Edamaruku localizou
a
fonte da "água
benta"
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Autoridades da Igreja
Católica em Mumbai estão pedindo a prisão de Sanal Edamaruku, presidente da
Associação Racionalista da Índia, sob a acusação de ele ter desrespeitado um
milagre.
A convite da TV-9, Edamaruku examinou um crucifixo que goteja
um líquido pelos pés e disse que se trata de água de um reservatório que vaza de
dutos próximos da imagem. Reportagem da emissora mostrou um rastro de umidade na
direção do crucifixo (vídeo abaixo).
O local estava atraindo cristãos de
toda a Índia em busca de um pouco daquela “água benta”. A notícia do milagre
tinha se espalhado rapidamente.
A Igreja não aceitou a explicação de
Edamaruku e pediu que ele se retratasse. Diante da recusa, autoridades eclesiais
e representantes de entidades católicas abriram na terça-feira (10) um processo
contra o cético, acusando-o de blasfêmia, que é um crime previsto no código
penal da Índia.
O cético informou já ter recebido intimação da polícia
para prestar depoimento. “Posso ser preso a qualquer momento”, disse. Ele
contratou um advogado para defendê-lo.
Edamaruku, que se autointitula
caçador de gurus, costuma afirmar já ter desmascarado mais de 500
charlatões.
Nota do blogueiro:Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2012/04/igreja-pede-prisao-de-cetico-que.html, inclusive com trecho do vídeo exibido na tv indiana.
Vemos exatamente o que queremos, ou o que alguém quer que vejamos. Milagres, eventos sobrenaturais e seres invisíveis que determinam nossa existência, são pura e simplesmente, falta de explicação racional.
O caso acima aponta mais uma evidência disso, e ao mesmo tempo, mostra o perigo de permitir-mos que entidades religiosas possuam poder político, interfiram na vida pública, no Estado.
O presidente da Associação Racionalista pode ser preso por "desvendar o mistério da infiltração divina". Blasfêmia (difamação do nome de um ou mais deuses) ser considerado crime? Mais um "avanço" nesse sentido e a Índia vai queimar pessoas.
Um dos mandamentos da bíblia cristã, já sentencia: não usarás o nome de deus em vão. Em suma, é a chave da sobrevivência da irracionalidade religiosa. Não pode-se usar seus nomes em vão, não pode-se contestar o que os "escolhidos" afirmam, mesmo quando transformam um vazamento, uma infiltração em uma prova da existência do que não existe.
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