sábado, 28 de abril de 2012

Porque governos investem tão pouco em educação?

O Governador tucano do Paraná Beto Richa responde:

O governador Beto Richa (PSDB) disse em entrevista à rádio CBN, nesta quinta-feira, que acha positivo que os policiais militares do estado não tenham diploma de curso superior.
A polêmica entre o governo e as associações que representam os policiais militares, que queriam que o governo passasse a exigir diploma dos que entram na corporação.
Segundo Richa, é bom que os policiais não tenham diploma, porque gente formada normalmente é muito insubordinada.
"Outra questão é de insubordinação também, uma pessoa com curso superior muitas vezes não aceita cumprir ordens de um oficial ou um superior, uma patente maior", afirmou o governador.
A declaração do governador é um desestímulo à educação e à cultura dentro da corporação. Nitidamente, o que Richa defende, em sua declaração, é que a PM dê preferência a pessoas que não estudem.
Além de tudo, mostra uma miopia em relação à realidade do mundo. Como se pessoas sem estudo superior não pudessem ser contestadoras ou insubordinadas (pela versão de Richa, as greves comandadas por Lula no ABC nunca existiram).
A função do Estado é estimular o estudo, e não o contrário. Mais do que isso: o governador não deveria desejar uma corporação de gente que simplesmente atende ordens cegamente, como ele parece querer. E, sim, fomentar um ambiente em que as pessoas sejam capazes de autonomia.
Richa poderia, sem nenhum problema, defender que não é preciso diploma para ser policial. Mas com outros argumentos.

Texto extraído do site do jornal Gazeta do Povo.
Nota do blogueiro: E ainda me perguntam porque a educação é vista pelo estado como gasto, e não investimento. Porque quando um governo investe em educação, é sob um viés tecnicista, reprodutor do liberalismo econômico.
A resposta, foi dada por um governador direitista, um neoliberal. Beto Richa, teve um mérito em todo o seu desgoverno, dar uma declaração honesta: Queremos vocês burros, para que não contestem, não questionem, não se insubordinem, baixem a cabeça e paguem R$ 13,90 num único pedágio.

No Paraná tucano, esse é teu direio de ir e vir.

 

terça-feira, 17 de abril de 2012

Veja parece japonês perdido no mato

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Meu médico recomendou dieta. E evitar estresse. Por isso, abstive-me da leitura de ”Veja” no fim-de-semana. Foi um erro. Era chance de desopilar o fígado. Até pelo humor.

Recebo dos leitores, desde sábado, trechos da “reportagem”. Na abertura de um dos parágrafos, parece haver uma metáfora colossal sobre “formigas e feromônios”. Deve ter sido obrada pelos mesmos editores que acreditaram no “Boimate” – piada de primeiro de abril publicada pela revista dos Civita, como se fosse pesquisa séria…

Mas a melhor frase estava logo na abertura: ”Josef Stalin, o ditador soviético ídolo de muitos petistas…”

Hehe.

Os feromônios da Guerra Fria atraem “Veja” até Stálin. É incontrolável. Curioso. Nos anos 90, dizia-se que os esquerdistas que seguiam falando em socialismo não percebiam um fato óbvio: “a Guerra Fria acabou”. O mantra servia pra tudo: “deixa de falar em desigualdade, a Guerra Fria acabou”; ou “não critica o capitalismo, a Guerra Fria acabou”.

Mas a Guerra Fria não acabou para a “Veja”. Stálin ainda é ditador. E ídolo dos petistas… A União Soviética serviu como fantasma durante muitos anos. Agora, a direita precisa reciclar seus fantasmas.

Em que planeta vive a turma da “Veja”. O PT pode ser criticado por muitos motivos. A frouxidão ideológica dos últimos anos é um problema muito mais sério do que o ”apego” a figuras como Stálin ou qualquer outro líder dos velhos tempos da Guerra Fria.

Há outros trechos do texto - escrito por alguém que transita do medo à raiva, indistintamente – que nos remetem ao glorioso blog do profesor Hariovaldo (anticomunista imaginário que, na segunda década do século XXI, enxerga comunistas anda mais imaginários numa grande conspiração contra os valores ocidentais).

A “Veja” também faz humor. Sem querer. A “Veja” lembra um pouco aqueles japoneses que, anos depois de encerrada a Segunda Guerra, ainda se escondem no meio do mato, nas ilhas mais remotas do Pacífico. Acham que a guerra não acabou. Não importa o que se diga, seguirão combatendo.

Os japoneses que não acreditam no fim da guerra são figuras patéticas, dignas de pena. Mas, com a arma na mão, podem se tornar perigosos. Parece ser o caso da “Veja”. Até quando?

Bob Civita alimentou um bando de tresloucados, durante 10 ou 15 anos. E agora não sabe o que fazer com eles. Seguirão fazendo esse discurso obtuso pra assustar certa classe média. Mas até pra isso é preciso mais categoria.

Stálin era um homem de ferro, cruel e implacável com os opositores. Teria enviado ao México um agente soviético para matar o rival Trotsky – velho bolchevique exilado pelos stalinistas. Trostsky morreu com um golpe de picareta na cabeça. Terrível.

No caso de “Veja”, a picareta não está fora, mas dentro das cabeças. Jornalistas tresloucados seguem a destruir a reputação daquela que já foi uma revista até importante para a defesa da democracia no Brasil. Isso nos anos 70.

A picaretagem e os banhos de Cachoeira levaram “Veja” para o buraco. E podem conduzir Bob Civita para o depoimento na CPI.

domingo, 15 de abril de 2012

Otários devem abraçar a Veja e pagar mais juros.

Veja faz fumaça também para defender agiotagem dos bancos
A revista Veja não fez cortina de fumaça só contra a CPI do Cachoeira. Fez a mesma coisa para defender os juros extorsivos dos bancos privados.
A revista começa fazendo cortina de fumaça dizendo "a estratégia dos bancos públicos é louvável" (também se entrasse de sola dizendo-se contra, desagradaria seus próprios leitores de classe média), para em seguida repetir a mesma ladainha do lobby pela agiotagem dos banqueiros privados, que foram ao Palácio do Planalto dizer que, para baixar os juros, precisam mamar nas tetas do governo.
A revista comete ato falho e confessa o lobby neste trecho onde toma as dores da FEBRABAN (Federação de bancos):
Ao criticar as demandas feitas pela Federação dos bancos (Febraban) para reduzir os juros, Guido Mantega afirmou que as instituições privadas querem jogar a responsabilidade do spread “nas costas do governo” e que elas “têm margem para reduzir taxas”. A declaração evidencia uma avaliação tacanha do problema. Os bancos inegavelmente possuem – como ocorre na maioria dos países, aliás – elevada rentabilidade, mas o alto custo final do dinheiro no Brasil está longe de se resumir a essa questão. Boa parte da explicação está nas deficiências da própria economia e sua solução depende sim do Planalto.
Só que pouco antes, a revista caiu em contradição ao dizer:
A ação do BB e da CEF, seguida pelo privado HSBC... [o HSBC também cortou juros para pessoas física]
Ora, se um banco privado estrangeiro, que atua em centenas de países, acompanhou o corte de juros, é a confirmação cristalina de que o ministro está certo, e havia margem de sobra para cortar, e aquela conversa de "deficiências da própria economia" não passa de lobby da Veja e da FEBRABAN.
Não sei como que o leitor da revista, de classe média, usuário de serviços bancários, não se dá conta que a revista o está chamando de otário, com essa argumentação tacanha.
Em outro trecho a revista faz proselitismo para desestimular clientes mudarem de banco, escondendo do leitor a existência da portabilidade de financiamentos regulamentada pelo Banco Central, e da "transferência automática de salário" para quem tem conta-pagamento:
Até então, seguras da “dor de cabeça” que é trocar de banco, as supostas concorrentes não moviam grande esforço para assediar clientes umas das outras — e tampouco sacrificavam suas margens.
Bradesco patrocina a Veja, e Itau é grande anunciante
O banco privado Bradesco patrocina o acervo digital da revista Veja, além de fazer grandes anúncios nas páginas impressas:
O Banco privado Itaú também é grande anunciante da Veja, em páginas duplas:
O Bradesco ainda patrocina na TV o "Jornal Nacional" e o Itaú o "Jornal da Globo".
Como se vê, há fortes indícios de uma ação política entre os bancos e a mídia pela manutenção dos privilégios e do projeto de poder demotucano.
É por isso que é importante pessoas progressistas engajadas em romper com os 500 anos de atrasos e golpismo contra a prosperidade do povo e da nação, devem tomar a decisão POLÍTICA de mudar suas contas dos bancos privados para os bancos públicos. Porque se continuarem sendo clientes destes bancos privados, além de enfraquecerem o controle público sobre o sistema financeiro nacional, acabam por ajudar a financiar estas revistas e telejornais golpistas.
Nota do blogueiro: Reproduzi o texto acima, porque ele acerta em cheio, na análise do qeu é uma empresa de comunicação: Uma empresa. Visa lucros. Quem mais paga, é melhor falado. Quem não paga se ferra. Simples assim.
Se afirmam que a CPI que invesitigará bandidos, bandidos com mandatos e bandidos com jornais, serve para esconder outra investigação, é porque estão envolvidos, como as gravações mostram, perderão boas fontes de financiamento e valiosos aliados políticos.
Como na matéria citada, e parcialmente transcrita, contentam à dois de seus maiores anunciantes, posicionando-se de forma desfavorável à redução de juros dos bancos estatais sugiro o seguinte: Concordas, pague os juros dos privados queixosos e leve a Veja embaixo do braço.

Igreja pede prisão de cético que desvendou ‘milagre’ em crucifixo

 

Edamaruku localizou a
fonte da "água benta"

Autoridades da Igreja Católica em Mumbai estão pedindo a prisão de Sanal Edamaruku, presidente da Associação Racionalista da Índia, sob a acusação de ele ter desrespeitado um milagre.

A convite da TV-9, Edamaruku examinou um crucifixo que goteja um líquido pelos pés e disse que se trata de água de um reservatório que vaza de dutos próximos da imagem. Reportagem da emissora mostrou um rastro de umidade na direção do crucifixo (vídeo abaixo).

O local estava atraindo cristãos de toda a Índia em busca de um pouco daquela “água benta”. A notícia do milagre tinha se espalhado rapidamente.

A Igreja não aceitou a explicação de Edamaruku e pediu que ele se retratasse. Diante da recusa, autoridades eclesiais e representantes de entidades católicas abriram na terça-feira (10) um processo contra o cético, acusando-o de blasfêmia, que é um crime previsto no código penal da Índia.

O cético informou já ter recebido intimação da polícia para prestar depoimento. “Posso ser preso a qualquer momento”, disse. Ele contratou um advogado para defendê-lo.

Edamaruku, que se autointitula caçador de gurus, costuma afirmar já ter desmascarado mais de 500 charlatões.

Nota do blogueiro:Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2012/04/igreja-pede-prisao-de-cetico-que.html, inclusive com trecho do vídeo exibido na tv indiana.

Vemos exatamente o que queremos, ou o que alguém quer que vejamos. Milagres, eventos sobrenaturais e seres invisíveis que determinam nossa existência, são pura e simplesmente, falta de explicação racional.
O caso acima aponta mais uma evidência disso, e ao mesmo tempo, mostra o perigo de permitir-mos que entidades religiosas possuam poder político, interfiram na vida pública, no Estado.
O presidente da Associação Racionalista pode ser preso por "desvendar o mistério da infiltração divina". Blasfêmia (difamação do nome de um ou mais deuses) ser considerado crime? Mais um "avanço" nesse sentido e a Índia vai queimar pessoas.
Um dos mandamentos da bíblia cristã, já sentencia: não usarás o nome de deus em vão. Em suma, é a chave da sobrevivência da irracionalidade religiosa. Não pode-se usar seus nomes em vão, não pode-se contestar o que os "escolhidos" afirmam, mesmo quando transformam um vazamento, uma infiltração em uma prova da existência do que não existe.

domingo, 1 de abril de 2012

1 de abril de 1964

Insisto: Madrugada de 31 de março é primeiro de abril. Milicos não gostam de associar a data na qual executaram um golpe de estado ao famigerado dia da mentira, mas é fato.
O texto abaixo é do jornalista Juremir Machado da Silva, publicado no jornal Correio do Povo, texto qeu esse blogueiro endossa, com todas as vírgulas.

Golpe de 64, Moral e Cívica e cérebros de ervilha
 
31 de março.
Há 48 anos, os militares enfiaram a bandeira na retarguada dos brasileiros.
Deram um golpe, que chamaram de revolução, contrarrevolução e revolução redentora.
Foi uma quartelada contra o reformismo de Jango, que estava apavorando os ricos com ideias assustadoras: reforma agrária, reforma educacional (o Brasil tinha a gigantesca quantia de dois mil estudantes em pós-graduação) e outras reformas que poderiam levar o país a sair da sua confortável e legítima condição de país medieval.
Os militares marcharam em defesa do justo e necessário atraso.
Era preciso salvar o Brasil do comunismo que jamais passou pela cabeça de João Goulart.
Graças ao golpe contra a ameaça de uma ditadura, tivemos direito a uma verdadeira ditadura, que matou, sequestrou, cassou mandatos, torturou, censurou, fez o que bem entendeu e nunca foi punida.
Tudo em nome da democracia.
Temos muito a comemorar neste dia, especialmente o fato de que não os militares de hoje não pretendem mais dar aulas de administração nacional nem nos impor disciplinas dantescas como Moral e Cívica.
Sou favorável ao revanchismo.
Precisamos nos vingar dos militares.
Não só pela tortura e pelos desaparecidos.
Mas especialmente pelas aulas de Moral e Cívica.
Aquilo destruiu o cérebro de muito brasileiro.
Se somos o que somos e adoramos hits sertanejos é por causa das aulas de Moral e Cívica.
Punição já para os torturadores.
Toda a população foi torturada com aulas de Moral e Cívica.
Exceto os que não foram à escola.
A disciplina de Moral e Cívica foi responsável pela grande evasão escolar de uma época.
E por uma geração com uma ervilha no lugar do cérebro.
Daí porque estou com a ONU: punição aos torturadores.