sábado, 28 de fevereiro de 2009

Cai a máscara da "Bolha de São Paulo"

Jornal Bolha de São Paulo "sai do armário", assume tudo, segundo Eugênio Neves .
Charge extraída do Blog do Júlio Garcia.

Meias palavras e sentenças inteiras.

Recebi um informativo da Agência Carta Maior, onde figurava um texto que fazia comparações entre a forma como foram "noticiadas' as declarações de Roberto Jefferson a respeito da existência (até hoje não comprovada), de um "esquema" de corrupção, baseada no pagamento de propinas a entes políticos, episódio denominado por Jefferson, de "mensalão", e as denúncias feitas pelo PSOL, contra a governadora tucana Yeda Rorato Crussius, no mesmo jornal (o Folha-Ditabranda-de-São-Paulo).

É um absurdo como num simples título, o PIG (Partido da Imprensa Golpista), transforma as vítimas em carrascos, e os carrascos em vítimas.

O texto segue na íntegra abaixo:

Contra PSDB, jornais exigem provas
Por Rodrigo Vianna

Em 2005, Roberto Jefferson deu uma entrevista exclusiva à Folha, em que lançava dezenas de acusações contra o governo federal. Foi nessa entrevista, também, que Jefferson cunhou a expressão "Mensalão".

Vocês se lembram da manchete da Folha de S. Paulo na época? Não? Então, relembremos:

"PT dava mesada de R$ 30 mil a parlamentares, diz Jefferson".

Agora, comparemos com o título da última sexta-feira (20/02/2009 - no "pé" da primeira página da Folha), sobre a denúncia do PSOL de Luciana Genro contra Yeda Crusius, governadora do PSDB:

"Sem provas, PSOL acusa tucanos de corrupção no RS".

Por que este "sem provas" tão cuidadoso, no título da última sexta-feira (20/02/2009)? Por uma questão de isonomia, o correto seria "Governo tucano tem corrupção e caixa dois, diz PSOL".

Por que o mesmo "sem provas" não apareceu na manchete quando Jefferson deu sua entrevista?

Hum...

Bem, talvez para a Folha, Jefferson valha mais do que o PSOL. Gosto não se discute. Ou, mais provável: qualquer denúncia contra o partido de Serra (o editorialista preferido da família Frias) merece todo cuidado! Por que a sigla "PSDB" não aparece nem na primeira página, nem na manchete de página interna?

(Isso me lembra a cobertura da Globo, na reta final da eleição de 2006. Os aloprados que tentaram comprar o dossiê contra Serra eram "petistas". O Freud Godoy era "petista". Na hora de falar de Abel Pereira, um sujeito que intermediaria negócios na gestão de Barjas Negri (PSDB) no Ministério da Saúde, aí ninguém falava em "governo do PSDB". A fórmula era: "ministro no governo anterior".)

Mas, voltemos ao caso da corrupção no Rio Grande do Sul. A denúncia é gravíssima. E já há um cadáver. Marcelo Cavalcante, ex-assessor de Yeda Crusius, apareceu morto no Lago Paranoá, em Brasília. Ele deveria ter uma reunião com o Ministério Público Federal em Brasília, logo após o Carnaval.Hum, hum...

Imagine se um ex-assessor do governo da Bahia, do PT, tivesse morrido, poucos dias antes de depor ao Ministério Público, num caso que envolve corrupção? Imagine as manchetes a essa altura? Eu imagino: "Ex-assessor petista aparece morto em Brasília". Seria manchete semana inteira, com matéria na Veja, e editorial na Folha.

Nota do blogueiro: Nem só de financiamentos milionários de empresas com interesses escusos vive uma candidatura de direita, mas de torpes manipulações midiáticas, que através de um simples título, dos termos e da disposição desses na frase, invertem o ônus da prova, em qualquer situação, à que lhes convém.

Seguindo essa linha, temos um erro crasso, no caso da matéria do "mensalão", ROBERTO JEFFERSON ACUSOU, MAS LULA E O PT, TERIAM DE PROVAR O CONTRÁRIO. É, o título da matéria da capa da "Bolha de São Paulo", subverteu a lei. Mas tudo com os mais nobres motivos: Fo... com o PT e Lula, dando chances ao tucano Alckmin, no pleito que se seguia.

Agora a coisa é bem diferente: Como quem acusa é "inimigo", e a acusada, pertence ao partido da "Bolha", a notícia vem com mel. Praticamente, desqualifica a acusação, embora nenhum membro do governo acusado tenha questionado judicialmente as manifestações do PSOL.

Parabéns ao Rodrigo Viana, pelo "furo".

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Pig transforma discurso de Gilmar (MacCarthy) Mendes em cruzada.

O PIG unificou o discurso com o "Supremo Presidente" Gilmar Mendes, ao manifestar-se sobre "a violência no campo, financiada por órgãos governamentais, protagonizada pelo MST".

Obviamente que não citaram os "jagunços armados" financiados pelos bancos públicos, treinados para atirar em tudo o que for vermelho. Aos bloqueios de estradas (invasão dos meios públicos, como eles gostam de dizer), viabilizados pelo subsídio governamental ao óleo diesel, utilizados em suas máquinas e nas caminhonetes luxuosas dos "agroboys".

Mais uma vez "esqueceram" de mencionar "a morte de centenas de trabalhadores rurais, sindicalistas e missionários, ...a contaminação e destruição do meio ambiente, o trabalho escravo e o infantil, a expulsão de comunidades tradicionais de suas terras, a grilagem de terras, a corrupção de políticos e de funcionários públicos", como bem disse Sakamoto, no texto abaixo, atos financiados com recursos públicos.

O Jornalão Nacional, acaba de fazer uma matéria de mais de cinco minutos (uma epopéia para as notícias picotadas que costumam apresentar), sobre as manifestações de Gilmas "Dantas" Mendes, classificando o MST como bando e quadrilha.

Em seguida, fizeram a "propaganda política antecipada" (será que os demos-tucanos vão denunciar ao TSE?), vinculando a imagem do Presidente da República, aos recém rotulados "bandidos".

Mostraram fotos do Presidente Lula, usando um boné do MST, Em um palanque ao lado de José Rainha Júnior, e fecharam as cenas mostrando um abraço do presidente ao sem-terra. E qual o problema disso?

Lula deveria usar um boné da UDR? Deveria abraçar fascistas como Ronaldo Caiado? Deveria subir no palanque junto das elites agrárias, que desde o início do governo, conspiram e tentam derrubá-lo? Deveria virar as costas aos excluídos, os sem voz, os sem vez, os Sem Terra e fazer um governo voltado para os privilegiados? Encerrar programas de transferência de renda, e de ação afirmativa, e "turbinar os bolsas elite",benesses vigentes desde o Brasil Colônia?

É claro que não. É por isso que essa elite se contorce enraivecida, e encontra (colo), respaldo, nesses seres decrépitos, que sabem muito bem de que lado atacar, e para qual lado fazer vistas grossas. Sabem a quem rotular de bandidos e a quem "nomear" empreendedores. Sempre com objetivando manter a "ordem das coisas", ou seja seus privilégios, advindos de um sistema excludente ao extremo, capaz de, com poucas imagens, muito dinheiro, e alguns "estadistas pagos", transformar um movimento social em bando ou quadrilha, e um bando ou quadrilha em destacados empresários/produtores.

Gilmar Mendes, o Mst e o uso do dinheiro público

Extraí um texto do Blog Guerrilheiros Virtuais, transcrevendo o texto na íntegra, pelo senso de realidade de seu autor. Não faço comentários, são absolutamente desnecessários.

"Gilmar Mendes, o Mst e o uso do dinheiro público"
Por Leonardo Sakamoto*

Eu deixei de me espantar quando o presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes faz declarações públicas que não condizem com a discrição que exige seu cargo. Dessa vez, por conta de um confronto que resultou na morte de seguranças de uma fazenda em Pernambuco (os sem-terra alegam legítima defesa), ele criticou o repasse de recursos públicos a entidades que atuam na luta pela terra.

“Financiamento público de movimentos que cometem ilícito é ilegal, é ilegítimo. Que o Ministério Publico tome providencias para verificar se não há financiamento ilícito a estas instituições”, disse Mendes.

Interessante a indignação do magistrado só ter surgido agora. Por que ele não veio a público dizer o mesmo nas centenas de vezes em que ocorreu o contrário, quando grandes empresas e fazendeiros, que receberam recursos públicos do BNDES, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, entre outros, estiveram envolvidos direta ou indiretamente com a morte de centenas de trabalhadores rurais, sindicalistas e missionários, com a contaminação e destruição do meio ambiente, o trabalho escravo e o infantil, a expulsão de comunidades tradicionais de suas terras, a grilagem de terras, a corrupção de políticos e de funcionários públicos? Será que é pelo fato de que, no Brasil, boa parte do Poder Judiciário age com dois pesos e duas medidas, para ricos e pobres?

Qualquer assassinato tem que ser desvendado, seja quem for o autor ou a vítima. Portanto, espero que os crimes em Pernambuco sejam resolvidos e condenados os culpados ou absolvidos os inocentes. A sacanagem é usar o caso como chantagem ou justificativa para recomeçar uma caça às bruxas, semelhante ao que se tentou fazer na CPI da Terra anos atrás. Fazem parecer que os recursos repassados a entidades sociais no campo são usados para fazer ocupações e orgias, ignorando o desenvolvimento em educação e tecnologia rurais obtidos em pequenas comunidades com esses investimentos nos últimos anos. E ignorando que sem a pressão dos movimentos sociais, o pouco de reforma agrária que ocorreu nem teria sido realizada.

Ah, mas pelo menos, uma coisa boa surge disso tudo. Se Gilmar Mendes for um homem coerente - e acredito que seja - a sua indignação pública contra os sem-terra indica que o ministro também será favorável a qualquer mecanismo de bloqueio de crédito e financiamento públicos a empresas e fazendeiros que cometam crimes como o desmatamento ilegal ou qualquer outro que enumerei acima. O que ele disse nesta quarta - “Que o Ministério Publico tome providencias para verificar se não há financiamento ilícito a estas instituições” - serve também para isso.

E urgente, pois qualquer passarinho sabe que, desde a fundação da nação, dinheiro público é entregue às mãos de expoentes do poder econômico privado (de latifundiários, passando por industriais ao setor de serviços), que cometem sérias delinquências, impunemente.

*Leonardo Sakamoto é jornalista e Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Fascistas atacam a distribuição de preservativos no carnaval, e pra variar, o Governo Lula.

Um "textículo" (mini texto, pífio em todos os sentidos), de cunho fascista, publicado em um blog, também de cunho fascista, critica a distribuição de preservativos no carnaval.

Um blog que mistura vozes insepultas da última ditadura (que em absoluto, nada teve de branda), fanatismo religioso, demência, militarismo tresloucado e obviamente, inflamados discursos anti-Lula, publicou o "textículo", em meio a uma enxurrada de críticas ao que chamam de "campanha política antecipada de Lula".

Obviamente que seus escribas, não tem visto televisão, e não percebem que seu favorito, José Serra, abriu a temporada de propaganda à meses, divulgando nacionalmente comerciais intitucionais de uma empresa pública paulista (SABESP, que só não sei como sobrevive enquanto empresa pública, num governo privatizador).

O texto reflete o caráter lunático-direitoso-fascista-rancoroso de seus editores e pode ser visualizado abaixo:

Fonte da "obra de arte": http://blogdaunr.blogspot.com/2009/02/tse-lula-ainda-diz-que-nao-e-campanha.html

Vai "queimar a rosca"?

O governo dá Kit Gel para não doer.

Vai transar?

O governo dá camisinha.

Já transou?

O governo dá a pílula do dia seguinte.

Engravidou?

O governo dá o aborto.

Teve filho?

O governo dá o Bolsa Família.

Tá desempregado?

O governo dá Bolsa Desemprego.

Vai prestar vestibular?

O governo dá o Bolsa Cota.

Não tem terra?

O governo dá a Bolsa Invasão e ainda te aposenta.

Matou, sequestrou, roubou?

O governo dá asilo.

AGORA......

Experimenta estudar, trabalhar, produzir, ser honesto... e andar na linha pra ver o que é que te acontece!!!

VOCÊ VAI GANHAR UMA BOLSA DE IMPOSTOS NUNCA VISTA EM
LUGAR ALGUM DO MUNDO!!!

Nota do blogueiro:

Sempre a mesma coisa: "estudar, trabalhar, produzir..." De quem será que estão falando? Daqueles que a décadas recebem o "bolsa plantio", que quando não querem pagar, formam gangues que empilham máquinas nas estradas (financiadas, com juros subsidiados pelo governo), pleiteiam e conseguem, prorrogar tudo indefinidamente, aos custos dos impostos do povão (únicos pagadores de impostos no país).

Ou será que falam dos "privados", turbinados com financiamentos do BNDES, também pagos esporadicamente, tendo várias rolagens subsidiadas pelo governo/povo.

Esses indivíduos, recebem "bolsas" (os financiamentos amorosos do governo, e do jeito que vai, nem lubrificante precisa) e tem "cotas" (toda a universidade pública, por exemplo), milhões dos nossos impostos vão parar em seus cofres, mas esses defensores de DEUS, da PÁTRIA, da FAMÍLIA e da LIBERDADE, nunca contestaram, só levantam a voz, quando uma parte desses recursos, vai parar na "periferia", aos eternos relegados, aos esquecidos, àqueles que só são lembrados quando os defensores de DEUS, da PÁTRIA, da FAMÍLIA e da LIBERDADE, estão em busca de cargos eletivos.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Promisciudades Globais-Demo-Tucanas

O texto abaixo, trascrevo na ínterga, sem alterações, notas ou comentários, devido à grande riqueza de detalhes, evidenciando um fenômeno Histórico, um problema que se arrasta desde os tempos do "Brasil-Colônia".

A promiscuidade das relações entre o público e o privado. Nunca houve uma devida separação entre os dois campos. Quase tudo se dá no "escurinho", atrás das cortinas, mas às vezes alguém puxa o pano e nos mostra quem são os "amantes" (representantes do público e do privado, em orgias das quais surgem nossas grandes empresas, conglomerados, conspirações e não raro, nossos governos).

O texto de Altamiro Borges, "colado" abaixo, é uma fresta, aberta nessa cortina:

Mainardi pedirá a cabeça de Jabor?
Por Altamiro Borges

Karen Kupfer, da revista de fofocas Quem, da Rede Globo, publicou há poucos dias uma notinha reveladora sobre a relação promíscua entre jornalistas e políticos: “Para comemorar o sucesso do programa Saia Justa, Suzana Villas Boas abriu sua casa no Alto de Pinheiros para uma festança daquelas. A turma de convidados, que também era recebida por Arnaldo Jabor, marido de Suzana, reuniu políticos, artistas e jornalistas. O candidato José Serra, para quem Suzana presta assessoria, foi prestigiá-la. Ficou um pouco e trocou idéias com alguns jornalistas”. Luís Frias, presidente do Grupo Folha, também participou da festança, “que ferveu na pista até o sol raiar”.

No mesmo período, a colunista Hildegard Angel escreveu no Jornal do Brasil outra nota curiosa: “Elmar Moreira, irmão de Edmar Moreira [o deputado dos demos que ficou famoso pelo castelo construído no interior mineiro], é casado com Ana Leitão, irmã de Miriam Leitão” – a jornalista da TV Globo famosa por seus palpites furados sobre economia, pela adoração ao deus-mercado e pela oposição doentia ao governo Lula. O interessante neste caso é que a colunista global, metida a sabe-tudo, nunca descreveu aos seus telespectadores os detalhes do luxuoso castelo demo.

Artista global com Kassab

Para encerrar a série sobre as relações indecentes entre jornalistas e políticos da direita, a sempre atenta Mônica Bergamo, uma das raras exceções do jornal Folha de S.Paulo, revelou no início de fevereiro: “O marido de Ana Maria Braga [estrela da TV Globo e do finado movimento golpista ‘Cansei’] é o mais novo colaborador da administração Gilberto Kassab (DEM-SP). Candidato derrotado à Câmara Municipal, Marcelo Frisoni vai assumir um cargo de ‘coordenação’ na Secretaria de Modernização, Gestão e Desburocratização” da prefeitura paulistana.

Dias antes, Bergamo foi ameaçada pelo marido brigão da artista global, que o irônico José Simão batizou de “Ana Ameba Brega”. Frisoni se irritou com a pergunta sobre o pagamento da pensão alimentícia para os dois filhos do seu casamento anterior: “Publica o que quiser. No dia seguinte, vou à redação dessa bosta de jornal e encho essa Mônica Bergamo de porrada na frente de todo mundo... A única pessoa que tentou ferrar comigo foi o Madrulha [ex-marido da apresentadora da TV Globo] e eu acabei com ele. Hoje ele é secretário de cachorro e não consegue mais nada”.

Cadê o “tribunal macartista” de Mainardi?

Deixando de lado as baixarias dos “famosos”, o que chama a atenção nestas notinhas é a relação obscena entre figurões da TV Globo e políticos da direita demo-tucana do país. Outra estrela da poderosa emissora, o filhinho de papai Diogo Mainardi, criou no início do mandato de Lula o seu “tribunal macartista mainardiano”, no qual promoveu abjeta cruzada contra alguns profissionais da imprensa. “A minha maior diversão é tentar adivinhar a que corrente do lulismo pertence cada jornalista”, explicou o troglodita na sua coluna de estréia na revista Veja, em dezembro de 2005.

Aos poucos, Mainardi dedurou alguns colunistas mais independentes. “Tereza Cruvinel é lulista. Dessas que fazem campanha de rua. Paulo Henrique Amorim pertence à outra raça de lulistas. É da raça dos aloprados, dos lulistas bolivarianos. Acha que a primeira tarefa do lulismo é quebrar a Globo e a Veja”, atacou. O caso mais famoso desta cruzada fascista foi o do jornalista Franklin Martins, acusado levianamente de possuir uma “cota de nomeações pessoais no serviço público”. Após longo bate-boca, a TV Globo preferiu apoiar o delator direitista e demitiu Franklin Martins.

Perguntar não ofende: será que Mainardi, “difamador travestido de jornalista”, fará barulho agora contra seus amiguinhos da TV Globo que gozam das intimidades demo-tucanas. Pedirá a cabeça de Arnaldo Jabor, cuja esposa é assessora do presidenciável tucano José Serra, freqüentador de sua mansão? Criticará a “cota de nomeações pessoais no serviço público” da cansada Ana Maria Braga? Pedirá detalhes picantes do castelo dos demos à “ortodoxa” Miriam Porcão – ou melhor, Leitão? Ou todos juntos – Jabor, Leitão, Ana Maria Braga e o macartista Mainardi – fazem parte do esquemão montado pela TV Globo para viabilizar a vitória do tucano José Serra em 2010?

Simon: PMDB vai dar a quem pagar mais.

A frase de duplo sentido acima, é o título de um post, extraído do blog Tomando na Cuia Reload, e, foi proferida pelo senador "Dedo-Podre", Pedro Simon, ao comentar a posição de eu partido frente ao pleito de 2010.

O senador, dedo-podre, responsável direto pelas indicações de Antônio Britto, Germano Rigotto e recentemente de Yeda Rorato Crussius, e que agora nos aponta um dos grandes saudosistas dos tempos dos AIs, das OBANS, dos DOPs e DOIs, Nelson Jobin, como pré candidato pêemedebista ao governo guasca, aponta seu dedão para o planalto:

"Publicado hoje, no jornal mineiro O Tempo e no site O tempo e comentado no Blog do jornalista Josias de Souza o senador gaúcho afimou que o PMDB vai "dar" seu apoio para quem pagar mais e criticou os caciques do partido. Segundo Simon o declínio moral do PMDB começou em 1994, na sucessão do então presidente Itamar Franco (FHC???), o senador também torpedeou a atuação do presidente Michel Temer afirmando que ele não está "à altura" do partido, e prega uma limpa na sigla. Bem ! Essa limpa poderia começar pelo PMDB gaúcho, tendo como fio da meada às denúncias que Cézar Busatto fez de que o PMDB guasca utiliza-se das estatais gaúchas e centenas de cargos para fazer suas campanhas eleitorais, no caso usando o Banrisul. Engraçado é que sobre a corrupção no Detran essa velha raposa da política ficou pianinho, e não abriu a boca para falar sobre ética na política nos pampas como o fez contra os mensaleiros. Para quem serve "agora" essa entrevista de Simon, assim como a do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que disse , em entrevista à revista "Veja", que "boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção" ??? . A disputa interna no PSDB entre Aécio Neves e José Serra talvez explique esse movimento. Aécio no PMDB em 2010 seria uma hipotese ? Simon criticou Sarney (que apoia Dilma) e criticou Temer (que apoia Serra). Caso o PMDB não tenha candidato (Aécio) e o senador afirma que a sigla vai apoiar quem pagar mais, qual será a exigência que um senador ético cobraria para subir num palanque presidencial, considerando Dilma e Serra como favoritos ?"
Por Kiko Machado, para o Blog Tomando na Cuia Reload.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

REPUDIO E SOLIDARIEDADE

Intelectuais brasileiros responderam com um manifesto de repúdio, ao artigo provocador da Folha de São Paulo, no qual definem o período do pós 64 como uma "ditabranda".

No mesmo documento expressam sua solidariedade, aos professores que responderam ao artigo, e que foram gratuitamente atacados em nota, da redação do jornal.

Abaixo o texto do manifesto e link para assinatura:

Ante a viva lembranca da dura e permanente violencia desencadeada pelo regime militar de 1964, os abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente repudio a arbitraria e inveridica revisao historica contida no editorial da Folha de S. Paulo do dia 17 de fevereiro de 2009. Ao denominar ditabranda o regime politico vigente no Brasil de 1964 a 1985, a direcao editorial do jornal insulta e avilta a memoria dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratizacao do pais. Perseguicoes, prisoes iniquas, torturas, assassinatos, suicidios forjados e execucoes sumarias foram crimes corriqueiramente praticados pela ditadura militar no periodo mais longo e sombrio da historia política brasileira. O estelionato semantico manifesto pelo neologismo ditabranda e, a rigor, uma fraudulenta revisao historica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensao das liberdades e direitos democraticos no pos-1964.

Repudiamos, de forma igualmente firme e contundente, a Nota de redacao, publicada pelo jornal em 20 de fevereiro (p. 3) em resposta as cartas enviadas a Painel do Leitor pelos professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fabio Konder Comparato. Sem razoes ou argumentos, a Folha de S. Paulo perpetrou ataques ignominiosos, arbitrarios e irresponsaveis a atuacao desses dois combativos academicos e intelectuais brasileiros. Assim, vimos manifestar-lhes nosso irrestrito apoio e solidariedade ante as insolitas criticas pessoais e politicas contidas na infamante nota da direcao editorial do jornal. Pela luta pertinaz e consequente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria Benevides e Fabio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo brasileiro.

Para assinar o manifesto, clique aqui.

Para ler as maifestações dos professores e a truculenta resposta do jornal, clique aqui.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Não é somente uma crise econômica, é uma crise de humanidade.

Crise na alma do homem
Por Mauro Santayana

Do momento em que desperta ao momento em que o cansaço o prostra, o homem moderno está preso à engrenagem da vida econômica, como o inseto à teia da aranha.

A crise econômica mundial é muito mais do que a desorganização do sistema financeiro, em consequência da roubalheira dos administradores dos grandes bancos e de outras entidades de créditos e seguros. O dinheiro é produto do sistema econômico, isto é, dos processos de produção. Assim é o método moderno de produção capitalista, grande responsável pelo mal-estar da sociedade contemporânea, que coloca o lucro em primeiro lugar e abomina a distribuição de renda do trabalho.

Até o século 19, a ideia da produção estava associada à necessidade dos nobres e dos trabalhadores. Produzia-se para comer, para vestir, para educar-se, emocionar-se (com a arte), em suma, para viver. A ciência não tinha o propósito de se transformar imediatamente em tecnologia, a não ser na aplicação militar, porque os povos sempre quiseram contar com armas mais práticas e mais letais. Fora disso, até o século 19, a evolução dos processos de manufatura foram lentos: dos gregos até a máquina a vapor a força motriz era a dos animais e dos moinhos. O uso dos motores a vapor iniciou a Revolução Industrial, que utilizou os recursos monetários disponíveis (o ouro e a prata da América) para estabelecer, com o comércio e as armas, o Império Britânico.

A velocidade e o volume da produção de bens de consumo, verificados nos últimos 200 anos, mudaram a natureza do homem. Ele deixou de ser senhor dos processos criados, para se tornar seu servidor. A máquina esse complemento morto de um organismo vivo, o do trabalhador é que dita os ritmos de produção. Conforme a descoberta assustadora dos filósofos da Escola de Frankfurt, inverteu-se a razão: os seres mortos, animados pelas forças domadas da natureza, impõem seu ritmo ao mundo. É a vitória, de Tanatos, a divindade da morte, sobre Eros, o impulso do amor, da criação, enfim, da vida.

A História tem registrado crises cíclicas do capitalismo. São os desajustes entre a velocidade de produção e a do consumo, quando, por saturação de mercado (como, entre outros, o caso dos automóveis vendidos em até 80 prestações mensais), ocorre a recessão. Os fabricantes reduzem suas atividades, a fim de proteger o capital, e os consumidores também diminuem as compras, prevenindo-se. O exame das ondas recessivas do passado mostra que, a cada crise, ela é maior e mais devastadora. E no caso da recessão atual, há novos fatores envolvidos, além dos meramente econômicos.O mais importante desses fatores novos é a exaustão dos seres humanos, transformados em meros instrumentos da sociedade tecnológica de consumo. Do momento em que desperta ao momento em que o cansaço físico o prostra, o homem moderno está preso à engrenagem da vida econômica, como o inseto à teia da aranha. Os meios de comunicação se lembram, todas as horas, de incitá-lo a competir, a frequentar cursos e a comprar livros que o façam vencer seus “rivais” na escola, na empresa, na vida, não importa como. Ao mesmo tempo fornece os famosos livros de duvidosa religiosidade, para ensinar-lhe a expurgar seus sentimentos de culpa.

Outro fator, esse mais terrível, é o do cansaço da natureza. Os homens perderam a noção de que não passam de seres vivos iguais aos outros, que se destacaram na natureza pelas circunstâncias de sua história especial. Perderam a consciência de que nasceram para usufruir a natureza, não para destruí-la. Esquecem que a natureza tem compromisso com a vida e não com uma espécie em particular.

Como as sociedades raramente suicidam-se, é possível que, diante da catástrofe, sendo anunciada desde a primeira Conferência do Meio Ambiente de Estocolmo, em 1972, os grandes tomem juízo. É possível, mas não provável, porque todas as medidas previstas contra a crise visam salvar o capitalismo de modelo norte-americano, ao salvar os bancos ‐ geridos por ladrões de Wall Street, e outros em lugar de substituir o sistema por outro, na medida do homem e da lógica da vida.

Nota do blogueiro:
No livro, Viver Para o Consumo, do sociólogo polonês Zigmunt Bauman, há um comentário a respeito de um conceito de Karl Marx, chamado de "Fetichismo da Mercadoria". De acordo com Marx, a sociedade de produtores estava construindo símbolos, juntamente com a mercadoria. esses símbolos, nada mais são do que o apagamento da história, do envolvimento humano, na produção do item, transformando mercadorias em "seres em si".

Bauman complementa, afirmando que o Fetichismo leva a mercadoria de "um produto profundamente humano" a uma absurda posição de "autoridade sobre-humana mediante o esquecimento ou a condenação á irrelevância de suas origens demasiado humanas, juntamente com o conjunto de ações humanas que levaram ao seu aparecimento e que foram condições sine qua non para que isso ocorresse".

Trocando em miúdos: Produzimos coisas e deixamos que elas nos conduzam, produzimos deuses e oramos para eles, produzimos um "mercado" e somos hoje incapazes de controlá-lo.

Passamos da condição de produtores, à condição de produto. E essa crise de humanidade, não pode ser revertida com pacotes econômicos, com os governos enchendo os cofres dos produtores de tal miséria. Passa necessariamente por uma reorganização do sistema produtivo, em algo mais racional, atendendo demandas reais, e não mais à voracidade de uns, e a alienação dos demais.

Um novo Estado, uma nova economia, uma forma de resgatar o homem, alçando-o a sua real condição, a de produtor (não de coisa), a de agente político (e não produto), deixando a condição de simples número, objeto, coisa, para torná-lo agente condutor do "Bonde da História".

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

De eufemismos e metáforas distorcidas vive a mídia brasileira

Atos genocidas. ou genocídio? Invasão e ocupação, ou ataques preventivos? Massacre ou reação desproporcional? Tortura ou "métodos mais duros de interrogatório"? Censura ou "Controle das informações"? Arapongagem ou "Segurança Naciona"? Xenofobia ou nacionalismo? Repressão ou "formas controladas de disputa política"? Extermínio de adversários políticos ou "desaparecimentos"? Ditadura ou "ditamole" (ou essa excrescência de "DITABRANDA")?

A mídia do país do carnaval, brinca com o idioma, como se estivese redigindo um roteiro de novela, uma peça de teatro de quinta categoria, ou uma "letra" de música funk.

Apelam ao fato lamentável de o "povo não ter memória", ou somente manifestar uma memória recente, para distorcer fatos que remontam a mais tempo do que o último capítulo da novela. Transformam um regime arbitrário, corrupto na sua essência e práxis, totalitário, assassino e realmente terrorista, numa fantasia, nessa tal de "Ditamole", desculpem, "Ditabranda".

Definem a dita como "dura" ou "mole" (branda), pelo número de pessoas exterminadas?, Pelo número de cidadãos expulsos do país? Pelo número de cidadãos torturados, ou seria pela intensidade das torturas? Pelo número de vozes silenciadas? Pelo número de direitos civis caçados da noite para o dia? Pela duração do regime? Se foi um o tirano foi um único homem ou se revezaram vários?

Levanto essas questões, porque o panfleto político que se intitula jornal, Folha de São Paulo, acaba de inventar o termo "Ditabranda", em analogia ao golpe civil-militar de 1964, e aos anos que se seguiram, que são conhecidos por anos de chumbo.

Ao comentar, de forma parcial, tendenciosa e partidária enrustida, o referendo vencido pelo presidente Venezuelano Hugo Chavez, o panfleto proferiu o seguinte escárnio à memória, não só dos exilados, torturados, mortos, "desaparecidos" e seus familiares, mas da História Brasileira:

"Mas, se as chamadas "ditabrandas" -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente."

Direitos como o do Hábeas-Corpus, haviam sido cassados, a inviolabilidade dos lares não mais existia, qualquer lacaio da ditadura poderia efetuar prisões, em qualquer lugar, em qualquer horário, sob qualquer pretexto. E esse panfleto atreve-se a falar em "acesso à justiça"? Bom, nesse caso sou obrigado a concordar com Platão, quando afirmou que a "justiça nada mais é, do que a conveniência do mais forte." Obviamente que a família Frias, tinha acesso a "justiça", ou nem precisava. Essa era a forma "controlada de acesso à justiça", a que se refere o panfleto.

"...preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política..." Não havia disputa política, essa era a forma controlada. O "novo jeito de decretar, fingindo ser democrático". Foram autorizados o funcionamento de dois partidos políticos, a ARENA e o MDB, partidos que eram popularmente conhecidos como o "partido do sim" e o partido do "sim senhor". Todos os demais foram proscritos, e se fosse um militante de esquerda, meu caro, farias parte das estatísticas (que na época, por motivos óbvios, não eram divulgadas). Essa era a "forma controlada de disputa política", mais um eufemismo cretino de uma casta, comprometida com quem lhe deu poderes, ou mais poderes ainda.

De opiniões adaptáveis a quem mais paga, eufemismos e metáforas distorcidas vive essa imprensa, retrógada, partidária enrustida, que faz de opiniões reportagens, e de reportagens opiniões. Porque não fazem como alguns tablóides estadunidenses e tornam explícitas suas posições políticas?

A resposta é muito simples, cairia a máscara de "noticiosos", de informativos, e até mesmo um leitor assíduo da Folha perceberia que eram simples opiniões de classe, travestidas de reportagens, de jornalismo.

Se o governo Yeda é um desastre, culpem Tarso Genro.

O líder do PSDB na câmara, deputado José Aníbal, fez a mais tresloucada e ridícula defesa do governo de Yeda Crussius, frente as recentes denúncias, levantadas pelo PSOL.

Em entrevista concedida ao Diário Extra-Oficial do governo guasca, o jornal Zero Hora, o deputado afirmaque a culpa é de tarso, por ser o chefe da Polícia Federal, e pelo fato de que "Se o Ministério Público Federal tem provas, em algum momento a PF investigou." Frase do Deputado.

Portanto o erro foi da Polícia Federal, que investigou o que não deveria. Tucanos não podem ter seus "esquemas" investigados. Estão acima da lei?

O deputado não contesta as denúncias, os "esquemas", os conluios, mas sim o fato de que foram investigados. Essa tem sido a defesa padrão desses seres. O problema é que investigam.

Abaixo a peça teatral, em forma de entrevista e de defesa do indefensável:

Partiu do líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), a mais enfática defesa da governadora Yeda Crusius. Indignado, ele chama de “barbárie política” as suspeitas e acusou o ministro da Justiça, Tarso Genro, que classificou a declaração de “absurda”:

Zero Hora – Como o PSDB avalia as denúncias contra a governadora Yeda Crusius?

José Aníbal – Isso faz parte de um movimento inconformista contra a vitória de Yeda. E o ministro Tarso Genro (Justiça) é um personagem sinistro nessa história.

ZH – Por que o senhor cita o ministro Tarso Genro?

Aníbal – Tarso é o chefe da Polícia Federal. E é pai da Luciana Genro, que é do PSOL. Se o Ministério Público Federal tem provas, em algum momento a PF investigou.*

ZH – O senhor acha que o ministro tem ligação com as denúncias?

Aníbal – Esse cidadão conspira contra Yeda desde o início do governo.

ZH – O PSOL diz ter tido acesso às provas.Aníbal – Eles estão se aproveitando da morte desse rapaz (Marcelo Cavalcante, ex-chefe da representação gaúcha em Brasília). Se têm provas, por que não mostram?

*Grifo meu.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

“Não há crise que fará a gente tirar um centavo da Educação”, diz Lula

Presidente aposta que expansão de universidades e escolas técnicas criará empregos

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira, 17 de fevereiro, que os investimentos em educação serão mantidos independente das consequências da crise econômica mundial. “Não há crise que fará a gente tirar um centavo da Educação”, disse o presidente ao inaugurar o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Planaltina (DF).

“Essa posição do governo nos dá segurança”, disse o reitor da Universidade de Brasília, José Geraldo de Souza Jr. O ministro da Educação, Fernando Haddad, também garantiu a manutenção dos investimentos no setor. Haddad citou um artigo publicado no Wall Street Journal que recomenda investimentos no Brasil, pois o país está financiando projetos para a educação e infraestrutura.

Lula destacou a importância da expansão do ensino pelo interior do Brasil, tanto o universitário quanto o de escolas técnicas. Ele citou São Paulo, estado que não possuía universidades federais até os anos 70. “Nos últimos anos, levamos essas instituições para Osasco, Diadema, Santos, Santo André e São Bernardo do Campo”, afirmou.

A expansão universitária avança também no Distrito Federal. Até 2005, a Universidade de Brasília possuía campus apenas no Plano Piloto. Entre 2006 e 2008, a UnB inaugurou três novas unidades, localizadas em Planaltina, Gama e Ceilândia.

De acordo com o presidente Lula, a presença das universidades e das escolas técnicas fora do eixo das capitais e grandes centros urbanos resultará na geração postos de trabalho e desenvolvimento. “Com mais empregos e renda no interior, teremos condições de abrir novas escolas técnicas”, disse Lula.

Na opinião do presidente, a igualdade no Brasil deve começar pela educação. “O ensino só será igualitário no país quando os filhos da empregada e da patroa estiverem sentados lado a lado, na mesma escola”, afirmou.

Suicidaram um ex-secretário de Yeda.

Cristóvão Feil, aponta uma série de questões sobre o suposto suicídio de Marcelo Cavalcante, "ex- embaixador" do governo Yeda em Brasília, ocorrido às vésperas de um depoimento que daria depois do carnaval, sobre a farra do Detran-RS:

Stalinistas suicidaram ex-assessor de Yeda
Sete questões que não querem emudecer
Por Cristóvão Feil para o blog Diário Gauche

Ontem à noite conversei com um especialista em assuntos policiais. A propósito da morte misteriosa do ex-assessor de gabinete da então deputada federal Yeda Crusius (PSDB), ele me esclareceu e me confundiu com algumas informações, como:

1) É raríssimo suicídio por afogamento, tanto mais se o local escolhido for nas águas serenas de um lago, onde não há correnteza, redemoinhos ou ondas.

2) Qual o motivo de apressar o sepultamento do corpo? O corpo foi encontrado no amanhecer de terça-feira, ontem à tarde já estava sepultado.

3) Por que não houve perícia técnica para examinar as vísceras do corpo? Em casos de suspeita de morte por afogamento é fundamental examinar a presença de microalgas no interior do pulmão da vítima. O exame legista pode dar respostas sobre agressão antes ou depois do óbito e qual foi de fato o agente causador do mesmo.

4) Como a hipótese de suicídio é remota, por que pessoas do centro do governo Yeda logo classificaram de forma perempta e uníssona, sobretudo uníssona, a morte por suicídio? Seria uma orquestração? De quem? O meu interlocutor estranha a carta de Carlos Crusius que não disse a que veio, salvo para afirmar categoricamente que Marcelo Cavalcanti foi levado ao suicídio. Ficou evidente a “palavra de ordem” de Crusius: morte por suicídio e ponto final.

5) A mídia amiga e os correligionários do falecido passam a repetir a hipótese do suicídio como uma verdade absoluta, fazendo cortina de fumaça para outras hipóteses e especulações menos ingênuas.

6) Uma questão importante: a Polícia Federal está investigando o caso?

7) E o mais intrigante: “por que a mídia amiga – ZH e CP, especialmente – não levantam isso que eu estou dizendo aqui no nosso diálogo? Afinal, essas questões que aponto são elementares, como beber um copo d’ água, para um bom repórter policial” – arrematou o meu atônito interlocutor.

Um dado hilário da cartinha de Carlos Crusius: quem seriam os stalinistas que levaram Marcelo Cavalcanti à morte? Onde vivem esses stalinistas, do quê se mantém, e como se alimentam esses seres exóticos? Será que esses stalinistas possuem armas de destruição em massa nas garagens de suas casas? Vêem o BBB na TV ou preferem a leitura das obras do GGP – guia genial dos povos?

Carlos Crusius fica devendo essa. E a governadora Yeda fica devendo uma manifestação sobre o caso de seu ex-assessor "suicidado".

Nota do blogueiro:É, a "coisa tá feia", pros lados da Praça da Matriz, fico imaginando o que vai conter o próximo outdoor dos sindicatos...

PSOL provoca terremotos no Piratini.

Deu no RS URGENTE:

A deputada federal Luciana Genro, o vereador Pedro Ruas e o presidente estadual do PSOL, Roberto Robaina, apresentaram nove denúncias, que fariam parte de um conjunto de 29 itens, que seriam do conhecimento do Ministério Público Federal.

A decisão de tornar públicas essas denúncias, segundo os representantes do PSOL, surgiu após a morte de Marcelo Cavalcante, ex-representante do Estado do Rio Grande do Sul em Brasília. Cavalcante, segundo informações de sua esposa, iria depor no MP Federal nos próximos dias.

Mais pode ser lido aqui.

Do hospital psiquiátrico do Ministério Público "guasca"

O promotor Gilberto Thumbs, provavelmente fugindo de algum hospício, conveniado ao Ministério Público do RS, proferiu as seguintes sentenças:

Referindo-se ao Fórum Social Mundial e ao MST:

*" Com o Fórum, para onde vieram terroristas e marginais de tudo que é espécie pagos com dinheiro público, veio também o pessoal das Farcs, da Colômbia, para mostrar aos brasileiros que a forma de reivindicação não era a que estava sendo utilizada"

Referindo-se à opinião política de colegas de trabalho:
*"A intelectualidade é toda de esquerda. Mais é muito fácil ganhar R$ 20 mil por mês e ser de esquerda. No próprio Ministério Público temos procuradores da justiça ganhando R$21 mil, e são vermelhos, esquerdistas, são do PC do B, por exemplo"

Resumindo: Deveriam prender todos os participantes de todas as edições do Fórum Social Mundial e mandar, vestidos de laranja, para comer bosta em Guantânamo, tendo por sobremesa coturnos de "marines". Afinal, são "terroristas perigosos".

Também deveríam fazer algum tipo de lavagem cerebral nos membros do Ministério Público "guasca", cuja ideologia difere da explícita pelo demente Thumbs, dos interesses do agronegócio, das corporações e dos conglomerados midiáticos.

Os que se declarassem comunistas, deveriam ter os salários confiscados, ou drásticamente reduzidos, pois "No próprio Ministério Público temos procuradores da justiça ganhando R$21 mil, e são vermelhos, esquerdistas, são do PC do B, por exemplo", e isso não pode.

O discurso desse lunático, só encontra reflexo nos que levaram ao golpe de 64. E como o termo "segurança nacional" é um dos preferidos desse promotor...

Gostaria muito de entender o que diabos Thumbs quer dizer com "intelectualidade", mas pela sonoridade e formato da palavra, e o forma como ele se expressa, fica evidente que não faz parte dela.

*Esse ataques tresloucados, foram extraídos da página do MST.

...ou barbárie.

Márcio Pochman afirma que é hora de enterrar as ideias liberais, estabelecer controles sociais sobre a economia e mudar totalmente nossa realidade. É a hora do novo Estado.





A crise mundial torna mais evidente o conjunto de equívocos que resulta da recente experiência neoliberal. Os países que mais longe avançaram o princípio da autorregulação das forças de mercado e da desregulamentação do Estado encontram-se entre os mais frágeis e vulneráveis no contexto atual de turbulências e incertezas globais.

Fácil imaginar como a economia brasileira estaria débil e à deriva se a trajetória privatista e de inserção externa subordinada aos interesses dos países ricos dos anos 90 não tivesse sido interrompida. Sem bancos públicos (BB, CEF, BNB e BNDES) e empresas estatais, como Petrobras e Eletrobrás, por exemplo, o Brasil não teria a mínima condição de responder imediata e positivamente à crise do crédito e do investimento privado. Países que se desfizeram de bancos e empresas públicas, como o caso argentino, convivem hoje com maiores dificuldades para enfrentar afirmativamente a crise. No Brasil, a fase da privatização implicou reduzir a participação dos bancos públicos de mais de 50% para quase um terço da disponibilidade total do crédito doméstico, enquanto a transferência para o setor privado de empresas estatais respondeu por 15% do PIB e pela destruição de mais de 500 mil postos de trabalho. Em valor, o processo de privatização brasileiro som ente conseguiu ser inferior à experiência soviética, com parte significativa do setor produtivo estatal sendo capturado pelo capital estrangeiro.

Da mesma forma, a opção política pela diversificação comercial permite ao Brasil o reposicionamento no mundo com soberania, bem diferente das economias com exportações concentradas em poucos países, como parece indicar o México, com mais de 80% do comércio externo só com os EUA. A recessão nos países ricos contamina mais facilmente aquelas nações dependentes de suas trocas externas.Para o Brasil, o peso dos países ricos no comércio externo encontra-se pouco acima de 40%, quando nos anos 90 era de mais de 67% do total. Estas constatações sobre o país em relação a outras nações descrevem resumidamente uma situação melhor, porém ainda insuficiente para indicar a necessária construção de novo caminho a ser percorrido. Isso porque se tem presente que o neoliberalismo cometeu o seu haraquiri, não tendo sido superado - até o momento - pelo estabelecimento de projeto econômico e social alternativo. As respostas à crise do capital globalizado podem até ser transformadas numa etapa de desenvolvimento do novo padrão civilizatório, mas ainda estão distante disso.

De maneira geral, percebe-se que o Estado reaparece como elemento central do enfrentamento à turbulência mundial, embora ainda desfalcado da perspectiva transformadora de oportunidades e desafios do Século XXI. A reprodução dos tradicionais traços do padrão de Estado dos últimos 100 anos indica tão-somente o aprofundamento da organização por funções setoriais (caixinhas), cada vez mais ineficientes, quando não concorrentes entre si e à margem do potencial das forças do mercado. Adiciona-se a isso o acúmulo das variadas ondas de "choques de gestão" internalizadas pela administração do Estado, que produziram tanto a regressão da capacidade e sistematicidade de grande parte das políticas como o esvaziamento da própria função pública. Por um lado, o corte do funcionalismo e de sua remuneração procedido pela internalização de métodos privados acirrou a competição na função pública e fortaleceu a autonomização setorializada e não convergent e das políticas adotadas pelo conjunto do governo. Como na lógica privada, o todo deu lugar a partes, trazendo consigo a prevalência da visão e ação de curto-prazismo no interior da função pública. O planejamento e o compromisso de longo prazo foram substituídos por uma sucessão irracional de programas e projetos pilotos que, alterados constantemente pelas autoridades de plantão, fizeram com que o Estado fosse abandonando o sentido estruturador do padrão civilizatório fora da emergência do curtíssimo prazo. Por outro lado, a estabilidade da esfera pública foi sendo contaminada pela lógica da eventualidade, amplamente acolhida pelo curso da terceirização das funções e da contratação de mão-de-obra. Assim, o Estado foi-se comprometendo com repasses crescentes de recursos a instituições - algumas nem sempre decentes (fundações, ONG's e cooperativas) - portadoras de flexibilidade para o exercício dos desvios da função pública. Assim, orçamentos e licitações tornaram-se, muitas vezes, o espaço privilegiado para manifestação da força dos interesses privados, negociatas e maior corrupção. Em síntese, a emergência da corrosão do caráter da função pública, posto que o tradicional funcionário de Estado, demarcado pelo profissionalismo e meritocracia, passou a dar lugar - em algumas vezes - ao comissionado e ao corpo estranho dos terceirizados.

O novo Estado precisa ser construído. Ele deve ser o meio necessário para o desenvolvimento do padrão civilizatório contemporâneo em conformidade com as favoráveis possibilidades do Século XXI. A sociedade pós-industrial, com ganhos espetaculares de produtividade imaterial e expectativa da vida ao redor dos 100 anos de idade, abre inédita e superior perspectiva civilizatória: educação para a vida toda, ingresso no mercado de trabalho depois de 25 anos, trabalho menos dependente da sobrevivência e mais associado à utilidade e criatividade sócio-coletiva. Para além das exigências do Século XX, que conformaram tanto o Novo Estado Industrial (J. Kenneth Galbraith) como o Bem-Estar Social (K. Gunnar Myrdal), encontra-se em curso novos e complexos desafios que exigem profunda reforma estatal.

Três grandes eixos estruturadores do novo Estado precisam ser perseguidos com clareza e efetividade. O primeiro diz respeito à constituição de novas institucionalidades na relação do Estado com o mercado. Alavancada pela experiência neoliberal, o mercado enfraqueceu as bases de promoção da competição, cada vez mais sufocadas pelo predomínio da monopolização expresso pelos vícios privados das grandes corporações transnacionais.

O esvaziamento da competição precisa ser rapidamente combatido com novas instituições portadoras de futuro, capazes de garantir a continuidade da inovação por meio da concorrência combinada com a cooperação entre empreendedores e da maior regulação das grandes corporações empresariais. O segundo grande eixo estruturador do novo Estado deve resultar da revolução na propriedade que impulsione uma relação mais transparente, democrática e justa com toda a sociedade. Neste caso, a ampliação do fundo público se faz necessária para sustentar o padrão civilizatório do Século XXI, a partir da tributação sobre o excedente adicional gerado por novas fontes de riqueza, que por serem intangíveis escapam crescentemente das anacrônicas bases arrecadatórias vigentes há mais de 200 anos. Por fim, o terceiro eixo reside na profunda transformação do padrão de gestão pública. Políticas cada vez mais matriciais e intersetoriais pressupõem a organização d o Estado em torno do enfrentamento de problemas estruturais e conjunturais. Noutras palavras, a meritocracia e o profissionalismo para conduzir ações públicas articuladas para lidar com problemas estruturais e políticas governamentais descentralizadas e compartilhadas com a sociedade e mercado para enfrentar diversos e específicos problemas conjunturais. Urge fazer do Estado do futuro o experimentalismo do presente. Muito mais do que anunciar as dificuldades da crise global, cabe ressaltar as oportunidades que dela derivam como a realização de uma profunda reforma do Estado que viabilize o alcance das condições pós-crise para sustentação do novo desenvolvimento ambiental, econômico e social.

Marcio Pochmann é presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e professor licenciado do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Pedra cantada: MPE, governo gaúcho e a mídia oligárquica continuam campanha de "desestruturação do MST"

Do arquivos do blog:

O texto abaixo foi postado por mim, aqui nesse espaço, no dia 1º de Julho de 2008. Falava sobre um irresponsável ataque ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, deflagrado por membros do Ministério Público Estadual, em relatório definido como "confidencial' pelo órgão.

O documeto pregava o uso de vários artifícios jurídicos, e de coerção, que deveriam ser utilizados com o propósito de "Quebrar a espinha dorsal do MST", com esses mesmos termos.

A operação prosegue, a recente investida contra uma Escola Itinerante do MST é o mais recente e triste exemplo do ataque:

"Está em curso um movimento articulado entre o Ministério Público Estadual, a Brigada Militar além é claro dos grades meios de comunicação, movimento que objetiva a criminalização dos movimentos sociais. Com conteúdo surpreendentemente reacionário, reeditando a velha receita fascista da mesclagem da polícia ostensiva com arapongagem, medidas restritivas da s liberdades de manifestação e a imposição de uma linha de ação, e do discurso de lei e ordem, chegam ao absurdo de pregar a dissolução de um movimento social que prega a justiça social, atraves de uma distribuição de terras mais justa.

Termos como "vagabundos", quebrar a espinha dorsal do MST", e em nome da "segurança nacional" são empregados no documento, que foi classificado como "confidencial " Pelo Ministério Público".Leia o relatório na íntegra aqui."

Como mostra o post de Cristóvão Feil, publicado em seu blog, essas ações ganham corpo, e ameaçam um legítimo movimento social, que não tem como meta a Revolução, como rezam as elites, mas o fim de um modelo arcaico de acumulação de posses, sem critérios, que gera uma absurda desigualdade social.

Abaixo o texto de Feil:

Experiência exemplar é liquidada no RS

Uma experiência educacional de 12 anos e que serviu de exemplo para outros Estados pode ser encerrada no Rio Grande do Sul. O Ministério Público gaúcho e a Secretaria Estadual de Educação (SEC) assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que determina o fechamento das escolas em sete acampamentos sem-terra. A informação é da Agência Chasque, através da repórter Raquel Casiraghi.

O TAC prevê que até o dia 4 de março devem ser desativadas as turmas de educação infantil, ensino fundamental e de Educação de Jovens e Adultos (EJA). As crianças devem ser matriculadas na rede pública e ter transporte escolar. Caso não seja cumprido, o governo do Estado será multado em um salário mínimo por dia de atraso.

O Procurador de Justiça e integrante do Conselho Superior do Ministério Público, Gilberto Thums, argumenta que o objetivo do acordo é garantir que as crianças sem-terra tenham o mesmo ensino da rede pública, o que não estaria acontecendo.

“A gente tem um nicho de professores que são escolhidos a dedo pelo Instituto Preservar, que são afinados ideologicamente com idéias extremistas. Isso provoca um ensino completamente fora dos padrões que o Estado tem que garantir. A idéia é que tenhamos um ensino com pluralidade de idéias e inclusão social“, diz Thums.

O procurador lista uma série de irregularidades. Entre elas, a infra-estrutura das escolas é precária e o poder público não estaria conseguindo fiscalizar o conteúdo programático e nem a carga horária. Thums ainda alega que o convênio entre o Instituto Preservar e o governo é ilegal, pois repassa a uma organização não-governamental o dever da educação que é do Estado.

No entanto, a coordenadora pedagógica das escolas itinerantes, Marli Zimermann de Moraes, contesta as críticas do Ministério Público. Ela garante o cumprimento do conteúdo programático e diz que a falta de infra-estrutura reflete o sucateamento promovido pelo governo. Educadores estão com salários atrasados desde julho passado e escolas não recebem material pedagógico. Além disso, o convênio permite a contratação de apenas 13 educadores e de uma merendeira por escola para cuidar de 400 crianças.

No entanto, o principal motivo para o fechamento, denuncia Marli, é tentar enfraquecer o Movimento Sem-Terra (MST).

“Acabar com as escolas itinerantes é impedir que as famílias lutem pela terra. Porque quem vai para a luta é só quem não tem filho. Em cinco dias que a criança não vai para a escola, o Conselho Tutelar é chamado e o pai pode ir preso. A itinerante tem a especificidade de acompanhar o acampamento”, argumenta.

O fechamento das escolas itinerantes é um dos desdobramentos das Ações Civis Públicas encaminhadas pelo Ministério Público no ano passado. Nas ações, promotores determinaram medidas para conter ações do MST e até mesmo chegaram a propor a extinção do movimento, o que depois foi negado.

As escolas itinerantes foram reconhecidas no Estado pelo Conselho Estadual de Educação em 1996. Baseados nesta experiência, outros Estados adotaram o sistema, entre eles Santa Catarina, Paraná, Piauí, Alagoas e Goiás.

Sem exagerar, temos repetido aqui que o Estado regride a olhos vistos, com o governo esquizo-tucano e a sua influência deletéria que só robustece o pensamento conservador do RS.

O governo Yeda está fechando escolas no Estado, em combinação com personagens conservadores do MP/RS. Motivo: intolerância política, espírito macabro de destruição e tentativa de eliminação do que lhe é antagônico.

Sem nada para apresentar de positividade, o páthos yedista resume-se a destruir conquistas e direitos sociais de setores que lutam pela afirmação política e autonomia cidadã.

Que o Brasil saiba: o Rio Grande do Sul está cada vez mais irreconhecível, retrocede a um estado de natureza e anomia social, como aquele que havia antes da Constituição castilhista de 1891.

Bem-vindos ao século 19!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

RBS põe as manguinhas de fora, de novo


No Brasil, e em especial no Rio Grande do Sul, um grupo midiático, orientado por políticas arcaicas, comprometido com elites poderosas, e temeroso de perder as generosas receitas advindas dessa combinação, pode fazer qualquer coisa.

Hoje conseguiram transformar uma manifestação autêntica, contra um governo incompetente, temerário e arbitrário em uma marcha de "inconsequentes que não sabem medir o efeito psicológico que causam à sua vítima", transformaram uma grande investigação policial que buscou esclarecer um dos maiores assaltos ao patrimônio público do Estado, em uma perseguição "famigerada", e fez de uma morte mal esclarecida, uma justificativa para não se investigar mais.

A estratégia foi ridícula, mas muito eficaz: A "pobre e combalida governadora", cansada de tantas injustiças que vem sofrendo, escreve uma emocionante (sofrível) carta 'particular" a um torcedor que gosta de ser chamado jornalista. Esse torcedor, sensibilizado pela "tremenda dor" expressa na correspondência "particular", publica-a em sua coluna, no jornalão que acoberta todos os podres desse governo. Se o leitor não tiver jantado, e tiver estômago forte, pode ler a carta aqui. Mas aviso, é nauseante.

O marido da governadora, culpa a oposição e a investigação policial, pela morte, não esclarecida, de um ex-membro do governo, acusado de fazer parte de um dos esquemas de corrupção, revelados pela investigação.

Juntam-se as peças e temos um: "Povo gaúcho, estão mal tratando a governadora, ela é muito boa para vocês, mesmo quando corta verbas para saúde, educação e demais serviços essenciais e joga a polícia em cima de quem protesta."

Relembrando Jayme Caetano Braun, "tenho visto coisa feia, tenho visto judiaria" vinda desse conglomerado, mas desse nível, só nos tempos do Brittoso.

Abaixo texto de Katerine Peixoto, comentando o conteúdo da inditosa carta "particular", enviada ao torcedor:


*Katarina Peixoto escreve: "A governadora do estado do Rio Grande do Sul vive nas trevas. É difícil não se constranger com um simples cumprimento que ela tenta comunicar, tamanha incapacidade de dizer alguma coisa a respeito de algo que não seja ela mesma. E ela mesma não consegue nem dar bom dia com clareza. No emaranhado de uma espécie bizarra de egotrip, ela consegue dizer alguma verdade, porém. Um escritor já disse certa feita que o louco perde tudo, menos a razão. E a razão, mesmo nas trevas, impõe-se, apesar e contra a governadora. Isto é, apesar e contra as trevas.

Imagine que alguém na rua pára e diz: “Bom dia! E que lindo dia, o primeiro sem horário de verão deste ano. Amo o horário de verão, o dia mais longo, a noite mais curta, o calor. Amo tanta coisa...Acordei com a garganta meio ‘pegada’, o corpo me indicando que ainda não consegui ‘pegar leve’”. Ou, que abra uma carta onde esse conjunto de frases estão dispostas assim, simplesmente, numa espécie de denúncia do próprio estado mental. Um adolescente que tenha estudado a regra básica para qualquer discurso, que é o Princípio de Não-Contradição teria entendido o quê, diante desse conjunto de enunciados calamitosamente reunidos?

A única coisa verdadeira é o que diz como que “por acidente”: a governadora não consegue “pegar leve”, isto é, não consegue descansar. Nas trevas não deve haver descanso, mesmo. Quando dizer bom dia se torna um fardo para o entendimento, a “garganta” sofre. Vai ver é isso.

E então, como se respondendo a uma pergunta imaginada, presta um depoimento a respeito de uma iniciativa de ser governadora do estado. Depoimento em que associa motivações a reações, como se as manifestações críticas ao seu governo fossem ataques a uma idéia ou a um projeto, abstratamente. Aliás, não deixa de ser sintomática a descrição do “projeto” de governo por ela reiterado: “Como você tanto acompanha, o projeto tem cara sim, é bonito, coletivo, construtivo, respeitoso, doador”.

Mais uma vez, a razão cobra seu preço: só mesmo a inversão completa do significado de um governo pode tornar inaceitável que seja atacado. Quando o que é racional está escondido num universo de trevas e confusão, coisas mais fundamentais estão em falta. A vergonha, por exemplo. O Estado é o que não se definiu ao nascer, nas palavras de Yeda, e o povo é o que ela ama, não o que odeia, ela que é "meio caudilha", como fosse esse perfil algo virtuoso.

É diante desse universalismo todo que cartazes de sindicatos dos servidores públicos estaduais se tornam dantescos. Quando se está nas trevas, só se pode contar com o dantesco, diz a razão obnubilada pelo governo da governadora.

Um mandatário fazer-se de vítima de manifestações políticas e usar a própria família para tanto não pode ser levado a sério. Ainda mais quando essa utilização serve para priorizar, sobre gente da família e servidores públicos, isto é, serviços públicos investidos em cidadãos habilitados via concurso, idéias. Ou melhor: “intensa necessidade de comunicação, pela vida como ela é para cada um, por fazer política, que é bom fazer quando se tem ética, responsabilidade, sem medo da mudança, de estar à frente do batalhão, porque confio em cada dia, e vivo sem ficar na janela vendo a banda passar esperando a sorte, esperando a morte... como diz a música”. Que constrangimento deve ser ler isto tudo, para alguém que tem seriedade e faz parte deste governo ou desta gestão no estado. Não é possível que esse discurso venha de alguém que é arrolada como testemunha de Flávio Vaz Neto. Não é razoável tamanho desprezo pela realidade. Trevas.

Depois a governadora informa que já tem provas, dadas pelo MP estadual, de que pode morar onde mora. Agora que, rastreados todos os cheques, “a casa é limpa!”. Assim sendo, cabe perguntar: por que será que foi preciso o MP informasse que ela podia morar onde está morando, tendo comprado uma casa depois da eleição? Será que é só porque o governo é lindo, bonito, coletivo e doador?

Como a realidade está lá fora das trevas mentais da governadora, ela finalmente assume sua vida – e mandato – como fosse um filme. Um, não, dois, vividos, nas palavras da governadora, “mesmo com o alucinante caráter deste nosso governo”. Injuriando dois bons filmes, Yeda os usa para se pôr em respectivos papéis de vítimas que supostamente seriam correlatos do seu filme pessoal ou governamental – a distinção não foi precisada.

A injúria ao O Escafandro e a Borboleta é mais grave e ardilosa. Não apenas porque também ali a governadora se põe num papel de vítima do destino – o personagem do filme sofre um derrame. O caráter ardiloso, não necessariamente alucinante da comparação, vem diante do fato que teria posto a governadora no “escafandro”: a “famigerada Operação Rodin”.

Nenhum derrame cerebral torna uma investigação da Polícia Federal famigerada. E não é preciso derreter o cérebro para tomar polícia como adversário. É preciso ser criminoso, e convicto.

Com efeito, só muito republicanismo, austeridade, universalismo e espírito público, afinal de contas, pode se referir no cinema a fim de dizer coisa tão fina e elegante como: “ Mas não desisto, não vou entregar prus ôme de jeito nenhum, amigo e cumpanhêro".

Uma palavra, ainda, sobre a enganação da carta ser pública e não privada, e publicada: Insulto. A única coisa verdadeira que se diz, mais uma vez, como que “por acidente”, não vascular cerebral. Um acidente investigativo, famigerado. Constrangedor".

*Texto extraído do blog RS URGENTE
*Charge de Eugênio Neves

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Censura pouca é bobagem.


O Ministério Público do RS, já mandou retirar todos os outdoors da campanha dos 10 sindicatos dos servidores públicos estaduais contra a governadora Yeda Crussius.

O trecho a seguir foi retirado do "Diário-Quase-Oficial" do governo Yeda, o jornal Zero hora:

"Após recomendar a retirada de cartazes e outdoors da campanha que apresenta a governadora Yeda Crusius como a face de mazelas como corrupção, violência e autoritarismo, o Ministério Público Estadual (MP) vai apurar se há crime de injúria na propaganda levada às ruas por 10 sindicatos de servidores, entre eles o Cpers-Sindicato."

A governadora está louca para processar alguém, vou ser bonzinho, e dar alguns nomes para ela perseguir, junto com as frases "criminosas" que proferiram, atentando contra a "moral e os bons costumes" (ficar calado e ser complacente).
Os trechos abaixo foram extraídos do blog RS URGENTE, e são todos de aliados da governadora:

Chico Santa Rita, marqueteiro de Yeda, em 2006, após receber cheque sem fundos e se desligar da campanha:

- “Ela fala em planejamento, mas onde está o planejamento da própria campanha? Ela dizia que planejar é lançar uma luz sobre o futuro. A luz que ela lança sobre o futuro está com a lâmpada queimada”. A campanha é absurda, feita sem planejamento, sem respeito humano. Espero que o crescimento que essa campanha ia ter, porque era viável, seja abortado pelos gaúchos. O que seria desse Estado, que já tem problemas, se cair na mão desse pessoal.”

Paulo Feijó, vice-governador, em entrevista ao jornal ABC Domingo (27/01/2007), acusa Yeda de mentir sobre o tema dos impostos:

- “Ela categoricamente disse várias vezes: ‘No meu governo não haverá aumento de imposto. No meu governo não haverá manutenção disso’”

Ex-secretário estadual de Segurança Pública, Ênio Bacci, logo após ser demitido pela governadora, em abril de 2007:

- “Venceu a bandidagem.”

Antônio Dorneu Maciel, em conversa telefônica com o ex-presidente do Detran, Flávio Vaz Netto, interceptada pela Operação Rodin que apurou a fraude no Detran:

- “Ela é sem-vergonha mesmo. Ela faz assim. Ela logra as pessoas. Ela joga uns contra os outros. Tá vendo. Tá vendo. Ela já ta criando inimizade com o Flávio e comigo.”

Paulo Feijó, vice-governador, em entrevista ao Valor(14/07/2008):

- “É centralizadora e totalmente autoritária, não dá responsabilidade a absolutamente ninguém, Ela nos abandonou, nos traiu”.

Mercedes Rodrigues, ao pedir demissão da Secretaria estadual da Transparência, criada após escândalos de corrupção (Outubro de 2008):

- "Não há interesse verdadeiro do governo em combater as irregularidades. Que desculpa iremos apresentar quando ocorrer de novo? Não poderemos mais dizer que não sabíamos. Se eu ficasse, estaria avalizando essa situação”.

Paulo Feijó, em artigo no seu blog, em novembro de 2008

- “Nosso governo pensou em zerar seu déficit em dois anos e deixar para que os outros governos paguem os próximos 28 anos desta dívida. O nosso governo tergiversa, esconde-se ou sai pela tangente quando se fala que o empréstimo foi um mau negócio para os gaúchos. Afinal, é o povo que pagará mais essa conta, cobrada em prestações mensais desde já”.

Yeda pode começar, processando esses aliados por injúria, e eles, os sindicatos por plágio.

"Empresas têm caixa cheio e não precisam demitir", diz Lula.

Da página do Último Segundo, do IG:

SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que os empresários exageraram nas demissões após o início da crise financeira. Ele argumentou que as empresas estão capitalizadas e por isso poderiam evitar o corte de pessoal. "Eu acho que exageraram nas demissões e disse isso na reunião com os empresários. Disse para a indústria automobilística. Quase todas as empresas brasileiras estão muito capitalizadas", disse Lula a jornalistas, em visita a um projeto de cultivo de peixes em Recife.

A indústria paulista fechou 32,5 mil vagas em janeiro, indicando queda de 1,86% em relação a dezembro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Nos últimos 12 meses, o emprego industrial no Estado registra recuo de 2,22%, com o fechamento de 54,5 mil postos de trabalho.

"Todos ganharam muito dinheiro no ano de 2008, então não era possível que, no primeiro mês depois da quebra dos bancos americanos, mandassem trabalhadores embora", declarou Lula, segundo gravação disponibilizada pela assessoria de comunicação da Presidência

Ele relatou que falou pessoalmente com o presidente da Vale e disse a ele que considerava um absurdo as demissões na companhia. "A Vale tem muito dinheiro em caixa, ganhou muito dinheiro. Ora, é exatamente nesses momentos de dificuldade que os empresários também precisam cumprir com a sua parte", cobrou.

A mineradora demitiu 1.300 funcionários no final do ano passado alegando retração da demanda mundial.

Para Lula, alguns setores da economia brecaram muito rápido a produção, ao invés de realizar uma paralisação paulatina.

Nota do blogueiro: O presidente tem toda a razão. Só a Vale, citada em sua fala, demitiu mais de 1300 trabalhadores e em seguida, anunciou pesados investimentos em logística e transportes (esse blog divulgou a operação no mês de janeiro). Há um claro movimento demissionário, sem que o capital, acumulado por essas empresas, não só em 2008, mas nos anos anteriores, tenha sido atingido, como demonstra a Vale.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Yeda afirma que " não estamos lá muito bem de educadores"


Yeda fez tal afirmação, ao comentar as manifestações organizadas por 10 sindicatos de servidores públicos estaduais, dentre eles o CPERS.

A frase inteira: "Me surpreende que o movimento tenha tido participação de uma categoria de professores. Se educar é isto, não estamos lá muito bem de educadores aqui no Estado."

Agora como diria Jack o Estripador, ou algum membro desse Governo: Vamos por partes:

"Me surpreende que o movimento tenha tido participação de uma categoria de professores..."

Não entendo como essa senhora, que comanda um governo que promoveu o arroxo salarial dos professores, cortou verbas significativas da educação, fechou escolas, promoveu o maior "ajuntamento" de alunos em uma mesma sala de aula que o RS já viu, cancelou convênios de transporte escolar, deixando milhares de alunos sem aula, sucateou, interviu de forma autoritária, remanejou professores, atrasou por meses os repasses às escolas, cortou o ponto dos professores, quando esses contestavam o desmonte, tentou destruir com uma das maiores conquistas do magistério, o piso nacional, com a justificativa de que "piso não é piso", pode ficar surpresa com a participação dos professores nas manifestações. Surpreso ficaria eu se soubesse que eles estão sentadinhos, pacientes, pensando em como juntar mais cinco alunos, aos outros cinquenta, "enturmados" na sala de aula.

"...uma categoria de professores..." Temos mais de uma? Acho que não. Todos são muito mal remunerados, operam em ambientes degradados, semi abandonados, sem condições materiais para exercer sua atividade, e são achincalhados por pseudo-governos que acham que educação é mais um "gasto a ser cortado", na busca pelas cores azuis da planilha que chamam plano de governo.

"Se educar é isto (contestar, organizar-se para enfrentar um mau governo, uma situação desfavorável à maioria), não estamos lá muito bem de educadores aqui no Estado."

Bom, então o conceito de educador da Rainha-das-Pantalhas, deve ser o da professorinha, que pega sua cartilha (organizada ideológicamente por seu governo) e reproduz fielmente no quadro negro. O conceito de "bom educador" dessa senhora, é o mesmo que levou aos generais do pós 64 a elaborar aquelas cartilhas de Educação Moral e Cívica (onde um aluno deveria aprender a ser milico, mesmo a paisana), de OSPB, na qual difundiam todo o seu ranço ideológico, ou de EPB, onde mostravam como os "vermelhos são maus e os milicos são bonzinhos."

Para essa senhora, um bom educador, é aquele que só sabe dizer amém.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ela não pode continuar

A frase título do post, exprime o sentimento do Funcionalismo Público do Rio Grande do Sul, com a linha política adotada pela Governadora Yeda Crussius. Os sindicatos organizaram uma ampla campanha de esclarecimento sobre o que vem ocorrendo na Província de São Pedro nos últimos anos.

O grande mote desse governo, é a redução, ou suposta eliminação do histórico déficit das contas do Estado. O governo Yeda vem pondo em prática políticas de arroxo salarial, sucatamento dos serviços essenciais, cortes substanciais de verbas para as áreas de saúde, educação e até mesmo da segurança pública, cuja melhoria era uma de suas principais bandeiras de campanha.
A Sociedade Civil e o Funcionalismo do Estado tem enfrentado a truculência e o autoritarismo de um governo que responde a manifestações com cacetetes, bombas, balas, cavalos e outras formas "democráticas de diálogo".
Um governo imerso nos mais variados escândalos de corrupção, alvo de várias CPIs, mesmo tendo maioria na Assembléia Legislativa, motivo pelo qual não sofreu mais investigações, ou não encontrou seu termo.

Esse blog se solidariza com a luta do funcionalismo do Rio Grande do Sul, e como forma de ilustrar o que está sendo apresentado, nos outdoors, nas camisetas, nos adesivos, corações e mentes dos gaúchos, expõe algumas cenas, vividas nesse Estado, durante esse governo. Cenas que comprovam a veracidade e a procedência desse movimento.
Cenas do "Novo jeito de governar":

Sociólogo afirma que campanha eleitoral de 2010 já começou, para a Globo

Transcrevo abaixo o texto que recebi, via e-mail, de Flávio Pastoriz Membro da Executiva Estadual da Federação dos Bancários do Rio Grande do Sul.

A campanha eleitoral de 2010 está no ar

Diante do atual silêncio da Globo em relação à pesquisa CNT/Sensus recomendo aos interessados em analisar a cobertura das eleições de 2010 pelo Jornal Nacional, que comecem a trabalhar desde agora. Material, pelo visto, é que não vai faltar.


Laurindo Lalo Leal Filho

Começou a campanha eleitoral para 2010 na TV. E a Globo, como sempre, saiu na frente. Na semana passada, o Jornal Nacional e o Jornal da Globo ignoraram solenemente a pesquisa CNT/Sensus onde Lula aparece com 84% de aprovação, um recorde histórico. Mas claro, isso não é notícia pelos critérios jornalísticos globais. Muito menos o fato da ministra Dilma Roussef ter alcançado, pela primeira vez, a casa dos dois dígitos na pesquisa de intenção de votos para a presidência. E será assim até as eleições. O que não é nenhuma novidade. Pode-se criticar a Globo por vários motivos, menos pela falta de coerência.

Desde a última ditadura, para não termos que voltar muito na história, ela sempre esteve do mesmo lado: elitista, entreguista, conservador. Apoio aos golpistas e ao regime militar, tentativa de fraudar a vitória de Leonel Brizola ao governo do Rio em 1982, boicote às diretas-já, criação da candidatura Collor, edição fraudulenta do debate entre ele e Lula em 1989, destituição de Collor e apoio a Fernando Henrique, Serra e Alckmin nas eleições seguintes.
Sobre os primeiros casos citados, muito já se escreveu mas, como eles mesmo dizem, vale a pena ver de novo. Pelo menos alguns deles.

Por exemplo, assisti - com estes olhos que a terra... - ao Jornal Nacional de 25 de janeiro de 1984, dia do comício das Diretas Já, com cerca de 300 mil pessoas na Praça da Sé, em São Paulo, noticiado como uma festa pelo aniversário da cidade. Isso foi dito na abertura da matéria lida pelo apresentador no estúdio (na "cabeça", segundo o jargão do telejornalismo). Texto nunca mostrado pelos atuais funcionários da empresa, encarregados da revisão histórica do período, nas inúteis tentativas de negar o fato.

Ouvi, com estes ouvidos que terão o mesmo destino dos olhos, uma longa entrevista (mais de 15 minutos) na rádio Globo, em 1988, com o então desconhecido governador de Alagoas, Fernando Collor de Melo. Ele era apresentado ao País como o "caçador de marajás", assim chamados os funcionários públicos alagoanos detentores dos salários mais altos. Na mesma época, o Globo Repórter dedicava uma edição inteira ao mesmo tema. Começava então uma campanha eleitoral que teria seu ponto alto na edição caprichada do debate Collor-Lula, apresentada no Jornal Nacional, na véspera da eleição. A ordem do dono da empresa era taxativa: mostrar todas as intervenções positivas do seu candidato e tudo de ruim que ocorreu com o adversário. A edição competente virou o jogo. Eleito, Collor caiu logo em desgraça nos altos escalões do Jardim Botânico. Até novela foi feita para derrubá-lo e nunca protestos de rua, como o dos "caras-pintadas", foram tão bem vistos pela emissora.

Já ouço alguém dizendo: "lá vem ele com as teorias conspiratórias de sempre". Não respondo. Prefiro passar a palavra a dona Lily Marinho, viúva do dono das Globos, ditas no lançamento do livro Roberto e Lily, em 2005 e revelada na coluna de Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo : "O Roberto colocou ele (Fernando Collor de Mello, na Presidência) e depois tirou. Durou pouco. Ele se enganou". Nada mais a acrescentar.

Só resta perguntar: e depois? Como se comportou o jornalismo da Globo, e particularmente o seu telejornal de maior audiência nas eleições seguintes?

Para os dois pleitos presidenciais mais recentes (2002 e 2006) está na praça um livro-documento: Telejornalismo e Poder nas Eleições Presidenciais (Summus Editorial, São Paulo, 2008), de Flora Neves, professora e pesquisadora da Universidade Estadual de Londrina. Trabalho meticuloso, combinando uma exaustiva coleta de material (a gravação de 199 edições do Jornal Nacional) com uma sofisticada análise dos dados. Cuidados que levam a resultados indiscutíveis, excludentes de qualquer tipo de "achismo". Mostram como o principal telejornal do país manipulou a cobertura daquelas duas eleições contrariando até muitos teóricos e críticos da comunicação que chegaram a comemorar a imparcialidade da Globo nessas coberturas, opinião claramente desmentida pela pesquisa.

Vamos a alguns dados publicados no livro. Em 2002, no segundo turno, 66.66% das matérias eram favoráveis a Serra e apenas 20,0% a Lula. A autora conclui que, nesse período, "a cobertura se manteve na agenda dos candidatos, procurando pontuar o mesmo número de falas de Lula e Serra, mas com momentos ruins de Lula e momentos bons de Serra", mantendo a linha editorial iniciada na edição do debate Lula-Collor, acima mencionado.

Mas naquele ano Lula não foi o único alvo do Jornal Nacional. A pesquisa mostra como o noticiário da Globo se esforçou para derrubar a candidatura Ciro Gomes que ameaçava ir para o segundo turno, tirando José Serra da disputa. "O candidato do PPS recebeu valências (valoração dada às matérias: positiva, negativa e neutra) negativas durante quase todo o período da cobertura, destacando-se como homem truculento, de pavio curto, que fala o que pensa e só sabe criticar, além de estar envolvido com políticos corruptos", diz a autora.

Em 2006, chama atenção o quadro de valências referente às edições do Jornal Nacional veiculadas entre o início no horário eleitoral obrigatório no rádio e na TV e o primeiro turno das eleições. Vejam os percentuais de matérias positivas relativas aos principais candidatos:

Alckmin 68,57%; Cristovam 52,94%; Heloisa Helena 61,76% e Lula 16,43%.

É preciso dizer mais alguma coisa? São números que explicam a ida de Alckmin para o segundo turno e nos quais se insere a cobertura do famoso dossiê anti-petista, explorado à larga pelo Jornal Nacional.

Episódio também tratado no livro. Apesar do empenho, a Globo perdeu asduas eleições, mas mantêm-se fiel aos seus princípios. Mostra com grande antecedência que estará firme na próxima campanha presidencial, sempre do mesmo lado.

As gravações analisadas pela professora Flora Neves em 2002 e 2006começaram a ser feitas no período que antecedeu as pré-convenções partidárias, já em pleno ano eleitoral. Diante do atual silêncio da Globo em relação à pesquisa CNT/Sensus recomendo aos interessados em analisar a cobertura das eleições de 2010 pelo Jornal Nacional, que comecem a trabalhar desde agora. Material, pelo visto, é que não vai faltar.

Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP e da Faculdade Cásper Líbero. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial).

Com 84% de aprovação...

... Deve ter muito Dêmo e Tucano na fila por uma foto dessas.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A fúria empreendedora dos gafanhotos gaúchos

Texto extraído do blog RS URGENTE:

Lideranças empresariais e do agronegócio gaúcho criticaram hoje dois decretos federais, editados em 2008, que obrigam a preservação de 20% da área global de uma propriedade rural. As críticas ocorreram durante encontro de deputados da bancada estadual do Partido Progressista (PP) com entidades empresariais. O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, defendeu a anulação dos decretos e a reforma do Código Florestal. A posição de Sperotto foi apoiada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Paulo Tigre, e pelo vice-presidente da Fecomércio, Moacyr Schukster. Para este, “os decretos terão um efeito devastador na economia do país”.

A posição dos empresários ilustra bem a cegueira, ainda dominante na sociedade, em relação à gravidade dos problemas ambientais no Estado, no país e no mundo . A devastação da cobertura florestal do Rio Grande do Sul, ao longo das últimas décadas, substituída, por exemplo, pelas lavouras de soja, não foi suficiente para acalmar o “espírito empreendedor” dos ditos cujos. As cada vez mais freqüentes tragédias climáticas também. E, quando estas acontecem, estes senhores engordam as campanhas de solidariedade às vítimas, exibindo toda sua piedade nos meios de comunicação. De preferência com muita publicidade, para que todos conheçam seu espírito generoso.

Os produtores rurais gaúchos são conhecidos como “gafanhotos” em outras regiões do país. Por onde passam, poucas árvores ficam em pé. O importante é produzir e ganhar dinheiro, a qualquer custo. Preservar 20% da área de uma propriedade é considerado uma exigência “devastadora”. Para os gafanhotos gaúchos, preservação é sinônimo de prejuízo. O tempo e a natureza se encarregarão de educá-los.

Nota do blogueiro: Eles já destruíram com o estado do Rio Grande do Sul. As secas são intermináveis, quando chove, tudo se alaga, rios transbordam, formam-se até ciclones (coisa que só se via na América Central e do Norte.

Inviabilizaram sua própria atividade e comprometeram seriamente a produção na Província, tanto de sua forma, empresarial, quanto a agricultura familiar.

Se "espraiaram" em busca de outras fontes para secar, (Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Amazonas...).

Quanto tempo terão esses estados, antes que os "Gafanhotos (gostei da definição) os devastem por completo?

Agora os "desbravadores" não querem limites a suas atividades. Querem exterminar com o que sobrou do ambiente, para formar pastagens e lavouras de oleaginosas para exportação.

A voracidade desses seres não tem limites. E para as gerações futuras, já estão deixando isto: