora Duetto.

Luz, câmera... ação! Há quase um século os produtores americanos despejam nas salas de cinema uma quantidade impressionante de filmes de guerra que fascinam espectadores em todo o mundo. Mas será que esses aficionados sabem que muitas dessas obras jamais veriam a luz do dia sem o apoio do Departamento de Defesa dos Estados Unidos? Que este, ao conceder ajuda às produções, cuida de sua imagem junto ao público, favorece sua política de recrutamento, exerce censura e apresenta a guerra como uma solução necessária?

                                                                                                                                                                                                                                                                                                         
Produzir um filme custa caro. Preocupados em economizar, alguns cineastas pedem todo tipo de ajuda ao Pentágono: imagens de arquivo, assessoria técnica, acesso a equipamentos de última geração, autorização para filmar em instalações militares etc. Para isso, os criadores submetem seus roteiros a um dos muitos escritórios do Pentágono responsáveis por fazer a ponte entre os militares e Hollywood. Após várias leituras atentas do roteiro, os oficiais das Forças Armadas decidem dar ou não o sinal verde para a produção. Os termos da colaboração são então inscritos em um contrato restritivo: “A produção deverá ajudar os programas de recrutamento das forças armadas. (...) A companhia produtora consultará o Departamento de Defesa para todas as cenas militares durante a preparação, filmagem e montagem”. Segundo Philip Strub, assessor especial de mídia e entretenimento do Departamento de Defesa, “é nosso interesse participar da produção de filmes”.

Altos e baixos da Guerra Fria: nos anos 70, o fracasso dos Estados Unidos no Vietnã abriu uma crise entre Hollywood e o Pentágono. Filmes como Apocalypse Now (1) e Platoon (2) foram rodados sem apoio do exército e apresentaram uma visão crítica dos soldados americanos. A situação se inverteu nos anos 80, quando produções como Rambo (3) e Top Gun (4) se tornaram verdadeiras peças de propaganda das Forças Armadas. Finalmente, em 1990, A caçada ao Outubro Vermelho (5) colocou um ponto final no confronto entre Estados Unidos e União Soviética nas telas de cinema
Durante o período entre-guerras proliferaram filmes que exaltavam a superioridade militar americana e procuravam convencer o público de que os Estados Unidos deveriam enfrentar a escalada do totalitarismo do Velho Continente. Finalmente, em 7 de dezembro 1941, o bombardeio da frota americana em Pearl Harbor pela aviação japonesa iria convencer definitivamente os americanos de que seu país deveria entrar de cabeça na Segunda Guerra Mundial. Hollywood se mobilizou. Atores como James Stewart, Robert Montgomery, Tyrone Power, Douglas Fairbanks e Clark Gable alistaram-se no exército. Em 1942, o presidente Franklin D. Roosevelt institucionalizou as relações com Hollywood com a criação do Office of War Information (Escritório de Informações de Guerra) e convidou John Ford e Frank Capra a colocarem seus talentos a serviço do esforço de guerra. Capra assumiu a direção dos serviços cinematográficos do exército, e Ford foi enviado ao Pacífico para cobrir em primeira mão o conflito.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o cinema americano passou a ser pautado pela Guerra Fria. Em Hollywood, a “caça às bruxas” promovida pelo senador Joseph Mc- Carthy desencadeou uma perseguição contra roteiristas, produtores e atores simpatizantes do Partido Comunista Americano. Nos anos 60, o casamento entre os diretores e o Departamento de Defesa viveu um período de esplendor com filmes que celebravam os feitos do exército americano, como O mais longo dos dias, produzido por Darryl F. Zanuck (1962); Uma batalha no inferno, de Ken Annakin (1965) e Tora! Tora! Tora!, de Richard Fleischer (1970).

A Guerra do Vietnã, porém, colocou um freio nessa aliança cordial. As manifestações contra o conflito se multiplicaram e os americanos se dividiram. Hollywood se absteve de filmar a guerra e, diante desse silêncio, em 1968 John Wayne pediu ao presidente americano que intercedesse junto ao exército para que este o ajudasse a adaptar para o cinema o romance The green berets (Boinas Verdes), no intuito de inspirar “uma atitude patriótica nos americanos”. Bingo! O exército lhe forneceu tudo que desejava, além de uma doação de vários milhões de dólares. Reacionário até não poder mais, o filme é uma apologia da luta armada conduzida no Vietnã.

Nessa mesma veia patriótica, outra produção contou com total colaboração do exército, em 1970: o inacreditável Patton – Rebelde ou herói?, de Franklin J. Schaffner. Ao assistir a esses filmes, os americanos perceberam pouco a pouco que seus filhos estavam sendo massacrados do outro lado do Pacífico. O casamento entre o exército e Hollywood caminhava para o divórcio. O fracasso no Vietnã deu origem a uma série de filmes mostrando uma visão não idealizada da guerra. Em 1979, Francis Ford Coppola dirigiu o clássico Apocalypse Now. Inspirado no romance O coração das trevas, de Joseph Conrad, o filme relata a aventura do capitão Willard (Martin Sheen), incumbido de matar um “Boina verde” desertor, o coronel Kurtz (Marlon Brando), que liderava um exército de rebeldes. Coppola pediu auxílio ao exército americano para financiar os altos custos de produção do filme, mas sua solicitação foi recusada. O motivo? Pedir a um soldado que execute outro é contrário à ética militar. O Pentágono lhe pediu que mudasse a palavra “executar”, o que o obrigaria a transformar toda a história. O diretor não aceitou e partiu rumo às Filipinas para filmar algumas cenas, alugando material do exército do ditador Ferdinando Marcos.

Outra produção dessa mesma geração, embora mais tardia, denunciou a tragédia vietnamita sem a colaboração do Pentágono. Em 1968, Oliver Stone – ferido por duas vezes no Vietnã –, dirigiu Platoon. O filme, abertamente inspirado em sua experiência na linha de frente, mostra soldados americanos hesitantes, uma atitude inaceitável aos olhos do exército. O diretor teve de esperar dez anos para conseguir financiar seu filme, mas a espera valeu a pena: quando saiu, Platoon se tornou um verdadeiro sucesso. Desde então os americanos vêem com outros olhos os veteranos dessa guerra.

O divórcio entre Hollywood e o Pentágono, porém, não durou muito. Com a eleição do antigo ator Ronald Reagan para a Casa Branca, em 1982, militares e diretores afinaram novamente seus violinos. Segundo o presidente americano, a necessidade de combater a União Soviética era primordial, e Hollywood seguiu a diretriz: musculoso e armado até os dentes, Sylvester Stallone encarnou um soldado americano que vence sozinho a Guerra do Vietnã na série Rambo. Mais asséptico, mas igualmente eficaz, Top Gun, de Tony Scott (1986), marcou várias gerações. Com seus cabelos engomados e sorrisos carniceiros, os personagens do filme restabeleceram o prestígio do exército americano. O longa-metragem recebeu total apoio da Marinha, sob a condição de valorizar o papel dos militares que atuam em alto-mar. Top Gun fez tanto sucesso que o exército instalou escritórios de recrutamento na saída dos cinemas!

A queda do muro de Berlim, em 1989, mudou a situação. A caçada ao Outubro Vermelho, de John Mc-Tiernan, em 1990, sacramentou a idéia de que a União Soviética não era mais uma ameaça para os Estados Unidos. O filme narra a história de um comandante russo, interpretado por Sean Connery, que, em vez de atacar os Estados Unidos com um submarino nuclear , o entrega aos antigos inimigos. A produção contou com grande apoio da Marinha americana, que chegou a abrir a base de Norfolk para as filmagens. Para completar, Fred Thompson, o ator que interpreta o almirante Joshua Painter do USS Enterprise, é um senador republicano carismático na vida real.

No momento em que os russos deixaram de ser uma ameaça, quem se tornaria o novo inimigo? Diante do vácuo de oponentes, a cooperação Hollywood-Pentágono criou um gênero de filme diferente. “Não se trata mais de guerra, mas de segurança nacional. A nova força narrativa coloca em cena desafios assimétricos, isto é, concentra-se em temáticas do terrorismo, de armas de destruição em massa e até da máfia”, conta Maurice Ronai, pesquisador da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. Os atentados de 11 de setembro de 2001 colaboraram para uma nova aproximação entre o mundo do cinema e o Pentágono, e agora, além do Departamento de Defesa, a CIA, o FBI e outros serviços secretos em permanente rivalidade também passaram a colaborar com os estúdios de cinema. Inimigo do Estado, de Tony Scott (1998); Em má companhia, de Joel Schumacher (2002); A soma de todos os medos, de Phil Alden Robinson (2002) e O novato, de Roger Donaldson (2003), são alguns exemplos de longas-metragens que tiveram auxílio dos serviços especiais americanos. Paralelamente, o estrondoso sucesso de O resgate do soldado Ryan, de Steven Spielberg (1998), relançou a moda dos filmes com altos orçamentos que tratam da Segunda Guerra Mundial.

Mas, passada a febre pós-11 de Setembro, o Pentágono e Hollywood parecem estar novamente se distanciando. Desde que os soldados americanos começaram a ser enviados para o inferno iraquiano, o Estado-Maior vem enfrentando dificuldade cada vez maior para conseguir novos recrutas e, após um período de silêncio, Hollywood começou a produzir uma série de filmes sobre o conflito. Essas novas produções, no entanto, não expressam uma opinião muito favorável sobre as decisões tomadas pelo Departamento de Defesa nos últimos tempos.

As premissas dessa troca de gentilezas datam praticamente do nascimento do cinema, quando o clássico O nascimento de uma nação, de D. W. Griffith (1915), contou com assessoria técnica do exército americano. O primeiro escritório específico para o contato com Hollywood foi aberto pelo Pentágono nos anos 20. A primeira colaboração em grande escala data de 1927, quando as filmagens de Wings (Asas), de William Wellman, contaram com a participação de um conselheiro técnico militar da divisão aérea do exército de terra.

Para entender o Datafolha.

Por Brizola Neto, publicado em seu blog, o combativo TIJOLAÇO:

O Datafolha e a necessidade de auditoria

Bem , depois de me desintoxicar um pouco deste mundo de manipulação e propaganda, acho que é possível, de maneira bem calma e racional, mostrar a vocês como o Datafolha perdeu qualquer compromisso com a ciência estatística e passou a funcionar com uma arrogância que não se sustenta ao menor dos exames que se faça sobre os resultados que apresenta.


A primeira coisa que salta aos olhos é o problema gerado pela definição da área de abrangência e, por consequencia, da amostra. Ao contrário do que vinha fazendo nas últimas pesquisas, o Datafolha conjugou pesquisas estaduais e uma pesquisa nacional.

O resultado é um monstrengo, uma verdadeira barbaridade estatística. E as provas estão todas no site do TSE ao alcance de qualquer pessoa. E do próprio Tribunal e do Ministério Público Eleitoral.

Vejamos a mecânica da monstrengo produzido pelo Datafolha.

Dia 16 de julho, o Datafolha (já usando esta razão social e não mais Banco de Dados São Paulo, como usava antes) registrou, sob o número 19.890/ 2010, uma pesquisa nacional de intenção para presidente. Nela, ao relatar a metodologia, o instituto abandonou os critérios tradicionais de distribuição da pouplação brasileira e “expandiu” as amostras dois oito estados.

No próprio registro há a explicação: “Nessa amostra, os tamanhos dos estratos foram desproporcionalizados para permitir detalhamento de algumas unidades da federação (UF´s) e suas capitais. Nos resultados finais, as corretas proporções serão restabelecidas através de ponderação. A amostra nos estados em que não houve expansão foi desenhada para um total de 2500 questionários.

E quantos somavam os “estratos desproporcionalizados”? Está lá: As UF´s onde houve expansão da amostra foram: SP-2040 entrevistas (1080 na capital), RJ-1240 entrevistas (650 na capital), MG-1250 entrevistas (400 na capital) , RS-1190 entrevistas (400 na capital), PR-1200 entrevistas (400 na capital), DF-690 entrevistas, BA-1060 entrevistas (400 na capital), PE-1080 entrevistas(400 na capital). A soma, portanto dá 9750 entrevistas, de um total de 10.730.

Logo, sobraram para todos os 19 demais estados brasileiros 980 entrevistas.

Qualquer estudante de estatística sabe que você não pode misturar critérios de amostragem para partes do mesmo universo e, no final, “ponderar” pelo peso de cada uma destes segmentos no total. Da mesma forma que não se pode pegar uma parte de uma amostra nacional e dizer que, no Estado X, o resultado é Y.

O resultado será viciado pela base amostral distorcida.

Mas o Datafolha não parou aí. Esta pesquisa “nacional” (protocolo 19.890/2010) foi registrada tendo como contratantes a Folha e a Globo, com o valor de R$ 194 mil. Cada uma dos ” estratos desproporcionalizados” foi registrado, no dia 19 último, como uma pesquisa “separada”. Veja:

Protocolo 20158/2010 - Paraná, 1.200 entrevistas, contratada pela Empresa Folha da Manhã S/A. e Sociedade Rádio Emissora Paranaense S/A. por R$ 76 mil;

Protocolo 20125/2010 - Distrito Federal, 690 entrevistas, contratada pela Empresa Folha da Manhã S/A. e Globo Comunicação e Participações S/A. por R$ 70.900;

Protocolo 20141/2010 - Rio Grande do Sul , 1.190 entrevistas, contratada pela Folha da Manhã S/A. e RBS – Zero Hora Editora Jornalística S/A por R$ 68 mil;

Protocolo 20124/2010 - Bahia , 1.060 entrevistas, contratada pela Folha da Manhã S/A. por R$ 80.258;

Protocolo 20164/2010 - São Paulo , 2.040 entrevistas, contratada pela Empresa Folha da Manhã S/A. e Globo Comunicação e Participações S/A. por R$ 74.100 (mais que o dobro por entrevista que na Bahia).

Protocolo 20140/2010 - Pernambuco , 1.080 entrevistas, contratada pela Folha da Manhã S/A. e Globo Comunicação e Participações S/A. por R$ 65 mil;

Protocolo 20132/2010 - Minas Gerais , 1.250 entrevistas, contratada pela Folha da Manhã S/A. e Globo Comunicação e Participações S/A. por R$ 80 mil;

Protocolo 20161/2010 - Minas Gerais , 1.240 entrevistas, contratada pela Folha da Manhã S/A. e Globo Comunicação e Participações S/A. por R$ 68 mil.

Somando todos os valores declarados de contratação chega-se à bagatela de R$ 776.258 reais. Interessante, não?

Mais interessante ainda é o fato de que, nos protocolos listados acima, que você pode consultar na página do TSE , preenchendo o número correspondente, o Datafolha nem sequer se preocupou em depositar, como manda a lei, o questionário específico. Fez como o Serra, que mandou entregar no Tribunal ,como programa, o discurso que fez na convenção. Colocou uma cópia do questionário “nacional”, onde não há perguntas sobre candidatos a governador ou senador.

O Datafolha trata as exigências legais como um “detalhezinho” sem importância, “vende” a mesma pesquisa em nove contratos diferentes – seria bom ver os recibos destes pagamentos, não? – e deposita questionários incompletos, aos lotes.

Portanto, a análise da pesquisa Datafolha não deve ser estatística. Deve ser jurídica. O douto Ministério Público Eleitoral, que não aceita intimidações de quem quer que seja, bem que poderia abrir um procedimento para apurar todos os fatos que, com detalhes, estão narrados acima.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Santiago no vergonho ranking dos "TOP 20" desmatadores do RS.

Em reportagem do blog Diário Gauche, do sociólogo Cristóvão Feil, sobre o desmatamento indiscriminado do Bioma Pampa, consta um quadro, um ranking do IBAMA com os municípios gaúchos que mais desmataram entre os anos de 2002 e 2008.
Dentre eles, Santiago, minha terra natal, além de vários outros municípios da região, todos altamente explorados pela agricultura de exportação e recentemente invadidos pela "cultura papeleira". Transnacionais compram sesmarias para produzir papel higiênico para as sensíveis bundas európéias, deixando apenas nas lembranças (e nas poucas áreas não exploradas pelo "eldorado verde") "as paisagens a bico de pena e aquarela", descritos pelo poeta santiaguense Caio Fernando Abreu em sua crônica Raízes o Pampa que pode ser lida aqui.
Enquanto todas as secretarias, de sucessivos governos servirem apenas de apêndice da Secretaria de agricultura, o quadro será esse, somente a área desmatada vai mudar: será cada vez maior.

Abaixo, na íntegra, o texto do sociólogo e  quadro, com o vergonhoso raking:

Dados do Ibama foram divulgados ontem


O bioma Pampa, que ocupa a maior parte do Rio Grande do Sul (mas abrange também todo o Uruguai e parte da Argentina, inclusive toda a província de Buenos Aires), já perdeu quase 54% da vegetação original. Os dados mais recentes do desmatamento do bioma (no RS), divulgados ontem (22) pelo Ministério do Meio Ambiente, mostram que, entre 2002 e 2008, 2.183 quilômetros quadrados (km²) de cobertura nativa foram derrubados. No total, o bioma já perdeu mais de 95 mil km² da vegetação original.

O levantamento, feito pelo Centro de Monitoramento Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), aponta os 19 municípios gaúchos que mais desmataram o bioma no período. Alegrete, no extremo oeste do estado, é o campeão de derrubada, com 176 km² de desmate entre 2002 e 2008. As cidades de Dom Pedrito e Encruzilhada do Sul aparecem em seguida, com 120 km² e 87 km² desmatados em seis anos.

Apesar do grande percentual desmatado, o ritmo de devastação do Pampa é o menor entre os biomas brasileiros. De acordo com os dados do MMA, a região perdeu anualmente, em média, 364 km² de vegetação nos últimos seis anos. No Cerrado, o ritmo anual de devastação é de 14 mil km² por ano e, na Amazônia, a derrubada atinge 18 mil km² de floresta anualmente.

Lista dos municípios sulinos que mais desmataram entre 2002 e 2008, segundo o Ibama:

A pesquisa que a Globo não vai mostrar

Pesquisa realizada pelo Vox Populi, que não será mostrada pela Globo (porque a Globo só exibirá pesquisas do Ibope e do Datafolha?), mostra que a vantagem de Dilma sobre Zé Pedágio aumentou para oito pontos percentuais.
Serra é o candidato mais rejeitado, seguido por Marina Silva.
A tendência de ascenção de Dilma e queda de Serra se mantém.
Paulo Henrique Amorim acha que o DataFolha vai "reagir" o Serra amanhã.
Se mantida a estratégia tucana, na próxima semana o candidato-a-vice-que-não-disse-o-que-disse vai afirmar que Lula escondeu Osama Bin Laden no Palácio da Alvorada, que a Al Quaeda é uma corrente interna do PT, que Pablo Escobar foi um dos fundadores do PT e que Al Capone é "colaborador financeiro" da Dilma.

Abaixo, a pesquisa divulgada pela Rede Bandeirantes:

Dilma dispara 8 pontos à frente de Serra, segundo o Vox Populi

Dilma Rousseff disparou na liderança da corrida presidencial, segundo a mais recente pesquisa Vox Populi/Band/iG divulgada nesta sexta. Tanto no primeiro quanto no segundo turno, Dilma abriu 8 pontos de vantagem em relação a Serra, como mostra o levantamento. A margem de erro é de 1,8 pontos. Esta é a primeira pesquisa divulgada após a oficialização das candidaturas à Presidência.

No primeiro turno, na pesquisa estimulada, Dilma aparece com 41% das intenções de voto, seguida por Serra, com 33%, e Marina Silva (PV) com 8%. Os demais candidatos somaram 1%. Os votos brancos e nulos chegaram a 4%, e 13% dos entrevistados se declararam indecisos ou não responderam.

Na pesquisa espontânea, em que não são apresentados os nomes dos candidatos, a petista tem 28%, Serra 21% e Marina 4%. Mesmo fora da disputa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é citado por 4% dos entrevistados.

Segundo o Vox Populi, Dilma venceria Serra em um possível segundo turno por 46% a 38%. O indicador de rejeição, que mede em quem o eleitor não pretende votar, traz o tucano com 24%, à frente da candidata do PV (20%) e da petista (17%).

Evolução

Dilma cresceu entre maio e junho, passando de 38% para 41% das intenções de voto. No entanto, em julho, seu índice permaneceu estável (41%). Já Serra passou de 35% em maio para 36% em junho, porém caiu um ponto neste mês, atingindo 34%. Marina Silva, por sua vez, subiu para 9% em julho, após ter mantido o índice de 8% nos dois meses anteriores.

A pesquisa foi feita entre os dias 17 e 20 de julho, e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 19.920/10. Foram feitas 3.000 entrevistas em 219 cidades de todas as regiões do país.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

E o perturbado...


Clique aqui para ler sobre o direito de resposta do PT ao aloprado, aqui, para ver como Marco Aurélio Garcia define o vice de Serra. e aqui, para ver e ouvir Serra dizendo que seu vice não disse o que disse.
Hoje o vice-que-não-disse-o-que-disse, afirmou que o PT é ligado ao Comando Vermelho, organização criminosa que opera nos morros cariocas.
Amanhã, Serra vai ter mais trabalho, para desdizer o que seu vice disse.
Como disse Ciro Gomes: "Serra em uma campanha é garantia de baixaria"
"O Serra não tem escrúpulos; se preciso for, passa com um trator por cima da cabeça da mãe."
Ou manda o vira latas atacar, enquanto posa de bom moço.
Mais do que perturbados, estão desesperados, doidões...

O Nazismo israelense.


Ex-deputado judeu afirma que fascistas dominam o parlamento de Israel

Israel: a gang do Parlamento

Quando fui eleito para o Parlamento de Israel pela primeira vez, assustei-me com o que vi lá. Com raras excepções, o nível intelectual dos debates aproximava-se de zero.

Era sempre um encadeamento de clichés, ampla variação sobre lugares comuns. Durante a maioria dos debates, o plenário permanecia vazio. A maioria dos deputados falava hebreu coloquial. Ao votar, muitos sequer entendiam sobre o que votavam, a favor ou contra; apenas seguiam a orientação do partido.

Era 1967, e eram deputados, dentre outros, Levy Eshkol e Pinchas Sapir, David Ben-Gurion e Moshe Dayan, Menachem Begin e Yohanan Bader, Meir Yaari e Yaakov Chazan, todos esses, hoje, nomes de ruas, estradas, praças e bairros.

Comparado ao que se vê hoje, aquele Parlamento foi a Academia de Platão.

* * *

O que mais me assustava era a rapidez com que o Parlamento aprovava leis irresponsáveis, para garantir sempre mais popularidade, sobretudo em tempos de histeria das massas. Uma de minhas primeiras iniciativas no Parlamento de Israel foi uma proposta de lei que criaria uma segunda Câmara, uma espécie de Senado, que teria o poder de impedir que novas leis tivessem vigência imediata, obrigando o plenário do Parlamento a reanalisar as leis aprovadas, depois de algum tempo. Com isso, esperava evitar que as leis fossem aprovadas e tornadas vigentes sob atmosfera de excessiva excitação.

A minha proposta nem chegou a ser considerada seriamente, nem pelo Parlamento nem pela opinião pública. Foi rejeitada no Parlamento por quase unanimidade. (Anos depois, vários deputados disseram-me que lamentavam ter rejeitado aquela proposta.) Os jornais apelidaram a nova Câmara de “Casa dos Lordes”, para ridicularizá-la. O jornal Haaretz dedicou à proposta uma página inteira de quadrinhos e caricaturas; eu, com peruca de juiz britânico.

Portanto, a coisa continuou. E continuaram a aprovar leis irresponsáveis, muitas delas racistas e antidemocráticas. Hoje, é uma avalanche. Quanto mais o governo se vai convertendo em assembleia de políticos oportunistas, mais improvável é que a avalanche seja contida. O atual governo, o maior, o mais sórdido, o mais desprezado na história de Israel, coopera com os membros do Parlamento que apresentam propostas de lei e em muitos casos, apresenta, o próprio governo, as suas propostas de leis.

O único obstáculo que resta a esse desmando é o Supremo Tribunal. Dado que Israel não tem Constituição escrita, o Supremo Tribunal assumiu o poder de anular leis absolutamente escandalosas que violam princípios democráticos e direitos humanos. O Supremo Tribunal só intervém em casos extremos. Mas também o Supremo Tribunal está tomado por juízes de direita e de ultra-direita que trabalham para desmoralizá-lo e, portanto, tem ideias muito típicas sobre o que sejam princípios democráticos e direitos humanos.

E assim se criou uma situação paradoxal: o Parlamento, que deveria ser expressão da democracia, é, hoje, a maior ameaça que pesa contra a democracia em Israel.

O homem que, mais que todos, personifica esse fenômeno é o deputado Michael Ben-Ari da facção “União Nacional”, herdeiro de Meir Kahane, cuja organização (“Kach”) foi tornada ilegal há muitos anos, pelo carácter abertamente fascista.

O próprio Kahane só foi eleito para o Parlamento uma vez. A reação dos demais deputados sempre foi clara: cada vez que Kahane se levantava para falar, a sala praticamente se esvaziava. O rabino discursava para meia dúzia dos seus partidários de ultra-direita.

Há algumas semanas visitei o Parlamento pela primeira vez nesta legislatura. Quis assistir ao debate de um tema que me diz respeito diretamente: a decisão da Autoridade Palestina de boicotar produtos produzidos nas colônias exclusivas para judeus, doze anos depois de o Bloco da Paz ter iniciado esse boicote. Passei algumas horas no prédio. E, de hora em hora, a minha repulsa só aumentou.

A causa principal foi uma circunstância que eu não percebera de fora: o deputado Ben-Ari, discípulo e admirador de Kahane, é nome respeitado, hoje, no Parlamento de Israel. Não só não está isolado, nem posto à margem da vida parlamentar, como o seu mentor sempre esteve e foi; ao contrário: Ben-Ari está no centro da vida parlamentar. Vi deputados de praticamente todos os grupos à volta dele no cafezinho, e ouvindo com atenção empolgada os seus discursos no plenário. Não há dúvidas de que o kahanismo – versão israelita do fascismo – deixou as coxias e ocupa hoje o centro do palco. [...]

Trecho de artigo do escritor Uri Avnery, jornalista e fundador do movimento de defesa da paz Gush Shalom. Publicado hoje no jornal web Esquerda.net, de Portugal.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

P.I.G em desespero, ataca a blogofera.


O editorial do PIG guasca de hoje (21), denominado "radicalismo on line", afirma que blogs e redes sociais não abrem espaços para a discussão de ideias, mas sim para a expressão de radicalismos exacerbados. Segundo o editorial do PIG,".o espaço online acabou dominado por expressões de radicalismo e de irresponsabilidade, em tudo contrárias ao que se considera como avanço democrático.." O PIG vai mais longe e condena: o virtual anonimato estimula a calúnia e a covardia online, tudo isso representa um alerta e um desafio ao Brasil e a sua democracia. Como se não bastasse, apela aos partidos políticos para que desautorizem uso "equivocado e até criminoso dos instrumentos online."

Há 7 anos tínhamos poucas opções de "resistência na comunicação" e geralmente o PIG fazia e acontecia. Líamos ouvíamos e assistíamos tudo o que os donos da mídia queriam, e no conteúdo colocavam seus intéresses políticos e financeiros. Aumentamos La Résistance com nossas pequenas rádios comunitárias, as mesmas que o PIG dizia que eram piratas e que derrubava aviões, e hoje temos mais de 600 emissoras desse tipo outorgadas no RS.

O avanço do mercado de internet e o advento da banda larga pôs uma pá de cal na supremacia do PIG. O google, com suas ferramentas tecnologicamente poderosas, de fácil acesso e livres, transformou milhões de pessoas em protagonistas da sua própria história emitindo suas opiniões políticas, certas ou erradas, mas dentro do manto da democracia. O artigo do PIG apenas demonstra o desprezo dos grandes grupos de comunicação pela democrácia nacional e o amadurecimento político da nação.O engraçado é que essas mesmas ferramentas eram excelentes quando a opinião estava apenas nas mãos da elite atrasada do nosso país. JÁ ERA !
 
Nota do blogueiro: É palável o desespero das famílias detentoras das concessões públicas, com as quais formam conglomerados privados, fonte de monumentais fortunas e de grande poder político.
E eles sabem muito bem como utilizar-se desse poder político, para incrementar o econômico, que compra mais poder político.
Uma mosquinha surgiu, depois outra, e mais uma, diversas moscas, mostrando que os filhos dessas famílias contiuam estuprando, mas agora podem ser denunciados, que os "medios" podem tomar partido, mas são desmascarados quanto a tão profalada "isenção", que suas "verdades incontestáveis" podem ser contestadas por outros meios, a partir de simples eletrodomésticos.
Isso aliado ao fato de que o interesse pelos jornalões, especialmente pelos impressos vem caindo (junto com suas vendas), faz com que as famílias agarrem-se ao que sobrou, e tentem pisar nas "mosquinhas", como no editorial citado no blog Tomando na Cuia.
Recomendo a leitura, com especial atenção a terminologia e forma de construção do texto, em passagens como "É o que todos temos constatado" (3ª linha, 1º prarágrafo, referindo-se ao radicalismo e métodos anti-democráticos dos blogs). Todos quem "cara pálida"? A opinião da família, disposta por seus escribas, torna-se a opinião de todos?
Ao P.I.G afirmamos, as "moscas" vieram para ficar.
Abaixo o editorial, na íntegra: (os parênteses são meus)

RADICALISMO ONLINE

Estudo da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre o uso da internet nas eleições de 2006 e 2008 mostra que o debate político em blogs e redes sociais não abriu espaço para a discussão de ideias, mas sim para a expressão de radicalismos exacerbados (imagino que não estejam refernido-se à declaração estapafúrdia do vice de José Serra, divulgada pelo site do PSDB, ah, esqueci, radicalismos são ações da esquerda...). É o que todos temos constatado (todos temos constatado? Isso é resultado de ampla pesquisa? Quero saber quem respondeu por mim): ainda que os candidatos disputem audiência nesse mundo novo, as comunidades criadas em torno de partidos e candidaturas quase sempre repetem pensamentos estereo-tipados, difundem preconceitos ideológicos ou promovem ataques agressivos (isso não foi uma "difusão de preconceito ideológico?").

A emergência da internet na sociedade moderna, processo ainda em pleno desenvolvimento, trouxe promessas de que ela seria o veículo ideal para revitalizar o debate político, abrindo espaços para a livre circulação de ideias, para o confronto democrático de projetos e para a ampla divulgação das biografias dos candidatos. A pesquisa é, de alguma maneira, a constatação de uma decepção, pois nenhum desses objetivos está sendo atingido (nos jornalões sim, como pode ser visto aqui). Ao contrário, o espaço online acabou dominado por expressões de radicalismo e de irresponsabilidade, em tudo contrárias ao que se considera como avanço democrático (como no exemplo das duas capas ""radicais" da revista-panfleto Veja, em 2002 e 2010). A experiência norte-americana de uso desse instrumento nas eleições presidenciais de 2008, quando a eleição de Barack Obama se creditou, em boa parte, às informações e ao trabalho partidário feito em redes sociais, comunidades, blogs e sites especializados, não está se reproduzindo no Brasil. Segundo dados recentes do Comitê Gestor da Internet, cerca de 70% da população norte-americana tem acesso à rede mundial de computadores, quase o dobro dos 39% de brasileiros nessa condição.

A realidade de nosso país, estudada pelos pesquisadores da USP e da FGV e analisada por outros estudiosos, não parece confirmar as promessas de que as novas mídias ampliariam o espaço democrático. Um dos pesquisadores, o professor de filosofia Vladimir Safatle, afirma até que “é como se a militância tradicional, off line, tivesse se deslocado para a internet”, com todas as parcialidades que, sem contrapontos, isso significa. Trata-se de um reino em que impera a tendenciosidade e, portanto, a falta de credibilidade (conceito interessante: credibilidade - "graça" alcançada por aqueles que ocultam suas tendências). O fato de ser um espaço em que opiniões e informações, corretas ou absurdas, se misturam (eu nuca inventei grampos), em que a difamação pode conviver com notícias verdadeiras, em que o virtual anonimato estimula a calúnia e a covardia online, tudo isso representa um alerta e um desafio ao Brasil e a sua democracia (pode-se opinar em qualquer blog, mas na RBS pode?).

Cabe aos partidos políticos desautorizar a tendência de uso equivocado e até criminoso dos instrumentos online (o crime, como o cometido pelo candidato a vice de José Serra, pode ser combatido nas instâncias competentes, o que em raríssimas ocasiões acontece com os crimes cometidos pela grande imprensa). Tal tendência, longe de ser uma arma eleitoral efetiva, acaba por se converter num instrumento de descrédito para todos. Com a ajuda dos órgãos de fiscalização, o país precisa transformar esse campo de batalha minado de parcialidades em ferramenta de progresso social e político e na plataforma de um debate saudável, plural e construtivo.

Cabe aos partidos políticos desautorizar essa tendência que, longe de ser uma arma eleitoral efetiva, acaba por se converter num instrumento de descrédito para todos (cabe à sociedade desautorizar à mídia corporativa a pensar, falar e agir por ela).

Mosca na sopa (do P.I.G) do imortal Raul Seixas:



sábado, 17 de julho de 2010

Pelo fim da publicidade infantil.

Do blog Dialógico



MANIFESTO

Pelo fim da publicidade e da comunicação mercadológica dirigida ao público infantil

Em defesa dos diretos da infância, da Justiça e da construção de um futuro mais solidário e sustentável para a sociedade brasileira, pessoas, organizações e entidades abaixo assinadas reafirmam a importância da proteção da criança frente aos apelos mercadológicos e pedem o fim das mensagens publicitárias dirigidas ao público infantil.
A criança é hipervulnerável. Ainda está em processo de desenvolvimento bio-físico e psíquico. Por isso, não possui a totalidade das habilidades necessárias para o desempenho de uma adequada interpretação crítica dos inúmeros apelos mercadológicos que lhe são especialmente dirigidos.
Consideramos que a publicidade de produtos e serviços dirigidos à criança deveria ser voltada aos seus pais ou responsáveis, estes sim, com condições muito mais favoráveis de análise e discernimento. Acreditamos que a utilização da criança como meio para a venda de qualquer produto ou serviço constitui prática antiética e abusiva, principalmente quando se sabe que 27 milhões de crianças brasileiras vivem em condição de miséria e dificilmente têm atendidos os desejos despertados pelo marketing.
A publicidade voltada à criança contribui para a disseminação de valores materialistas e para o aumento de problemas sociais como a obesidade infantil, erotização precoce, estresse familiar, violência pela apropriação indevida de produtos caros e alcoolismo precoce.
Acreditamos que o fim da publicidade dirigida ao público infantil será um marco importante na história de um país que quer honrar suas crianças.
Por tudo isso, pedimos, respeitosamente, àqueles que representam os Poderes da Nação que se comprometam com a infância brasileira e efetivamente promovam o fim da publicidade e da comunicação mercadológica voltada ao público menor de 12 anos de idade.

Participe, assine o manifesto AQUI*. E conheça o Instituto Alana AQUI.
*Nota: onde está escrito RG, caso dê falha, substitua pelo CPF.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Por falar em isenção...

Vamos brincar de "encontrar os títulos anti-Lula do jornal O Globo"?

Extraído do site Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim.


Dica: São seis títulos "anti-Lula". O primeiro que encontrar ganha uma réplica da estátua que José Serra acha que merecia ter, na sede do BNDES, como pode ser ouvido aqui. Vale a pena ouvir, é hilário, ridículo, é Serra.

Para a FSP*, Dilma não é candidata.

As preferências das empresas de comunicação ficam mais evidentes a cada dia. Infelizmente esses jornalões não expoem isso de forma clara, não manifestam seu apoio ao seu candidato. Continuam com a velha falácia da isenção e puralidade, enquanto excluem um lado e evidenciam o outro.
A foto abaixo, extraída do blog Cloaca News, mostra que para a FSP (folha de São Paulo para alguns, ma cá entre nós, dava para chamar de Força Serra Presidente*), Dilma Roussef não emrece espaço, em sua cobertura eleitoral:

A FSP* poderia seguir o expemplo do New York Times, que tornou público seu apoio a um candidato a presidência dos Estados Unidos, no caso de Barack Obama (como o próprio P.I.G noticiou), mas a falácia lhes dá uma qualidade que não tem, lhes torna algo que não é, e que não pode ser: Um diário isento de posicionamento político.
Outro exemplo claro, ainda dessa semana, foi a tentativa de criminalizar o presidente Lula, por ter feito um elogio à ex-Ministra Chefe da Casa Civil Dilma Roussef, em evento público. Isso deu capa. O Governador de São Paulo faz o mesmo com o candidato José Serra, no órgão eletrônico oficial do governo paulista, mas isso não ganha nem um comentário.
Lado eles tem, mas admitir, é coisa pra jornaizinhos, como o New York Times.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Globo requenta o "Caosaéreo".

Extraído do site Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim (menos título e charge)



O PiG (*) tentou furiosamente derrubar o presidente Lula em dois dramáticos episódios.


Um, quando os pilotos americanos do Legacy se esqueceram de ligar o transponder e derrubaram o avião da Gol.

O PiG (*) ficou ao lado dos (advogados brasileiros dos) americanos e disse que o avião da Gol caiu por causa do presidente Lula e do “caosaéreo”.

Depois, foi a tragédia da TAM em Congonhas.

O PiG, primeiro, disse que uma chuvinha, que produzisse uma poça da altura de uma moeda de um Real seria capaz de derrubar o Airbus, tal a inépcia do presidente Lula.

Depois, disse que o presidente Lula se esqueceu de pisar no freio do Airbus da TAM.

Sempre, a culpa era dele.

Esse lamentável da TAM em Congonhas episódio teve a desastrosa conseqüência de provocar a substituição do grande brasileiro Waldir Pires pelo serrista Nelson Jobim, aquele que produziu uma babá eletrônica e derrubou o inclito delegado Paulo Lacerda da ABIN, para conter a fúria do Gilmar Dantas (**).

O jornal nacional de hoje reproduz o Globo desta manhã – clique aqui para ler “ a Globo quer detonar a Copa de 2014 no Brasil. O Itaú também ?” – O jornal nacional instala o “casaosárero”, de novo.

Segundo o jornal nacional de hoje, quando a seleção da Espanha chegar para a Copa de 2014, ficará presa num engarrafamento monstro no Galeão, terá que ser resgatada de helicóptero, sob a artilharia pesada dos traficantes na Linha Vermelha.

Aqueles que derrubaram um helicóptero da Policia e levaram a Olimpíada de 2016 de volta para Madrid.

O jornal nacional, hoje, prevê que os aeroportos brasileiros não conseguirão administrar o aumento da demanda de hoje, quanto mais uma Copa do Mundo.

Como se sabe, segundo o PiG, o Brasil é uma tribo de idiotas.

E quando o carregamento de lugares comuns do Galvão chegar de Monte Carlo ?

Aí mesmo é que o Galeão vai entupir.

Se o Galvão não cair antes de 2014, como previu o David Ogilvy.

Prepare-se, amigo navegante.

Até a Copa abrir no Mineirão em 2014, o jornal nacional vai anunciar muito “caoesáereo”.

Como diria o Jabor: quem mandou o pobre aprender a andar de avião ?

Sabe quanto custa ir a Nova York pela American, em dez prestações ?

R$ 500.

Que horror !

Onde já se viu a classe “C” ir a Nova York ?

Antigamente, isso era privilégio dos colonistas (***) do PiG.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Clique aqui para ver como um eminente colonista (***) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista (***) da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

Serra surta no Maranhão.

Ataca jornalista, insiste em afirmar que criou o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), ataca as centrais sindicais (todas as que assinaram esse manifesto), afirma que nunca foram divulgadas pesquisas que mostrem Dilma a frente e não aceita nem mesmo um empate.
Tá doidão.
O vídeo abaixo foi extraído do blog Cloaca News, no áudio, Serra surta:



Na próxima, ele afirmará ter criado a CLT, e ai do "pelêgo" que o contradisser...

domingo, 11 de julho de 2010

Serra delira e centrais sindicais desmontam seus devaneios.

José Serra tem alardeado ser o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e pelo Seguro-Desemprego. Não foi o de um nem o do outro.
Se não fosse pela manifestação das centrais sindicais, amanhã ele seria o criador do Salário Mínimo, da CLT...
Abaixo o que as centrais escreveram sobre esse "biruta".
Do blog do Miro:

Centrais criticam as “mentiras de Serra”

O candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa, nem outra. Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo, sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores. A mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano.

A verdade

Seguro-Desemprego - Foi criado pelo decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. Sua regulamentação ocorreu em 30 de abril daquele ano, através do decreto nº 92.608, passando a ser concedido imediatamente aos trabalhadores.

FAT – Foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). Um ano depois Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº 2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto de Jorge Uequed já havia sido aprovado.

Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988) - José Serra votou contra os trabalhadores:

a) Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas;

b) não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo;

c) não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário;

d) não votou para garantir 30 dias de aviso prévio;

e) não votou pelo aviso prévio proporcional;

f) não votou pela estabilidade do dirigente sindical;

g) não votou pelo direito de greve;

h) não votou pela licença paternidade;

i) não votou pela nacionalização das reservas minerais.

Por isso, o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), órgão de assessoria dos trabalhadores, deu nota 3,75 para o desempenho de Serra na Constituinte.

Revisão Constitucional (1994) - Serra apresentou a proposta nº 16.643, para permitir a proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir com qual sindicato pretendia negociar. Ainda por essa proposta, os sindicatos deixariam de ser das categorias, mas apenas dos seus representados. O objetivo era óbvio: dividir e enfraquecer os trabalhadores e propiciar o lucro fácil das empresas. Os trabalhadores enfrentaram e derrotaram os ataques de Serra contra a sua organização, garantindo a manutenção de seus direitos previstos no artigo 8º da Constituição.

É por essas e outras que Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogênio os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo.

As centrais sindicais brasileiras estão unidas em torno de programa de desenvolvimento nacional aprovado na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em 1º de junho, com mais de 25 mil lideranças sindicais, contra o retrocesso e para garantir a continuidade do projeto que possibilitou o aumento real de 54% do salário mínimo nos últimos sete anos, a geração de 12 milhões de novos empregos com carteira assinada, que acabou com as privatizações, que descobriu o pré-sal e tirou mais de 30 milhões de brasileiros da rua da amargura.

Antonio Neto – presidente da CGTB

Wagner Gomes – presidente da CTB

Artur Henrique – presidente da CUT

Miguel Torres – presidente da Força Sindical

Jose Calixto Ramos – presidente da Nova Central

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Globo morde e assopra...

No vídeo abaixo, o canal de esportes por assinatura, SPORTV, das organizações Globo, esculacha, debocha, ridiculariza o povo paraguaio:



Nesse outro vídeo, ela "assopra", uma desculpinha do tipo: "ah, tu não aceita uma brincadeirinha", "te humilhei mas não era bem essa a minha intenção":

Somos os responsáveis pela pobreza do Paraguai, por ter impedido seu desenvolvimento junto da Argentina, do Uruguai de da patroa Inglaterra, num dos maiores massacres da História da América Latina.
A guerra inglesa, travada por seus endividados peões, acabou com as chances de desenvolvimento do país, massacrou a população (reduzida em aproximadamente 70 % após o conflito) e mutilou seu território, condenando o país, a ser o "free-shop" que a Globo descreve em sua "matéria - escarro".
Destroçamos, massacramos, pilhamos, assassinamos destruímos e hoje debochamos.
Essa emissora, só nos envergonha. O deboche da América Latina, é o brasileiro que permite que esses jornalixos nos representem mundo afora.
Vergonha.