sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pela Abolição da "escravatura moderna"...

Veja aqui quem não quer a abolição da escravatura.
E aqui, alguns dos escravocratas identificados e listados.

Exército debocha do Estado Democrático.

Debocha dos torturados.
Debocha dos assassinados.
Debocha dos "desaparecidos".
Debocha da memória e da inteligência dos brasileiros.
E querem reescrever a História.
A História em posição de sentido.
Ou a História no "Pau-De-Arara".

O "print" acima foi extraído do Blog Diário Gauche.
A descabida, tresloucada e enfadonha desconstrução histórica publicada no site do Exército, pode ser lida aqui.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

José Serra: Melhores momentos.

E isso quer ser presidente?

Contragolpe!

Manifestação do Deputado Brizola Neto, na câmara dos Deputados, a respeito dos últimos movimnteos e manifestações do P.I.G e do STE.
Texto extraído do blog Tijolaço:

Legalidade: o pronunciamento na câmara.

O SR. BRIZOLA NETO (PDT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a base da democracia é o voto de cada brasileiro. A eleição tem que ser decidida nas urnas, não nos jornais, não na televisão e nem na Justiça. A eleição é a hora de o povo falar diretamente. Aquelas instituições não têm o direito de se substituírem ao povo, nessa decisão, como nós Deputados, não o temos.
Assistimos a um processo eleitoral que está sendo levado pela mídia e pela Oposição, não às ruas, mas aos tribunais. O Presidente Lula está quase que proibido de falar o nome de quem apoia.
As pesquisas dizem que metade dos brasileiros deseja votar no candidato do Presidente, mas a Oposição e a imprensa pressionam todo dia o Poder Judiciário para que o proíba de falar. Proíba, para ocultar ao povo que sua candidata éDilma, enquanto José Serra desfila como lulista.A farsa depende do silêncio.
Ora, senhoras e senhores, manifestar preferência não é pedir voto. Nós, aqui nesta casa, também somos agentes públicos. Não podemos usar nossos gabinetes, nossas cotas, os serviços pagos com dinheiro público para pedir votos.
Isso está correto, corretíssimo.

Mas imaginem se fôssemos impedidos até de falar o nome de quem apoiamos. Somos agentes públicos e agentes políticos, tanto que só podemos estar aqui, como também só pode estar lá o Presidente, se filiados a um partido político.
Quem está proibido de preferência partidária são os membros do Judiciário e os que atuam junto a ele, como a Procuradoria da República. Eles têm o dever da prudência e do equilíbrio, até para não tumultuarem as eleições. Ontem, uma Vice-Procuradora deu entrevista à Folha de S.Paulo em que,ao menos no que foi publicado, ameaça de cassação a candidatura Dilma.
Hoje, na mesma Folha de S.Paulo, o Sr. Roberto Jefferson anuncia o expediente, expressamente proibido em lei, de entregar ao candidato Serra o horário de TV do PTB, como fez e está fazendo ainda o DEM, sem que o Ministério Público tenha sequer reagido.
Há dois pesos e duas medidas? Mais rigor da lei para uns e nenhum para outros?

Nós vamos reagir com serenidade, pacifica e legalmente. Os democratas e patriotas deste País vão se unir a uma campanha pela legalidade como a que fez Brizola em 1961. Ninguém vai decidir em quem o povo pode ou não pode votar.
Não ao golpe eleitoral! Não ao tapetão judicial!
Eleição se ganha é no voto.
Obrigado, Sr. Presidente.

Nota do blogueiro: A manifestação dos PTBistas, de entrega de seu programa partidário à propaganda de José Serra, mencionada pelo Deputado, foi publicada na versão eletrônica do jornal Folha de São Paulo como pode ser visto aqui.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

...para o Rio Grande Sorrir...

Estou sorrindo...

É hilário...

Ridículo...

O mundo está ficando difícil para ser humano


Por Flávio Koutzii

Mesmo assim, estes dias têm sido espetaculares: a ação do presidente do Brasil. A iniciativa da diplomacia brasileira. O atrevimento de arriscar um caminho, que talvez possa evitar a guerra. A altivez de ter independência na política externa, servindo ao Brasil e também ao mundo é uma página extraordinária da nossa história.
A dimensão fica mais nítida pela trágica e grotesca reação da grande imprensa brasileira: não apóiam, não exaltam, não valorizam, não contextualizam, desde uma perspectiva brasileira, só olham do ponto de vista da América do Norte, da Hillary, dos novos falcões americanos – uma nova transgenia democrata-republicana. É o “dark side of the moon” de Obama.
Para todos que acham que não houve golpe militar em Honduras, é natural achar que o Brasil não deve “atrapalhar” a preparação da nova invasão, desta vez no Irã, e muito menos podem aceitar uma iniciativa, que vejam só, pode ajudar a paz. E dificultar a diplomacia de guerra cada vez mais acelerada dos EUA.
A imprensa brasileira – seus jornais, rádios e tevês – já não sabem bem o que são, embora saibam muito bem o que fazem. São a gripe suína do pensamento nacional. Ficaram histéricos, mas não se dão conta, nem ouvem a estridência de seus gritos. E, na verdade, já não se sabe pelo que gritam, nesses dias espetaculares, se pelos resultados da política internacional de Lula, se pelo avanço e ultrapassagem de Dilma em relação a Serra, ou se porque seus ataques, cada vez mais intensos, produzem cada vez menos efeito.
Vale a pena observar algumas manifestações desta imprensa:
No dia 19 de maio, no Jornal da Noite, William Wack recorre a uma retrospectiva histórica, onde relembra com apoio de fotos e filmes, Nasser, Nehru, Tito como experiências de independência terceiro-mundista, que já aconteceram e não deram certo, para explicar que essa é a descendência, em 2010, da política de Lula. Ou, trocando em miúdos, toda busca de autonomia, independência nacional, construção de nação que aqueles episódios testemunharam são congenitamente equivocados. O único DNA “bom” é o DNA da obediência, do colonizado, do obediente, e toda revolta deve ser condenada.
Outro exemplo é a pergunta interativa feita no tradicional programa de debates Conversas Cruzadas, da RBS TV, sobre o tema: se o Irã iria cumprir o acordo. É uma pergunta legítima, mas típica do enfoque preferencial da produção desse programa, nem em sonhos, cogitam de fazer uma pergunta que começasse, não examinando as consequências futuras, mas os significados do gesto recente: o novo peso do Brasil na política internacional.
Perderam a noção, o sentido da grandeza, a percepção da história, o significado do gesto, o valor e o peso do Brasil, a noção da Pátria, os interesses do Mundo e da Paz.
Se fazem amnésicos, não lembram nem da história recente: as invasões das “cruzadas Bush”, dos movimentos evidentes do conservadorismo americano para invadir o Irã.
E também não se lembram do passado, pois querem eternizar as condições que fizeram das grandes nações coloniais e dos grandes países industrias do século XX os dominadores e senhores da Terra. Aliás, no mesmo jornal da Noite citado, há uma passagem que claramente indica como insensato atrevimento querer alterar a “ordem natural” das coisas. Quem tem riqueza, armas, poder, tecnologia, terá cada vez mais. Quem não tem, obedecerá cada vez mais.
É disto que se trata e é isto que Lula e o Brasil enfrentam com sensibilidade e realismo, tentando romper estes limites protegendo ao mesmo tempo a possibilidade do entendimento e da Paz. Não é para qualquer um.
Texto extraído do Blog RS URGENTE, de Marco Aurélio Weissheimer.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Máfia médica


Do blog Diário Gauche:

Decisão do STF permite um assalto ao SUS

Privilégios privados e corporativos médicos querem mercantilizar a Saúde Pública brasileira


Nota pública do Conselho Estadual de Saúde/RS


O Conselho Estadual de Saúde (CES) vem a público repudiar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em favor de ação do CREMERS, divulgada na imprensa, que permite o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, ao mesmo tempo, pagar médicos e hospitais de forma privada.


Sobre isto, o CES se manifesta:


- É uma decisão que quebra a isonomia do SUS, ou seja, afronta o direito constitucional de acesso à saúde da população, que deve ser universal, integral e gratuito;


- É uma medida que beneficia empresas que lucram com a saúde, como os convênios médicos;


- Essa prática vai gerar filas ainda maiores para o atendimento da população que não tiver dinheiro para pagar. A população que não tiver dinheiro deixará de ser atendida;


- A decisão do STF atende a uma demanda corporativa da classe médica. A ação do CREMERS demonstra que a entidade não defende o SUS. Defende a mercantilização da saúde. Não é a defesa da saúde, é a defesa da doença para lucrar sobre ela;


- A versão divulgada na imprensa é a versão do CREMERS. As notícias afirmam que a decisão do STF vai ampliar o atendimento na área da saúde. Não é verdade, a decisão do STF vai reduzir o acesso a saúde de quem mais necessita, privilegiando quem tem recursos em detrimento à maioria da população;


- A decisão do STF tenta desmontar o SUS, uma das maiores conquistas do povo brasileiro na Constituição Federal de 1988;


- O SUS serve como modelo de inclusão social e acesso à saúde no mundo, como exemplo, a política de saúde que o Governo Obama aprovou.


Conselho Estadual da Saúde/RS


Porto Alegre, 19 de maio de 2010


......................................


A decisão do STF é muito perigosa e irresponsável. Corre-se o risco de praticamente privatizar o SUS no Brasil. Quem tem mais recursos terá mais e melhor atendimento médico do Estado.


É de admirar que o Cremers (Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul) tenha patrocinado ação judicial tão torpe, excludente e antissocial.


É a volta da famigerada "diferença de classe", que deixou de vigorar em 1991, ainda quando existia o extinto Inamps. Um retrocesso censitário de proporções alarmantes.


A decisão do STF só não é trágica, porque refere-se somente ao município de Giruá (RS), embora sigam tramitando outras ações do Cremers, incluindo Porto Alegre e mais cerca de dez municípios do RS, cujo SUS é municipalizado.

Alerta máximo no SUS brasileiro. Quadrilhas corporativas querem se apropriar de uma conquista popular irrenunciável. O SUS precisa ser fortalecido e qualificado, e não virar objeto de loteamento entre os mais privilegiados da sociedade, como quer o Cremers e os planos privados de saúde (quase todos controlados por grandes bancos).

Acima, fac-símile parcial da edição de ontem do jornal Zero Hora, que trata do tema. Como sempre, o foco da matéria visa favorecer os privilégios de poucos, em detrimento da grande massa de usuários do SUS. Uma matéria de encomenda para os interesses corporativos do Cremers, grande anunciante dos veículos da RBS.

E chamam isso de Estado Laico?

Estatuto indesejado
Primor do absurdo: o Estatuto do Nascituro
Os deputados da bancada fundamentalista conseguiram aprovar, ontem, na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, o “Estatuto do Nascituro”. O projeto elimina os casos de aborto previstos atualmente em lei: quando há risco de morte para a mãe e quando a gestação é decorrente de estupro. Além disso, o texto abre brecha para a proibição de algumas medidas contraceptivas. Em síntese, o projeto revoga direitos conquistados pelas mulheres e aprofunda a realidade de dominação que as submete.

Trata-se de uma aberração intolerável. O projeto chega às raias da crueldade quando impõe, às mulheres, que mantenham uma gravidez que lhes traz risco de morte, ou quando as obriga a levarem uma gravidez que resulta de violência sexual.

Depois do fracasso do PNDH, que recuou no que tange à legalização do aborto, esse projeto é um novo ataque à decência e à dignidade.
Nota do blogueiro: A frase abaixo, encerra a justificativa do projeot de lei nº 478/07, em sua versão do ano de 2005:
"Queira Deus que esta Casa de Leis se empenhe o quanto antes em aprovar este Estatuto, para a alegria das crianças por nascer e para orgulho desta Pátria".
O velho "Deus, Pátria e Família", bordão das hordas fascistas do século passado, mantém-se como uma forte bandeira política, a assolar a sociedade, na defesa de preceitos (e preconceitos)religiosos em detrimento da vida humana.
O Projeto de lei em questão, tem na classificação do aborto com um crime hediondo um de seus mais polêmicos tópicos. A criminalização da prática se daria em qualquer situação e sem exceções. A simples defesa da prática, seria classificada como crime (de opinião?), conforme fragmento abaixo:
"Fazer publicamente apologia ao aborto ou de quem o praticou, ou incitar publicamente a sua prática:
Pena: Detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa."
Ou seja, o clero proíbe e silencia.
O Estatuto do Nasciturno, elimina o debate sobre o início da vida, levado às cortes, na tentativa de liberar pesquisas com células embrionárias, ao definir seu "raio de ação" até mesmo ao embrião.
Esse Projeto põe por terra, todas as tentativas de se estabelecer marcos civilizatórios e minimamente humanos, sobre a questão dos direitos reprodutivos. Expõe vítimas de pedófilos, e outros tipos de estupradores aos riscos e danos de, obrigatoriamente, manter a gravidez.
Casos como os citados abaixo, terão de ser conduzidos sob a ótica teológica, em detrimento da Humana e científica (clique nos títulos para ler):

Menina de dez anos engravida após ser estuprada pelo padrasto em pernambuco.

Direitos reprodutivos em pauta.

Pastor engravida menina e afirma: ‘Foi promessa de Deus’

Para um Estado que afirma-se laico, orientar decisões que afetem a vida de todos nesse tipo de argumento é no mínimo incoerente, tanto quanto a "presença divina" no Preâmbulo da Constituição desse Estado Laico:
"Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil."

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Produtores de soja denunciam práticas da Monsanto

Do Blog RS URGENTE:


Não foi por falta de aviso. Quando os críticos da liberação desenfreada dos transgênicos alertaram que os produtores seriam escravizados pela Monsanto, foram estigmatizados – inclusive na mídia nativa – como “atrasados” e “inimigos da ciência”. Matéria de Mauro Zanatta, no Valor Econômico, relata que os produtores de soja ameaçam recorrer ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra o que consideram ser práticas de manipulação e imposição de regras pela Monsanto no mercado nacional de soja transgênica. Mais do que isso: os produtores estão articulando uma “frente de resistência global” contra a Monsanto em conjunto com produtores de soja da Argentina e dos Estados Unidos. Eles acusam a empresa de cobrança abusiva de royalties sobre as sementes de soja por meio da adoção de um adicional sobre a produtividade das lavouras.
“Se você produzir acima da média de 55 sacas por hectare, tem que pagar um adicional de 2%. Se misturar com convencional, também paga. Eles querem fazer papel de governo. Vamos ao Cade conversar sobre isso”, disse ao Valor Econômico o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira da Silva. A disputa entre produtores de soja e a Monsanto se agravou em 2009, quando a empresa elevou os preços cobrados pela tecnologia, passando de R$ 0,35 para R$ 0,44 por quilo de semente. Além disso, se for flagrado com transgênico em sua carga, o produtor tem que pagar uma multa por “uso não autorizado” de 2% sobre todo o valor da produção.
Os produtores também acusam a Monsanto de agir de forma ilegal ao impor restrições sobre a produção de soja convencional. “A Monsanto está fazendo o mercado. Ela obriga os sementeiros a produzir um mínimo de 85% de transgênicos e quem quer produzir convencional tem dificuldade para achar semente. Daqui a pouco, não teremos mais essa opção”, disse ainda Silveira, que cultiva 6 mil hectares de soja, girassol e eucalipto em Campos de Júlio (MT).
A Aprosoja Brasil também está questionando a validade da patente da tecnologia transgênica Roundup Ready no Brasil. “Quando acaba a patente deles?”, pergunta o presidente da entidade.


Nota do blogueiro: Quando os tais "ruralistas", organizaram-se em bandos, quadrilhas, para contrabandear e plantar um produto proibido no Brasil (o equivalente moral a plantar maconha e pedir ao governo a liberação de sua comercialização), foram advertidos.
Quando chantagearam o governo com a maior produção da história do país, que deveria ser liberada para comercialização, foram advertidos.
Quando violaram até mesmo os termos de ajuste de conduta, na comercialização e replantio dessas variedades, mais uma vez chantageando o governo para que pudessem cometer o crime novamente, foram advertidos.
Foram advertidos das consequências ambientais, sociais e econômicas. Tornaríam-se reféns de uma única corporação. Pagariam fortunas em direitos de propriedade.
Agora choram e querem apoio do governo que "passaram para trás", que chantagearam, para que "abrandem" as consequências de sua ignorância.
Amanhã pedirão subsídios para os Royalties?
Nossos impostos pagariam mais essa?
Da classe do "não pago, prorrogo, quero mais e o povo que pague", não duvido de nada. De nada mesmo.

Um verdadeiro "Tijolaço"...

...no jornalismo panfletário da Folha de São Paulo.

Do Blog Tijolaço, do Deputado Federal Brizola Neto:

terça-feira, 18 de maio de 2010

Não verás Lula nenhum.

Reproduzo abaixo, texto do jornalista Leandro Fortes, publicado em seu blog, o Brasília, eu vi.

É verdade, mas só na Time, no Le Monde, no El País

e na BBC de Londres...


Em linhas gerais, Luís Fernando Veríssimo disse, em artigo recente, que as gerações futuras de historiadores terão enorme dificuldade para compreender a razão de, no presente que se apresenta, um presidente da República tão popular como Luiz Inácio Lula da Silva ser alvo de uma campanha permanente de oposição e desconstrução por parte da mídia brasileira. Em suma, Veríssimo colocou em perspectiva histórica uma questão que, distante no tempo, contará com a vantagem de poder ser discutida a frio, mas nem por isso deixará de ser, talvez, o ponto de análise mais intrigante da vida política do Brasil da primeira década do século XXI.
A reação da velha mídia nativa ao acordo nuclear do Irã, costurado pelas diplomacias brasileira e turca chega a ser cômica, mas revela, antes de tudo, o despreparo da classe dirigente brasileira em interpretar o força histórica do momento e suas conseqüências para a consolidação daquilo que se anuncia, finalmente, como civilização brasileira. O claro ressentimento da velha guarda midiática com o sucesso de Lula e do ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, deixou de ser um fenômeno de ocasião, até então norteado por opções ideológicas, para descambar na inveja pura, quando não naquilo que sempre foi: um ódio de classe cada vez menos disfarçado, fruto de uma incompreensão histórica que só pode ser justificada pelo distanciamento dos donos da mídia em relação ao mundo real, e da disponibilidade quase infinita de seus jornalistas para fazer, literalmente, qualquer trabalho que lhe mandarem os chefes e patrões, na vã esperança de um dia ser igual a eles.
Assim, enquanto a imprensa mundial se dedica a decodificar as engrenagens e circunstâncias que fizeram de Lula o mais importante líder mundial desse final de década, a imprensa brasileira se debate em como destituí-lo de toda glória, de reduzí-lo a um analfabeto funcional premiado pela sorte, a um manipulador de massas movido por programas de bolsas e incentivos, a um demagogo de fala mansa que esconde pretensões autoritárias disfarçadas, aqui e ali, de boas intenções populares. Tenta, portanto, converter a verdade atual em mentiras de registro, a apagar a memória nacional sobre o presidente, como se fosse possível enganar o futuro com notícias de jornal.
Destituídos de poder e credibilidade, os barões dessa mídia decadente e anciã se lançaram nessa missão suicida quando poderiam, simplesmente, ter se dedicado a fazer bom jornalismo, crítico e construtivo. Têm dinheiro e pessoal qualificado para tal. Ao invés disso, dedicaram-se a escrever para si mesmos, a se retroalimentar de preconceitos e maledicências, a pintarem o mundo a partir da imagem projetada pela classe média brasileira, uma gente quase que integralmente iletrada e apavorada, um exército de reginas duartes prestes a ter um ataque de nervos toda vez que um negro é admitido na universidade por meio de uma cota racial.
Ainda assim, paradoxalmente, uma massa beneficiada pelo crescimento econômico, mas escrava da própria indigência intelectual.

Pela abertura dos aqrquivos da última ditadura.



Assine aqui.

domingo, 16 de maio de 2010

José Serra reage (novamente), à pesquisa Vox Populi:

Da coluna "Último segundo", do site IG:

Vox Populi/Band traz Dilma com 38% e Serra com 35%

Após superexposição, petista passa tucano pela primeira vez; Marina Silva (PV) tem 8% das intenções de voto

iG São Paulo 15/05/2010 19:20

O Vox Populi divulgou neste sábado pesquisa de intenção de voto para as Eleições 2010. A pesquisa, encomendada pela Rede Bandeirantes, mostra pela primeira vez a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT) à frente do ex-governador José Serra (PSDB), após período de superexposição da petista no rádio e na TV. Na pesquisa estimulada, Dilma aparece com 38% das intenções de voto, contra 35% do tucano. Como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, assim como na última pesquisa Vox/Band os dois candidatos estão tecnicamente empatados.

A pesquisa pode ser vista aqui.

A reação do tucano, pode ser apreciada no vídeo abaixo:

sábado, 15 de maio de 2010

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Serra de esquerda?

O texto abaixo foi extraído do blog Dialógico:


Com bom humor, Leandro Fortes analisa a afirmação de José Serra sobre ser uma pessoa de esquerda. Aliás, sobre esse assunto, lembramos de ter lido a informação de um evento europeu sobre partidos de esquerda, realizado ainda no governo FHC, e que teve representação do PSDB. Pena que não recordamos mais os detalhes! Mas a sensação de incredulidade, ao ler aquela notícia, permaneceu a mesma! Neste país, só se assume ideologicamente pessoas à esquerda do espectro político, mesmo que seja mentira, como é o caso do pré-candidato Serra. No entanto, encontrar algum sujeito, ou partido político, que se assuma de direita é como encontrar agulha em palheiro!

Escreve Fortes em seu blog:

O camarada Serra
Gafe do cerimonial: na foto, Serra é o sujeito à direita de Kátia Abreu
Ao se declarar um homem de esquerda, durante entrevista na CBN, o ex-governador José Serra deve:
1) Ter caído em desgraça na revista Veja;

2) Ter caído em desgraça no Instituto Millennium;

3) Ter caído em desgraça na Fiesp;

4) Ter caído em desgraça no Clube Militar;

5) Ter caído em desgraça na ANJ;

6) Ter caído em desgraça nos blogs de esgoto;
7) Ter caído em desgraça na TFP;

8) Ter caído em desgraça na UDR;

9) Ter caído em desgraça na CNA;

10) Ter caído em desgraça na CNI;

11) Ter caído em desgraça no DEM;

12) Ter caído em desgraça em Higienópolis;

13) Ter caído em desgraça nas Organizações Globo;

14) Ter caído em desgraça na Febraban;

15) Ter caído em desgraça no PSDB.

Então, fico imaginando quem, afinal, deverá votar em José Serra, o Vermelho:

1) Os 30 mil pernambucanos beneficiados pela plataforma de indústria naval fixada no estado como parte do PAC?

2) Os 60 milhões de brasileiros beneficiados pela distribuição de renda catalisada pelo Bolsa Família?

3) Os 32 milhões de brasileiros que saíram da condição de miseráveis à de consumidores?

4) Os 1,2 milhão de trabalhadores que recebem um salário mínimo que pulou de 60 dólares, da Era Tucana, para 200 dólares, no governo Lula?

5) Os trabalhadores sem-terra perseguidos no interior de São Paulo?

6) Os familiares dos motoboys assassinados pela PM paulista?

7) O delegado Protógenes Queiroz?

8) O juiz Fausto De Sanctis?

9) Os comunistas?

10) Os eleitores de Dilma Rousseff?

E, finalmente, alguém pode me explicar como é que um sujeito de esquerda pode aparecer todo sorridente numa foto ao lado da senadora Kátia Abreu? Seria um caso clássico de infiltração esquerdista nas hostes ruralistas?

Nota do blogueiro: A única explicação possível, é a que foi apresentada pelo blog Dialógico: Há políticos de direta por todo o país, mas ninguém assume.

A foto abaixo, extraída do jornal "O Popular" (P.I.G. de Goiás), mostrando a recente visita do pré-candidato "de esquerda" José Serra ao Estado, mostra o quanto pode-se levar a sério essa auto-definição:

Reunião dos "vermelhos": da esquerda para a direita (sem ironias) o comunista Ronaldo Caiado, o "homem de esquerda" José Serra, o socialista Marconi Perilo e o anarquista Demóstenes Torres.


Durante essa visita, José Serra afirmou que concluirá as obras da Ferrovia Norte-Sul, definida pelo "homem de esquerda" como uma obra fundamental par ao desenvolvimento do Centro-Oeste do país.

O estranho, é que no ano de 1988, a revista-panfleto Veja, publicou uma reportagem, na qual o tucano apresentou destaque para acabar com a obra, conforme pode ser visto na foto abaixo.

Uma cara no Congresso, outra nas capas das "mídias amigas" e outra nos "bastidores".

Mas "de esquerda"? Eu poderia ter dormido sem essa.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Nem os tucanos querem José Serra eleito...

Tucanos ligados à pseudo-central Farsa-Sindical (ou seria Força, forca...), afirmam não estender à Zé Pedágio o apoio que oferecem ao pré candidato tucano ao governo paulista, Geraldo Alckmin.

As razões pela qual a Central, criada por pelêgos neoliberais em 1991, explicitamente apoiados pelo então presidente Fernando Collor de Mello, não aderem à candidatura de Zé Alagão, são explicitadas no texto (e charge) abaixo, extraídos do site Conversa Afiada, de Paulo henrique Amorim:



Sugestão do Vasco Moscoso de Aragão, navegante de longo curso:

Saiu no Vermelho


Apesar de estarem alinhados à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ao governo paulista, diversos sindicatos sob influência tucana em São Paulo se recusam a aderir à campanha presidencial de José Serra. A maioria das lideranças dessas entidades é abertamente favorável à candidatura de Dilma Rousseff (PT).
Alckmin tem a simpatia de pelo menos 40% dos sindicatos filiados à Força Sindical em São Paulo, segundo cálculo do tucano Antonio Ramalho, vice-presidente da entidade. No estado, a Força tem uma base de cerca de 4,5 milhões de trabalhadores. Mas os elogios a Alckmin entre dirigentes sindicais da central são diretamente proporcionais às críticas a Serra.
Mesmo entre aqueles que defendem um apoio puro-sangue Serra-Alckmin, pipocam ressalvas ao pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto, amparadas pela elevada rejeição do ex-governador entre os trabalhadores. Segundo Ramalho — que também preside o Sindicato da Construção Civil —, Serra “não tem conversa com ninguém. Só quatro pessoas falam com ele”.
Filiado ao PDT, Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, defende pessoalmente o híbrido Dilma-Alckmin. A posição do sindicato, diz, ainda não está definida oficialmente. Já a Federação dos Comerciários também tende a essa posição.
“O diálogo que nós tínhamos com o Alckmin nós não tivemos com o Serra”, diz Sérgio Leite, presidente da Federação dos Químicos, que prevê apoio a Dilma na disputa presidencial. Serra foi convidado a participar das grandes manifestações do 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador — mas ficou longe de São Paulo, onde as centrais sindicais realizaram seus atos mais tradicionais manifestações.
Neste ano, as celebrações reuniram mais de 2 milhões de pessoas e contaram com a presença de Dilma e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Serra, temendo vaias, optou por um evento evangélico em Santa Catarina. Foi no 1º de Maio da Força que houve as mais pesadas críticas a Serra.
Da Redação, com informações da Folha de S.Paulo

Em tempo: no 1º. de Maio, Serra se escondeu dos trabalhadores num culto evangélico, em Santa Catarina. PHA.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Gente que mente.

Serra não é economista, nem engenheiro, é só o candidato do P.I.G (partido da imprensa golpista) de acordo com o artigo abaixo, extraído do blog Dialógico:


Na noite de terça-feira, amiga nossa nos repassa uma mensagem, com o intuito de denunciar o conteúdo, naquela linha de comparação dos currículos dos candidatos à Presidência da República no Brasil: José Serra, Dilma Rousseff, Marina Silva e Ciro Gomes. Evidentemente, uma daquelas mensagem a la brucutu do senhor Eduardo Graeff.
Nesta manhã, recebemos, via mensagem eletrônica, o artigo abaixo, que foi uma sintonia para nossos ouvidos. A bem da verdade, o tema não é novo, mas em tempos de desqualificação da candidata do Presidente Lula, em que a baixaria campeia, é sempre bom colocar os pingos nos "is".
Fonte: Conversa Afiada
Do Jornal A União vinculado à página do Governo da Paraíba:
Seu Serra
Por Sitônio Pinto* - 25 de março de 2010

O Conselho Federal de Economia nunca se manifestou sobre o pedido de interpelação judicial e o conseqüente enquadramento do candidato José Serra no Art. 47 do Dec. Lei. 3.688/41, feito pelo Conselho Regional de Economia da Paraíba e endossado pelos Conselhos Regionais do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Piauí, Alagoas, Maranhão, Rondônia e Tocantins, e por dois membros do Conselho Federal de Economia. O pedido teve por motivo o uso indevido da qualificação de economista pelo candidato Serra, que não tem bacharelado em economia nem é registrado em qualquer Conselho Regional de nenhum estado brasileiro. O procedimento do candidato caracteriza falsidade ideológica e charlatanismo, em prejuízo dos que exercem legalmente a profissão.
O Corecon-PB fez a sua parte, denunciando a irregularidade e pedindo providências à entidade competente, - no caso o Conselho Federal de Economia, parte legítima para uma iniciativa jurídica, pois congrega todos os Corecons do Brasil, onde, hipoteticamente, Serra deveria estar inscrito como economista.
Por coincidência, logo após a denúncia do Corecon-PB, seu presidente, economista Edivaldo Teixeira de Carvalho, teve sua residência invadida por três homens armados que lhe roubaram um automóvel e outros objetos de valor. A violência não parou aí. Telefonemas ameaçadores foram transmitidos à casa de Edivaldo, com a recomendação de que ele ficasse quieto. Sua casa foi rondada por automóveis em atitude suspeita.
É de estranhar também a omissão do Confea, entidade que reúne os Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura (Crea), que até agora não se manifestou sobre o uso do título de engenheiro pelo candidato José Serra. Nenhum dos Creas também se pronunciou sobre o assunto. Enquanto o silêncio das entidades permanece, Serra continua apresentando-se à população brasileira como engenheiro, no seu marketing político, da forma que se pode ver no último exemplar da revista Istoé, nº 1721, de 4/9/2002, página 53, na matéria O homem segunda-feira, linhas 10 e 11, onde a reportagem diz que Serra é engenheiro e economista.
É inexplicável silêncio dos Creas e da Confea. Deveriam e poderiam mirar-se na atitude zelosa do Corecon-PB, e, na defesa das profissões que representam, protestar contra o emprego enganoso e politiqueiro da falsa titularidade arrotada pelo candidato Serra, que não tem título de bacharelado em nenhuma ciência, mesmo as ocultas.
*Sitônio Pinto é Jornalista, escritor, publicitário, Membro do IHGP, da academia paraibana de letras e da academia de letras e artes do nordeste
Mais sobre o tema aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Serra contra o Mercosul: o auge das direitas loucas na América Latina

O texto abaixo, de Jorge Beinstein, foi extraído da Agência Carta Maior:
Serra propõe substituir o Mercosul e as demais alianças regionais por tratados de livre comércio. A retirada política do Brasil significaria um decisivo aumento da influência dos EUA na América Latina, abrindo o caminho para suas estratégias de desestabilização e conquista. No esquema Serra, sem a rede protetora de aproximações e acordos políticos, econômicos e culturais, o Brasil teria só um caminho em sua política comercial: o da competição selvagem apoiada por salários e impostos reduzidos, na miséria crescente do grosso de sua população, no apequenamento do Estado e na expansão das estruturas repressivas para manter a ordem social e política. A análise é de Jorge Beinstein.
As declarações hostis ao Mercosul feitas por José Serra diante de empresários da Federação de Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), deveriam ser tomadas como um sinal de alarme não só no Brasil, mas também na maior parte dos países da região. Como assinalou recentemente um jornal de Buenos Aires, essa grosseria está em aberta contradição com o fato de que cerca de 90% das exportações do Brasil são compradas pelos países do Mercosul e de outros da América Latina (1). As declarações do candidato direitista aparecem como um convite ao suicídio do sistema industrial brasileiro que ficaria exposto à feroz concorrência na América Latina de países desesperados por aumentar suas vendas. A China, por exemplo, que acaba de registrar em março deste ano seu primeiro déficit comercial mensal do último qüinqüênio e cujas exportações (em sua quase totalidade industriais) caíram em 2009 cerca de 16% em comparação a 2008. Mas também de gigantes econômicos como Alemanha e outras economias européias de alto e médio desenvolvimento, ou dos Estados Unidos, todos eles acossados pela contração do comércio internacional provocada pela crise.
A proposta de Serra de revisar os acordos do Mercosul (considerado por ele como uma farsa e um obstáculo), apontando, como ele mesmo proclama, para sua “flexibilização”, reduzindo ao mínimo o processo de integração econômica, política e social até chegar mesmo a sua eliminação foi recebida com grande alegria pelos círculos mais reacionários da América latina e dos Estados Unidos. A publicação América Economia deu à notícia uma imagem de ruptura apocalíptica, destacando “José Serra reafirma que não quer que Brasil continue no Mercosul” (2).
Se Serra chega à presidência e aplica sua promessa de liquidação do Mercosul, estaria dando um terrível golpe contra uma das maiores proezas econômicas do Brasil: o boom de suas exportações que passaram de 58,2 bilhões de dólares em 2001 para 197,9 bilhões de dólares em 2008 (um aumento de 340%) (3). Como se sabe, as exportações brasileiras caíram cerca de 22% em 2009 devido à crise internacional, mas essa queda teria sido ainda maior sem a existência da retaguarda latinoamericana, sem esses países vizinhos ligados ao Brasil por múltiplos laços econômicos, políticos e culturais. Romper ou “flexibilizar” esses laços em um contexto internacional como o atual, marcado por uma crise que vai se agravando seria uma loucura. O Brasil estaria dando de presente uma importante porção dos mercados regionais a competidores de todos os continentes.
Integrações periféricas, deterioração das velhas potências centrais
A proposta de Serra vai na contramão da tendência global dominante rumo às integrações periféricas que aparecem como respostas às crescentes dificuldades das economias das potências centrais (EUA, União Européia e Japão). Neste início de 2010, a China firmou um acordo de integração comercial com os países do Sudeste Asiáico agrupados na ASEAN (4), envolvendo mercados onde vivem quase 1,9 bilhão de pessoas. Poucos meses antes, foi firmado um acordo similar entre a ASEAN e a Índia. Somados os dois acordos e as populações envolvidas (China, Índia e países da ASEAN) chegamos a cerca de 3 bilhões de pessoas, ou seja, cerca de 45% da população mundial. Esse processo está relacionado também com a integração entre China e Rússia, onde um dos baluartes é a Organização de Cooperação de Shangai que agrupa as ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central e tem como observadores em processo de incorporação a Índia, o Paquistão, Mongólia e o Irã.
Este movimento de integração eurasiática incluindo mais da metade da população mundial está mudando não só a estrutura do comércio internacional, mas também suas relações políticas e militares, e é hoje o coração do processo de despolarização mundial, do fim da unipolaridade governada pelo Império norteamericano.
A outra tendência integradora importante é a da América Latina que, partindo do Mercosul, foi se ampliando por meio de diversas iniciativas, chegando a Unasul (390 milhões de habitantes e um Produto Bruto regional próximo a 3,9 trilhões de dólares) e à recentemente criada Comunidade de Estados Latinoamericanos e Caribenhos (CELC). O vínculo entre esses dois fenômenos regionais é o BRIC, convergência entre Brasil, Rússia, Índia e China, onde o Brasil é precisamente o elo que os articula estrategicamente.
Esta nova realidade vai muito mais além do nível comercial ou mesmo econômico e está expressa no surgimento de um imenso espaço de poder periférico cujos países líderes têm conseguido resistir muito melhor ao impacto da crise do que as grandes potências capitalistas. Enquanto os EUA vão chegando a um nível insustentável de dívida pública (próxima a 100% do Produto Interno Bruto) e a União Européia aparece muito golpeada pela crise grega, detonadora de um desastre regional muito maior, a América Latina vem se “desendividando”: em 2003, sua dívida externa pública representava cerca de 60% do Produto Bruto regional; em 2008, esse índice caiu para 30%. A região conseguiu isso crescendo e exportando, com várias de suas economias chave afastando-se da ortodoxia neoliberal e da hegemonia dos Estados Unidos.
Em resumo, a periferia está se integrando, suas nações comercializam cada vez mais entre si, enquanto os países ricos (a área imperialista do mundo)aparecem atingidos pela crise com seus mercados internos estagnados ou em contração. No entanto, a ascensão da periferia não é inexorável. Dependerá da forma pela qual responda a uma crise sistêmica global que se aprofunda, dependerá de sua capacidade de superar barreiras, das armadilhas de um sistema capitalista mundial regido por potências decadentes e hegemonizado pelo parasitismo financeiro e, sobretudo, no longo prazo, de sua capacidade para libertar-se dessa pesada teia de aranha civilizacional (de raiz ocidental e burguesa) que a condenou ao subdesenvolvimento.
As direitas locais
O que Serra propõe é um caminho perverso: sair do processo integrador periférico e submeter-se completamente às turbulências do mercado internacional sem nenhum tipo de escudo protetor regional ou periférico trans-regional. Deste modo, o Brasil passaria a fazer parte da estratégia de recomposição geopolítica imperial dos EUA, onde um dos capítulos decisivos é a desestruturação das integrações periféricas tanto na Eurásia quanto na América Latina.
Serra propõe substituir o Mercosul e as demais alianças periféricas (Unasul, BRIC, etc.) por um conjunto de tratados de livre comércio. A retirada política do Brasil significaria automaticamente um decisivo aumento da influência dos EUA na América Latina, abrindo o caminho para suas estratégias de desestabilização e conquista. O contexto regional de estabilidade obtido na década passada se deterioraria rapidamente. Um só caso exemplifica bem este perigo: a Bolívia esteve até bem pouco tempo correndo o risco de entrar em uma guerra civil, devido à convergência golpista de sua direita neofascista e do aparato de inteligência do governo Bush. O golpe cívico-militar que detonaria essa catástrofe foi, em boa medida, evitado pela intervenção política dos países do Mercosul, que deram um apoio decisivo para o governo constitucional de Evo Morales. A derrubada da democracia neste país seguramente teria animado tentativas similares em outras nações como Paraguai, Equador e mesmo Argentina convertendo uma parte importante do entorno geográfico do Brasil em uma área caótica, infestada de frentes reacionárias que finalmente conseguiriam afetar sua estabilidade democrática e sua dinâmica produtiva.
No esquema Serra, sem a rede protetora de aproximações e acordos políticos, econômicos e culturais, o Brasil teria só um caminho para prosseguir em seu desenvolvimento comercial em um mundo cada vez mais difícil: o da competição selvagem respaldada por salários e impostos reduzidos, ou seja, apoiada na miséria crescente do grosso de sua população (começando pelos assalariados e seguindo pelas classes médias), no apequenamento do Estado e, inevitavelmente, na expansão das estruturas repressivas destinadas a manter a ordem social e política; em resumo, na deterioração acelerada das liberdades democráticas. Como vemos, o processo começa com um discurso comercial e culmina necessariamente com um modelo político claramente autoritário.
Deste modo, Serra passa a formar parte do leque de políticos latinoamericanos de raiz neoliberal, nostálgicos das velhas relações neocoloniais com o Império. Estes dirigentes superados pelas tendências integradoras e autonomizantes hoje dominantes na periferia lançaram-se a uma reconquista desesperada dos governos. O tempo joga contra eles, a realidade vai lhes escapando, o senhor imperial que desejam servir está enredado em seus próprios e muito graves problemas, tornando-o cada vez mais irracional. Há um aumento da irracionalidade nos sistemas de poder do centro decadente do mundo e também em seus serventes periféricos.
As direitas loucas, degradadas, infestadas de brotos fascistas estão agora em moda na América Latina. Em certo sentido, expressam o passado (neoliberal), mas, sobretudo, constituem a promessa de um futuro sinistro.
Que outra coisa é a direita boliviana que deseja impor um regime de apartheid? Pensemos na caótica direita Argentina cujo único programa é o retorno aos planos de ajuste e a repressão dos movimentos sociais, na direita golpista paraguaia e seus delírios ditatoriais, na direita venezuelana que já ensaiou um golpe de estado fascista e inviável e que está disposta a repetir a façanha.
Seus projetos de ordem elitista e autoritário poderiam ser vistos como parte da decadência cultural dos círculos de poder que comandaram o mundo na era neoliberal, a era da hipertrofia do parasitismo financeiro, da depredação desenfreada de recursos naturais e humanos. Esses setores estão agora mergulhados em uma crise sistêmica que vai desorganizando-os, jogando-os em uma posição caótica, não só no nível de suas estruturas econômicas, mas também no plano psicológico, ou que os torna cada vez mais perigosos e imprevisíveis.
(*) Economista argentino, professor na Universidade de Buenos Aires. É autor, entre outros livros, de “Capitalismo senil, a grande crise da economia global”.
NOTAS
(1) “Jornal argentino questiona posição de Serra sobre Mercosul”, Carta Maior, 22/04/2010.
(2) “José Serra reafirma que no quiere que Brasil continúe en el Mercosur”, América Economía, 21/04/2010.
(3) IPEA, “Brasil em desenvolvimento”, Volume I, 2009.
(4) Membros da ASEAN; Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei, Vietnã, Laos, Birmânia y Camboja

Tradução: Katarina Peixoto

domingo, 2 de maio de 2010

MERCOSUL: SERRA RECEBE “PUÑETAZO” NA ARGENTINA


Até os Argentinos perceberam que José Serra é como biruta de aeroporto, mudando de opinião ao sabor dos ventos (da opinião pública, ou da resposta negativa aos seus discursos). Texto extraído do blog "Cloaca News".
Artigo publicado nesta sexta-feira, 30 de abril, no jornal argentino Página 12.

Mejor joia que farsa
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Por Martín Granovsky
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Los brasileños deberían escribir un libro y mandarlo para aquí: un manual para entender a José Serra. El candidato de oposición para las elecciones presidenciales de octubre dijo primero que el Mercosur es “una farsa”. Después pidió “flexibilizar el Mercosur”. ¿Cómo se flexibiliza una farsa? Misterio. Lo que queda claro, desde la Argentina, es que José Serra asocia el Mercosur con una valoración negativa. Para él, en cambio, sería positivo que Brasil firmase muchos tratados de libre comercio. Según Serra, Brasil no puede hacerlo, justamente, por culpa de las barreras que le impondría el Mercosur. Es decir que su horizonte de política exterior ideal luce muy sencillo: menos Mercosur y muchos TLC [Tratados de Livre Comércio].
El actual gobernador del estado de San Pablo acaba de tirar dos mitos al tacho. El primero es que nadie en Brasil discute la política exterior, que vendría demostrando una continuidad sin fisuras desde que Pedro I se proclamó emperador de una monarquía constitucional en 1822. El segundo es que la política exterior nunca forma parte de la política interna, y menos de una campaña electoral.
Según datos del Intal, el Instituto para la Integración de América latina, cuando en 2009 el comercio internacional se desplomó también bajaron las exportaciones brasileñas a la Argentina, Uruguay y Paraguay, los socios del Mercosur. Las exportaciones bajaron 27,2 por ciento y las importaciones bajaron 12,2 por ciento. Pero la mirada histórica con detalle es más interesante:
- En 2008, cuando la crisis internacional ya había comenzado, las exportaciones se habían incrementado en un 25,3 por ciento respecto del 2007 y las importaciones en un 28,5 por ciento.
- En medio de la peor crisis desde los años ’30, el valor del intercambio con el Mercosur fue de 28.935 millones de dólares en 2009. Casi igual a la cifra registrada en 2007, antes de la crisis: 28.978 millones de dólares.
O sea que la debacle mundial no fue una debacle regional. Serra podría decir que las cifras demuestran su posición: más comercio y menos arancel externo común. Pero, ¿así funciona el mundo? ¿O también el volumen de intercambio y las proporciones que representa el otro socio en el comercio exterior de cada país tienen un fuerte condimento de política internacional?
Ni Brasil ni la Argentina sufrieron el 2009 como Grecia. No sufren tampoco el 2010 de los griegos, caso paradigmático actual de un país obligado a seguir el camino de contracción fiscal y económica sufrida ya por los brasileños con Fernando Henrique Cardoso (FHC) y por los argentinos con Carlos Menem. Pero Grecia está lejos. Más cerca, México sufrió más la crisis porque el 80 por ciento de su intercambio depende de la relación comercial con los Estados Unidos, porque los migrantes a los Estados Unidos disminuyeron sus remesas a casa por falta de trabajo y porque las migraciones bajaron por la combinación de restricciones y políticas como la xenofobia de Arizona.
Brasil y la Argentina fueron menos golpeados por la debacle. En parte cada uno amortiguó el golpe por una política macroeconómica neodesarrollista que compensó la caída apostando a la reactivación y no al ajuste. Y en parte el hecho concreto es que no necesitaron de ningún TLC para seguir con su estrategia de comercio diversificado, entre ellos mismos, con otros socios de la región o con China.
El Mercosur no es el paraíso, en buena medida porque fue vaciado de política por la dupla FHC-Menem con ayuda de Domingo Cavallo, el ministro que adoraba las áreas de libre comercio y detestaba al Mercosur tanto como Serra.
El punto clave es que hoy el Mercosur representa uno de los distintos resultados concretos del armado político regional. Otro resultado es la Unasur, en construcción desde el 9 de diciembre de 2004, que agrupa a toda Sudamérica. Otro más es el Consejo de Defensa Sudamericano. Y la clave de la estabilidad sudamericana es la sólida relación entre la Argentina y Brasil, el vecino de la Argentina que representa la “B” del grupo BRIC junto a India, Rusia y China. No es poco: la región no presenta ningún conflicto limítrofe importante y revela una sintonía mayoritaria y un nivel de paz y previsibilidad que hoy son una rareza mundial. El compromiso alcanzado por los presidentes Cristina Kirchner y José “Pepe” Mujica de respetar el Tratado del Río Uruguay no borra ningún error de cada país en el pasado, pero marca un modo inteligente de recomponer el daño en las relaciones.
Cuando la palabra “farsa” aparece en medio de esta construcción imperfecta pero persistente conviene encender las luces de alerta. ¿Serra –como Eduardo Duhalde aquí con su crítica a los juicios por crímenes de lesa humanidad– eligió la espectacularidad para diferenciarse de Lula y de la candidata del PT Dilma Rousseff? Es probable, pero en su caso conviene tener en cuenta que siempre receló de la relación privilegiada con la Argentina. Si además ignora las construcciones institucionales colectivas, tal vez esté indicando que en su opinión los objetivos regionales deben disolverse en múltiples TLC particulares.
Pero la apuesta a favor del modelo de los TLC no serviría para amortiguar una crisis feroz. Tampoco es útil la receta para solucionar por medio de la negociación, como ya sucedió, tensiones políticas como las vividas en los últimos años en los casos de Bolivia, de Colombia, de Venezuela y de Ecuador, o para dar un horizonte de inclusión a Cuba con el primer encuentro de presidentes de América latina y el Caribe.
No son gestos retóricos. Cuanto más intensa sea la convivencia regional será más fácil para cada país negociar en un mundo turbulento. Sudamérica probó que puede mantener diferencias con los Estados Unidos, como cuando rechazó el área de Libre Comercio de las Américas, un tema que hoy parece archivado para todos, vaya a saber si también para Serra, y a la vez evitar la hostilidad infantil con Washington. Brasil y la Argentina, por tomar de ejemplo a los dos socios mayores del Mercosur, tuvieron una postura común frente a la deuda: se desengancharon del Fondo Monetario Internacional, aumentaron sus reservas, abandonaron el modelo adictivo de absorción de capitales y desconectaron la mecha común que unía a dos bombas, la deuda interna y la deuda externa. Los dos países plantean ahora reformas democratizadoras en el FMI y los otros organismos multilaterales. Y consiguieron que cada diferencia en el comercio quede limitada a un pequeño porcentaje de su intercambio bilateral (es menor al 10 por ciento del total) y pueda ser negociada sin escaladas políticas.
Con esta política Brasil y la Argentina crecieron y disminuyeron la indigencia y la miseria. Lo mismo hizo Uruguay con Tabaré Vázquez primero y ahora con Mujica, y eso intenta Paraguay con Fernando Lugo. El resultado no está tan mal, si se lo compara con épocas anteriores de recesión o, como en la primera etapa Cavallo-Menem, de crecimiento sin mayor justicia social ni aumento del empleo.
¿Qué farsa querrá montar Serra en Brasil? Con FHC y Menem, dos tipos divertidos cada uno a su modo, ambos países terminaron llorando. Y en la vida, para decirlo en brasileño, siempre es mejor la joia.

* Puñetazo

sábado, 1 de maio de 2010

Um conto?

Conto de Paulo Henrique Amorim, sobre a reação do eterno candidato e de sua mídia servil, à escolha do Presidente Lula como o homem mais influente do mundo, no atributo "líderes", da revista Time.
Dizem ser um conto.
Texto extraído do site Conversa Afiada:



À moda de Esopo.

O Grande Planejador estava no AgriShow.
De camisa azul (quem, além dele, só anda de camisa azul ?).
O Grande Planejador se preparava para comer uma espiga de milho.
Aí, o assessor buzina no ouvido do Grande Planejador: o UrinOL diz que a Life elegeu o Lula o líder mais influente do mundo.
O Grande Planejador engoliu a espiga de uma vez só.
Entalou-se.
O assessor rapidamente providenciou uma trapizonga que retira, inteiras, espigas de milho da garganta de grandes planejadores.
O Grande Planejador, balbuciante, irado, correu ao twitter para dar parabéns ao herói da Life: “isso é bom para as espigas de milho”, diz o Grande Planejador, numa frase, como sempre, genial. Ato contínuo, o Grande Planejador liga para o dono do UrinOL.
(Ele gosta muito de donos do PIG (*).)
Onde já se viu uma coisa dessas ?
Vocês pensam que são a Dilma ?
Uma coisa é ranking de cartões corporativos.
Outra é ser O mais influente.
Ranking não vale nada.
Qualquer um pode ser rankido.
O Fernando Henrique está na lista ?
O Aloysio está na lista ?
Se eles não estão, isso aí não vale nada.
Ainda mais que quem escreveu a indicação foi um petista, esse tal de Bob Moore.
Muda logo esse troço e demite o … que fez essa manchete.
Rapidinho, antes que eu publique um outro Data-da-Folha para assustar esses jornalistas petistas.
Foi uma grande confusão na Folha (**), quer dizer, no UrinOL.
Passaram o dia inteiro com a espiga de milho atravessada e tiveram que desmentir, bi-desmentir, tri-desmentir.
E o Grande Planejador a berrar no telefone.
Não, não basta.
Quero mais desmentidos.
Acaba com essa lista.
Fecha a Life.
Vou mandar o deputado Guerra entrar na Life com a delicadeza com que ele entrou na Falta de Senso.
O resultado foi entre ridículo e melancólico.
Uma das páginas heroicas do PiG (*).
Quem melhor tratou disso foi nosso colaborador (implacável ombdusman de tucano) Stanley Burburinho :
– O UOL e outras mídias reclamaram com a Time o fato do Lula ter o número 1 antes do nome:
29/04/2010 – 20h01
“Time” nega que tenha escolhido Lula o líder mais influente do mundo
Do UOL Notícias
“Time” divulga lista enumerada de líderes e diz mais tarde que numeração “não é ranking”
A revista “Time” negou no início da tarde desta quinta-feira (29) que tivesse colocado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o primeiro em uma lista de líderes mais influentes do mundo.
Pela manhã, o site da revista norte-americana divulgou uma relação com os nomes dos 25 líderes mais influentes do mundo escolhidos pela publicação. A lista era numerada de 1 a 25, não estava em ordem alfabética, e colocava o presidente brasileiro em primeiro, ao lado do número 1 (veja foto acima). Na edição eletrônica da publicação, ao clicar na sessão “líderes”, o internauta era direcionado automaticamente para um perfil de Lula escrito pelo cineasta Michael Moore.
O UOL e outros sites noticiosos brasileiros e internacionais divulgaram a informação que Lula havia sido escolhido o líder mais influente do mundo. A redação do UOL Notícias entrou em contato com o departamento de Relações Públicas da revista “Time”, que negou que a lista numerada era um ranking. Segundo a assessoria, “a Time não faz distinção no nível de influência das 100 pessoas que aparecem na lista.”
Após os questionamentos do UOL, o site da “Time” retirou os números na lista de líderes mais influentes do mundo.
(…)”
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/04/29/time-nega-que-tenha-escolhido-lula-o-lider-mais-influente-do-mundo.jhtm
2 – Entrei agora (21h30m) no site da revista Time e, realmente, a retirou os a numeração, mas o Lula continua como o primeiro da lista:
http://www.time.com/time/specials/packages/completelist/0,29569,1984685,00.html
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.