quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Lei Tiririca.


Pior do que está, fica, fica sim.

Ou a política das "celebridades".
O Vice Presidente da República, o Pmdebista Michel Temer defende uma reforma eleitoral que criaria o Estado dos "Globais", dos mais visíveis, das "celebridades". Defende uma reforma do sistema eleitoral na qual os eleitos sejam aqueles que obtiverem as maiores votações individuais.
Dessa forma teríamos um Congresso de Tiriricas, Romários, os mais ricos (uma vez que a idéia de um financiamento público vai pro espaço), acentua-se o individualismo e destrói, por completo, os partidos.
O texto abaixo, extraído do Blog RS Urgente, de Marco Aurélio Weissheimer, traz os argumentos do Deputado Estadual pelo PT do Rio Grande do Sul, Raul Pont sobre o tema:

Raul Pont: “Lei Tiririca” é um retrocesso para democracia brasileira

“Uma das mudanças mais urgentes no sistema político eleitoral-brasileiro, o financiamento público de campanha, cai por terra com esta proposta. Não se pode ter um financiamento público que não seja exclusivamente aos partidos, para efeito de fiscalização e controle. O PT defende a manutenção do sistema proporcional, com a substituição da lista aberta pela lista fechada pré-ordenada”, disse o deputado.
O papel da reforma política, acrescentou, é fortalecer os partidos, para torná-los mais programáticos, ideológicos e de caráter nacional, e não estimular a população a dar seu voto a uma personalidade que não venha associada a um projeto político.. “Temos um dos mais anacrônicos e antidemocráticos sistemas eleitorais. Sua reformulação se impõe há décadas para a construção de uma sociedade moderna e democrática, porém precisamos ter cuidado para não cometer um retrocesso”, advertiu Pont.
O deputado propôs que Lula encabece uma campanha nacional para debater esse tema com a sociedade nas principais capitais do país. “Precisamos esclarecer a população sobre as posições envolvidas nesta luta. A reforma política deve ter um conteúdo democrático e republicano com o objetivo de radicalizar a democracia política e eleitoral”, concluiu.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Paulistas isolados...

...pela voracidade dos tucanos e seus aliados.

A história é sempre a mesma: em anos eleitorais, tucanos recebem bilionárias doações de empresas administradoras de pedágios e retribuem com as mais altas taxas do país, e o maior número de praças, com a menor ditância tolerável (ou não) entre elas.
Os resultados dessas transações são a alta no custo dos transportes, dos preços em geral (as empresas repassam o custo e quem paga a eleição desses tucanos somos nós) e o isolamento, quase total de comunidades inteiras, como descrito no texto abaixo, extraído do Blog Contexto Livre:

SP: Isolados por pedágio estocam gás e comem pão velho

O governador Geraldo Alckmin continua sendo serviçal de um punhado de empresas privadas que monopolizam as principais rodovias do Estado de São Paulo.A multiplicação do número de praças de pedágios e o aumento abusivo nas tarifas individuais completam o assalto “legalizado” que finalmente o hoje,a Folha, o jornal do PSDB, enxergou e resolveu publicar uma matéria para seus assinantes. Leia a seguir a matéria na íntegra:
Heraldo Ezier Bizi, 68, montou um estoque de seis botijões de gás dentro de casa -um para cada morador, já incluídos os dois netos.José Pedro Moreno Morcillo, 58, armazena comida.
Adenair Scardua, 65, comprou quatro galinhas para garantir os ovos do jantar.E há mais de um ano quase toda a vizinhança não come mais pão fresquinho, não recebe a visita da Guarda Municipal nem a pizza do delivery.Não se trata de prenúncio de guerra nem catástrofe.
É só a vida de moradores que ficaram isolados pela implantação de uma praça de pedágio na SP-332, em Paulínia (a 117 km da capital paulista), com tarifa de R$ 7,65.
A cobrança, a cargo da concessionária Rota das Bandeiras, começou há 14 meses -na segunda etapa de concessões do governo paulista.Ela é feita num acesso lateral da estrada. O alvo eram caminhões de uma refinaria da Petrobras. Mas os moradores das casas espalhadas nas proximidades da fazenda Cascata ficaram sem alternativa de acesso a lugares indispensáveis como padaria, farmácia e banco.
O estoque de mantimentos é uma estratégia para atenuar a passagem no pedágio.
"Imagina pagar R$ 7,65 de manhã para comprar três pãezinhos, que não custam nem R$ 1. Aqui não existe comércio", diz a servidora Rosineide de Oliveira Moreno, 51.O marido dela reclama que não consegue nem receber a visita regular dos netos, mesmo morando a dez minutos deles. "Nem usamos a rodovia. É só para atravessar um pontilhão", conta José Pedro.
O transporte público não serve de opção -por ser uma área afastada, os ônibus só passam três vezes no dia.
A concessionária diz que os pontos de pedágio foram definidos pelo governo e que ela segue o contrato.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB), por sua vez, não reconhece os problemas
SEM SERVIÇO PÚBLICO
Queixas de isolamento devido à implantação de pedágio se repetem em outros lugares do Estado - inclusive em concessões do governo federal, como a Fernão Dias. Em Paulínia, há um agravante: esses habitantes, que a prefeitura estima em mais de mil, tiveram até serviços públicos reduzidos.
A Guarda Municipal não vigia mais a área separada pelo pedágio -alega não ter isenção para seus carros e não ter como custear a tarifa para fazer a ronda."Não há possibilidade de prestar serviço público lá por conta da cobrança. Só em caso de emergência", afirma Ronaldo Pontes Furtado, secretário de Segurança Pública."O lixo era coletado três vezes por semana. Agora, é uma. O pessoal da saúde não vai porque tem pedágio", complementa ele.
Empresas que vendem gás, galões de água e material de construção interromperam as entregas na região -exceto se a tarifa de R$ 7,65 for paga pelo próprio cliente.Quem trabalha no centro de Paulínia passou a ter a despesa extra diariamente -num mês, beira R$ 200.
Morador do local há 14 anos, Espedito de Paula Dias, 80, diz que nunca mais recebeu os clientes que compravam as abóboras de seu sítio.A rota à cidade vizinha, Cosmópolis, não adianta. A 3 km, tem outro pedágio, de R$ 5,45 -na ida e na volta.

A prova da existência de um deus.

Recebi por e-mail, o link para o vídeo que posto abaixo, produzido por uma dupla de "Malafaias yankes", Ray Comfort e Kirk Cameron, provaram cientificamente a existência de um deus:



Notas do blogueiro: E tem um imbecil querendo ensinar isso ao meu filho, aos seus filhos na escola, de forma obrigatória, como pode ser visto aqui.
Como esses seres explicam o abacaxi? É um fruto do "demo"?
E a melancia?
O côco?
Comam apenas bananas ou arderão no fogo do inferno.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

P$ do B...

... ou reeditamos o que diabos de comunista é esse?

Aldo Rebelo "endireita" o PC do B.
Ou ainda poderíamos intitular o post como: O latifúndio paga bem, não é Aldo?

Código Florestal



Denúncia: 'Agronegócio' apoiou campanha de Aldo Rebelo

Setores interessados em flexibilizar o Código Florestal financiaram a campanha de 11 dos 13 deputados que votaram a favor do relatório de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), aprovado em 6 de julho por comissão especial da Câmara.

O próprio Rebelo foi um dos beneficiários ao receber neste ano verbas de empresas ligadas ao campo.

Só de cooperativas de produtores de café, cana e laranja, Rebelo recebeu R$ 130 mil. O comitê financeiro de seu partido também recebeu doações de cooperativas do setor, além de R$ 70 mil da Bunge Fertilizantes, mesma quantia doada a deputados ruralistas que integraram a comissão especial.

Os cafeicultores têm interesse direto na alteração da lei sobre florestas. Grande parte do café plantado no sul de Minas e no Paraná está em encostas, áreas de preservação permanente (APPs).

Se o código fosse cumprido à risca, como determina o decreto de 2008 que o regulamentou, a maior parte do café estaria ilegal, e os produtores, sujeitos a multa. O parecer de Rebelo tira encostas e topos de morro da categoria de APP e anistia de multa os desmates até julho de 2008.

Questionado sobre se sua atuação sobre o código influenciou no perfil de seus doadores em 2010, Rebelo primeiro afirmou “não crer” que seu relatório atraiu financiadores. Disse que a arrecadação ficou por conta do tesoureiro da campanha.

Num segundo momento, admitiu que pode ter sido procurado por representantes do setor. “Também doaram para outras campanhas”, disse. “Doaram mais para a da Marina [Silva] do que para a minha.”

A Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (MG), porém, sabe muito bem por que doou R$ 50 mil para a campanha do deputado. Foi “justamente” por causa do parecer, disse o seu presidente, Carlos Paulino da Costa.  “CERTAS ONGS” - “Havia uma campanha de certas ONGs que queriam impedir a eleição dele. Como o Código Florestal defende os nosso interesses, era hora de fazermos o contra-ataque.”

A Bunge também estreou como doadora do PCdoB.

A multinacional nega que tenha sido motivada pelo projeto do código. “As contribuições são baseadas em posturas amplas de busca permanente da promoção do desenvolvimento sustentável”, afirmou am nota.

Apenas Marcos Montes (DEM-MG) admitiu ter procurado representantes do setor para pedir doação. “Precisamos nos mobilizar para a sociedade entender a importância do produtor rural.”

Luis Carlos Heinze (PP-RS), Paulo Piau (PMDB-MG), Homero Pereira (PR-MT), Reinhold Stephanes (PMDB-PR) e Duarte Nogueira (PSDB-SP) não condicionam as doações à atuação na comissão. Dizem receber tradicionalmente doações do agronegócio por terem uma atuação ligada à agricultura.

Dos que foram a favor das mudanças, só Ancelmo de Jesus (PT-RO) não recebeu dinheiro. Não consta a prestação das contas de Ernandes Amorim (PTB-RO), barrado na Lei da Ficha Limpa. Procurados por meio dos gabinetes na Câmara, os demais deputados não retornaram. (por Fernanda Odilla e Cláudio Angelo, Folha de S. Paulo).

Fontes: http://outrapolitica.wordpress.com/2010/11/13/agronegocio-apoia-campanha-de-aldo/   e  http://centrodeestudosambientais.wordpress.com/
 
Nota do Blogueiro: A primeira charge foi extraída do Blog Azul Marinho com Pequi (detesto pequi, mas o Blog é bom).
A segunda é do chargista Santiago, extraída, juntamente com o texto, do Blog do companheiro Júlio Garcia.  

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Para que uma associação de ateus?

Há pouco tempo, escrevi sobre a campanha frustrada da Atéa (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) de divulgação de banneres e pôsteres contra a discriminação dos ateus, ao mesmo tempo em que divulga algumas idéias do ateísmo. Fui questionado no Facebook sobre a real necessidade ou utilidade de uma associação de ateus em um Estado Laico. Respondi que serve para mantê-lo laico.

Um exemplo claro do "porquê" da existência de uma associação de ateus e agnósticos pode ser visto no texto abaixo, extraído do Blog Contexto Livre:



Deputado quer ensino religioso obrigatório na rede pública

Um retrocesso, para dizer o mínimo. A autonomia do estado como entidade supra religiosa garante à todos a igualdade e liberdade para professar a fé que desejar.
 
Não contente com isso, o Pastor e Deputado Federal Pastor Marco Feliciano, líder do Ministério Tempo de Avivamento, protocolou no dia 9 na Câmara a sua primeira Proposição de Projeto de Lei. O primeiro projeto tem foco na área da educação no Brasil, trata-se do Projeto de Lei n. 309/2011 que visa alterar o art. 33 da Lei n.º 9.394/96 e tornar obrigatório o ensino religioso em toda redes de escolas públicas do Brasil.
 
Afinal, vão ensinar o que numa aula de religião? Que deus é bom? Isso é coisa para o TEMPLO religioso, não para uma escola. Escola transmite valores civis e formação educacional. Só isso.
 
Tenho “fé” nos inúmeros casos fracassados de tentativa de invasão da religião na esfera pública e só me resta torcer para que a laicidade no Brasil siga firme, senão, talvez eu não estivesse aqui, livre, escrevendo sobre estes assuntos…

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Só o PIG acha que não presta...

...mas nenhum outro ex-presidente é tão bem recebido assim em público.
Do Blog Os Amigos do Presidente Lula:

Nunca antes um presidente recebeu tanto carinho do povo em um vôo comercial

A viagem de Lula de São Paulo a Brasília, foi em um vôo comercial, e nunca antes na história deste país um presidente que já deixou o poder foi tão festejado pelos populares.

A tietagem de funcionários e passageiros foi tanta, autografando dezenas de cartões de embarque e posando para mais de 30 fotos, que o vôo decolou com 7 minutos depois da hora.

“Os políticos precisam sair às ruas”, disse Lula, explicando o assédio dos admiradores. “O problema da classe política é que ela se esconde nas situações adversas e eu nunca me escondi.” (Da IstoÉ)
 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Vitória popular.

O povo egípcio venceu a ditadura de Osni Mubarak.
O vídeo abaixo, extraído do Blog do Júlio Garcia, mostra o exato momento em que foi anunciada a renúncia de Mubarak e seu vice:

Agronegócio não quer que você coma carne...

...eles preferem vender para o exterior.


Na hora em que o tal "agronegócio" se sente ameaçado, geralmente por pessoas "incoerentes" que preferem respirar a por florestas abaixo e lucrar com comodities, eles se auto-denominam como o "nosso agronegócio". Mas quando se trata da alimentação do brasileiro, para a qual pouco contribuem os "agronegociantes", eles são globais, transnacionais, e não estão nem aí para as necessidades de seus compatriotas, preços maiores significam maiores lucros, e isso é agronegócio.
O texto abaixo, no qual o vice presidente da Confederação Nacional da Agricultura afirma que bife vai se tornar artigo de luxo, mostra com clareza, o que realmente interessa ao "nosso agronegócio":

CARNE Bife pode virar artigo de luxo, diz CNA
Arquivo: Seagro
Foto: Marcial Leossi
Com o preço da carne em alta no mercado internacional, o tradicional bife deverá se tornar artigo de luxo na mesa do brasileiro. Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a tendência é que a carne fique mais cara neste ano devido ao aumento do custo dos produtores e à preferência pelas vendas ao mercado externo. "Talvez o bife não vá mais combinar com arroz e feijão. Carne é um artigo de luxo'', afirma o vice-presidente da CNA, Ademar Silva Júnior.
Segundo ele, a alta do preço da carne bovina vem abrindo mercado, no País, para o consumo de frango, peixe, carne de porco e ovo. Ele argumenta que o bife não irá sumir', mas as refeições dos brasileiros passarão a combinar mais diferentes tipos de carnes. Apesar disso, no Brasil a carne bovina segue como símbolo de mesa farta. O consumo frequente do produto está associado a momentos de forte crescimento da economia e da renda.
"Tem pesquisa que mostra que quando o brasileiro tem R$ 1 de aumento de salário, ele gasta R$ 1,10 a mais com carne'', afirma Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte e da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).
Com o preço da carne em alta no mercado internacional, o tradicional bife deverá se tornar artigo de luxo na mesa do brasileiro. Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a tendência é que a carne fique mais cara neste ano devido ao aumento do custo dos produtores e à preferência pelas vendas ao mercado externo. "Talvez o bife não vá mais combinar com arroz e feijão. Carne é um artigo de luxo'', afirma o vice-presidente da CNA, Ademar Silva Júnior.
Segundo ele, a alta do preço da carne bovina vem abrindo mercado, no País, para o consumo de frango, peixe, carne de porco e ovo. Ele argumenta que o bife não irá sumir', mas as refeições dos brasileiros passarão a combinar mais diferentes tipos de carnes. Apesar disso, no Brasil a carne bovina segue como símbolo de mesa farta. O consumo frequente do produto está associado a momentos de forte crescimento da economia e da renda.
"Tem pesquisa que mostra que quando o brasileiro tem R$ 1 de aumento de salário, ele gasta R$ 1,10 a mais com carne'', afirma Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte e da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Colunista "da casa", Rosenfield é criticado na Fiesp por escrever "porcaria"

Artigo que atacava acordo entre produtores rurais e Greenpeace é o alvo em reunião na entidade industrial paulista

O "especialista" tomou um cascudo de seus pares.
São Paulo – O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Carlo Lovatelli, está indignado com o artigo escrito por Denis Rosenfield, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pesquisador do Instituto Millenium.
Durante encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na última segunda-feira (7), Lovatelli soltou o verbo ao criticar o texto "Nosso agronegócio sob a tutela do Greenpeace", publicado recentemente por Rosenfield, crítico predileto de jornais de grande circulação para temas como MST, direitos humanos e direito à propriedade privada.
O professor da UFRGS critica o acordo assinado entre a Abag, o Greenpeace e o Banco do Brasil prevendo restrições de crédito a quem desobedecer a lei ambiental. Na visão dele, o agronegócio brasileiro fica submetido a regras impostas pelo Greenpeace, “que recebe ordens e orientações de sua sede na Holanda”. “A Abag está, consoante com a atuação internacional dessa ONG, caindo na armadilha ambientalista, devendo pagar o preço por isso no futuro”, acusa.
Pelo visto, a postura de Rosenfield não apenas desagradou como surpreendeu. Pesquisador do Millenium, entidade responsável por defender a agenda dos setores conservadores, Rosenfield é apresentado em reportagem da revista Veja em 2003 como “O desafio do PT”. Por essas e outras, Lovatelli classificou o professor como um “intelectual da casa” ao alertar sobre a gravidade do que é defendido no artigo.
A seus colegas reunidos em uma sala na qual ocorreu a reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp, o presidente da Abag informou que Rosenfileld, contatado, havia se desculpado pelo teor do texto. “Foi mal assessorado. Não foi ele quem escreveu essa porcaria”, afirmou Lovatelli, consolando-se pela traição.

Algumas das posições defendidas por Rosenfield:
"O MST tem estrutura paramilitar, tem militantes organizados, que ocupam pedágios, prédios públicos. O discurso do latifúndio é só uma palavra de ordem para galvanizar setores da opinião pública que ainda têm simpatia pela causa do MST" (Entrevista à revista Veja em julho de 2003)

"Maior falsificação da História é impossível. Os que lutaram contra o regime militar, em armas, fizeram-no, por livre escolha, em nome da instalação do comunismo no Brasil. A guerrilha do Araguaia era maoista, totalitária. Não o fizeram pela democracia. São, nesse aspecto, responsáveis por suas escolhas e não deveriam ter sido agraciados com a "bolsa-ditadura"" (Artigo para O Estado de S. Paulo em janeiro de 2010).

Texto extraído do site da Rede Brasil Atual.

Nota do blogueiro: O "especialista" de todas horas do PIG nacional, o filósofo direitista Denis Rosenfield teve as orelhas puxadas por seus pares. Dessa vez ficou muito feio, até para ele.
Clique aqui para ler o texto desarticulado do articulista que deveria demitir esses "acessores", já que pelos exemplos acima, ele vem sendo mal acessorado a muito tempo.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O modo Tucano de governar: Elegeu, vendeu.

E porque no Paraná seria diferente?
O Governador Beto Richa, do PSDB, que já começou seu governo combatendo o desemprego (de sua família), já anuncia certas "desestatizações", e a passagem de setores que controlam serviços públicos para a iniciativa privada (informática, energia elétrica e água e saneamento), seja pela venda direta ou pelo processo oneroso e ineficiente das terceirizações.
É a velha cartilha demo-tucana, sendo posta em prática: Em campanha negam com veemência a possibilidade entreguista, muitos iludidos acreditam. Quando tomam posse, adotam a agenda do Estado Mínimo, como fica claro e evidente na fala do próprio Richa, cujo áudio pode ser ouvido aqui:

O Paraná segue o caminho de Sumpaulo: sumindo,
encolhendo para caber no bolso de tucanos.

Aos paranaenses fica o alerta desse blogueiro: Não caiam na conversa fiada da melhoria dos serviços prestados e redução de tarifas. Para uma empresa privada, cujo principal objetivo é o lucro, isso é impensável (ver as praças de pedágio, instaladas pela quadrilha Lerner-FHC que exploram rodovias com pista simples, cobrando 9,80 a cada 50 km, e ainda devedoras ao BNDES, que financiou até mesmo, a instalação das praças de exploração), além dos exemplos que podem ser verificados com pesquisas bem simples, de estados que já passaram por esses processos.
Para facilitar, deixo o exemplo do Estado de Pernambuco, extraído do Blog Acerto de Contas:

Essa sangria tem que parar

Tadeu Alencar, procurador-geral do Estado, está responsável pelas ações contra o aumento da luz
Tadeu Alencar, procurador-geral do Estado, está responsável pelas ações contra o aumento da luz
Como noticiei antes, o presidente do Superior Tribunal de Justiça, César Asfor Rocha, concedeu liminar atendendo pedido do Governo de Pernambuco contra o último aumento da Celpe. A concessionária de energia elétrica do estado vem impondo sucessivos reajustes no preço da luz, inviabilizando o orçamento doméstico de muitas famílias e fazendo com que as empresas pernambucanas percam competitividade.
Em nove anos (desde a privatização) o aumento para os consumidores residenciais foi de 152,36%. Para indústria e comércio foi muito pior: 254,20%. Na média, os pernambucanos estão pagando 187,5% mais caro, desde que o grupo espanhol Iberdrola passou a ter o monopólio da energia em nosso estado.
E sabem quanto foi a inflação do período?
O IGP-M (índice de inflação usado nos contratos de privatização) ficou em 107,41% de 2001 para cá. A luz aumentou quase o dobro do maior índice de inflação.
acerto-de-contas
Este ano, a Aneel (agência reguladora do setor) viu que estava forçando a barra demais no estado. Ela mesma, que autorizou os reajustes anteriores, botou o pé no freio e decidiu por um índice negativo de -1,08% na média (ao invés do aumento médio de 6,45% que a empresa quer e foi pedir na Justiça).
De um mês para cá, quatro decisões judiciais vêm alternando opiniões favoráveis à Celpe e ao Governo do Estado, num sobe e desce maluco da conta de luz. Mas todas foram decisões provisórias, pois o mérito sequer foi analisado em primeira instância.
A decisão do ministro Asfor Rocha também é provisória, mas dá uma segurança maior pois a liminar dele vale até que o processo transite em julgado, ou seja, encerrem todas as apelações. Pelo poder de fogo das partes envolvidas isso deve ir parar lá mesmo no STJ (talvez no STF, se aparecerem questionamentos constitucionais no meio do imbróglio).
Tem muita família prejudicando a feira do mês porque a conta de luz está alta demais. Muitas empresas repassam esse custo para o consumidor e nós acabamos pagando dobrado. Algumas, que não têm como repassar a alta por conta da concorrência de outros estados em que a luz é mais barata, cortam na carne: demissões, diminuição da produção, etc.
Mas, para os espanhóis, a compra da antiga estatal foi um negócio de mãe. Afinal, só o balanço anual da Celpe de 2008 indicou um lucro líquido de R$ 460 milhões sobre seu patrimônio e 90% do lucro foi transferido aos acionistas.
Nada contra que as empresas instaladas em Pernambuco lucrem. Eu quero mais é que lucrem muito. Mas às custas do sofrimento de toda uma população e do arrocho em outras empresas… Aí, não dá.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Escravocratas

Chagas do Brasil: senhores de escravos

*“Chaga” é uma palavra antiga, quase em desuso. É bem mais forte, porém, do que “ferida”, pois parece conter uma carga simbólica que esta não tem. Pois bem: dentre as chagas da sociedade brasileira, três talvez sejam as mais denunciadoras do nosso subdesenvolvimento (este vocábulo, embora bem mais recente, soa como completamente fora de moda!): o analfabetismo, a violência policial e o trabalho escravo. Parece inacreditável, mas no Brasil ainda existe trabalho escravo, em pleno século 21.

Ao comparecer ao Senado no dia 3/2, para participar de reuniões sobre o assunto, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), pediu apoio à bancada ruralista no combate ao trabalho escravo. “Eu acredito que mesmo a bancada ruralista na Câmara dos Deputados e no Senado pode ter amplo interesse nisso. Porque o agronegócio brasileiro não se confunde com o trabalho escravo. Produção de grãos, a produção primária no Brasil, não tem trabalho escravo. Onde tem trabalho escravo, tem que ser punido”, declarou a ministra, segundo reportagem de Rachel Librelon e Silvia Mugnatto publicada pela Rede Brasil Atual.

A ministra tocou num ponto importante, nevrálgico. Isso porque, se há escravos, há senhores de escravos. E quem são esses senhores de escravos? Ora, em sua maioria, fazendeiros e grileiros, que fazem parte, portanto, da base social da bancada ruralista. A mesma bancada que faz oposição cerrada à revisão dos índices de produtividade da terra, essenciais à reforma agrária; a mesma bancada que pretende reduzir o Código Florestal a uma caricatura; a mesma bancada que, sim, vem se opondo a medidas efetivas contra o trabalho escravo, tendo como porta-voz maior a senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Maria do Rosário defendeu a aprovação da PEC 438/01, conhecida como “PEC do Trabalho Escravo”, que prevê a expropriação de propriedades rurais onde for verificado esse tipo de trabalho. Aprovada pelo Senado, a PEC 438/01 aguarda votação em segundo turno na Câmara dos Deputados. Quando da aprovação em primeiro turno, Kátia Abreu votou contra o projeto. É fundamental que esta lei seja aprovada definitivamente, quando sabemos que apenas entre 2003 e 2009 foram libertados, pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), nada menos do que 30.300 trabalhadores em todo o país, sujeitos à condição análoga à de escravos.

A ministra da SEDH está coberta de razão ao pedir o apoio dos ruralistas. Porém, o mais provável é que se trate de um “diálogo de surdos”. Historicamente, a bancada ruralista tem se comportado como um dos setores mais reacionários do parlamento brasileiro. A propósito, não podemos nos esquecer de que até hoje não foram punidos os mandantes e executores do assassinato de três auditores fiscais e um motorista do MTE, ocorrido em 2004 na região de Unaí, após fiscalização em lavouras de feijão onde costuma ocorrer trabalho escravo.

Somente a conjugação de duras medidas punitivas – desapropriações com base na PEC 438/01, uma vez aprovada pelo Congresso Nacional, e condenação judicial dos responsáveis por crimes contra fiscais e contra trabalhadores – é que poderá reverter o quadro atual, pondo fim à existência de escravos (e de senhores de escravos).
 
* Texto extraído do Blog O Escrevinhador, escrito por Pedro Pomar.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Faltou energia...

...e o PIG já fala em apagão.
Tentam elevar um simples blecaute á categoria do racionamento e sucessivos apagões, vistos durante o "Tucanato".
Para relembrar e estabelecer as óbvias diferenças: http://grupobeatrice.blogspot.com/2006/07/relembrando-grandes-momentos-dos_24.html

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Denis Rosenfield tem "soja" na cabeça...


Cenas da "expansão das fronteiras agrícolas".
Hoje à tarde recebi um panfleto, em meu local de trabalho, intitulava-se "Nosso agronegócio sob a tutela do Greenpeace". Estranhei o "nosso", já que não sou beneficiado por essa atividade (não possuo fazendas, não tenho financiamento a juros de 6% ao ano e nem o direito de não pagar minhas dívidas, tão pouco a proteção do Estado quando minha atividade vai a bancarrota e, finalmente, não como soja).
O panfleto era um texto de um dos "especialistas" favoritos da direita midiática, o filósofo Denis Rosenfield (especialista defesa do indefensável, de todas as manifestações em prol da propriedade privada e da exploração do homem pelo homem), participante do "Café Millenium" e "colaborador" de vários jornais e órgãos da imprensa direitista.
O conteúdo não poderia ser diferente: o risco de perda de nossa soberania frente à interesses estrangeiros. de grupos "eco-terroristas" que defendem o agronegócio dos outros, em detrimento do nosso.
Reproduzo o texto do "especialista" abaixo, e comento mais abaixo ainda: 

Nosso agronegócio sob a tutela do Greenpeace

À direita, e sempre à direita, o "especialista da vez", Denis Rosenfield.
Greenpeace. Terrorismo ecológico a serviço de interesses internacionalistas inconfessáveis.
Passou desapercebido, não tendo sido sequer noticiado, um convênio assinado entre o Greenpeace, a ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) e o Banco do Brasil. O seu teor reside em condicionar o financiamento do Banco do Brasil a empresas do agronegócio à obediência de determinadas diretrizes ambientais que seriam certificadas pelo Greenpeace, que se tornaria, então, o intermediário entre a instituição financeira e empresas do agronegócio. A notícia consta do site do Greenpeace, como tendo acontecido no dia 1º de dezembro em Brasília.
Assinaram o convênio o coordenador do Grupo de Trabalho da Soja (GTS) Paulo Adario, do Greenpeace, Carlos Lovatelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, e o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Luís Carlos Guedes Pinto. Nos termos do acordo, o “Banco do Brasil (BB) anunciou hoje (1º de dezembro) que vetará o crédito rural a fazendeiros de soja que estiverem plantando em áreas recém-derrubadas da floresta”.
A mensagem soa ambientalista, politicamente correta, quando, na verdade, introduz uma grande novidade, a de que caberá ao Greenpeace determinar quais áreas teriam sido derrubadas ou não, segundo os seus próprios critérios e interesses. O objetivo imediato dessa ONG consiste em que outras instituições financeiras sigam o exemplo do BB, vindo, desse modo, a garrotear completamente o setor da agricultura e da pecuária, que passaria a depender de uma entidade global, hierarquizada internacionalmente, veiculando também provavelmente interesses de empresas e entidades de outros países que competem com o agronegócio brasileiro.
Utilizam, na verdade, o selo ambiental do politicamente correto para cercearem, cada vez mais, esse setor da economia brasileira, no caso, inclusive, com o apoio de um banco público, o que não deixa de ser absolutamente curioso, para não dizer paradoxal. A ABAG está, consoante com a atuação internacional dessa ONG, caindo na armadilha ambientalista, devendo pagar o preço por isto no futuro. Ou seja, o que estaria por trás disso poderia ser uma campanha internacional empreendida contra a soja brasileira, do tipo “empresas de soja vendem produtos frutos da devastação da Amazônia”, que teria forçado uma entidade empresarial a se subordinar a tais injunções.
Uma ONG internacional passa, então, a monitorar um setor do agronegócio com apoio de uma estatal. Trata-se do melhor dos mundos para essa ONG. E para o Brasil? Imaginem o Banco do Brasil financiando apenas projetos de agricultura e pecuária a partir de uma certificação de “naturalmente” corretos, fornecida pelo Greenpeace. Essa ONG viria a ter um poder enorme, cumprindo uma função de intermediação entre empresas e a instituição bancária.
Como se nada estivesse acontecendo, uma ONG que recebe ordens e orientações de sua sede na Holanda, segundo livros que tratam do assunto, publicados na França, começa a interferir diretamente nas negociações entre empresas, entidades empresariais e o BB.
Antes disto, o Greenpeace já tinha conseguido conquistar espaços junto à opinião pública brasileira e, especialmente, junto a algumas grandes empresas de supermercado, colocando-se como defensora da natureza, contra o desmatamento e, por via de consequência, como capaz de certificar se a pecuária brasileira é ou não causa de devastação ambiental. Refiro-me ao fato dessa organização ter assinado um acordo com uma grande rede comercial para certificar se o gado nela vendido, sobretudo vindo da região Norte, especificamente do Pará, é ambientalmente limpo. Ou seja, ela vem a funcionar como um órgão estatal, exercendo prerrogativas que deveriam ser do Ministério da Agricultura ou do Ministério Público.
Conquista, assim, um grande poder, podendo exercer uma influência enorme sobre os pecuaristas que se tornariam, então, reféns dela. Outra frente de sua atuação é a luta contra a revisão do Código Florestal. O seu mote é o mesmo: contra o desmatamento que seria produzido por essa revisão. Ora, não convém esquecer que o Relatório do Deputado Aldo Rebelo se posiciona contra o desmatamento, apresentando, mesmo, um prazo de 5 anos para que não haja novas zonas de desmatamento.
Nesse ínterim, as alterações legislativas seriam feitas e novos estudos produzidos. As pressões exercidas por essa ONG foram fortes quando da elaboração e discussão do Relatório e tendem, agora, com sua votação no início do próximo ano, a crescer.
O deputado Aldo Rebelo já fez manifestações contra a ação aos seus olhos nefasta dessa organização, assinalando a sua vinculação com empresas e governos estrangeiros, que procuram diminuir a competitividade da agricultura e pecuária brasileiras. O lema desses governos e entidades empresariais é: “Farms here (nos EUA), Forests there (no Brasil)”.
Na França, graças a seu trabalho de cerceamento de empresas que trabalham com produtos florestais, como madeira, essa ONG conseguiu, inclusive, se colocar como certificadora da madeira proveniente do Brasil.
A empresa francesa, no caso, é Lapeyre, tendo o Greenpeace utilizado o seguinte lema: “Lapeyre destrói a Amazônia”. Note-se que a empresa, quando a ONG começou a campanha contra ela, não soube reagir, não tendo partido para a disputa junto à opinião pública. No final, teve de curvar-se diante do Greenpeace, aceitando suas condições, porque começou a amargar grandes prejuízos.
Como a campanha de formação da opinião pública tinha sido bem sucedida, os clientes dessa empresa passaram a desertar. A forma de ação da ONG consiste em se apresentar com o “moralmente superior” em relação às empresas, que passariam por inescrupulosas. O silêncio da empresa francesa, no início do processo midiático contra ela, valeu-lhe grandes danos empresariais, além de ter o Greenpeace como um “interlocutor” que lhe dita condições de atuação. É isto que almejamos para o Brasil em 2011?
Publicado no jornal Diário do Comércio” em 30/12/2010
* Texto extraído do site do "Café Millenium" (digo instituto).

Expansão das "fronteiras pecuárias".
Nota do blogueiro: Em primeiro lugar, desconfiei de que esse texto tivesse escrito pela Senadora e agropecuarista (ou agropecuarista e Senadora) Kátia Abreu, por Ronaldo Caiado ou algum outro expoente da chamada "bancada ruralista", pelo conteúdo agressivo e pela baixa qualidade, até mesmo na inexistência de fontes e referências, como no 7º parágrafo, onde cita a existência de livros franceses que comprovam que o Greenpeace recebe ordens de sua sede na Holanda, sem citar que livros são esses ou mesmo qual a importância do fato (obviamente insinuando que a ONG segue orientações nórdicas de acabar com o agronegócio brasileiro).
Ainda duvidando que um filósofo tivesse escrito o texto que acabaria virando panfleto dos defensores da "expansão das fronteiras agrícolas", alguns erros toscos, como classificar uma empresa de economia mista (Banco do Brasil) como uma estatal e afirmar, com base em um texto do Greenpeace, que reproduzo mais abaixo, que esse grupo iniciaria uma atividade fiscalizadora sobre o agronegócio, raciocínio no mínimo alarmista, tresloucado e totalmente desprovido de qualquer comprovação (onde está o documento que comprova o convênio e dá poderes de agentes fiscalizadores ao Greenpeace? Porque não tornou-se notícia, quando os principais veículos de comunicação do país batem palmas à devastação causada pela "expansão das fronteiras" do agronegócio?).
Por fim, comprovei que o texto era mesmo de um filósofo, publicado no Jornal do Comércio.
Às instituições de crédito, vem lentamente, incorporando conceitos de "responsabilidade sócio-ambiental" ao seu modus operandi (uma forma de tentar compensar, por mínimo que seja, a destruição que suas atividades causam ao ambiente e a sociedade, em resposta às crescentes pressões e movimentações em torno do tema desenvilvimento sustentável), e o Banco do Brasil não é diferente. Incorporou uma agenda nesse sentido, além de ter capital predominantemente público, e como tal, deve destinar suas linhas de crédito às formas menos destrutivas das atividades que financia, fatos ignorados pelo "especialista".
Rosenfield apela para um nacionalismo exacerbado e burro, que ignora o domínio do mercado de oleaginosas pelas grandes corporações transnacionais, como a Monsanto, Basf, Bayer..., que criam a dependência dos "agronegociantes" por seus venenos, inflacionam seu preço, cobram comissões sobre a utilização de sua tecnologia, e, no fim das contas, são os maiores beneficiários do "esquema" do agronegócio. Esse nacionalismo somente se manifesta quando os interesses desses cartéis transnacionais (nesse caso de manter o financiamento público de seus crescentes lucros, através da concessão de crédito à desmatadores) são ou podem ser afetados por alguma medida, no caso, de preservação do meio-ambiente.
Esse especialista contesta a certificação de origem da carne produzida na região norte do país, onde buldozeres com correntes botam acres de árvores ao chão, diariamente, para dar espaço à pastagens. Certificação que comprometeu cadeias de supermercados a não adquirir produtos de desmatadores (isso é ruim?), contesta a certificação da madeira comercializada, como não extraída de áreas de preservação, e sonha com arovação do novo código florestal, do mais novo membro dessa bancada ruralista, o "agro-comunista" Aldo Rebelo, código que poderia ser denominado de qualquer coisa, menos de florestal, já que anistia desmatadores e flexibiliza a legislação ambiental, podendo até mesmo reduzir em cerca de 80% a cobertura de matas ciliares.
"Gritarias pseudo-nacionalistas" semelhantes foram vistas, quando se pretendeu suspender o financiamento aos escravocratas modernos (alguns na lista negra do Ministério do Trabalho), quando se estabeleceram as "reservas legais", e em todo e qualquer movimento de preservação da meio ambiente e de proteção social.
O "especialista" finaliza com a máxima do pensamento economicista de curto prazo, predatório e incapaz de pensar sustentavelmente, nem mesmo de projetar cinco anos à frente: "É isto que almejamos para o Brasil em 2011?", como se as consequências da aprovação do código desmatador de Rebelo e a continuidade dos financiamentos aos "expansionistas das fronteiras agrícolas" fossem apenas uma luta de curto prazo, envolvendo apenas aspectos econômicos, equecendo-se, convenientemente, que precisamos respirar.

Abaixo o texto publicado no site do Greenpeace, que deu origem a essa e diversas manifestações anti-sociais Brasil afora, para que o leitor possa estabelecer uma justa comparação com a análise do "especialista":

Mais um prego no caixão do desmatamento

No dia em que o governo anuncia queda recorde no desmatamento da Amazônia, Banco do Brasil diz que não dará mais crédito a fazendas de soja em áreas devastadas.

 
Brasília, 1º de dezembro de 2010
A moratória da soja, uma das iniciativas para alcançar o desmatamento zero na Amazônia, ganhou um importante aliado. O Banco do Brasil (BB) anunciou hoje que vetará o crédito rural a fazendeiros de soja que estiverem plantando em áreas recém-derrubadas da floresta. O anúncio foi feito poucas horas depois de o governo anunciar uma queda recorde na taxa de devastação.
A decisão do principal financiador da produção rural no país reforça a campanha pela conservação da floresta. “Esse é um passo a mais rumo ao desmatamento zero”, disse Paulo Adario, diretor da campanha Amazônia do Greenpeace. “Outras instituições financeiras deveriam seguir o exemplo e ajudar o país a eliminar a chaga do desmatamento, nossa principal contribuição para as mudanças climáticas.”
A prova de que isso é possível está nos números do Programa de Monitoramento do Desmatamento da Amazônia (Prodes) anunciados nesta manhã pelo governo. De acordo com os dados, gerados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 6.451 quilômetros quadrados de floresta foram derrubados entre agosto de 2009 e julho de 2010. É a menor taxa da história, e 14% abaixo dos valores registrados no período anterior.
“A má notícia é que 6,4 mil quilômetros quadrados ainda é muito desmatamento. Houve grande perda de biodiversidade e enormes emissões de CO2”, diz Adario. “A boa notícia é que os números confirmam uma tendência de queda continuada desde 2005. Essa queda expressiva e prolongada num momento de expansão da economia brasileira é um sinal eloquente de que o país está perto de vencer a guerra contra o desmatamento e zerá-lo até 2015 enquanto gera alimentos, emprego e renda.”
A entrada do Banco do Brasil na moratória da soja _- que tem tudo para colocar mais um prego no caixão do desmatamento na Amazônia - foi firmada na manhã de hoje durante encontro na sede do banco em Brasília entre os coordenadores do Grupo de Trabalho da Soja (GTS) Paulo Adario, do Greenpeace, e Carlos Lovatelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, e o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Luís Carlos Guedes Pinto. Na ocasião, Guedes assegurou que o banco adotará os critérios da moratória da soja na análise para liberação de crédito. Segundo ele, “a moratória é um exemplo de que o país só tem a ganhar com o fim do desmatamento”.
O compromisso assinado pelo BB inclui o não financimento da produção de soja em áreas desmatadas a partir de julho de 2006 no bioma Amazônia; a exigência de regularização ambiental das propriedades para a concessão de financiamento e abertura de linhas de crédito para recuperação de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente.
A adesão do BB à moratória – adotada pela indústria após pressão do Greenpeace contra o envolvimento do setor de grãos no desmatamento do bioma – significa que os fazendeiros que desmataram depois de 24 de julho de 2006 não terão mais acesso ao crédito do banco estatal. Sem dinheiro no bolso, o fazendeiro perde o principal incentivo para fazer plantios em áreas recém-devastadas.
De acordo com dados do Anuário Estatístico de Crédito Rural, cerca de R$ 90 bilhões foram destinados ao crédito rural na Amazônia Legal entre 1995 e 2009. Só no Bioma Amazônia foram R$ 40 bilhões. Metade dos recursos foi para fazendas de gado e plantações de soja. No mesmo período os fazendeiros derrubaram 271 mil quilômetros quadrados de floresta, área equivalente ao Estado de São Paulo.
 O Brasil vive um momento positivo na luta pela proteção das florestas. A sociedade, empresas produtoras e consumidores dão claras demonstrações de que não aceitam mais a derrubada de árvores para abrir espaço para o agronegócio. O desmatamento zero virou um tema comum a políticos, ambientalistas e fazendeiros. “O país está convencido de que é preciso e possível parar de desmatar”, diz Adario.
O monstro do desmatamento, no entanto, não está morto. Se o Congresso aprovar mudanças no Código Florestal que desvirtuem a legislação de proteção ambiental, como quer a bancada ruralista, anistiando desmatadores e reduzindo a proteção da floresta, o monstro pode acordar com fome. “Esse projeto de lei coloca em grande risco todo esforço feito até agora, e tem o potencial de interromper esse momento virtuoso para a Amazônia.”

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A morte de Barack Obama

Nos Estados Unidos, o medo venceu a esperança.
As incertezas e fracassos de seu governo são um prato cheio para a revigorada ultra-direita estadunidense, com todo o apoio de suas redes de comunicação.

Do Blog da Cidadania, de Eduardo Guimarães

A morte de Barack Obama

Apesar de continuar respirando, caminhando, falando e tudo o mais que faz qualquer ser vivente, Barack Obama está morto. Faleceu politicamente devido a uma enfermidade que exterminou a tantos outros líderes políticos americanos: a covardia.
Quando tomou posse como presidente dos Estados Unidos, em janeiro de 2009, pessoas como eu exaltaram as possibilidades e o simbolismo magníficos que envolviam a chegada do primeiro negro à presidência daquele país. Enganamo-nos. Não entendêramos que homem algum governa o império americano.
Obama foi um covarde. Não teve coragem de enfrentar o sistema e, por isso, vai chegando à segunda metade de seu mandato sitiado pela oposição ultra conservadora e atolado em impopularidade crescente, que, inclusive, refletiu-se no recente desastre eleitoral que o seu governo sofreu no poder legislativo.
Seis meses depois da posse, mais especificamente em 4 de junho de 2009, Obama visitou o Egito, quando tirou a foto que ilustra este texto. Naquela oportunidade, fez um longuíssimo discurso, falou em democracia, Estado de Direito etc., tudo em franca confraternização com o ditador Hosni Mubarak, que já chegava ao fim da terceira década no poder.
A foto em questão foi tirada poucos dias antes da crise que explodiria no Irã a partir de 12 de junho de 2009, com os choques de rua que passaram a ocorrer depois que a oposição iraniana não quis aceitar a vitória de Mahmoud Ahmadinejad.
Naquele momento, com a crise política no Irã, onde há uma oposição infinitamente mais vigorosa que no Egito, teve início campanha dos EUA contra Ahmadinejad. Campanha que, ano passado, resultou até em ameaças veladas de intervenção militar no Irã, mas que, ao menos até agora, ficaram apenas nas sanções econômicas.
Já em relação ao Egito, poucos dias antes do agravamento da crise o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmara que os problemas do país só poderiam ser solucionados “pelos próprios egípcios”. E Obama, até o momento, nem cogitou interromper a ajuda militar de bilhões de dólares que o seu governo continua dando àquele regime.
Que esperar de Obama nos menos de dois anos que lhe restam no poder? Nada, por óbvio. Muito provavelmente nem será reeleito. Sempre por covardia, seu governo não promoveu praticamente nenhuma das reformas que o slogan Yes, We Can sugeria que seriam promovidas.
De alguma forma, Obama me lembra de Celso Pitta, o pobre coitado que Paulo Maluf usou para evitar que o PT conquistasse a prefeitura de São Paulo e que chegou a inspirar esperança justamente por ser uma espécie de Obama tupiniquim – bonitão e negro –, mas que foi um imenso desastre. Até por conta da massa falida que herdou do padrinho político.
A eleição de Obama poderia ter sido a redenção dos tão sofridos negros americanos e um presente para o mundo, mas só serviu para reforçar estereótipos racistas. Obama, portanto, está politicamente morto. E afundou abraçado com a esperança que despertou.

"Amo muito tudo isso"

O Slogan da franquia Mac Donalds, provavelmente, não é repetido por seus funcionários

Do Blog do Altamiro Borges:

McDonald’s é multado em R$ 13,2 milhões

Por descumprir acordos trabalhistas, a poderosa rede de fast food McDonald’s será obrigada a destinar R$ 11,7 milhões, nos próximos nove anos, à promoção de campanhas publicitárias contra o trabalho infantil. A punição foi aplicada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e passou a valer a partir de janeiro. A multinacional estadunidense ainda deverá doar outros R$ 1,5 milhão à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) para a aquisição de equipamentos de reabilitação física.
A decisão representa um duro golpe na imagem do McDonald’s. Entre as irregularidades, o MPT listou a ausência da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e da emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), alimentação inadequada e a falta de vestiários. Em algumas franquias, o expediente ultrapassava o limite legal de duas horas extras diárias e os funcionários não tinham descanso semanal previsto em lei. O McDonald’s também é acusado de dificultar a sindicalização dos trabalhadores.
Abusos na multinacional são antigos
As primeiras denúncias por descumprimento de acordos coletivos foram feitas pelo Sinthoresp (Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Hospedagem, Gastronomia, Alimentação de São Paulo), em 1995. A batalha jurídica foi prolongada e dura, mas agora deu seus frutos. “Foi uma vitória. As empresas têm de cumprir as leis trabalhistas e, se não estiverem dispostas a respeitar os direitos dos trabalhadores, devem ser punidas”, disse o presidente da entidade, Francisco Calasans.
Numa reportagem de dezembro passado, a própria revista Época lembrou que os abusos trabalhistas na rede são antigos. “Em 2008, o MPT e o McDonald’s firmaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), estabelecendo prazos para a adequação das condições de trabalho dos empregados da rede. Recentemente, ao constatar que os itens do TAC não estavam sendo cumpridos, o MPT ameaçou aplicar multa milionária à rede. O acordo da campanha publicitária e da doação à USP serviu para evitar a multa. Ele não desobriga o McDonald’s a encontrar soluções para os problemas trabalhistas listados na Ação Civil Pública original.
 
Nota do blogueiro: Infelizmente, multinhas como essas são pagas com sorrisos pelos criminosos, após vários anos de recursos legais.
O fechamento e a cassação do direito de operação dessas empresas causaria algumas mudanças, mas quem teria coragem?
Os açougueiros que chefiam essas empresas continuarão acumulando resultados, excelentes lucros construídos pelos massacrados subempregados.