domingo, 28 de fevereiro de 2010

Do Conversa Afiada



Por Paulo Henrique Amorim

Da Folha de São Paulo

Em SP, aluno sai da rede pública 3 anos defasado

Dados são do Saresp, prova de português e matemática aplicada nas escolas estaduais paulistas; aluno de 3º ano tem nível baixo até para 8ª série
Das três séries que fizeram os exames, a 4ª do ensino fundamental foi a que mais melhorou; avanço foi tímido na 8ª e inexistente no 3º ano
O desempenho dos alunos das escolas estaduais de São Paulo melhorou sutilmente no último ano, mas continua com grandes defasagens. O do 3º ano do ensino médio, por exemplo, não chega nem ao esperado para a 8ª série. As informações, divulgadas ontem pela gestão José Serra (PSDB), estão presentes na análise do Saresp, prova de português e matemática aplicada pelo governo estadual. Os resultados visam bonificar as escolas que melhoraram e identificar as dificuldades do sistema.
Leia aqui a matéria completa

(*) Chuíça é como o PiG (**) de São Paulo quer que o resto do Brasil pense que São Paulo é: uma combinação do dinamismo econômico da China com o IDH da Suíça.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Dilma acelera,.. Serra em marcha ré...

Dias atrás, quando postei o resultado da pesquisa do CNT-Sensus, um leitor anônimo teceu o seguinte comentário:

"...petralhas que inverteram no nome do José Serra no disco de consulta. José Serra foi grafado numa forma tipicamente petralha da seguinte forma "arreS ésoJ" e borrado. A XOV digo VOX diz que foi erro de um tal de FDP digo PDF. Entendeu ou quer que eu desenhe. Desta forma a amliD digo Dilma vai acabar se elegendo com 110% antes do primeiro turno. Tudo ao estilo petralha de trapacear."

Gostaria de questionar o incauto leitor, se acredita que o Data-da-Folha, instituto de pesquisa da Serrista Folha de São Paulo, foi comprada pelo Governo Lula? Dessa vez, o que fizeram com o Nome de josé Serra? Escreveram em inglês (José Saw)?

O texto abaixo foi extraído do Sítio Vermelho:

Datafolha: Diferença entre Dilma e Serra é de apenas 4 pontos
Pesquisa Datafolha publicada na edição de domingo do jornal Folha de S.Paulo, mostra que a ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil) cresceu cinco pontos nas pesquisas de intenção de voto de dezembro para janeiro, atingindo 28%.

No mesmo período, a taxa de intenção de voto no governador de São Paulo, José Serra (PSDB), recuou de 37% para 32%. Com isso, a diferença entre os dois pré-candidatos recuou de 14 pontos para 4 pontos de dezembro para cá.

De acordo com a nova sondagem do Datafolha, o deputado federal Ciro Gomes, pré-candidato do PSB, tem 12% das intenções de voto; e a pré-candidata do PV, senadora Marina Silva, tem 8%. Na pesquisa anterior, Ciro aparecia com 13% e Marina já possuía 8%.

A margem de erro da pesquisa divulgada neste sábado (27) é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Ela foi realizada entre os dias 24 e 25 de fevereiro. Foram ouvidas 2.623 pessoas com idades maiores de 16 anos. Destas, 9% disseram que vão votar branco, nulo ou em nenhum dos candidatos e 10% informaram que estão indecisos.

A sondagem confirma resultados de pesquisas de outros institutos, que já refletiam uma tendência de crescimento rápido da candidatura Dilma Rousseff e uma estagnação - e até mesmo queda - do pré-candidato José Serra.

Cenários

A pesquisa também apresentou um cenário sem a presença de Ciro Gomes. Nessa simulação, as intenções de voto em Serra ficam em 38% (ante 40% na pesquisa realizada entre 14 e 18 de dezembro); Dilma atinge 31% (ante 26% da pesquisa anterior); e Marina Silva fica com 10% (11% no levantamento de dezembro).

No cenário de um segundo turno, numa eventual disputa entre Serra e Dilma, o tucano aparece com 45% das intenções de voto e a petista com 41%. Ou seja, também em um eventual segunda etapa do pleito, Dilma encosta no tucano, apresentando uma diferença de apenas quatro pontos novamente. O levantamento realizado em dezembro apontava que, nessa situação, Serra teria 49% das intenções de voto e Dilma, 34%. Em outro cenário de segundo turno, Dilma vence com 48%, contra 26% de Aécio.

Rejeição de Serra e aprovação recorde de Lula

De acordo com o Datafolha, o pré-candidato Serra registra o maior índice de rejeição entre os presidenciáveis, com 25%; seguido de Dilma com 23%; Ciro, com 21%; Aécio, com 20%; e Marina, com 19%.

A pesquisa avaliou também o índice de aprovação do presidente Lula. Na mostra, a aprovação ficou em 73% (de ótimo e bom). Na pesquisa de dezembro, este índice foi de 72%, o mais alto patamar de popularidade apurado pelo Datafolha.

Gangues do RS

Primeiro esse fato:


Depois como afirma a própria Zero Hora:

ZH — Que tipo de ameaça o secretário vinha recebendo?

Ranolfo — Vamos apurar agora ao longo da investigação. Vamos checar a veracidade destas ameaças.

Próximo passo, evidenciado pelo O Globo:

"Na quinta-feira passada, Eliseu Santos esteve na Superintendência Regional da Polícia Federal e pediu orientações ao delegado sobre o porte de armas de fogo."

Finalmente, extraído do RS Urgente:

O ex-vice-prefeito e secretário da Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos (PTB), morto a tiros na noite desta sexta-feira, estava muito tenso nos últimos dias, relataram amigos e companheiros de partido. O crime aconteceu um dia depois de Eliseu Santos depor na Polícia Federal que investiga o desvio de recursos do Programa Saúde da Família em Porto Alegre (Operação Pathos). Em maio de 2009, Santos esteve envolvido em outra polêmica envolvendo sua gestão na Secretaria da Saúde de Porto Alegre. Ele teria recebido ameaças de morte neste período.

Resposta da Governadora tucana Yeda Crussius:

Nota oficial divulgada no site do governo do Estado diz que Yeda lamentou profundamente a morte do secretário. Ela afirmou que "o Rio Grande do Sul perde, além de um grande médico e defensor de causas sociais, um político que sempre teve ética e lutou pelos direitos do povo".
Infelizmente ele foi vítima da violência, que o Governo do Estado vem combatendo. Neste verão, já alcançamos a diminuição dos índices de crimes, mas vamos continuar trabalhando, cada vez mais, para reduzir esses números no Rio Grande do Sul, disse Yeda.
A governadora informou que a Secretaria de Segurança está incumbida de resolver o caso o mais rapidamente possível. "Nós perdemos um homem de valor", disse.

Ela faz propaganda. enfrentamento da criminalidade? O Ex- ouvidor da Secretaria de Segurança da administração tucana do RS, o advogado Adão Paiani tem uma visão, um pouquinho diferente:

Chicago RS

Por Adão Painai

Longe do Rio Grande, a notícia da execução do Secretário de Saúde de Porto Alegre, ex-Vice Prefeito da capital dos gaúchos, Eliseu Santos, choca, mas não surpreende. É somente mais um episódio de uma saga que vem assolando o Estado de forma avassaladora; em especial nos últimos quatro anos. Um desdobramento natural de tudo aquilo que temos presenciado e que muitos têm procurado alertar às cabeças ainda pensantes dessa terra, sem grande sucesso. Pelo menos por enquanto.

Uma coisa é certa: nunca, em momento algum da nossa história, os gaúchos puderam presenciar situações tão desavergonhadamente explícitas de banditismo político como as que vemos agora. Sejamos francos; ninguém, em sã consciência, pode ter a pretensão de encontrar, para o mais recente assassinato, outro motivo que não seja um acerto de contas típico de quadrilhas mafiosas; como as que assolavam Chicago, nos anos 30 do século passado. E a analogia não se resume a isso.

Vivemos um processo acelerado de degradação político-institucional que atacou as estruturas do Estado, através de uma quadrilha especializada e constituída empresarialmente para saquear os cofres públicos e que, consciente da impunidade, garantida pela extensa rede de relacionamento de seus agentes; hoje dá as cartas no Rio Grande. E não se preocupa mais em blefar.

Essa quadrilha, da qual fazem parte elementos facilmente identificados; onipresentes nas diferentes esferas de poder e em todos os episódios de sangria dos cofres públicos, denunciados nos últimos anos, têm a seu favor uma bem calculada morosidade na ação daqueles a quem caberia coibir esse tipo de prática.

Contam também com a apatia de parcela significativa da população, anestesiada por uma mídia cúmplice, que comprova seu grau de infiltração tentacular e invasiva. Uma verdadeira cleptocracia; com a qual poucos segmentos da sociedade rio-grandense não estão comprometidos. Essa é a realidade, a qual somente poderá ser superada na medida em que compreendermos seus mecanismos e, a partir daí, a combatermos.

As balas que vararam o corpo do Secretário da Saúde de Porto Alegre, na saída de uma Igreja, na frente de sua mulher e filha, são a versão cruenta de outras que tem atravessado, impunemente, o que resta da consciência cívica de um povo. Seja sob a forma de uma CPI da Corrupção, impedida de apurar denúncias graves de desvios de dinheiro público; na manutenção e prestigiamento, dentro da administração pública, de agentes notoriamente envolvidos com irregularidades e na impunidade generalizada observada em todas essas situações

O crime da Rua Hoffmann somente se concebe num ambiente em que todos os limites foram ultrapassados. Onde se presencia a lentidão de uma Justiça em julgar e responsabilizar as aves de rapina do erário, que mesmo denunciados, continuam a flanar, solenes, tanto em cerimônias públicas quanto nas colunas sociais

Onde dirigente de instituição financeira pública, apontado por irregularidades, aguarda o salvo conduto de uma indicação a vaga de Magistrado. Onde as estruturas da segurança pública são utilizadas com finalidades políticas, monitorando, perseguindo e coagindo tanto aliados de ocasião como adversários políticos. Onde as ações legislativas são pautadas pela cumplicidade com aqueles a quem deveria fiscalizar; e por uma covardia explícita, somente justificada pelo medo dos próprios pecados praticados

Onde o dirigente máximo de Tribunal responsável por fiscalizar as contas do Estado, flagrado em conversas indecentemente comprometedoras, sai ileso para a aposentadoria. Onde membro do Legislativo, indicado ao mesmo Tribunal; mesmo tendo demonstrado tanto absoluta incapacidade técnica quanto falta de condições morais para tal, assume vaga de Consiglieri da mesma corte. Tutti in Famiglia.

Somente em um canto de mundo onde coisas assim sejam possíveis é que se admite o assassinato, em via pública de grande movimento, mesmo naquele horário, de uma autoridade. Somente a certeza absoluta de impunidade é capaz de justificar ato tão audacioso.

Às vésperas de um processo eleitoral, o que se espera, mais do que promessas vãs, típicas da politicagem tradicional, é quem vai ter a coragem suficiente de enfrentar e derrotar esse establishment criminoso e resgatar ao menos o pouco da vergonha que ainda nos resta. Sem o que, vamos continuar com a notória fanfarronice gaudéria, decantando nossas duvidosas virtudes, vestindo nossas pilchas esfarrapadas

Ou encontramos alguém com coragem suficiente de ser nosso Eliot Ness, ou é melhor nos acostumarmos com execuções em via pública, restaurantes, barbearias. Como na Chicago de Al Capone

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

DEMO-TUCANOS utilizaram dinheiro do SUS para aplicar no mercado financeiro.

Mais uma demonstração do que é o tal "Choque de Gestão", propagandeado por todos os governo demo-tucanos:

Auditoria aponta que governos de SP, DF, MG e RS usaram recursos do SUS para fazer ajuste fiscal
Por Leandro Fortes para a Carta Capital:

Sem alarde e com um grupo reduzido de técnicos, coube a um pequeno e organizado órgão de terceiro escalão do Ministério da Saúde, o Departamento Nacional de Auditorias do Sistema Único de Saúde (Denasus), descobrir um recorrente crime cometido contra a saúde pública no Brasil. Em três dos mais desenvolvidos e ricos estados do País, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, todos governados pelo PSDB, e no Distrito Federal, durante a gestão do DEM, os recursos do SUS têm sido aplicados, ao longo dos últimos quatro anos, no mercado financeiro.

A manobra serviu aparentemente para incrementar programas estaduais- de choques de gestão, como manda a cartilha liberal, e políticas de déficit zero, em detrimento do atendimento a uma população estimada em 74,8 milhões de habitantes. O Denasus listou ainda uma série de exemplos de desrespeito à Constituição Federal, a normas do Ministério da Saúde e de utilização ilegal de verbas do SUS em outras áreas de governo. Ao todo, o prejuízo gerado aos sistemas de saúde desses estados passa de 6,5 bilhões de reais, sem falar nas consequências para seus usuários, justamente os brasileiros mais pobres.

As auditorias, realizadas nos 26 estados e no DF, foram iniciadas no fim de março de 2009 e entregues ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em 10 de janeiro deste ano. Ao todo, cinco equipes do Denasus percorreram o País para cruzar dados contábeis e fiscais com indicadores de saúde. A intenção era saber quanto cada estado recebeu do SUS e, principalmente, o que fez com os recursos federais. Na maioria das unidades visitadas, foi constatado o não cumprimento da Emenda Constitucional nº 29, de 2000, que obriga a aplicação em saúde de 12% da receita líquida de todos os impostos estaduais. Essa legislação ainda precisa ser regulamentada.

Ao analisar as contas, os técnicos ficaram surpresos com o volume de recursos federais do SUS aplicados no mercado financeiro, de forma cumulativa, ou seja, em longos períodos. Legalmente, o gestor dos recursos é, inclusive, estimulado a fazer esse tipo de aplicação, desde que antes dos prazos de utilização da verba, coisa de, no máximo, 90 dias. Em Alagoas, governado pelo também tucano Teotônio Vilela Filho, o Denasus constatou operações semelhantes, mas sem nenhum prejuízo aos usuários do SUS. Nos casos mais graves, foram detectadas, porém, transferências antigas de recursos manipulados, irregularmente, em contas únicas ligadas a secretarias da Fazenda. Pela legislação em vigor, cada área do SUS deve ter uma conta específica, fiscalizada pelos Conselhos Estaduais de Saúde, sob gestão da Secretaria da Saúde do estado.

O primeiro caso a ser descoberto foi o do Distrito Federal, em março de 2009, graças a uma análise preliminar nas contas do setor de farmácia básica, foco original das auditorias. No DF, havia acúmulo de recursos repassados pelo Ministério da Saúde desde 2006, ainda nas gestões dos governadores Joaquim Roriz, então do PMDB, e Maria de Lourdes Abadia, do PSDB. No governo do DEM, em vez de investir o dinheiro do SUS no sistema de atendimento, o ex-secretário da Saúde local Augusto Carvalho aplicou tudo em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). Em março do ano passado, essa aplicação somava 238,4 milhões de reais. Parte desse dinheiro, segundo investiga o Ministério Público Federal, pode ter sido usada no megaesquema de corrupção que resultou no afastamento e na prisão do governador José Roberto Arruda.

Essa constatação deixou em alerta o Ministério da Saúde. As demais equipes do Denasus, até então orientadas a analisar somente as contas dos anos 2006 e 2007, passaram a vasculhar os repasses federais do SUS feitos até 2009. Nem sempre com sucesso. De acordo com os relatórios, em alguns estados como São Paulo e Minas os dados de aplicação de recursos do SUS entre 2008 e 2009 não foram disponibilizados aos auditores, embora se tenha constatado o uso do expediente nos dois primeiros anos auditados (2006-2007). Na auditoria feita nas contas mineiras, o Denasus detectou, em valores de dezembro de 2007, mais de 130 milhões de reais do SUS em aplicações financeiras.

O Rio Grande do Sul foi o último estado a ser auditado, após um adiamento de dois meses solicitado pelo secretário da Saúde da governadora tucana Yeda Crusius, Osmar Terra, do PMDB, mesmo partido do ministro Temporão. Terra alegou dificuldades para enviar os dados porque o estado enfrentava a epidemia de gripe suína. Em agosto, quando a equipe do Denasus finalmente desembarcou em Porto Alegre, o secretário negou-se, de acordo com os auditores, a fornecer as informações. Não permitiu sequer o protocolo na Secretaria da Saúde do ofício de apresentação da equipe. A direção do órgão precisou recorrer ao Ministério Público Federal para descobrir que o governo estadual havia retido 164,7 milhões de recursos do SUS em aplicações financeiras até junho de 2009.

O dinheiro, represado nas contas do governo estadual, serviu para incrementar o programa de déficit zero da governadora, praticamente único argumento usado por ela para se contrapor à série de escândalos de corrupção que tem enfrentado nos últimos dois anos. No início de fevereiro, o Conselho Estadual de Saúde gaúcho decidiu acionar o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas do Estado e a Assembleia Legislativa para apurar o destino tomado pelo dinheiro do SUS desde 2006.

Ainda segundo o relatório, em 2007 o governo do Rio Grande do Sul, estado afetado atualmente por um surto de dengue, destinou apenas 0,29% dos recursos para a vigilância sanitária. Na outra ponta, incrivelmente, a vigilância epidemiológica recebeu, ao longo do mesmo ano, exatos 400 reais do Tesouro estadual. No caso da assistência farmacêutica, a situação ainda é pior: o setor não recebeu um único centavo entre 2006 e 2007, conforme apuraram os auditores do Denasus.

Ainda segundo o relatório, em 2007 o governo do Rio Grande do Sul, estado afetado atualmente por um surto de dengue, destinou apenas 0,29% dos recursos para a vigilância sanitária. Na outra ponta, incrivelmente, a vigilância epidemiológica recebeu, ao longo do mesmo ano, exatos 400 reais do Tesouro estadual. No caso da assistência farmacêutica, a situação ainda é pior: o setor não recebeu um único centavo entre 2006 e 2007, conforme apuraram os auditores do Denasus.

Informado sobre o teor das auditorias do Denasus, em 15 de fevereiro, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Batista Júnior, colocou o assunto em pauta, em Brasília, na terça-feira 23. Antes, pediu à Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, à qual o Denasus é subordinado, para repassar o teor das auditorias, em arquivo eletrônico, para todos os 48 conselheiros nacionais. Júnior quer que o Ministério da Saúde puna os gestores que investiram dinheiro do SUS no mercado financeiro de forma irregular. "Tem muita coisa errada mesmo."

Informado sobre o teor das auditorias do Denasus, em 15 de fevereiro, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Batista Júnior, colocou o assunto em pauta, em Brasília, na terça-feira 23. Antes, pediu à Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, à qual o Denasus é subordinado, para repassar o teor das auditorias, em arquivo eletrônico, para todos os 48 conselheiros nacionais. Júnior quer que o Ministério da Saúde puna os gestores que investiram dinheiro do SUS no mercado financeiro de forma irregular. "Tem muita coisa errada mesmo."

Ainda em São Paulo, o Denasus constatou que os recursos federais do SUS, tanto os repassados pelo governo federal como os que tratam da Emenda nº 29, são movimentados na Conta Única do Estado, controlada pela Secretaria da Fazenda. Os valores são transferidos imediatamente para a conta, depois de depositados pelo ministério e pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS), por meio de Transferência Eletrônica de Dados (TED). "O problema da saúde pública (em São Paulo) não é falta de recursos financeiros, e, sim, de bons gerentes", registraram os auditores.

Pelos cálculos do Ministério da Saúde, o governo paulista deixou de aplicar na saúde, apenas nos dois exercícios analisados, um total de 2,1 bilhões de reais. Destes, 1 bilhão, em 2006, e 1,1 bilhão, em 2007. Apesar de tudo, Alckmin e Serra tiveram as contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado. O mesmo fenômeno repetiu-se nas demais unidades onde se constatou o uso de dinheiro do SUS no mercado financeiro. No mesmo período, Minas Gerais deixou de aplicar 2,2 bilhões de reais, segundo o Denasus. No Rio Grande do Sul, o prejuízo foi estimado em 2 bilhões de reais.

Carta Capital solicitou esclarecimentos às secretarias da Saúde do Distrito Federal, de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Em Brasília, em meio a uma epidemia de dengue com mais de 1,5 mil casos confirmados no fim de fevereiro, o secretário da Saúde do DF, Joaquim Carlos Barros Neto, decidiu botar a mão no caixa. Oriundo dos quadros técnicos da secretaria, ele foi indicado em dezembro de 2009, ainda por Arruda, para assumir um cargo que ninguém mais queria na capital federal. Há 15 dias, criou uma comissão técnica para, segundo ele, garantir a destinação correta do dinheiro do SUS para as áreas originalmente definidas. "Vamos gastar esse dinheiro todo e da forma correta", afirma Barros Neto. "Não sei por que esses recursos foram colocados no mercado financeiro."

O secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra, afirma jamais ter negado atendimento ou acesso à documentação solicitada pelo Denasus. Segundo Terra, foram os técnicos do Ministério da Saúde que se recusaram a esperar o fim do combate à gripe suí-na no estado e se apressaram na auditoria. Mesmo assim, garante, a equipe de auditores foi recebida na Secretaria Estadual da Saúde. De acordo com ele, o valor aplicado no mercado financeiro encontrado pelos auditores, em 2009, é um "retrato do momento" e nada tem a ver com o fluxo de caixa da secretaria. Terra acusa o diretor do Denasus, Luís Bolzan, de ser militante político do PT e, por isso, usar as auditorias para fazer oposição ao governo. "Neste ano de eleição, vai ser daí para baixo", avalia.

Em nota enviada à redação, a Secretaria da Saúde de Minas Gerais afirma estar regularmente em dia com os instrumentos de planejamento do SUS. De acordo com o texto, todos os recursos investidos no setor são acompanhados e fiscalizados por controle social. A aplicação de recursos do SUS no mercado financeiro, diz a nota, é um expediente "de ordem legal e do necessário bom gerenciamento do recurso público". Lembra que os recursos de portarias e convênios federais têm a obrigatoriedade legal da aplicação no mercado financeiro dos recursos momentaneamente disponíveis.

Também por meio de uma nota, a Secretaria da Saúde de São Paulo refuta todas as afirmações constantes do relatório do Denasus. Segundo o texto, ao contrário do que dizem os auditores, o Conselho Estadual da Saúde fiscaliza e acompanha a execução orçamentária e financeira da saúde no estado por meio da Comissão de Orçamento e Finanças. Também afirma ser a secretaria a gestora dos recursos da Saúde. Quanto ao investimento dos recursos financeiros, a secretaria alega cumprir a lei, além das recomendações do Tribunal de Contas do Estado. "As aplicações são referentes a recursos não utilizados de imediato e que ficariam parados em conta corrente bancária." A secretaria também garante ter dado acesso ao Denasus a todos os documentos disponíveis no momento da auditoria.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"Laissez faire, laissez aller, laissez passer"

O bordão liberal, encontra eco nas arbitrárias decisões tomadas pela "Vale", ex-Vale do Rio Doce, privatizada pelo governo tucano de FHC.
No Canadá, tentaram acabar com o plano de epnsão dos funcionários, congelar os salários desses por três anos, e outras medidas "mercadológicas". A resposta veio em alto e bom tom: "Vale Go Home, Canadá is not Brazil" (Vale vá pra casa, o Canada não é o Brasil), dizia um cartaz levado a um piquete em frente à uma unidade da Vale.

Vendemos uma das mais lucrativas estatais brasileiras a um grupo de banqueiros internacionais (Citibank, HSBC, JP Morgan, Barclays, Morgan Stanley), agora eles tentam acabar com conquistas trabalhistas mundo a fora.

Segue abaixo, nota extraída do diário russo Pravda, sobre o tema:
Fazem sete semanas que operários da Vale no Canadá da empresa Inco estão em greve. Os mesmos reclamam de uma série de perdas trabalhistas. Com a compra da Inco em 2006 a Vale passou a ocupar o segundo lugar no setor de mineração no mundo.
O movimento sindical de Campo Grande, no Rio de Janeiro, em encontro realizado no início do mês aprovou uma nota de solidariedade aos trabalhadores canadenses.
E ao mesmo tempo aproveitou para denunciar que o empreendimento desenvolvido pela Vale na região tem impulsionado a destruição ambiental. A Vale desenvolve em Campo Grande um projeto junto com a ThyssenKruppa Companhia Siderúrgica Atlântico (TKCSA).
Por Jornalistas Populares em 18 de fevereiro, 2010

Eu pago a previdência, você paga a previdência, o P.I.G não.

Paulo Henrique Amorim publica em seu sítio, o Conversa Afiada, uma singela listinha de "empresas de comunicação", inadimplentes junto ao INSS. Apenas seis empresas, mas um valor considerável, beirando os 30 milhões de reais.

Quando esses órgão estiverem falando em corte de gastos na Previdência, defendendo reduções nos valores dos benefícios, ou outras medidas que denominam "Choque de gestão", lembrai-vos da lista abaixo:
O Conversa Afiada reproduz email de Stanley Burburinho (quem será Stanley Burburinho ?):
Algumas empresas da velha mídia devedoras da Previdência Social. E depois reclamam do déficit da previdência:
1 – A Infoglobo empresa das Organizações Globo tem nove processos totalizando R$ 17.664.500,51, sendo que quatro deles são de “Penhora Regular e Suficiente”:
INFOGLOBO COMUNICACOES S.A.CEI/CNPJ raiz: 00.396.253/0000-00Total: R$ 17.664.500,51
http://www1.previdencia.gov.br/devedores/consvalor.asp?cnpj=00396253000000
2 – A Editora Abril deve à Previdência R$ 1.169.560,41:
EDITORA ABRIL S.A.CEI/CNPJ raiz: 02.183.757/0000-00Total: R$ 1.169.560,41
http://www1.previdencia.gov.br/devedores/consvalor.asp?cnpj=02183757000000
3 – A Rádio e Televisão Bandeirantes tem sete processos totalizando R$ 2.646.664,15, sendo que três deles são de “Pedido de Penhora e/ou Reforço de Penhora”:
RADIO E TELEVISAO BANDEIRANTES LTDACEI/CNPJ raiz: 60.509.239/0000-00Total: R$ 2.646.664,15
http://www1.previdencia.gov.br/devedores/consvalor.asp?cnpj=60509239000000
4 – A Folha de São Paulo tem quinze processos e deve à Previdência R$ R$ 3.740.776,10
EMPRESA FOLHA DA MANHA SACEI/CNPJ raiz: 60.579.703/0000-00Total: R$ 3.740.776,10
http://www1.previdencia.gov.br/devedores/consvalor.asp?cnpj=60579703000000
5 – O Estado de São Paulo tem dois processos e deve à Previdência R$ 2.078.955,87
S/A O ESTADO DE S.PAULOCEI/CNPJ raiz: 61.533.949/0000-00Total: R$ 2.078.955,87
http://www1.previdencia.gov.br/devedores/consvalor.asp?cnpj=61533949000000
6 – A Editora Globo tem dois processos e deve à Previdência R$ 2.078.955,87
EDITORA GLOBO S.A.CEI/CNPJ raiz: 04.067.191/0000-00Total: R$ 1.776.377,29
http://www1.previdencia.gov.br/devedores/consvalor.asp?cnpj=04067191000000
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

Tempo de matar cavalos

Coluna de Juremir Machado da Silva, publicada hoje no Correio do Povo:

Tempo de matar cavalos

Meu avô era um sábio analfabeto. Certas coisas ele não compreendia: as mulheres que via na televisão bronzeando-se ao sol do meio-dia e homens cansando cavalos inutilmente. Antes de os cientistas darem o alerta ele já conhecia os perigos do sol para a pele dos humanos e para o fôlegos dos animais. Meu pai seguia a mesma lei: no verão, não se encilhava cavalo das 11 horas da manhã até quatro e meia da tarde. Salvo extrema necessidade. Por isso, levantavam muito cedo. As principais lides campeiras tinham de ser feitas antes de o sol ganhar o alto do céu. Andar a cavalo sem necessidade no calor era para eles coisa de gente da cidade. Pior do que isso, era algo condenável. Bárbaro.

Meu avô era um sábio analfabeto. Certas coisas ele não compreendia: as mulheres que via na televisão bronzeando-se ao sol do meio-dia e homens cansando cavalos inutilmente. Antes de os cientistas darem o alerta ele já conhecia os perigos do sol para a pele dos humanos e para o fôlegos dos animais. Meu pai seguia a mesma lei: no verão, não se encilhava cavalo das 11 horas da manhã até quatro e meia da tarde. Salvo extrema necessidade. Por isso, levantavam muito cedo. As principais lides campeiras tinham de ser feitas antes de o sol ganhar o alto do céu. Andar a cavalo sem necessidade no calor era para eles coisa de gente da cidade. Pior do que isso, era algo condenável. Bárbaro.

A secretária da Cultura, Mônica Leal, está contribuindo para maltratar cavalos na beira do mar. Ela é entusiasta desse tipo de ação cultural. Enquanto ela ajuda a estafar cavalos, sentindo-se uma nova Anita, a cultura do Rio Grande do Sul estrebucha. A sala de cinema Norberto Lubisco foi fechada. Tem cinema no shopping. Voltaire Schilling, um dos nossos intelectuais mais brilhantes e tradicionais, foi demitido da direção do Memorial do Rio Grande do Sul. Parece que ele não tinha o que conversar com a chefe. Afinal, não é de andar a cavalo na praia com sol quente. A casa está caindo, os cavalos morrendo, o circo pegando fogo. Mas a secretária Mônica Leal está firme na montaria. Sempre. Ela é dura na queda. Corresponde a todos os clichês imagináveis.

Agora, entre nós, há sem dúvida um ponto obscuro, um elemento que exige investigação séria: por que mesmo Mônica Leal tornou-se secretária da Cultura? É um tempo estranho este. Quando não há mais necessidade alguma de movimento, todos querem se deslocar. Especialmente pelos meios mais anacrônicos. Pode haver algo mais excitante do que permanecer no lombo de um cavalo, com o sol a pino, até o bicho morrer? Tudo isso em nome da tradição! Os franceses do século XVIII usavam perucas empoadas. O Ministério da Cultura da França devia lutar pela recuperação dessa tradição eliminada pela modernidade. Vou comprar um cavalo para matar na próxima cavalgada.

Texto extraído do blog RS URGENTE, de marco Aurélio Weissheimer.

Nota do blogueiro: Sobre o mesmo tema, recomendo a eitura do excelente texto do sociólogo Cristóvão Feil, editor do blog Diário Gauche, intitulado "Mas não se mata cavalo? - perguntou a secretária de Yeda.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Entre uma receitinha e outra, baluarte do consumismo global dá barrigada histórica...



A apresentadora global, fervorosa defensora e propagandista do consumismo, Ana "Ameba" Braga, deu uma enorme "barriga", em seu programa de, sei lá o que, como pode-se definir aquela coisa, com aquele boneco fajuto fazendo comentários infantis, aos seus expectadores? Programa de... Ah, naquela M...

Entrevistando ao jogador Petkovic, atualmente jogando no Flamengo, Ana Maria Serra, digo Braga, esforçou-se para desqualificar o socialismo da Iuguslávia, país natal de Petkovic, ouvindo o que o vídeo acima mostrou:

"Quando nasci não tinha dificuldade nenhuma. Era um país maravilha, vivíamos um regime socialista, todo mundo bem, todos tinham salário, todos tinham emprego, os problemas aconteceram depois dos anos 80 (devido a guerra separatista) "

Queria ter visto a cara da criatura, de seus produtores, diretores, censores...

Um governador preso, mas na capa da Veja...

Se usar uma lupa, bem no cantinho superior esquerdo, olhem bem, eu juro que está lá:


Viram! Ainda defendendo a moral e os bons costumes. Um governador na cadeia, merece capa mesmo.
Claro, tudo nas suas devidas proporções. Após a importantíssima matéria sobre estética, sobrou espaço pra mostrar o único governador do DEMo, indo "onde nehum Dantas, jamais esteve."
Seria por causa de alguns milhares de reais que são destinados ao PIG, por diversos governos Demo-Tucanos? O que aconteceria se fosse um governador do PT? Teria tão pouco destaque?
Abaixo, texto de Altamiro Borges, lançando uma teoria que deve causar arrepios até aos futuros filiados da UDN, digo ARENA, ops, é PFL, não, desculpem, é "DEMOCRATAS":
O DEM, o ex-PFL nascido das entranhas da ditadura militar, está num mato sem cachorro. Não sabe como se livrar do “panetone” do governador José Roberto Arruda. Um setor mais “radical” propõe uma limpeza geral nos demos de Brasília. “Estão matando o partido”, esbraveja o senador goiano Demóstenes Torres. Outro setor, mais atolado na lama, prega cautela para evitar maiores estragos. Ambos temem os efeitos corrosivos do escândalo do “mensalão do DEM” nas eleições de outubro próximo, que podem minguar ainda mais o partido. Não há santos entre os demos!
No meio desta confusão, o chorão do Arruda, que já foi paparicado como a maior liderança deste conluio oligárquico e chegou a ser cogitado para vice na chapa do tucano José Serra, permanece numa cela na Polícia Federal. Não é justo! Para resolver esta crise existencial, bem que a Justiça poderia propor a “delação premiada” para o governador corrupto. Ele teria reduzida a sua pena se confessasse os crimes dos demos e, de quebra, as sinistras conexões com os tucanos. Jornalistas bem familiarizados com a oposição de direita garantem que o detento guarda muitos segredos.
“Os segredos financeiros do DEM”
O insuspeito jornalista Josias de Souza observa que a cúpula do partido teme que Arruda, “agora hospedado no PF’s Inn, resolva abrir a boca e o baú em que armazena os segredos financeiros do DEM. Único governador eleito pela legenda em 2006, Arruda tornou-se um grande provedor do DEM. No pleito municipal de 2008, a máquina ‘demo’ de Brasília borrifou verbas nas arcas de comitês de campanha instalados em várias partes do país. Arruda ajudou a forrar, por exemplo, o caixa de campanha de Gilberto Kassab, o prefeito ‘demo’ reeleito em São Paulo”.
Ainda segundo o colunista da FSP (Folha Serra Presidente), “a direção do partido alega que todo dinheiro vindo das empresas fornecedoras do GDF ingressou nos livros do DEM pela porta da frente, mediante recibo. A turma de Arruda insinua que a coisa não foi bem assim. Uma parte do dinheiro teria transitado por baixo da mesa. As hesitações da direção do DEM tonificam as suspeitas. Paira no ar a impressão de que, se resolver destravar os dois ‘Bs’ que lhe restam (boca e baú), Arruda pode produzir um novo escândalo, tão devastador quanto o primeiro”.
O “moderno” esquema fisiológico
As suspeitas realmente são fortes. Na semana passada, a Polícia Federal apreendeu na residência oficial de Arruda recibos que estabelecem a ligação monetária entre o governador e a cúpula dos demos. Emitidos em maio de 2009, eles trazem a assinatura do tesoureiro da direção nacional do partido, o ex-deputado Saulo Queiroz, e registram “doações” de firmas fornecedoras do governo do Distrito Federal que somam R$ 425 mil. Desse total, R$ 275 mil vieram da Construtora Artec – de propriedade de César Lacerda, filiado do PSDB. Os outros R$ 150 mil foram “doados” pela Antares Engenharia. Ambas as empresas “ganharam” contratos milionários na gestão de Arruda.
As investigações da PF e da Procuradoria também confirmam que os demos montaram poderoso esquema de fisiologismo no DF – o que deve frustrar vários colunistas da mídia que elogiavam a “modernidade administrativa” de Arruda. Atas apreendidas na casa de Domingos Lamoglia, ex-assessor do demo, mostram que ele fatiou 4.463 cargos entre amigos e aliados. O texto intitulado “sugestão do grupo especial encarregado de controlar as nomeações” confessa que o objetivo do rateio seria “diminuir a pressão sobre o senhor governador”. Um time seleto – “os 23 amigos do grupo JRA”, as iniciais do governador – teria prioridade nas nomeações dos apaniguados.
Solitário e tratado como pária
A situação do único governador demo do país é terrível. Ele não tem mais para onde correr. Há boatos de que o Supremo Tribunal Federal pode até prorrogar sua prisão. Arruda já foi coagido a pedir desfiliação do partido e não poderá concorrer a reeleição. Ele está sendo tratado como um pária por seus antigos amigos e aliados. Até colunistas da mídia, que o bajulavam, resolveram lhe apunhalar. Diante desta brutal solidão, a “delação premiada” poderia ajudar a desmascarar outros vestais da “ética” que ainda circulam pelo parlamento e pela imprensa brasileira.
Além disso, as confissões de Arruda ajudariam a enterrar velhos oligarcas da política brasileira, que apoiaram o golpe e a ditadura; assumiram-se como neoliberais com sigla PFL; e mudaram o nome do partido, para Democratas, para enganar os ingênuos. A cada eleição, os demos perdem terreno. Excelente artigo de Bernardo Joffily, no Vermelho, evidencia esta queda vertiginosa – de 118 deputados federais eleitos em 1986 para 65 em 2006 (hoje são 56). A “delação premiada” seria a pá de cal nesta organização direitista, que tantos prejuízos causa ao povo brasileiro.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

"Imçentivo a curtura tchê!"

Segue texto extraído do blog RS URGENTE, mostrando o modo tucano de fazer "curtura":


Coragem para fazer: o fechamento da sala de cinema Norberto Lubisco


“Cavalgamos no mato fechado, sem sinal de celular e completamente isolados do mundo. O percurso foi difícil e perigoso”.Mônica Leal, Secretaria Estadual da Cultura do Rio Grande do Sul, no Twitter.

Visitar o site da Secretaria da Cultura do governo Yeda Crusius (PSDB) sempre é uma experiência transcendente. Lá ficamos sabendo das corajosas iniciativas deste governo para “manter viva a tradição gaúcha”, expressão que, aparentemente, resume a compreensão da secretária Mônica Leal acerca da pasta que comanda. Ficamos sabendo, por exemplo, que, pelo terceiro ano consecutivo, a secretária acompanha os mais de 3 mil cavalarianos que participam da 26ª Cavalgada do Mar. “Mulheres a Cavalo pelo Rio Grande” é o lema da cavalgada este ano, uma “homenagem às Anitas”, segundo informa o site da Sedac. Segundo a secretária, trata-se de “um projeto transformador, agregador e educativo, símbolo da nossa cultura”. “A Cavalgada do Mar merece todo o meu interesse e atenção, como secretária da Cultura e como filha aguerrida e orgulhosa do Rio Grande do Sul”, diz Mônica Leal.

A página da secretaria é modesta e não informa todos os feitos corajosos desta filha aguerrida e orgulhosa do Rio Grande do Sul. Como fechar salas de cinema, por exemplo. Não há nenhum registro sobre o fechamento da sala Norberto Lubisco, na Casa de Cultura Mário Quintana. Especula-se que a decisão de fechar a sala de 53 lugares deva-se a uma avaliação feita pela Secretaria da Cultura acerca da ausência de um “projeto transformador, agregador e educativo” no funcionamento da mesma. No site da Casa de Cultura Mário Quintana, há uma breve referência a Lubisco: “Fotógrafo gaúcho que marcou por mais de três décadas a produção cinematográfica. Teve seus trabalhos inúmeras vezes premiados com Kikito de melhor direção de fotografia no Festival de Cinema de Gramado.”

Uma trajetória que, infelizmente, parece ter sido insuficiente para manter a sala aberta e o emprego de três funcionários demitidos. Mas, enfim, a secretária da Cultura e a governadora do Estado tem mais o que fazer para defender os “símbolos da nossa cultura”. Coragem é o que não falta a este governo. Fechar uma sala de cinema alternativa ao circuito comercial é como tirar doce de criança. Só meia dúzia de gatos pingados iam lá mesmo, devem ter avaliado as corajosas e aguerridas gestoras. Que vão para os cinemas nos shoppings. Lá tem pipoca, refri, estacionamento, lojas para comprar algo. Quando retornar da Cavalgada do Mar, a secretária certamente explicará como isso é mais agregador, educativo e transformador.

*** Ricardo Lubisco (Uma dose de cinema), filho de Norberto Lubisco, escreve:

Agradeço o interesse e a perplexidade de todos, que assim como eu, filho do cara, não fomos avisados sobre esse “estupro” da cultura de Porto Alegre e do Rio Grande. Esse descaso do governo até assusta. Estamos tentando divulgar o máximo possível. Fazer barulho e fazer com que reabram o quanto antes a sala, que como disse o presidente do IECINE ontem no programa do Marcelo Noah na Ipanema, está “em perfeitas condições de funcionar”.

Nota do blogueiro: Assisti ao documentário "Fahrenheit 11/09 nessa sala. É triste ver que a cultura gaúcha, sob tutela tucana está sujeita aos ditames de um movimento fajuto (MTG), que empurra goela abaixo de todo o estado um tradicionalismo patrão, fictício, de uma mitologia tão frágil, que não sobrevive a cinco minutos de discussão:

O "gauchismo", que venera ladrões de cavalos, degoladores e centenas de anso de massacres inúteis, tendo seu ponto máximo, na comemoração de uma guerra perdida.
O resto é resto.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Trabalho degradadante ou até mesmo escravo, a culpa é da fiscalização.

Arvorezinha solitária resistindo ao "progresso" do agronegócio predador, entre Campo Mourão e Cascavel - PR.

Os textos abaixo são emblemáticos, evidenciam o "modus-operandi" das elites agrárias do Brasil. Abaixo, o irmão de um ferrenho defensor do agronegócio, o Deputado Ronaldo Caiado, do Demo de Goiás, autuado pelo Ministério do Trabalho, por manter trabalhadores em condições degradantes, em uma de suas propriedades rurais, afirma que o problema é a fiscalização.

Basicamente: "Se não houvesse fiscalização, não haveria crime." Ou a sua divulgação, que parece ser o único problema.

No segundo texto, extraído do Blog do Sakamoto, uma sequência de títulos de reportagens da grande imprensa, numa escalada de eventos que leva uma empresa, que constava na lista suja do trabalho escravo do Ministério do trabalho, a celebrar parceria com um grande conglomerado internacional.

Basicamente: "Se estou na lista suja, saio por liminar, celebro grande contrato, ganho milhões e volto a escravizar"

Lembro-me do Cazuza: "A burguesia fede!"


MARCELO AULER - Agencia Estado

RIO DE JANEIRO - O Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho, na companhia de uma procuradora do Trabalho, autuou a Fazenda Santa Mônica, no município de Natividade, ao sul do Estado de Tocantins, de propriedade de Emival Ramos Caiado, irmão do deputado federal e líder do DEM, Ronaldo Caiado. Na fazenda foram encontrados 26 trabalhadores, que, embora registrados, estavam submetidos ao chamado trabalho degradante: permaneciam no meio do mato consertando a cerca, sem disporem de água potável, sem equipamento de proteção individual e dormindo em um acampamento precário.

Por exigência dos auditores fiscais do trabalho, os contratos de todos os empregados foram rescindidos com o pagamento de indenização a cada empregado, calculada com base no tempo de serviço deles, que não superou os três meses. Foram pagos em torno de R$ 100 mil em dinheiro vivo. Coube a outro Caiado, o advogado Breno, irmão de Emival, levar o dinheiro ao hotel Serra Verde, no município de Campos Belos (GO), onde os fiscais do trabalho estavam sediados.

O Grupo Móvel fiscalizou outras seis fazendas na região descobrindo, na Fazenda Olho D''Água, em Montes Claros de Goiás, dois menores de idade trabalhando em carvoaria, conforme consta do registro feito pelos auditores fiscais cuja cópia foi entregue ao presidente do Conselho Tutelar da cidade, Gregório Batista dos Passos Neto.

Emival Caiado alega que "a legislação nacional não está de acordo com os costumes locais. Nas cidades grandes se tem um padrão de comportamento, uma relação em termos de acomodação que é diferenciada", diz. "No nosso caso encontraram todos os empregados registrados, mas tinham umas pessoas consertando uma cerca de arame muito longe da sede e estas pessoas, como é de hábito delas, estavam acampadas no mato. Eles falaram que aquilo não era uma acomodação condigna e decente. Era um acampamento, mas é o usual na região", argumentou.

Na crítica à fiscalização, Breno e Emival apegaram-se na história dos menores que os fiscais disseram estar trabalhando ilegalmente em carvoaria. Na explicação dos dois, os menores são filhos de um trabalhador que prepara o carvão e estariam "em férias na fazenda e tinham ido levar água para o pai" quando a fiscalização chegou. No relatório dos auditores consta que as crianças estavam há mais tempo na fazenda, apresentavam marcas de fuligem, ferimentos e queimaduras típicas do trabalho neste setor.

Texto acima extraído do Blog da Dilma.
Os veículos de comunicação noticiaram nesta segunda [01/2]:
Cosan e Shell anunciam aliança de US$ 12 bilhões (Uol)
Joint venture de Cosan e Shell terá faturamento de R$ 40 bilhões (Valor Econômico)
União entre Shell e Cosan altera lógica do mercado global de etanol (iG)
Ninguém segura este país, né? Mas vamos fazer um pequeno exercício de memória. Leia esses três títulos depois de ler os outros abaixo, publicados algumas semanas atrás, e veja a diferença:
Cosan e mais 11 empregadores entram para a “lista suja” do trabalho escravo (Repórter Brasil)
Cosan é incluída em lista de trabalho escravo (Exame)
Com isso:
Ação da Cosan despenca com inclusão em lista de trabalho escravo (O Globo)
Wal-Mart suspende contrato com Cosan por trabalho escravo (Reuters)
Aí, é claro:
Cosan adotará medidas para sair de lista de trabalho escravo (Estado de S. Paulo)
Inclusão de Cosan em lista de trabalho escravo é um erro, diz Stephanes (Folha de S. Paulo)
Liminar tira Cosan da ‘lista suja’ de trabalho escravo (Estado de S.Paulo)
Limpando o caminho para:
Cosan e Shell anunciam aliança de US$ 12 bilhões (Uol)
União entre Shell e Cosan altera lógica do mercado global de etanol (iG)
Tudo faz sentido. É a gente que só percebe tarde demais.
Texto acima extraído do Blog do Sakamoto.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CNT Sensus: Dilma 9.5, Serra 9,3%


A pesquisa do instituto Sensus, encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes mostra que a diferença entre os candidatos Dilma Roussef e José Serra diminuiu consideravelmente.
Na modalidade pesquisa expontânea, Dilma ultrapassa Serra, embora dentro da margem de erro.
Abaixo os números da pesquisa:

Do síto R7


A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, aparece colada no governador de São Paulo, José Serra, na disputa pela Presidência, com o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) no páreo, segundo a pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda-feira (1º). Serra passou de 31,8% em novembro para 33,2% em janeiro, enquanto Dilma saltou seis pontos, de 21,7% para 27,8% no mesmo período. A margem de erro da pesquisa é de dois a três pontos para mais ou para menos.
Também na pesquisa espontânea os dois aparecem empatados: Dilma com 9,5% das intenções de voto ante 9,3% de Serra.
Já no cenário sem Ciro Gomes, Serra segue liderando e oscilou de 40,5% para 40,7%. Dilma subiu cinco pontos, de 23,5% para 28,5%. E Marina Silva passou de 8,1% para 9,5% das intenções de voto.
No cenário da disputa com Ciro Gomes, o deputado federal aparece em terceiro, mas teve uma queda de 17,5% para 11,9%. Marina Silva, em quarto, oscilou de 5,9% para 6,8%.
Ainda na pesquisa espontânea, Lula é o primeiro com 18,7% das intenções e o quarto é Aécio Neves com 2,1%.

Segundo turno

Serra venceria Dilma no segundo turno, segundo a pesquisa. O governador de São Paulo ficaria com 44% e a ministra da Casa Civil com 37,1%. No levantamento anterior, Serra tinha 46,8% e Dilma 28,2%.
De acordo com Ricardo Guedes, do Instituto Sensus, o crescimento de Dilma mostra que ela passa a extrapolar a transferência de votos de Lula.
- Em fevereiro de 2008, no segundo turno entre Serra e Dilma, Serra ficaria com 57,9% dos votos e Dilma com 9,2%.
Na disputa entre Serra e Ciro, Serra teria 47,6% dos votos no segundo turno e Ciro 26,7%. Na pesquisa anterior, Serra teria 44,1% e Ciro 27,2%.
No terceiro cenário para o segundo turno, na disputa entre Dilma e Ciro, Dilma teria 43,3% dos votos e Ciro 31% dos votos. Na pesquisa anterior, Dilma teria 31,5% dos votos e Ciro 35,1%.
A pesquisa foi feita com 2.000 pessoas entre 25 e 29 de janeiro, em cinco regiões e 24 Estados.

O registro é de 15.702/2010 de 26 de janeiro de 2010.

Nota da CPT sobre a prisão de militantes Sem-Terra.

ESPETACULARIZAÇÃO DA JUSTIÇA

Tem sido noticiada fartamente por todos os grandes meios de comunicação, nos dias 26, 27 e 28 de janeiro de 2010, a prisão de nove trabalhadores nos municípios de Iaras e Borebi, interior de São Paulo, acusadas de participação na ocupação e nas ações em terras da Cutrale, cujo objetivo era de chamar a atenção da sociedade brasileira sobre as terras públicas ocupadas pela maior exportadora de suco de laranja do mundo, no final de 2009. Os sem-terra foram presos e algemados. A imagem de Miguel Serpa, uma das lideranças do MST na região, algemado, e de outros foi estampada nos jornais e veiculado nos noticiários dos canais de televisão brasileiros.

Este caso nos faz lembrar de como, em 2008, quando a PF na operação Satiagraha prendeu 17 pessoas, entre elas o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas, e o ex-prefeito Celso Pitta, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, acusou de "espetacularização" a prisão feita pela PF e criticou o uso das algemas. Ainda avaliou que, de modo geral, existe exposição “excessiva e degradante” das pessoas investigadas pela Justiça. Diversos senadores e deputados saíram em apoio ao Presidente do Supremo por ter tomado esta posição. Alguns dias depois, no dia 06 de agosto, o STF decidiu, por unanimidade, proibir o uso abusivo de algemas, pois na palavra do presidente do Supremo, fere o "princípio da dignidade da pessoa humana”.

Diante disto a Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra, se pergunta: Onde estão o presidente do STF, Gilmar Mendes, e os demais ministros do Supremo e os políticos tão ciosos da preservação da dignidade humana? Por acaso se ouviu da parte deles a condenação do abuso da ação policial na prisão dos trabalhadores? Não terá sido uma exposição “excessiva e degradante” à que foram submetidos e que fere o princípio da dignidade da pessoa humana?

Mas, não adianta esperar por tais manifestações, pois faz parte da cultura jurídica interpretativa dos fatos e das leis, em nosso país, a diferença de tratamento entre a elite deste país e os trabalhadores.

O que é mais grave, a destruição de alguns pés de laranja, ou o assalto aos cofres públicos com o desvio de milhões e milhões para interesses particulares ou partidários? Na interpretação das mais altas autoridades do Judiciário, quem desvia recursos públicos, quem se locupleta com os bens da Nação, merece um tratamento cuidadoso, pois sua dignidade não pode ser arranhada. Já o pobre, quando ativamente luta pelos seus direitos, quando denuncia o esbulho do patrimônio público, como a grilagem de terras praticada pela Cutrale, este tem que ser exemplarmente punido, para desestimular ações semelhantes.

Situações como esta não são novidade. Já o profeta Isaias denunciava os que “convertiam o mal em bem e o bem em mal” e proclamava “Ai dos que absolvem o injusto a troco de suborno e negam fazer justiça ao justo” (Isaias 5, 20 e 22). A CPT só espera que um dia realmente todos sejam iguais perante a lei, como afirma a Constituição Federal.

A Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT)

Nota do blogueiro: O blog já manifestou-se sobre o tema, aqui, aqui, aqui e aqui, ainda durante aqueles "republicanos eventos" que comprovaram que banqueiro não pode ser preso no Brasil. Tem sempre um Supremo ser, para conceder um Hábeas, ou dois (alguém duvida que, se "necessário fosse, seriam três, quatro, cinco...)

Algemas, prisões, cacetetes, cães, viaturas, armas e balas, são coisa para pobre, e para os "vagabundos" que ousam dizer não aos banqueiros, e seus parceiros latifundiários.