terça-feira, 30 de novembro de 2010

Toyota Hillux, novo comercial

A mais usada pelo latifúndio, agora também...

Governo estuda desonerações para banda larga custar R$ 15

O Mundo por R$ 15,00

O governo federal está trabalhando na desoneração de impostos como PIS e Cofins para aparelhos de modems e na concessão de incentivos fiscais para baratear o acesso aos serviços de internet em alta velocidade no país. As ações foram apresentadas hoje (30), durante a terceira edição do Fórum Brasil Conectado.

De acordo com Arthur Coimbra, membro do Comitê Gestor do Programa de Inclusão Digital (CGPID), a desoneração de impostos para os modems, proposta conhecida como “Modem para Todos”, já foi aprovada pelo Ministério da Fazenda, e aguarda apenas a normatização. Já a formulação de um plano de incentivos fiscais federais e estaduais para possibilitar o acesso aos serviços de banda larga por cerca de R$ 15 já foi aprovada em reunião ministerial, mas ainda falta ser autorizada pelo Ministério da Fazenda.

Também estão sendo trabalhadas medidas para facilitar a atuação de micro e pequenas empresas prestadoras de serviço de acesso em banda larga, como o financiamento público e a desoneração de contribuições como Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel).

Coimbra destacou que é preciso também discutir, no âmbito da reforma tributária, os impostos que incidem sobre serviços de telecomunicações no Brasil, que, segundo ele, estão muito acima das médias internacionais.

Outra ação necessária, segundo ele, é a liberação da faixa de frequência de 450 mega-hertz (MHz) para levar a banda larga para áreas rurais e escolas públicas. De acordo com Coimbra, essa faixa atualmente é utilizada pela Polícia Federal e algumas polícias estaduais. A migração deve levar de oito meses a dois anos, a um custo de US$ 40 milhões.

Na abertura do encontro, o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardenberg, disse que o conselho diretor da agência deve ter uma definição sobre a destinação da faixa de 450 MHz na próxima semana e, até o fim do ano, sobre o Plano Geral de Metas de Universalização da telefonia fixa (PGMU 3). “Nossa meta é cumprir todos os os prazos previstos e oferecer ao Brasil um marco regulamentar tecnicamente consistente estável e duradouro.” Ele disse que espera iniciar 2011 com 50% das matérias relacionadas ao Plano Nacional de Banda Larga concluídas ou bem
encaminhadas na Anatel.

O secretário especial da Presidência da República, Cezar Alvarez, avaliou que houve avanços na área de regulamentação das questões envolvendo o Plano Nacional de Banda Larga. Segundo ele, até o fim do ano, a versão final do PGMU 3 será encaminhado para aprovação final do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Fórum Brasil Conectado é um comitê formado por representantes de estados e municípios, do Legislativo, de operadoras, de fabricantes de equipamentos, de desenvolvedores de software, de produtores de conteúdo digital, de entidades de representação dos usuários e da sociedade civil. O objetivo do grupo é debater a implantação do Plano Nacional de Banda Larga no país, que pretende oferecer internet rápida a preços baixos.

Fonte: Agência Brasil

Nota do blogueiro: Os tucanos utilizaram sua fórmula mágica: deixam tudo por conta do mercado e vêem no que dá.
Resultado: pagamos muito caro (pago entre R$ 120,00 a R$ 150,00 por uma dita banda larga), por um péssimo serviço (já entrei com a 2ª ação judicial contra a BrOi, por cobranças indevidas) e a velocidade, sempre abaixo do que afirmam que recebo.
O mercado não permite o acesso de todos, apenas de uma minoria.
É aí que entra o Estado.
Banda Larga para todos, e uma pá de cal pra Globo.

O que tu come, é o que te mata.

E é assim que os fazendeiros, que ainda dão sobrevida a monocultura que sustenta os Mc Donalds mundo afora, chamam, venenos, nem disfarçam mais com o termo defensivo. Mesmo assim usam.
Artigo de João Pedro Stédile, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MST.

Todos os dias o povo come veneno

O Brasil se transformou desde 2007, no maior consumidor mundial de venenos agrícolas. E na ultima safra as empresas produtoras venderam nada menos do que um bilhão de litros de venenos agrícolas. Isso representa uma media anual de 6 litros por pessoa ou 150 litros por hectare cultivado. Uma vergonha. Um indicador incomparável com a situação de nenhum outro país ou agricultura.

Há um oligopólio de produção por parte de algumas empresas transnacionais que controlam toda a produção e estimulam seu uso, como a Bayer, a Basf, Syngenta, Monsanto, Du Pont, Shell química etc.

O Brasil possui a terceira maior frota mundial de aviões de pulverização agrícola. Somente esse ano foram treinados 716 novos pilotos. E a pulverização aérea é a mais contaminadora e comprometedora para toda a população.

Há diversos produtos sendo usados no Brasil que já estão proibidos nos países de suas matrizes. A ANVISA conseguiu proibir o uso de um determinado veneno agrícola. Mas as empresas ganharam uma liminar no "neutral poder judiciário" brasileiro, que autorizou a retirada durante o prazo de três anos... e quem será o responsável pelas conseqüências do uso durante esses três anos? Na minha opinião é esse Juiz irresponsável que autorizou na verdade as empresas desovarem seus estoques.

Os fazendeiros do agronegócio usam e abusam dos venenos, como única forma que tem de manter sua matriz na base do monocultivo e sem usar mão-de-obra. Um dos venenos mais usados é o secante, que é aplicado no final da safra para matar as próprias plantas e assim eles podem colher com as maquinas num mesmo período. Pois bem esse veneno secante vai para atmosfera e depois retorna com a chuva, democraticamente atingindo toda população inclusive das cidades vizinhas.

O Dr. Vanderley Pignati da Universidade Federal do Mato Grosso tem várias pesquisas comprovando o aumento de aborto e outras conseqüências na população que vive no ambiente dominado pelos venenos da soja.

Diversos pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer e da Universidade federal do Ceara já comprovaram o aumento do câncer, na população brasileira, conseqüência do aumento do uso de agrotóxicos.

A ANVISA - responsável pela vigilância sanitária de nosso país -, detectou e destruiu mais de 500 mil litros de venenos adulterados, somente esse ano, produzido por grandes empresas transnacionais. Ou seja, alem de aumentar o uso do veneno, eles falsificavam a fórmula autorizada, para deixar o veneno mais potente, e assim o agricultor se iludir ainda mais.

O Dr. Nascimento Sakano, consultor de saúde, da insuspeita revista Caras, escreveu em sua coluna que ocorrem anualmente ao redor de 20 mil casos de câncer de estomago no Brasil, a maioria conseqüente dos alimentos contaminados, e destes 12 mil vão a óbito.

Tudo isso vem acontecendo todos os dias. E ninguém diz nada. Talvez pelo conluio que existe das grandes empresas com o monopólio dos meios de comunicação. Ao contrário, a propaganda sistemática das empresas fabricantes que tem lucros astronômicos é de que, é impossível produzir sem venenos. Uma grande mentira.

A humanidade se reproduziu ao longo de 10 milhões de anos sem usar venenos. Estamos usando veneno, apenas depois da segunda guerra mundial para cá, como uma adequação das fabricas de bombas químicas agora, para matar os vegetais e animais. Assim, o poder da Monsanto começou fabricando o Napalm e o agente laranja, usado largamente no Vietnam. E agora suas fabricas produzem o glifosato, que mata ervas, pequenos animais, contamina as águas e vai parar no seu estômago.

Esperamos que na próxima legislatura, com parlamentares mais progressistas e com novo governo, nos estados e a nível federal, consigamos pressão social suficiente, para proibir certos venenos, proibir o uso de aviação agrícola, proibir qualquer propaganda de veneno e responsabilizar as empresas por todas as conseqüências no meio ambiente e na saúde da população

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dilma seguirá criando tucano no ninho.

Do Diário Gauche do sociólogo Cristóvão Feil:

Jobim e os esquerdistas



A montagem do novo ministério marcha de forma bastante razoável, conforme o etos do lulismo de resultados. Duas grandes superações, para registro: a saída de Henrique Meirelles do Banco Central é digna de comemoração; dois, a "refundação" do Ministério das Comunicações e a consequente varrida da rede Globo do mesmo, depois de quatro décadas de domínio pleno e absoluto, é igualmente de se festejar.

A saída de Meirelles significa dizer que a Carta aos Brasileiros, o pacto entre Lula e os banqueiros de 2002, caducou? Ainda não sabemos. O que sabemos é que o País precisa rever a hegemonia acachapante do capital financeiro sobre a economia e sobre a política brasileira. Não é possível dar consequências e extensões à democracia substantiva que queremos com a atual força desestabilizadora dos bancos e dos rentistas. A república enfraquece na razão inversa do fortalecimento do capital financeiro. Num país onde há tamanha concentração de poder e dinheiro não se pode esperar grandes avanços e conquistas para as classes não-proprietárias. Políticas mitigadoras e compensatórias - como as implantadas pelo lulismo - têm um limite, seja temporal, seja político mesmo. Não se pode fugir da luta de classes o tempo todo. A realidade bate à nossa porta, mais cedo ou mais tarde.

Só ainda não consegui entender e assimilar é a permanência de Nelson Jobim no Ministério da Defesa e a saída de Celso Amorim do Itamaraty.

Claro, são motivações diversas, mas que ao juntarmos dá um contraste acentuado em favor de Amorim e em desfavor de Jobim. O ministro Jobim é um medíocre, não representa sequer o partido a que pertence, o PMDB, sem esquecer que trata-se de um reacionário de quatro costados. Sabe-se que a Defesa será desonerada das funções da Aviação Civil, diminuindo o poder do ministro e reduzindo-o à convivência com militares com sonhos napoleônicos e demais irrelevâncias (a escolha e compra de aviões e armamentos já não lhe competia, tinha apenas função homologatória formal). Assim, pelo andar da carroça, a Defesa pode virar uma grande Delegacia de Narcóticos (DeNarc) dos estados brasileiros, mandando tropas das forças armadas como braço-auxiliar das polícias civis e militares a combater traficantes recalcitrantes, seja através das UPP's, seja em ações bélicas como as do Rio de Janeiro. Já se vê que Nelson Jobim encontrou, finalmente, a sua verdadeira vocação policial-repressiva.

A saída de Celso Amorim só pode ser entendida se for para promover um salto de (mais) qualidade à diplomacia brasileira, tão destacada e reconhecida (para o bem e para o mal) no mundo todo. As relações com a Casa Branca não estão nada róseas, ao contrário, segundo documentos divulgados pela WikiLeaks ontem, há uma indisposição em Washington pelo fato de o Brasil não ter montado dispositivos legais e repressivos contra a paranóia estadunidense que é a chamada "ameaça terrorista". Como se o Brasil tivesse obrigação de ser solidário na paranóia alheia.

Um telegrama de novembro de 2008 do então embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, à Washington considerava que o Brasil não tem política antiterror por responsabilidade da ex-ministra Dilma Rousseff e, citando um especialista, afirmava que seriam mínimas as chances de ter essa legislação porque o governo Lula estava "amontoado de militantes esquerdistas".

Esquerdistas? Será que o embaixador estava se referindo ao ministro Jobim? Ou esquerdista seria o ministro Hélio Costa, ex-celetista da TV Globo e eterno servidor da família Marinho?

Portanto, mais um motivo para a futura presidenta evitar dissabores com a Casa Branca: Presidenta, evite os "esquerdistas", por favor.

domingo, 28 de novembro de 2010

Já vai tarde...

Do Blog Guerrilheiros Virtuais:

Nota do Blogueiro: Mas esperamos que ela ainda responda pelas "travessuras" do Detran, dentre tantas outras, e que o Rio Grande aprenda que o anti-petismo pode criar monstrengos.

No Haiti não tem bolsa família...

Reportagem da Rádio Guaíba mostra as precárias condições de vida do povo haitiano, o que tem de fazer para sobreviver e os riscos a que são expostos, em um país, onde não há uma rede mínima de proteção social. Estão entregues ao mercado:

Repórter da Rádio Guaíba visita a "Cozinha do Inferno" no Haiti

Animais são sacrificados na feira ao ar livre sem os mínimos cuidados com a higiene


"Cozinha do Inferno". Animais são sacrificados na feira e vendidos livremente nas ruas de Porto Príncipe. Foto: Sargento AbranteFoto:
"Cozinha do Inferno". Animais são sacrificados na feira e vendidos
livremente nas ruas de Porto Príncipe. Foto: Sargento Abrante

Boulevard JJ Dessalines fica localizado próximo à região portuária do Porto Príncipe, na capital do Haiti. É um local parecido com um mercado público de qualquer grande cidade, mas a diferença é que neste “mercado”, conhecido popularmente como “Cozinha do Inferno” os alimentos, em geral, carnes de frango, porco e cabra são vendidos sem as mínimas condições de higiene.

Pela “Cozinha do Inferno” corre o esgoto a céu aberto. O local tem mau odor devido às tripas dos animais que são jogadas ali mesmo ao lado das bancas, tudo espalhado pelo chão. Cabras, porcos e frangos são sacrificados ao vivo, de uma maneira arcaica, a pauladas e facadas. O som emitido pelo grito dos animais é angustiante. No chão, além do esgoto, correm litros e litros de sangue. As pessoas caminham livremente em meio à cenas chocantes vivenciadas pela reportagem.

Para circular neste local é aconselhável usar máscara cirúrgica ou passar Vick Vaporub (mentol, cânfora e óleo de eucalipto) nas narinas, pois o odor é insuportável e causa náuseas. É desta maneira que os haitianos sobrevivem: vendendo o que tem; comendo o que tem. Eles sacrificam seus animais e vendem a preço de bagatela do outro lado rua. A procura por comida é grande e a fome também.


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Dilma está acabando - finalmente - com o ministério da Rede Globo.

Do Blog Diário Gauche, do sociólogo Cristóvão Feil:

Franklin defende refundação do Ministério das Comunicações
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Franklin Martins, disse ontem (25), em São Paulo, que o Brasil vive “um período de extraordinária liberdade de imprensa”, mas defendeu que é preciso “refundar” o Ministério das Comunicações para se discutir o tema comunicação no país. A informação é da Agência Brasil.

“Ficamos um tempão sem discutir comunicação, desde o tempo do Sérgio Motta [ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique Cardoso]. Chegou a hora de discutir e é preciso um ministério que planeje, formule, execute e que seja um centro de gravidade da política de comunicação no Brasil”, afirmou o ministro, depois de participar da abertura do Seminário Cultura Liberdade de Imprensa, promovido pela TV Cultura.

Aos jornalistas, Franklin Martins voltou a dizer que não há cerceamento da imprensa no país que é “livre para falar o que quer e não falar o que não quer” e até mesmo para “botar o presidente da República sob crítica”. Segundo ele, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre garantiu a liberdade de imprensa não por ser uma “dádiva”, mas por ser uma conquista da sociedade.

Para o ministro, o estabelecimento de um marco regulatório para o setor, a exemplo do que ocorre em outros países, não significa um atentado à liberdade de imprensa.

“É um fantasma dizer que a imprensa está sendo ameaçada. Ameaçada por quem?”, indagou o ministro, ressaltando que seu compromisso pessoal com a liberdade de imprensa não é de “conveniência ou de circunstância”, mas de “alma”.

Franklin disse que deixará o governo no dia 31 de dezembro, assim que terminar o mandato do presidente Lula, por motivos pessoais. “Fico até o dia 31 de dezembro. A partir daí Franklin Martins vai desencarnar”, brincou o ministro.

Ele declarou ainda que deixará à presidenta eleita, Dilma Rousseff, um anteprojeto de lei complexo, mas consistente para modernizar a legislação sobre a mídia no país. “Estamos trabalhando para deixar para a ministra Dilma um anteprojeto em cima do qual ela possa trabalhar. Ela é livre para mandar ou não para o Congresso. Ela vai decidir.”

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Para bom entendedor, essa fala de Franklin Martins significa o seguinte: Deu pra TV Globo! Acabou. 

Depois de quase quatro décadas, o Ministério das Comunicações no Brasil não será um território cativo e dominado pelos interesses negociais e corporativos da família Marinho.

Comenta-se que o nome a ser indicado pela futura presidenta Dilma Rousseff pode ser o de Paulo Bernardo. Pessoalmente não acho um bom nome, faltam-lhe luzes (a meu ver), entretanto, ele é reconhecido como um servidor leal e cumpridor canino das determinações superiores. O que já é um bom re-começo.

O "refundado" ministério ficará com a tarefa - entre tantas outras - de horizontalizar o acesso público aos serviços de banda larga em todo o território nacional, especialmente em escolas, Universidades públicas, centros comunitários, espaços urbanos abertos, etcetera.

Jornalões tremem frente à internet.

Recentemente o Presidente Lula concedeu uma entrevista coletiva a dez blogueiros. Uma ocasião inédita no Brasil, onde coletivas só eram concedidas aos velhos barões da velha mídia corporativa.
Essa velha mídia reagiu da forma que melhor conhece: desqualificando o evento, seus participantes e até mesmo o entrevistado. Reagiu como criança que perdeu o jogo e vai embora querendo levar a bola junto. Reagiu com "muchocho", "beicinho".
Ridículo.

O texto e as imagens abaixo foram extraídos do Blog Vi O Mundo, do Azenha:

Cloaca derrota José Serra. De novo


Em editorial de capa, o jornal O Globo alertou: “Como já ensinaram Colômbia e Itália, quadrilhas acuadas respondem com técnicas de terror”.
O jornal levou a opinião ao pé da letra e, na mesma capa, respondeu com terror à entrevista do presidente Lula aos blogueiros.
Sob o título de No reino da lulosfera, escreveu: “Estava presente o blog Cloaca News, que diz publicar ‘as últimas do jornalismo de esgoto e dos coliformes fecais da imprensa golpista’”.
O Cloaca, apenas para relembrá-los, foi o autor do furo de reportagem sobre Ali Kamel, o pornoator (nenhuma relação com diretor de Jornalismo de mesmo nome).
Na página 13, o Cloaca derrotou José Serra. De novo.
 

Manchete de ponta a ponta: Lula recebe Cloaca e outros amigos no Planalto.
Abaixo da dobra:
Serra alerta sobre ‘herança adversa’.


Abaixo, a íntegra da excelente entrevista:

Eles estão espalhando os cacos

Muito se falou em "refundação do PSDB", unificar o partido, "juntar os cacos", após a derrota de seu candidato à presidência. Não é o que se vê agora. Eles não estão "juntando os cacos", estão espalhando-os por todos os cantos.
Serra "quebrou o pau" com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra. O motivo: Serra está sendo "escanteado" da disputa pela presidência do Partido.
Serra ainda quer ser presidente.
Credo.

Do Site Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim:

Nem o PSDB quer José Serra.
BARRACO


O candidato derrotado José Serra e o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, tiveram um bate-boca na terça-feira, com direito a elevação de voz e dedo na cara.

Serra acusou Guerra de espalhar que ele vai para a presidência do Instituto Teotônio Vilela, como forma de tirá-lo da disputa pela presidência do partido.

Guerra retucou que Serra pode ser o que achar melhor, mas não tinha o direito de falar com ele naquele tom.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

PIG não quer ceder nem dez minutos.

Do Blog Dialógico:


“Cada vez mais a liberdade editorial das emissoras é limitada”

A afirmação é do diretor da Abert sobre o PL que reserva espaço em rádio e TV para as centrais sindicais

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) declarou-se contra o projeto de lei que reserva às centrais sindicais horário gratuito no rádio e na TV, aprovado na última semana pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados. Segundo o diretor de Assuntos Legais da entidade, Rodolfo Machado Moura, o PL restringe a liberdade editorial das emissoras e compromete o funcionamento satisfatório da radiodifusão. “Somos contrários ao projeto. Cada vez mais a liberdade editorial das emissoras é limitada. Esperamos que a próxima comissão pela qual o projeto irá passar tenha o bom censo de rejeitá-lo”, afirmou o diretor.

De acordo com o texto aprovado, os programas produzidos pelas centrais sindicais deverão ser transmitidos com a finalidade de discutir matérias de interesse de seus representados. Pela proposta, as mídias com as gravações dos programas, em bloco ou em inserções, deverão ser entregues às emissoras com antecedência mínima de vinte e quatro horas das respectivas transmissões agendadas.

Para o diretor-geral da Abert, Luís Roberto Antonik, a sobrecarga na grade de transmissão das rádios pode acarretar no fechamento dessas emissoras, que arcam com altos custos. “Para calar as emissoras, basta sobrecarregá-las com programas obrigatórios gratuitos”, disse, lembrando que o tempo destinado à transmissão de propaganda comercial é restrito a 25% da programação.

O projeto que reserva às centrais sindicais dez minutos por semestre de transmissão gratuita em emissoras de rádio e TV tramita em caráter conclusivo e será analisado ainda pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CTCI) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). [Fonte: Coletiva Net]

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Para o representante de uma das entidades empresariais de comunicação, 10 minutos semestrais de tempo destinado a conteudo sobre a organização sindical, é acabar com rádio e tv, afinal, é tempo demais na grade da programação! Baita prejuizo editorial e de $$$$! Como se as empresas tivessem algum tipo de prejuizo nessa área, haja vista a campanha eleitoral ilegal promovida em TV e rádio neste ano.

Mais, em se tratando de concessões públicas, o Art. 221 da CF88 é esclarecedor, o que denuncia a parcialidade da afirmação do Sr. Moura:

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;

Pior, queixar-se sobre a liberdade editorial é feito em tom sério! E o responsável, nem vermelho de vergonha fica...
 
Nota do blogueiro: Os trabalhadores não podem ter espaço na mídia corporativa. São muito perigosos.
Dez minutinhos, por semestre, para os trabalhadores? Dez minutinhos por semestre, de um espaço em uma concessão pública, e as associações dessa classe já "pingam-fogo"?
Liberdade editorial limitada? Eles tem liberdade editorial para caluniar, difamar e mentir a vontade e falam em restrições, por causa de dez minutinhos de Big Brotheres a menos por semestre?
Eles tem medo de serem desmentidos em suas próprias redes.
Precisamos de uma Ley de los medios, com urgência.

Enfim, Serra será presidente.

Do Blog Os Amigos do Presidente Lula:

Serra para presidente...do instituto tucano

 
O PSDB já tem a fórmula para não entregar a presidência nacional do partido ao candidato derrotado José Serra, nem tampouco forçar a aposentadoria do expoente tucano, deixando-o sem tribuna. Para preservar aquele que arrebanhou 43,7 milhões de votos e valorizar o "racha" do eleitorado pela oposição, Serra deverá assumir a presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV) de estudos e pesquisas do PSDB.

Esta é a alternativa que os tucanos vislumbram para reservar a Serra um espaço confortável na estrutura partidária, que lhe permita agir como oposição tucana e não afronte as resistências à ideia de abrigá-lo na presidência da legenda, como ocorreu depois da eleição de 2002.

O tucanato avalia que a saída tem múltiplas vantagens, a começar por livrar Serra do título de "candidato derrotado", conferindo-lhe um posto de "presidente" sem aprofundar o racha entre paulistas e mineiros ligados ao senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG).

Além de ser um instituto que fica acima da legenda, o ITV tem a vantagem de ser a única estrutura que tem recursos próprios, pois conta com os repasses legais e obrigatórios do partido. No cargo de presidente, Serra vai gerir um orçamento que este ano beirou os R$ 4 milhões, suficientes para contratar uma pequena equipe de assessores.

Mais que isso: no ITV, Serra terá mobilidade para viajar pelo País e comandar a tal "refundação do PSDB" sugerida por Aécio, tarefa que também poderá ocupar o presidente de honra Fernando Henrique Cardoso e o ex-presidente da legenda Tasso Jereissati, que não conseguiu se reeleger senador pelo Ceará.

Visibilidade. Parece muito pouco para o presidenciável que sete meses atrás governava o Estado mais rico e mais populoso do Brasil, mas o partido entende que o posto pode dar visibilidade a Serra no momento em que, oito anos de governo Lula depois, os tucanos se propõem a defender a gestão FHC (1995-2002) e o trabalho dos seus governadores e prefeitos em Estados e cidades importantes do País.

Como atualmente o ITV é presidido pelo deputado serrista Luiz Paulo Vellozo Lucas, que também foi derrotado na briga pelo governo do Espírito Santo, os tucanos não veem dificuldade na substituição.

O deputado é economista de carreira do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e já comentou com correligionários que quer voltar à instituição porque lhe faltam apenas mais quatro anos - período em que ficará sem mandato eletivo - para se aposentar.Agência Estado

Os estudos, pesquisas e análises de conjuntura semanais que o instituto produziu nos últimos quatro anos foram de pouca utilidade e praticamente nenhuma divulgação. Não interessava ao partido liderar um debate de conteúdo com Serra estando à frente nas pesquisas de intenção de voto. O PSDB preferiu focar no projeto eleitoral e o debate de conteúdo na oposição ao governo e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou interditado.

Os tucanos admitem que no debate do petróleo do pré-sal, por exemplo, o PSDB se manteve escondido. O deputado Luiz Paulo ficou sozinho no discurso em defesa do modelo de exploração herdado do governo Fernando Henrique Cardoso. Agora, no entanto, os dirigentes nacionais da legenda avaliam que foi um erro que não deve ser repetido, sob pena de, mais uma vez, comprometer a candidatura presidencial tucana em 2014.
 
Nota do blogueiro: Resumindo: Eis teu "seguro-desemprego".

sábado, 20 de novembro de 2010

Resposta de um "miserável".

O professor de História, Plínio Ferreira Guimarães, responde ao comentarista da RBS TV de Santa Catarina, Luiz Carlos Prates, que na última semana classificou como miseráveis os novos proprietários
de automóves, de expúrio o governo que lhes deu crédito, tipificando o acesso aos bens de consumo como privilégio das classes abastadas, como pode ser visto aqui.


Caro Sr. Luiz Carlos Prates,

Sou o Plínio,um professor de História e consegui comprar um automóvel nos últimos anos devido à facilidade de crédito implantado pelo governo Lula. Um carro com 4 anos de uso, sem nada demais.

Porém, gostaria de relatar algo que o Sr. provavelmente não sabe, ou tenta evitar saber, ao expor seus comentários ao vivo na TV. Da mesma forma que o governo do presidente Lula me permitiu adquirir um carro popular, também me permitiu continuar meus estudos. Graças aos investimentos em educação e apoio à pesquisa, foi possível a uma pessoa como eu, vinda de família pobre e do interior do estado de Minas Gerais, fazer o mestrado e hoje cursar o doutorado numa instituição pública federal de ensino superior.

Este mesmo governo me permitiu ascender socialmente e obter estabilidade ao ampliar as instituições de ensino comprometidas com a oferta de cursos técnicos e superiores, como as Universidades e os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, numa das quais hoje sou professor efetivo. Foram inúmeros concursos e a efetivação de milhares de docentes e técnicos nestas instituições.

Não,estas pessoas que compram carros hoje não são tão “miseráveis” e “desgraçadas” quanto o Sr. pensa. Pelo contrário, estas pessoas compreendem melhor a sociedade em que vivem e os grandes ganhos que tiveram nos últimos anos.

Não, estes indivíduos não passeiam de carro para amenizar os conflitos entre maridos e esposas. Estes indivíduos saem para celebrarem, juntos, a felicidade de uma nova vida que se constrói. Não são pessoas frustradas, pelo contrário, são indivíduos REALIZADOS. Na verdade, frustrada é a elite que sempre teve este país nas mãos e que agora não consegue aceitar que as camadas mais pobres ascendam e passem a ter acesso àquilo que era tido como exclusividade dos grupos privilegiados economicamente.

Os acidentes nas rodovias não acontecem por causa destes “miseráveis” e “desgraçados”. São diversos os motivos dos acidentes, entre eles, o excesso de velocidade daqueles que podem adquirir os modelos de automóveis mais luxuosos e velozes e que, mesmo com toda a tecnologia de seus carros, também não conseguem “vencer as curvas” e outras barreiras que possam aparecer – entre elas, veículos de indivíduos inocentes.

Por fim, gostaria de informar-lhe que consegui trocar de carro. Ainda circulo por aí, nas tão movimentadas estradas do país, com um automóvel popular, mas já mais novo e com algum conforto a mais que o primeiro. Eu, minha esposa e minhas lindas filhas estamos felizes com o nosso automóvel, com a nossa casa ainda alugada e com as viagens que podemos fazer.

Sem mais, um cordial cumprimento deste homem proprietário de um humilde carro popular comprado graças ao crédito fácil com parcelas a perder de vista, mas feliz.

Guanhães/ MG, 19 de novembro de 2010.

Plínio Ferreira Guimarães

Para a côrte passar...

Texto extraído do Blog Os Amigos do Presidente Lula:

Kassab (DEM) cria a lei "tapete vermelho" para ser usado nas visitas dele mesmo

Agora está até publicado no "Diário Oficial" do município: todos os locais visitados pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) na cidade de São Paulo têm de ser maquiados antes de sua chegada.Fumcionários da prefeitura terá que estender um tapete vermelho para o prefeito demo Kassab passar

Em março, a Folha revelou a existência da "operação prefeito", apelido pejorativo dado por assessores às ações de limpeza realizadas horas antes da chegada de Kassab.

Na época, a Folha acompanhou a operação em quatro locais visitados por Kassab em Guaianases, Vila Formosa, Tatuapé (zona leste) e Americanópolis (zona sul).

O que mudou é que agora existe uma portaria do secretário das Subprefeituras, Ronaldo Camargo, determinando que os subprefeitos se envolvam pessoalmente na operação, que ganhou status de prioridade.

A portaria foi publicada nesta semana e trata das rotinas internas das subprefeituras em relação aos eventos do prefeito. O texto estabelece que os subprefeitos ficarão responsáveis, em suas áreas de abrangência, por todas as ações determinadas pelo cerimonial de Kassab.

"As rotinas das subprefeituras com relação a fiscalização, limpeza e demais ações eventualmente pertinentes deverão ser realizadas com a maior agilidade possível e sob a coordenação dos subprefeitos", diz a portaria.

Assim, quando o prefeito chegar, tudo estará perfeito, sem lixo nas ruas, com guias e sarjetas pintadas, mato aparado e sem camelôs irregulares. Tudo sob a coordenação pessoal do subprefeito. Se alguma coisa der errado, ele é que vai responder.

Para a Folha, a prefeitura informou que Kassab costuma fazer visitas-surpresa para averiguar a qualidade dos serviços prestados pelos órgãos públicos e que a limpeza da cidade cumpre um calendário rigoroso, acompanhado pessoalmente pelo prefeito e pelo secretário das Subprefeituras.
 
Sem comentários.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Esses bárbaros.

Os barões da imprensa corporativa brasileira devem estar contorcendo-se de raiva, com os sucessivos depoimentos acerca da liberdade de imprensa e sua regulação, em países que não podem ser classificados como ditaduras, como Portugal, França, Espanha e Inglaterra, ocorridos no Seminário Internacional de Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias, organizado pela Secretária de Comunicação do governo federal.
Colhi dois desses depoimentos, publicados no blog do Rovai, mostrando como esses bárbaros estão "censurando" a imprensa:

Serão esses europeus uns chavistas?

Ontem foram os portugueses e o espanhóis. Hoje os franceses e os ingleses. Os depoimentos dos representantes dos governos europeus sobre a legislação nos seus países no Seminário Internacional Comunicações Eletrônicas e Convergências de Mídia devem estar deixando Hugo Chávez corado.

As legislações desses países são muito mais avançadas do ponto de vista democrático e podem também ser consideradas assustadoras se olhadas a partir do discurso dos donos dos meios de comunicação no Brasil.

O representante inglês, Vincent Edward Affeck, acaba de responder a uma pergunta de um representante da Abert sobre se a regulação da mídia na sua terra natal não significa algum controle da produção informativa dos meios. Com a maior naturalidade respondeu que sim, mas que na Inglaterra eles tratam dos meios eletrônicos e que há um entendimento de que esse controle é importante do ponto de vista democrático.

Emanuel Gabla, conselheiro do CSA, órgão que regula o setor do audiovisual, ao explicar para este blogueiro como se regula a cobertura política no seu país disse apenas duas coisas que se implantadas por essas bandas seriam uma verdadeira revolução.

Na França, os veículos de comunicação precisam oferecer à oposição ao menos metade do tempo de exposição que dão ao governo e aos parlamentares de situação. Imaginem se isso ocorresse em São Paulo.

Além disso, no processo eleitoral a exposição dos candidatos precisa ter paridade. Ninguém pode ser beneficiado.

Seriam esses europeus uns chavistas?

Seria Portugal uma ditadura midiática?

O primeiro dia do Seminário Internacional de Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias, organizado pela Secretária de Comunicação do governo federal, e que acontece hoje e amanhã, está sendo interessante para colocar o debate sobre a regulação da mídia num outro patamar.

Todos os palestrantes que passaram pelo evento até o momento, contando experiências de outros países democráticos como Espanha, Portugal e Canadá, foram unânimes em dizer que construir regramentos claros para o setor não guarda relação direta com censura ou algo do gênero.

O depoimento mais impactante foi o de José Alberto de Azeredo Lopes, presidente da ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social de Portugal. Ele iniciou sua fala dizendo que a “liberdade de imprensa não é ilimitada”. E que ela tem que levar em consideração os outros princípios que garantem as liberdades democráticas. Isso é óbvio, mas é importante que seja repetido como um mantra, já que nossos donos dos meios sempre dizem o contrário.

Azeredo Lopes também fez questão de frisar que num estado democrático a regulação se dá à posteriori e não á priori. Isso também é importante ser dito sempre que possível. Qualquer confusão nessa área pode ser fatal.

Há quatro anos e meio, Azeredo Lopes exerce o cargo de regulador dos meios de comunicação em seu país. O regulador no caso português é referendado pelo Congresso e precisa ter 2/3 dos votos dos parlamentares.

Também tem que ir ao menos uma vez por ano dar satisfação para o parlamento sobre o trabalho que está desenvolvendo. Em Portugal, as concessões de rádio e TV são para um período de 15 anos. E a cada 5 anos o uso da concessão a avaliado para que a empresa operadora possa corrigir, se necessário, seus rumos.

Não são apenas os meios eletrônicos que são submetidos à regulação em Portugal, a imprensa escrita também é regulada. Segundo Azeredo Lopes mais da metade dos casos analisados pela sua entidade nesses quatro anos e meio foram de matérias jornalísticas vinculadas à mídia impressa.

Ou os donos dos veículos de comunicação no Brasil passam a debater o tema com seriedade ou vão ter que aumentar a lista de países onde a liberdade de imprensa está ameaçada. Porque a legislação portuguesa, por exemplo, parece ser mais ousada e avançada do que as da Bolívia e da Venezuela.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Diogo Mainardi está em Miami?

O comediante Marcelo Adnet, em seu programa Comédia MTV, ironiza parcela do eleitorado de José Serra nas Eleições 2010 que se destacou por suas opiniões preconceituosas. O quadro passou no programa do dia 10 de novembro de 2010.

Desmontando o besteirol da revista-panfleto Veja.



Do site Conversa Afiada.

Esses desgraçados...

Do Blog Cloaca News:

RBS: MALDITOS MISERÁVEIS QUE AGORA COMPRAM CARROS

Advertência: o vídeo que exibimos nesta postagem contém cenas explícitas de ódio, preconceito e ressentimento. Seu protagonista é um certo Luiz Carlos Prates, colunista e comentarista da RBS TV de Santa Catarina. A propósito, se alguém achou que a forma de vida mais rasteira da televisão brasileira fosse Lasier Martins, Prates conseguiu a proeza de tomar-lhe o cetro.

As cenas abaixo foram exibidas no Jornal do Almoço barriga-verde, nesta segunda-feira, 15.

Pelo sim, pelo não, tire as crianças da sala.


Nota do blogueiro: Em primeiro lugar, obrigado ao Sr. Cloaca pela advertência: Esperei meu filho dormir para assistir a essa obra de propaganda discriminatória, caso contrário, imagino o tipo de perguntas que ele me faria:
- Pai, porque pobre não pode ter carro?
- Na verdade pode, meu filho. Há pessoas que acham que não porque tem muitas posses, e acreditam que esses artigos deveriam ser restritos a elas. Para essas pessoas pobres de veriam andar de ônibus, ou a pé.
- Mas o homem da tv disse que pobres não podem dirigir, porque correm.
- Filho, é perigoso fazê-lo, mas qualquer pessoa pode acabar correndo, independentemente de classe social. Até, acredito que a predominância a esse tipo de prática seja dos ricos, com seus potentes carrões, suvs e caminhonetas, e não dos pobres com seus carros populares, geralmente 1.0.
- Mas pai. Os pobres brigam mesmo com as mulheres e vão correr na estrada?
- Não meu filho, isso é puro preconceito de um elitista que detesta pobres. Para eles, pobres só servem para limpar seu quintal, para dividir o universo do consumo com eles, não.
- Ô pai! Pobre não lê nada mesmo, antes de comprar um carro?
- Se não o fazem, pelo menos não leram, decoraram e põem em prática o Mein Kampf como esse f... Eles lêem sim, muitos já podem até entrar pra universidade, serem doutores. Para fazer a CNH tem de ser alfabetizado, então alguma coisa já leram só por isso, o manual do veículo e o código brasileiro de trânsito também tem de ser lido. Só por isso o "homem da TV" já mentiu. No resto é só preconceito mesmo.
- O governo deixa pobres comprarem carros para encher as estradas?
- É, existem alguns problemas estruturais, uma malha viária defasada com relação ao número de veículos que circula nelas hoje, mas não é culpa dos pobres. Tem muito ricaço que tem quatro ou cinco veículos em casa, e cada membro da família sai com um carro diferente. Alguns "espertos" venderam nossas ferrovias, levando muito tráfego de mercadorias para as estradas. Há vários problemas a serem corrigidos, mas não se pode cortar o acesso de membros de uma sociedade capitalista, dos bens de consumo...

Felizmente o diálogo é fictício, meu filho tem apenas quatro anos de idade. Por enquanto, preocupo-me com propaganda e programas infantis. 
Mas dá pra entender porque Santa Catarina elegeu os destroços da ARENA (o DEMO), ao executivo estadual, com sua imprensa corporativa sustentando esse tipo de comentário.
Precisei dos serviços de um pedreiro, no início do ano. Recebi um camarada que dirigia um carro novo, um sedan  de porte médio, e que cobrou-me um valor considerável, justo, pelo serviço.
É disso que essa gente tem medo.
Não ter quem lhe preste serviços por pratos de sobras.
O mercado está aquecido (boa parte graças à venda de veículos a esses "desgraçados", até eu comprei um). Os serviços valorizados. Há uma rede de proteção social que não está deixando a população a mercê dos pratos de sobras por trabalho. Trabalhadores estão nas filas dos aeroportos e em outros locais que há pouco eram exclusivos das classes abastadas.
Isso está tirando o sono dos "cheirosos".
O discurso do comentarista rebessiano-global é nauseante, mas não surpreendente, em se tratando de um comentarista dessa empresa, cujo trabalho já foi mostrado, em outra ocasião, nesse blog.
Nesse outro vídeo, o tal Prates, discursa contra o Estado democrático, e faz um discurso conclamando um golpe, e defendendo com muito tesão, a liberdade que ELE TINHA, durante a última ditadura militar.(vídeo pode ser visto aqui).
Enojante, mas como a direita não engoliu a terceira derrota nacional que sofreu, vamos ver muitos Luiz Carlos Prates, destilando preconceitos, discriminando pobres, negros, índios, homossexuais e outras "minorias" (sempre usarei esse termo entre aspas, significando os que tem menor representatividade política, financeira e muito, mas muito mesmo, menos espaço na imprensa corporativa, para expressar-se), culpando-os por todos os males da sociedade brasileira.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Na Paulista, com uma lâmpada fluorescente

Do Blog do Sakamoto:

“Um grupo de cinco jovens de classe média, estudantes de um colégio particular, foi preso ontem acusado de atacar quatro pessoas na região da avenida Paulista. A polícia diz haver indícios de motivação homofóbica. As agressões foram realizadas através de chutes, socos e com bastões de lâmpadas fluorescentes.”

Se eles fossem de classe social mais baixa, certamente alguns textos que apareceriam na imprensa teriam uma cara sutilmente diferente:

“Uma quadrilha composta por menores da favela do Macaco Molhado foi presa ontem ao atacar quatro pessoas na região da avenida Paulista. A polícia diz que a motivação foi claramente homofóbica. As agressões eram feitas com chutes, socos e até com bastões de luz branca.”

Rico é jovem, pobre é bandido. Ao rico, o direito à dúvida (o que deveria ser o padrão, sem julgamentos sumários), ao pobre o tiro implacável da certeza. Um é a criança que fez coisa errada, o outro um monstro que deve ser encarcerado. O pai de um deles ontem, num momento difícil, minimizou, dizendo que eram apenas crianças que estavam chorando na delegacia, trancafiados como bandidos.

Há jornalistas e veículos de comunicação que não fazem diferenciação pelo tamanho da carteira. Se a pessoa é rica ou pobre, tratam-na da mesma forma quando acusada de um crime. Outros, não. Seja pela falta de seguir um manual de redação decente, pela inexistência de autocrítica ou pela subserviência com uma elite local, utilizam um “dois pesos, duas medidas” claramente baseada na origem social.

Tenho minhas dúvidas de como a notícia sairia se fosse diferente. Provavelmente, na hora em que o estagiário que faz a checagem das delegacias se deparasse com a informação, ouviria algo assim: – Pobre batendo em pobre? Ah, acontece todo dia, não é notícia. Além disso, é coisa deles com eles. Então, deixem que resolvam. Amigos que trabalharam em uma rádio desse Brasil grande sem porteira já ouviram algo muito parecido, mas mais cruel… É triste verificar mais uma vez que o conceito de notícia depende de qual classe social pertencem os protagonistas. Somos lenientes com os nossos semelhantes e duros com os outros.

Tempos atrás, um grupo de jovens de classe média espancou uma empregada doméstica no Rio de Janeiro. Sob justificativa de que acharam que era uma prostituta. Ah, bom, assim tudo bem… A desculpa é bastante esclarecedora. Puta pode. Assim como índio e mendigo. Lembram-se do Galdino, que morreu queimado por jovens da classe média enquanto dormia em um ponto de ônibus em Brasília? Ou a população de rua do Centro de São Paulo morta a pauladas também enquanto dormia? Até onde sabemos, apesar dos incendiários brasilienses terem sido presos, eles possuem regalias, como sair da cadeia para passear. E na capital paulista, o crime permanece impune até hoje.

Na prática, as pessoas envolvidas nos casos do Rio, São Paulo e Brasília apenas colocaram em prática o que devem ter ouvido a vida inteira: gays, prostitutas, índios e mendigos são a corja da sociedade e agem para corromper os seus valores morais e tornar a vida dos cidadãos de bem um inferno. Seres que vivem na penumbra e nos ameaçam com sua existência, que não se encaixa nos padrões estabelecidos. E por que não incluir nesse caldo as empregadas domésticas, que existem para servir?

A sociedade tem uma parcela grande de culpa em atos como esse e os dos jovens que se tornam soldados do tráfico por falta de opções e na busca por dignidade. A culpa não é só deles.

Como já disse aqui anteriormente, a diferença é que para os da classe média e alta, passamos a mão na cabeça. Para os pobres, passamos bala.

sábado, 13 de novembro de 2010

A defesa do indefensável...

...e o suscinto, mas autêntico contraponto.
Extraído do Blog Vi o mundo:

A defesa de Mayara e a carta da leitora

Em defesa da estudante Mayara

por JANAINA CONCEIÇÃO PASCHOAL*, na Folha

Não parece justo que Mayara seja demonizada como paulista racista, quando o mote da campanha eleitoral foi o da oposição entre as regiões

Sou neta de nordestinos, que vieram para São Paulo e trabalharam muito para que, hoje, eu e outros familiares da mesma geração sejamos profissionais felizes com sua vida neste grande Estado brasileiro.

É muito triste ler a frase da estudante de direito Mayara Petruso, supostamente convocando paulistas a afogar nordestinos.

Também é bastante triste constatar a reação de alguns nordestinos, que generalizam a frase de Mayara a todos os paulistas.

Igualmente triste a rejeição sofrida pelo candidato da oposição à Presidência da República, muito em função de ele ser paulista. Todos ouvimos manifestações no sentido de que, tivesse sido Aécio Neves o candidato, Dilma teria tido mais trabalho para se eleger.

Independentemente da tristeza que as manifestações ofensivas suscitam, e mais do que tentar verificar se a frase da jovem se “enquadraria” em qualquer crime, parece ser urgente denunciar que Mayara é um resultado da política separatista há anos incentivada pelo governo federal.

É o nosso presidente quem faz questão de separar o Brasil em Norte e Sul. É ele quem faz questão de cindir o povo brasileiro em pobres e ricos. Infelizmente, é o líder máximo da nação que continua utilizando o factoide elite, devendo-se destacar que faz parte da estigmatizada elite apenas quem está contra o governo.

Ultrapassado o processo eleitoral, que, infelizmente, aceitou todo tipo de promessas, muitas das quais, pelo que já se anuncia, não serão cumpridas, é hora de chamar o Brasil para uma reflexão.

Talvez o caso Mayara seja o catalisador para tanto.

O Brasil sempre foi exemplo de união. Apesar das dimensões continentais, falamos a mesma língua.

Por mais popular que seja um líder político, não é possível permitir que essa união, que a União, seja maculada sob o pretexto de se criarem falsos inimigos, falsas elites, pretensos descontentes com as benesses conferidas aos pobres e aos necessitados.

São Paulo, é fato, é fonte de grande parte dos benefícios distribuídos no restante do país. São Paulo, é fato, revela-se o Estado mais nordestino da Federação.

Nós, brasileiros, não podemos permitir que a desunião impere. Tal desunião finda por fomentar o populismo, tão deletério às instituições no país.

Não há que se falar em governo para pobres ou para ricos. Pouco após a eleição, a futura presidente já anunciou o antes negado retorno da CPMF e adiou o prometido aumento no salário mínimo. Não é exagero lembrar que Getulio Vargas era conhecido como pai dos pobres e mãe dos ricos.

Não precisamos de pais ou mães. Não precisamos de mais vitimização. Precisamos apenas de governantes com responsabilidade.

Se, para garantir a permanência no poder, foi necessário fomentar a cisão, é preciso ter a decência de governar pela e para a União.

Quanto a Mayara, entendo que errou, mas não parece justo que seja demonizada como paulista racista, quando o mote dado na campanha eleitoral foi justamente o da oposição entre as regiões.

Se não dermos um basta a esse estratagema para manutenção no poder, várias Mayaras surgirão, em São Paulo, em Pernambuco, por todo o Brasil, e corremos o risco de perder o que temos de mais característico, a tolerância. Em nome de meu saudoso avô pernambucano, peço aos brasileiros que se mantenham unidos e fortes!

*JANAINA CONCEIÇÃO PASCHOAL, advogada, é professora associada de direito penal na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
*****

Para o Painel do Leitor

Racismo às avessas

Lendo as absurdas argumentações da professora Janaina Paschoal “Em defesa da estudante Mayara”, lembrei que grandes pesquisadores do racismo e preconceito no Brasil, como Roger Bastide e Florestan Fernandes, denunciaram a lógica da inversão. Graças a ela, não apenas não somos racistas, como, ademais, tudo que acontece é culpa da vítima. Se não fossem os negros, os nordestinos, os pobres, as prostitutas, os homossexuais, se Lula não fosse presidente, a estudante Mayara não teria cometido o destempério de pedir o assassinato de ninguém e tampouco teria sido demonizada. Coitadinha dela!

Heloísa Fernandes, professora associada de Sociologia da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

O enem não está à venda, tem gente que não gosta disso...

A reação das escolinhas elitistas e cursinhos pré-vestibular à presença de pobres nas universidades, como mostrei aqui. Eles querem manter a mercantilização do ensino.

Pela manutenção dos privilégios de classe, e do
exclusivismo do vestibular.

Artigo extraído da Agência Carta Maior:

ENEM sofre ofensiva de interesses ligados à indústria do vestibular

Na avaliação do sociólogo e consultor na área de educação, Rudá Ricci (foto), há uma disputa de política educacional em curso, e é necessário preservar uma avaliação de caráter nacional. "Uma prova nacional permite que o país trace objetivos de política educacional", defende. Entre os setores interessados economicamente, segundo ele, estão as próprias universidades, que arrecadam em matrículas, os professores que produzem questões fechadas e abertas, e os cursos preparatórios para o vestibular.

Anselmo Massad - Rede Brasil Atual

Publicado originalmente na Rede Brasil Atual

São Paulo – O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sofre uma ofensiva de interesses, segundo o sociólogo e consultor na área de educação Rudá Ricci. Ele enumera grupos e setores do que chama de "indústria do vestibular", de cursos preparatórios a docentes encarregados de formular as provas. Para ele, há uma disputa de política educacional em curso, e é necessário preservar uma avaliação de caráter nacional.

"Uma prova nacional permite que o país trace objetivos de política educacional", esclarece. Um vestibular nacional do ponto de vista da aplicação e do conteúdo promove um impacto no ensino médio, de modo a reverter problemas dessa faixa da educação.

Para ele, os vestibulares descentralizados, feitos por cada universidade, provocam danos à educação, já que o ensino médio e mesmo o fundamental direcionam-se às provas, e não à formação em sentido mais amplo. "O ensino médio é o maior problema da educação no Brasil, é o primeiro da lista, com mais evasão, em uma profunda falência", sustenta.

"O Enem faz questões interdiciplinares, é absolutamente técnico, é super sofisticado", elogia. Os méritos estariam em privilegiar o raciocínio à memorização de conteúdos. Isso permitiria que o ensino aplicado nas escolas fosse além do preparo para enfrentar provas de uma ou outra universidade.

O Enem traz uma "profunda revolução", na visão de Rudá, "ao combater profundamente a concepção pedagógica e política de vestibulares por universidade". Ao se aproximar dessa concepção nacional – fato que aconteceu apenas nos últimos anos –, interesses de grupos educacionais foram colocados em xeque, o que desperta ações contrárias.

Entre os setores interessados economicamente, segundo ele, estão as próprias universidades, que arrecadam em matrículas, os professores que produzem questões fechadas e abertas, e os cursos preparatórios para o vetibular.

Controle social

Ricci critica a postura do ex-ministro da Educação, Paulo Renato, e da ex-secretária de Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro. O sociólogo taxa os comentários feitos pelos especialistas ligados ao PSDB como "oportunismo". Isso porque, segundo ele, o uso da prova como seleção e seu caráter nacional, hoje criticados pelos tucanos, foram objetivos perseguidos durante a gestão de Renato na pasta, de 1995 a 2002.

O que ele considera como mudança de postura é resultado da disputa política, que faz com que os estudantes passem a rejeitar o exame. "Os jovens não querem mais essa bagunça. E têm razão", pontua.

"Existe uma movimentação para politizar esse tema; vamos ter o avanço de uma oposição organizada, que junta as forças políticas que perderam a eleição nacional com escolas particulares, cursinhos que têm muito interesse na manutenção do sistema de vestibular", avalia.

O sociólogo defende o modelo de exame nacional, mas acredita que a fórmula possa ser aprimorada, seja com mais dias de provas, seja com provas aplicadas a cada ano do ensino médio. Ele aponta ainda que houve um desvirtuamento da proposta interdisciplinar e sofisticada, empregada originalmente, em função da necessidade de expandir a prova. Em 2010, foram 4,6 milhões de inscritos.

Ele acredita que a postura de críticas deve-se às diferenças partidárias. "Estão politizando o Enem, politizando o ingresso na universidade e o conteúdo da prova", lamenta. "Seria interessante ter um órgão que execute o exame sob controle social, não de governo, nem de empresas", sugere.

"A solução é nós discurtirmos nacionalmente esse gerenciamento em um modelo como o americano para o vestibular nacional", defende. O SAT, usado como método de seleção nos Estados Unidos, é aplicado por agentes privados de modo controlado pelo departamento de educação federal. Além de poder ser aplicado em dias diferentes, cartas de recomendação de professores e outros instrumentos também são considerados na seleção por parte de universidades.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Um protesto pela volta da exclusão.

Alunos de cursinhos pré-vestibular protestam contra o Enem e a política de quotas das universidades federais.
Extraído do Blog Diário Gauche:

Bem-vindos à luta de classes.



Ontem à tarde, em Santa Maria, região central do estado do Rio Grande do Sul, aconteceu uma manifestação de estudantes que frequentam cursinhos de ensino privado de nível pré-universitário. O ótimo vídeo acima (feito pelo Diário de Santa Maria) mostra quem são esses alunos, todos brancos e filhos da classe média capacitada a pagar ensino privado para os seus filhos e filhas. Veja se você encontra um/a negro/negra nesta multidão de branquinhos com indumentária up to date e de griffe? Procure bem. Veja de novo. Essa rapaziada tem cheiro de Mickey Mouse, no entanto, protestam contra a Universidade Federal de Santa Maria para que a política de cotas seja revista e rejeitada pela Reitoria.

É disso que se trata: luta de classes e, sobretudo, luta de raças.

Hoje pela manhã, tivemos informação que alunos dos cursos privados Universitário, Unificado e Anglo estão visitando escolas públicas da rede estadual de ensino de Porto Alegre visando mobilizar estudantes para uma grande manifestação contra o Enem, nos próximos dias. A coisa tem cheiro de pau-mandado.

É de estranhar que - subitamente - desperte a chama da indignação política em alunos de cursinhos pré-universitários, sabidamente virgens do espírito combativo do reconhecido e autêntico movimento estudantil brasileiro, vanguarda permanente em todas as grandes lutas políticas do Brasil, nos últimos setenta anos (desde 1937, pelo menos, quando da fundação da UNE).

De qualquer forma, é de se estimular a politização dos estudantes da direita brasileira, mesmo que estejam claramente instrumentalizados pelos interesses (ocultos) dos proprietários de escolas privadas de ensino, em todos os graus. O debate aberto e sincero, o conflito mesmo, entre os interesses que se chocam neste episódio do Enem é o melhor caminho para as soluções estratégicas de que necessita a nossa política educacional.

Estudantes brancos, filhinhos de papai e alienadinhos de todo o gênero: bem-vindos à luta de classes! O tio Mickey se orgulha de vocês!

Nota do blogueiro: Ao assistir às cenas desse protesto, lembrei-me do termo "massa cheirosa", de Eliane Cantanhede, da Folha de São Paulo, quando referiu-se à militância do PSDB (clique aqui para ler).
O que interessa a estudantes de escolinhas pré-vestibular privadas? Manter o exclusivismo do vestibular como o único meio de acesso à universidade.
Porque manter o vestibular como o único meio de acesso à universidade? Para que apenas os filhos da elite que pode pagar esses cursinho possa ter acesso ao ensino superior?
Para que manter o acesso exclusivista? Para que tudo fique como está, mantendo os privilégios desses grupos, e ao mesmo tempo, pondo o povão para limpar seus corredores.
É esse o significado desse protesto de "cheirosos", defender o seu quinhão, suas benesses, sua classe.

Dilma: Ley de Medios vem aí.

Do site Conversa Afiada:


Este ordinário blogueiro (e também “crápula”, segundo o porta-voz do Serra – clique aqui para ler também “Mino sabe que o Serra é quem fala pelo Itagiba”) conversou com amigo navegante que assistiu a importantíssima I Conferência de Comunicação, ou a “Conferência do Franklin”.

O amigo navegante acredita que o Franklin conseguiu construir um volume de informação suficiente para desmontar a tese esdrúxula e extra-terrena do PiG (*), da ABERT e da ANJ da Judith.

É a tese de que regular a comunicação é censurar a imprensa.

É mais ou menos o que se dizia quando o presidente Andrew Jackson, no século XIX, criou o Banco Central americano: era uma ameaça à liberdade de empreender dos banqueiros.

Estados Unidos, Canadá, França, Inglaterra, Portugal e Argentina, onde a imprensa é livre, há regulação.

A imprensa é livre e o regime capitalista está em vigor.

(Sim, porque, aqui, a Globo não quer que mais ninguém ganhe dinheiro na televisão: só ela.)

Não se trata só de preservar o direito de resposta; o noticiário político isento e distribuído igualmente entre oposição e Governo; o respeito à programação regional e às minorias; proibir que político seja dono de uma ou duas emissoras de tevê (como acontece no Ceará, no Maranhão e em Sergipe, por exemplo).

Não é só isso.

É o direito capitalista de abrir o mercado e permitir, também, que o produtor independente de Caruaru possa ganhar dinheiro com seus programas em homenagem ao Luis Gonzaga – e não só os filhos do Roberto Marinho fiquem ricos.

Além disso, lembra o meu amigo navegante, parece claro que o Governo Dilma será diferente do Governo Lula.

O Presidente Lula empurrou o PiG e a Globo para debaixo do tapete.

E, por isso, quase foi impeachado e quase não faz a sucessora.

Lula é carismático.

Ele levou o PiG e a Globo no bico.

Mas, não pode ser assim numa democracia.

O Lula vai embora e como fica a democracia ?

Na mão do Serra, do Fernando Henrique e do Papa ?

O PiG e a Globo são incompatíveis com um regime democrático.

A Dilma, provavelmente, pensa o amigo navegante, vai tratar a questão de forma prioritária.

E estratégica.

Não duvida o meu amigo navegante que o Ministério da Comunicação entrará na cota pessoal dela.

Não vai entrar na negociação com os partidos da coalizão vencedora.

É dela.

E ela, então, poderá tratar a Comunicação como tratou a Energia, quando assumiu o Ministério.

Do jeito dela.

Se for assim, pela primeira vez na história da Nova República o Ministro da Comunicação não será da confiança (visível ou invisível) da Globo.

Diz o meu amigo navegante: caiu a ficha.

Ou, como diz o Conversa Afiada: ou a Dilma faz a Ley de Medios ou cai.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Imprensa corporativa reage a tentativas de regulamentação.

Do Blog Diário Gauche:

A pérola editorial de O Globo.

Ameaça não ajuda no debate sobre mídia (Editorial do diário O Globo, edição de hoje, 11)

A primeira tentativa feita na Era Lula de controle do que é produzido e difundido pelos meios de comunicação — com o fim da liberdade de expressão e imprensa como estabelecido na Constituição — foi rechaçada quando os instrumentos para este fim ainda se encontravam em fase de elaboração, no Executivo.

Os projetos da Ancinav, agência do Ministério da Cultura para intervir no setor audiovisual, e do Conselho Federal de Jornalismo, idealizado a fim de patrulhar jornalistas da imprensa profissional e independente, morreram no Planalto sem chegar ao Congresso. Diante da grande repercussão negativa, o governo achou melhor recuar.

Mas voltou ao ataque, e de forma arrogante e autoritária, conforme demonstrado pelo tom descabido de afirmações feitas pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, na abertura do Seminário Internacional das Comunicações Eletrônicas e Convergências de Mídias, em Brasília, organizado pelo governo.

Ao defender o interesse oficial de estabelecer nova regulação para a mídia eletrônica e digital, Franklin ultrapassou a fronteira da sensatez e ameaçou que a discussão do tema terá de ser travada, podendo ser feita "num clima de entendimento ou de enfrentamento".

Ora, se existe uma atividade aberta à discussão, esta é a imprensa, de qualquer meio. Tampouco deixa de registrar e divulgar as críticas que recebe. Mas o ministro precisa respeitar a opinião das associações do setor, como elas respeitam a posição do governo.

O problema é que soa falso quando autoridades tentam passar para a sociedade a ideia de que ou é fraca ou não existe a regulação dos meios eletrônicos. Há regras e ativos instrumentos de intervenção do Estado na mídia. Apenas não estão centralizados em um organismo, como em vários países, mas distribuídos em diversas instâncias oficiais.

Um exemplo é o do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aplicado pelo Juizado de Menores, cujos fiscais têm o poder de autuar emissoras, caso entendam que algum direito do menor foi violado. Mesmo profissionais podem ser processados criminalmente.

A Secretaria Nacional de Justiça, órgão do Ministério da Justiça, também atua neste campo e tenta impor decisões sobre a classificação etária de programas, contra dispositivos constitucionais. Pratica censura prévia, uma ilegalidade.

Há várias brechas na legislação que permitem ao Ministério Público em geral intervir nos meios de comunicação. É portanto balela que não existe controle sobre a mídia no Brasil, principalmente a eletrônica. Discutir aprimoramento é sempre positivo, mesmo que o sistema regulatório brasileiro seja bom.

Mas o governo, como se vê, não recua na intenção, movida a autoritarismo, de intervir no conteúdo do que é difundido pela mídia, inclusive entretenimento.

A própria composição do seminário indica o viés do seu organizador. Ele foi estruturado para defender a TV pública. Por que então não a discutiram com profundidade; por exemplo, como de fato torná-la um meio do Estado e não do governo? Ou como medir a sua eficácia, sem ser pela audiência?

Em vez disso, perdeu-se tempo em pensatas estapafúrdias, como a que defendeu o alijamento do Congresso do campo das comunicações. Equivaleria a revogar a democracia representativa.

Infelizmente, tempo, saliva e dinheiro público foram gastos num debate infrutífero.
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Quem é a família Marinho, proprietários de O Globo, para reclamar de censura, de cerceamento às liberdades e outros quetais com o qual eles têm rala e escassa intimidade?

Esqueceram que o crescimento (e a pujança, hoje, declinante) das Organizações Globo aconteceu precisamente durante a ditadura civil-militar de 1964?

Esqueceram que os governos ditatoriais moveram céus, terras e sobretudo recursos financeiros para emprestar a juros de tio rico e solteirão às empresas de comunicação mais domesticadas e amigas do regime fardado?

O BNDES que conte, o quanto drenou recursos para os Marinho, os Bloch, os Mesquita, os Frias de Oliveira, à condessa Carneiro Pereira (JB), aos Civita, aos Abravanel, aos Sarney, aos ACM's, etcetera, etcetera.

Esqueceram que parte polpuda do orçamento da União, naqueles tempos que não voltam mais, foram destinados à criação de infraestrutura tecnológica e operacional para a política de comunicação social da ditadura, baseada na concessão de facilidades e benefícios públicos aos bravos empreendedores privados da midiocracia oligárquica?

O Congresso Nacional que revele o quanto de concessões fraternas e amigas presenteou aos cupinchas regionais dos barões midiáticos do eixo Rio/São Paulo, para que eles pudessem integrar o País com o jornalismo/dramaturgia ufanista e oficialista como instrumento de uniformização ideológico-cultural em escala raramente vista no mundo conhecido.

O debate horizontal e democrático sobre a nova política de comunicação social no Brasil é tarefa urgente porque já se faz tardia. Nossa democracia e o nosso republicanismo estarão incompletos e deformados se continuarmos com essa legislação de comunicação de massa à feição de poucas famílias proprietárias dos veículos midiáticos.

A situação atual está ficando insustentável, provou-o a recente corrida eleitoral, marcada pelo regressismo do candidato preferido da mídia. Não dá mais. Como dizia o insuspeito liberal professor Gilberto Dupas, recentemente falecido: "O espaço público - essencial à democracia - converteu-se em um espaço publicitário e midiático". Não dá mais.

Fotografia: Roberto Marinho caminha agarrado ao então presidente-ditador João Figueiredo na via pública.
 
Nota do blogueiro: O caráter golpista das manifestações das "famílias midiáticas" fica evidente a cada editorial. Nesse em especial, afirmam que já existem leis que regulamentam a atividade da imprensa, como o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Alguns parágrafos abaixo, criticam e classificam como ilegal a "classificação etária de programas, contra dispositivos constitucionais. Pratica censura prévia, uma ilegalidade."
Ou seja, o pouco que há, em termos de limites à atividade midiática (como classificar como impróprio a apresentação de orgias e violência gratuita às crianças) deve ser revista.
Eles simplesmente não querem ter sua atividade regulamentada, e acabar com o pouco que nos protege de seus abusos.
E falam em respeito.
 
 
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o público infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.


Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.

Para eles isso é censura, para mim é a preservação de seres em formação.