domingo, 31 de maio de 2009

Post do Conversa Afiada: O Trololó do Zé Pedágio.

Vaiado por professores, Serra argumenta: “não somos de trololó″

Dois temas vetados por Serra: mortes na cratera do metrô e o significado de trololó

O governador José Serra foi vaiado por professores estaduais em Ribeirão Preto. Segundo reportagem da agência Estado, Serra foi chamado de “ditador”. O governador usou novamente uma expressão já incorporada a seu vocabulário para se defender. “Nós não somos de trololó“, disse ele:

29/05/2009 - 21h25

Serra é vaiado por professores em Presidente Prudente
O governador de São Paulo, José Serra, foi vaiado nesta sexta-feira (29) por professores e servidores da saúde durante uma visita a Presidente Prudente, no interior paulista, para inaugurar obras.

Durante o discurso, o governador chegou a ser chamado de “ditador” pelos manifestantes. Em resposta aos gritos - de “ditador, ditador” -, Serra ironizava: “Eles são contra a saúde, são contra até os deficientes (referindo-se a projetos que beneficiam deficientes). São de seitas e ‘partidecos’. Nós governamos para toda a população de São Paulo. Não somos de ‘trololó′”, disse Serra.

“Ele não negocia nem paga o dissídio dos professores desde 2006. Não repassa nem a inflação acumulada e não discute o reajuste salarial com os professores”, acusou Agripino Miguel Costa, conselheiro regional do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

Os professores querem reajuste salarial de 27,5%, enquanto os servidores da Saúde pedem reposição salarial de 47%. No começo da noite de hoje os professores estaduais decidiram entrar em greve a partir de quarta-feira. Leia a íntegra do texto no Estadão Online.

Além disso, os professores estaduais decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, a partir de quata-feira, informa a Folha Online:

Saiba porque as universidades estaduais de SP também vão parar

E entenda como a pornografia chegou aos livros do ensino fundamental no estado

Para entender a putaria educacional do Zé Pedágio

Clique na imagem para ampliá-la. Ou de acordo com a linguagem pedagógica tucana: "Clica aí pôrra"

A tucanalha paulista adquiriu uma série de livros didáticos, nos quais a Bolívia não existia e onde foram criados o "Paraguai do Norte e o do Sul" e distribundo-os na rede pública de ensino de São Paulo, não satisfeitos adquiriram também ua coletânea de poesias recheadas de palavrões e insinuações de conotação sexual e distribuíram entre as séries iniciais.
Para entender esses "fenômenos literários do tucanato paulista" o blog Cloaca News apresenta a reportagem investigativa (mesmo) abaixo:

Secretário da Educação de Serra é lobista de editora de livros didáticos

Escritório do tucano é vizinho de porta de cliente controlado por gigante mundial do setor


O deputado federal licenciado e atual Secretário da Educação do governo tucano de José Serra, Paulo Renato Souza, é também o feliz proprietário da PRS Consultores, empresa criada em 2003, especializada na “Indústria do Conhecimento”.
No rol de clientes desse insuspeito empreendimento cultural, é possível identificar alguns gigantes do mercado brasileiro de livros didáticos, como as editoras Positivo, Moderna e Santillana. Esta última, por sinal, é um caso à parte, já que, além de controlar as operações da própria Editora Moderna, tem sob seu domínio as editoras Objetiva, Salamandra e Richmond, o Sistema Uno de Ensino e a empresa de avaliação educacional Avalia. Guarde este último nome: AVALIA. Agora, sente-se, por favor.
Observe o endereço da Avalia: Avenida: São Gabriel, 201, conjuntos 1408, 1409 e 1410, no 14º andar do Edifício Garden Tower Business, no chiquérrimo bairro paulistano do Itaim Bibi.
E veja onde funciona a difusora da "indústria do conhecimento" de Paulo Renato, ex-ministro da Educação de FHC: Av. São Gabriel, 201, conjunto 1406.
Para começar a compreender o que está por trás do pornográfico relacionamento dos tucanos com essa pujante "indústria do conhecimento", sugerimos que você clique aqui e releia o artigo de Rui Falcão, publicado em 03/10/2007, no Blog do Favre.
Já podemos adiantar aos leitores deste Cloaca News que temos mate na cuia. A semana promete.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Os mutantes do PSDB.


Meus quatro leitores e meio (meu filho gosta de ver as figurinhas) devem lembrar-se dos nostálgicos seriadinhos de heróis japoneses, nos quais a ambição humana, e seus resíduos tóxicos, criavam monstros gigantes (muito engraçados), que toda a semana destruíam metade de Tókio, até sua derrota, frente ao, também gigante herói.
Buenas, lembrei dessas séries ao ler o texto abaixo, que fala no reflexo das políticas do tucanato paulista no meio ambiente e, na saúde pública. O texto foi extraído do site Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim:


Chuíça(*) mosquito da elefantíase engorda em São Paulo.

O Conversa Afiada recebeu essa valiosa colaboração do navegante amigo Gustavo:
Contribuição dos tucanos para SP (Chuíça *): mosquitos do Rio Pinheiros, que transmitem elefantíase, estão 20% maiores
Gustavo Cherubine
PHA, olha uma contribuição dos tucanos para o mundo.


Mosquito do rio Pinheiros está maior, diz pesquisa da USP
26 de maio de 2009 • 09h46 • atualizado às 12h18

Uma pesquisa do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP sobre as populações do mosquito Culex quinquefasciatus, transmissor do verme causador da filariose ou elefantíase no Brasil, indica que os insetos da área do rio Pinheiros, em São Paulo, estão cerca de 20% maiores do que os encontrados em outras regiões, mudança verificada após coletas feitas por pesquisadores desde 2004.
Os mosquitos mostraram-se também mais resistentes à poluição do rio e aos inseticidas aplicados pelo Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura do município. Segundo a pesquisa, o local é um dos ambientes preferidos para reprodução do mosquito por causa dos altos índices de poluição da água por esgoto doméstico, já que os poluentes orgânicos são alimento para essa espécie.
A pesquisa empregou uma técnica recente e ainda pouco conhecida, a Morfometria Geométrica, uma ferramenta matemática que permite descrever alterações morfológicas complexas em processos biológicos e evolutivos.
Em matéria publicada pela agência USP, o biólogo e professor de pós-graduação Lincoln Suesdek, afirmou que a pesquisa pode ajudar não só no combate ao inseto, como também no controle à poluição. “Se estivermos corretos, o mosquito funcionaria como bioindicador dos níveis de poluição do rio e auxiliaria em políticas governamentais e ações sociais que visem à melhoria da qualidade das águas fluviais. Além disso, o emprego inadvertido de inseticidas também deverá se revisto, já que nesse caso, não tem funcionado como previsto”, disse.Conforme avaliação do biólogo, o inseto vem apresentando “surpreendente” facilidade em se adaptar a novos ambientes e também aos inseticidas mais comumente usados, além de estar evoluindo muito rapidamente.
Para os pesquisadores, é preciso que o Centro de Controle de Zoonoses, órgão da prefeitura responsável pelo combate ao inseto, reveja suas estratégias. Além de fazer uma troca periódica do inseticida, seria necessário deixar as margens livres de mato, combater a poluição e aumentar a velocidade da água, porque o inseto se reproduz em água parada.Redação Terra
De Empresa de Zé Pedágio faz publicidade - e greve, 26/05/2009, 12:53
(*) Chuíça é como a elite de São Paulo gostaria que o resto do Brasil pensasse que São Paulo é: uma combinação do dinamismo econômico da China com o IDH da Suíça.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Do Agente 65: O Rei do Abafa

Quando envolve os seus, abafa: Solidária, Banrisul...
"Meus irmãos. Vivemos um dos momentos mais difíceis da história política brasileira. Os casos de corrupção que atingem os mais diversos níveis da administração pública causam repulsa na população que, a continuar essa situação, deixará de acreditar na política e nos seus agentes. Mas nesta hora, meus companheiros, o PMDB não pode omitir-se.
O nosso partido, que liderou a retomada da democracia e tem uma história respeitável em defesa dos interesses do Brasil, deve acentuar seu compromisso com o futuro do País e com as pessoas que acreditaram e continuam acreditando na nossa capacidade de agir.
Por isso, convoco o PMDB do Rio Grande do Sul para fazermos uma cruzada pela ética e pela responsabilidade que, a exemplo da trajetória de garra e de luta do PMDB pela defesa da pátria e do social, construamos um projeto nacional de governo. Vamos começar aqui pelo Rio Grande do Sul, em nosso Congresso Estadual."
Que belas palavras! Sem dúvida um discurso exemplar, não acham? Pois sabem quem o proferiu? Pedro Simon, o senador falastrão e baluarte da moralidade. O mesmo senador que silencia ante a CPI da Corrupção aqui no estado e que acusa o Ministro da Justiça de se utilizar da Polícia Federal e depois diz não lembrar de tê-lo feito.
Até quando teremos este tipo de gente eleita com o voto popular no estado? Que faz do que diz e escreve letra morta na prática. O texto acima está num texto que o velhote distribuiu na convenção estadual do partido realizado neste final de semana na Assembléia. Pobre de nós que conhecemos esta gente de perto e reconhecemos sua vilania, quisera que fosse diferente.
Nota do blogueiro: Que texto emocionante, adorei o fim dele, quando depois de falar em "cruzada pela ética" o Senador afirmou que devem começar pelo RIo Grande do Sul:
- Viva. O PMDB vai assinar o pedido de CPI na Assembléia Legislativa do Estado. Vai ajudar a dar um basta aos sucessivos escândalos do governo do qual é parte integrante. Vai renunciar a todos os cargos desse governo pois não podem iniciar uma cruzada pela ética com merda até o pescoço.
Vai abrir comissão de ética para julgar os casos de membros do partido envolvidos nos "esquemas" espalhados pela Província? Vai expulsá-los do partido, sem se importar com a perda de "puxadores de votos" e "arrecadadores" para as eleições.
Menos Cristiano. Pare de escrever besteiras.
Deve ser o horário, o excesso de trabalho, o cansaço, excesso de filmes de terror, alguma doença, o clima do centro do país...

Em blog de Tucano, Lula "dá de relho".

O Senador Álvaro Dias, do PSDB, ou a equipe que mantém seu blog, deve estar de cabelo em pé, diante do quadro que se criou com a postagem de uma enquete, na qual perguntavam "Quem foi o melhor presidente para o Brasil, FHC ou Lula?".
No blog do tucano, 66% dos votantes escolheram Lula, e módicos 34% FCH.
O ridículo comentário abaixo foi feito pelo Senador, ou por quem mantém seu blog:
"Não concordo com a opinião da maioria dos votantes em nossa enquete, mas respeito. A democracia tem que ser vivida mesmo quando nos contraria. Resultado final : FHC 34%, Lula, 66%."
Senador Álvaro Dias, ou quem mantém seu blog.
Que fiasco. Nem entre os seus conseguem uns votinhos, e numa simples enquete. Mas faço uma sugestão ao Senador, ou a quem mantém seu blog: Façam uma pesquisa como essa entre os membros do seu gabinete, acredito que assim o resultado não vai ser tão desfavorável.
Acredito.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Falando no Hermenauta.

Post extraído do blog do Hermenauta, no qual comenta afirmações absurdas de membros do PSDB e do PPS (partido cujo nome amedronta seus membros):

HEIN?
Deu no Estadão. Leia uma vez:
“PPS, PSDB e DEM criticam tributação de poupança
BRASÍLIA – O PPS, o PSDB e o DEM criticaram, em nota conjunta, a decisão do governo anunciada hoje de tributar os rendimentos da caderneta de poupança com depósitos acima de R$ 50 mil a partir de 2010, se a taxa básica de juros, a Selic, ficar abaixo dos atuais 10,50% ao ano. “O governo quebrou a confiança dos poupadores, taxou a caderneta e desonerou os investidores”, disse o presidente do PPS, Roberto Freire, de acordo com o comunicado.
O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), afirmou, conforme a nota, “que o PPS tinha razão em denunciar a intenção do governo de intervir na poupança”. No texto, os partidos de oposição afirmam que, mesmo sabendo que a caderneta de poupança “é o único refúgio da economia popular”, o governo anunciou uma tributação permanente.”
Não precisa ler de novo. Você leu direito, o PPS é que ficou maluco:

“(…) o único refúgio da economia popular“

Agora saia por aí contando quantos populares têm 50 mil na poupança…

Nota do blogueiro: Finalmente entendi o sentido de "Popular" no nome do PPS, falta um dia, alguém explicar o do "Socialista".

Não precisamos de um ministro que diga uma bosta dessas.


O Ministro das Comunicações, o PMDBista e ex-repórter da Globo, Hélio Costa, no afã de defender os interesses das grandes empresas de comunicação (entre elas os do eterno patrão), sugeriu aos jovens brasileiros que desliguem os computadores e... assistam a TV.
Como se justifica tamanha merda? É o discurso de um Ministro de Estado, ou o de um ex-apresentador de um programa de quinta como um "Linha Direta"? É o discurso de um agente público ou de mais um dos assalariados dos Marinho?
Como se precisasse mandar brasileiros assistir a tv. Pode faltar geladeira na casa de um brasileiro, mas não a novela das dez, das oito, das sete, das seis, das cinco, das duas, dos big brotheres e dos palanques direitosos travestidos de jornais.
É foda, ainda mais sendo um ministro do Governo Lula.

O texto abaixo foi extraído do blog Zero Fora:

O Ministro, os jovens e a TV

Certa tarde de domingo, os desafortunados espectadores do Domingão do Faustão assistiram a mais ou menos o seguinte diálogo inusitado entre o apresentador Fausto Silva e a cantora Adriana Calcanhoto:
Fausto: Você gosta de música?
Adriana: Não, eu não gosto de música. Eu odeio música!
O diálogo acima foi inusitado pela resposta irônica da entrevistada, a qual é bem inteligente. Mas não é inusitado pela pergunta estúpida do apresentador. No Faustão, geralmente os entrevistados fazem cara séria, e respondem às perguntas estúpidas como se fossem perguntas inteligentes. Poucos não suportam a estupidez e chutam o pau da barraca, como Adriana Calcanhoto fez. Programas de TV são povoados por perguntas e pressupostos estúpidos como os que regem a escolha de perguntas de Fausto Silva. (Lembre do "Homer" visualizado pelo jornalista responsável pelo Jornal Nacional.) A doutrina por detrás dessa escolha é que o incompreensível afasta o público, o compreensível o atrai. E a TV quer público em quantidade, pois é remunerada pela quantidade de público. Assim, o pessoal da TV faz perguntas estúpidas na TV e apresenta programas estúpidos porque assim supostamente mantém a audiência dos que não são estúpidos, pois esses podem compreender uma estupidez, e não afasta a audiência dos estúpidos, pois esses compreendem o que é suficientemente estúpido para seu nível de compreensão.
A doutrina acima é perversa, pois estimula a estupidez, e essa não é um bem social, nem deve ou precisa ser estimulada. Podemos chamar tal doutrina da TV de doutrina da estupidez. Se essa doutrina está certa, então os mais estúpidos não são afastados, e os mais espertos aguentam o que é estúpido, pois isso ao menos é compreensível, e todos querem o conforto do conhecido, todos têm medo do desconhecido.
Bem, mas a doutrina está errada, pois nem todos têm medo do desconhecido, e os mais espertos preferem programas mais espertos. Eis porque, com a vulgarização do acesso à internet e a outras mídias onde todos podem produzir conteúdo, e há mais inteligência, houve migração e transformação de espectadores da TV para agentes do universo da web. E assim a TV e outras mídias que se regem pela doutrina da estupidez perderam público.
Entra o ministro das comunicações do Brasil, o sr. Hélio Costa. Ele está muito preocupado com o faturamento das empresas de rádio e TV, nem um pouco preocupado com a nocividade da estupidez para os jovens, como mostra a seguinte notícia:
Juventude tem que “despendurar” da internet e voltar a ver TV, diz ministro
A abertura do 25º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, promovido pela Abert, nesta terça-feira, 19, contou com um comentário inusitado do ministro das Comunicações, Hélio Costa. O ministro fez uma defesa arraigada do setor de rádio e televisão, e sugeriu que os jovens devem usar menos a internet e assistir mais programas de TV e de rádio.“Essa juventude tem que parar de só ficar pendurada na internet. Tem que assistir mais rádio e televisão”, afirmou o ministro em seu discurso, após relembrar a distância entre o faturamento da radiodifusão e das telecomunicações. “O setor de comunicação fatura R$ 110 bilhões por ano. Desse total, somente R$ 1 bilhão é do rádio e R$ 12 bilhões das TVs. O resto vocês sabem muito bem onde está”, provocou o responsável pelas comunicações do país.” (Teletime)
O Hermenauta comenta:
Vejam que o Ministro não está dizendo que os jovens têm que largar a internet e ir namorar, ou estudar, ou praticar esportes. Está dizendo que os jovens têm que despendurar da internet -- que é uma indústria de telecomunicações -- e se pendurar na televisão -- que é uma outra indústria de telecomunicações, mas é mais próxima ao Ministro.
E, por que os jovens têm que voltar para a TV? Ora, porque o setor de rádio e TV fatura apenas 13 bilhões/ano de um total de 110 bilhões/ano faturado pelo setor de comunicações, só por isso!
Ainda bem que Hélio Costa não é ministro da saúde, pois ele poderia ser convidado a palestrar em um congresso da indústria farmacêutica, e acabaria reclamando das pessoas que abandonam o cigarro e não desenvolvem câncer e das pessoas que abandonam o açucar e não desenvolvem diabetes.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Garota-Propaganda de José Serra continua com medo

Regina Duarte também tem medo de Índio

A atriz global e pecuarista Regina Duarte, em discurso na abertura da 45ª Expoagro, em Dourados (MS), disse que está solidária com os produtores e lideranças rurais quanto à questão de demarcação de terras indígenas e quilombolas no estado.
“Confesso que em Dourados voltei a sentir medo”, afirmou a atriz, neste domingo (18), com referência à previsão de criação de novas reservas na região de Dourados. “O direito à propriedade é inalienável”, explicou ela, de forma curta, grossa e maravilhosamente elucidativa o que faz do BRASIL um brasil. Em verdade, ela deve estar sentindo medo desde a campanha presidencial de 2002…
(O deputado Ronaldo Caiado, principal defensor desses princípios, deveria cobrar royalties de Regina Duarte… Inalienáveis deveriam ser o direito à vida e à dignidade, mas terra vale mais que isso por aqui.)
“Podem contar comigo, da mesma forma que estive presentes nos momentos mais importantes da política brasileira.” Ela e o marido são criadores da raça Brahman em Barretos (SP).
Dos 60 assassinatos de indígenas ocorridos no Brasil inteiro em 2008, 42 vítimas (70% do total) eram do povo Guarani Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, de acordo com dados Conselho Indígenista Missionário (Cimi). “Ninguém é condenado quando mata um índio. Na verdade, os condenados até hoje são os indígenas, não os assassinos”, afirma Anastácio Peralta, liderança do povo Guarani Kaiowá da região.
“Nós estamos amontoados em pequenos acampamentos. A falta de espaço faz com que os conflitos fiquem mais acirrados, tanto por partes dos fazendeiros que querem nos massacrar, quanto entre os próprios indígenas que não tem alternativa de trabalho, de renda, de educação”, lamenta Anastácio Peralta.
A população Guarani Kaiowá é composta por mais de 44,5 mil. Desse total, mais de 23,3 mil estão concentrados em três terras indígenas (Dourados, Amambaí e Caarapó), demarcadas pelo Serviço de Proteção ao Índio (criado em 1910 e extinto em 1967), que juntas atingem 9.498 hectares de terra. Enquanto os fazendeiros, muitos dos quais ocuparam irregularmente as terras, esparramam-se confortavelmente por centenas de milhares de hectares. O governo não tem sido competente para agilizar a demarcação de terras e vem sofrendo pressões até da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA). Mesmo em áreas já homologadas, os fazendeiros-invasores se negam a sair - semelhante ao que ocorreu com a Raposa Serra do Sol.
É esse massacre lento que a pecuarista apóia, como se as vítimas fossem os pobres fazendeiros. Só espero que, na tentativa de apoiar a causa, ela não resolva levar isso para a tela da TV, em um épico sobre a conquista do Oeste brasileiro, nos quais os brancos civilizados finalmente livram as terras dos selvagens pagãos.

Nota do blogueiro: Saiu igualzinha ao chefe.
Esses terroristas são os primeiros a anunciar que tem medo. Eles produzem o medo. Escolhem seus alvos (o povo ou suas organizações sociais por exemplo)tipificam, rotulam, redefinem estigmatizam e por fim afirmam: "Tenho medo", com toda a sua carinha de novela, e o ranço ideológico de um Charlton Reston.
Aí o estrago está feito. O povo mais noveleiro do mundo (engolem cinco novelas por dia e não mudam de canal) segue cegamente, como o gado criado pela pecuarista global.

domingo, 17 de maio de 2009

Na contramão

Temos um grande alerta, sobre as consequências do agravamento dos efeitos do Aquecimento Global. Até mesmo os mais reacionários líderes mundiais já admitira sua existência e, em parte, seus efeitos e consequências.
O que deveríamos esperar em termos de mudanças na legislação ambiental? Maior proteção ao meio-ambiente, trâmites de análise do impacto ambiental de obras e investimentos mais severos e criteriosos, mais vigor na fiscalização de crimes ambientais, enfim dificultar ao máximo a degradação do meio-ambiente.
Mas infelizmente não é assim que pensam nossos latifundiários, seus lobistas, parlamentares e puxa-sacos, como o texto abaixo, extraído do site da agência Carta-Maior, relata:

Ruralistas iniciam sua maior ofensiva contra leis ambientais

Seja por intermédio de suas bancadas na Câmara e no Senado ou através de suas entidades de classe, os setores ligados ao agronegócio e às obras de infra-estrutura estão mobilizados de Norte a Sul para reverter pontos da legislação ambiental por eles considerados como um entrave ao desenvolvimento produtivo do país.

Maurício Thuswohl
RIO DE JANEIRO – Ao que tudo indica, os últimos 18 meses do governo Lula serão marcados por uma forte ofensiva ruralista contra os avanços conquistados pelo Brasil em sua política ambiental. Seja por intermédio de suas bancadas na Câmara e no Senado ou através de suas entidades de classe, os setores ligados ao agronegócio e às obras de infra-estrutura estão mobilizados de Norte a Sul para reverter pontos da legislação ambiental por eles considerados como um entrave ao desenvolvimento produtivo do país. Essa contra-ofensiva passa pela aprovação no Congresso de duas Medidas Provisórias que alteram o atual Código Florestal e também pela tentativa de retirar da União e transferir aos estados a prerrogativa de definir as políticas ambientais.
Já aprovada na Câmara, encontra-se agora em discussão no Senado a MP 452 que, apesar de originalmente tratar da regulamentação do Fundo Soberano, leva de “carona” uma emenda feita pelo relator, deputado José Guimarães (PT-CE), que acaba com a obrigatoriedade de concessão de licença ambiental para as obras a serem realizadas em rodovias federais já existentes. Além disso, a MP 452 também estabelece o prazo máximo de 60 dias para que o Ibama conceda as licenças de instalação para obras em rodovias, o que, na prática, fará com que estas obras possam ser iniciadas sem a obtenção das licenças.
Existem atualmente em processo de análise no Ibama 183 pedidos de licenciamento em rodovias, dos quais apenas 82 já receberam licença prévia do órgão ambiental. As obras do PAC são responsáveis por 140 destes pedidos, fato que faz com que os parlamentares ligados ao agronegócio estejam otimistas em receber o decisivo apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Até o momento, nem o presidente nem a ministra externaram suas posições.
Outra Medida Provisória que aguarda votação na Câmara, onde deverá ser aprovada, é a MP 458, que trata da regularização fundiária de terras pertencentes à União localizadas nos nove Estados da Amazônia Legal. Quando foi enviada ao Congresso pela Presidência da República, a MP 458 contava com o apoio do movimento socioambientalista, pois tinha forte cunho social ao determinar a regularização de propriedades de até 1,5 mil hectares. No entanto, as modificações introduzidas pelo relator, deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), desfiguraram a MP.
Entre as alterações sugeridas por Bentes - e rejeitadas pelos ambientalistas - estão a inclusão de áreas devolutas localizadas em faixa de fronteira, além de outras áreas sob domínio da União, no processo de regularização fundiária, e também a retirada da exigência de que o ocupante não seja proprietário de imóvel rural em qualquer parte do território nacional. Além disso, o texto que deverá ser aprovado pelos deputados exclui o parágrafo que impedia a regularização de área rural ocupada por pessoa jurídica: “Essas novas regras legalizarão a grilagem, aumentarão a concentração fundiária e a violência no campo e incentivarão o desmatamento”, resume Raul do Valle, que é coordenador do Programa de Política e Direito Socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA).

Senado decide
Assim como no caso da MP 452, caberá ao Senado dar a exata medida das chances políticas que tem a MP 458, na forma como está, de se tornar realidade. A disputa em torno das duas Medidas Provisórias será protagonizada por duas parlamentares de peso. De um lado, Kátia Abreu (DEM-TO), que é presidente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) e tem se destacado como a maior liderança política dos ruralistas nesses seis anos e meio de governo Lula. Do outro, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PT-AC), que tem enorme prestígio internacional e é a principal porta-voz política do movimento socioambientalista brasileiro.
Em discurso realizado na tribuna do Senado na semana passada, Marina afirmou que “segmentos do agronegócio e da infraestrutura se revezam em um jogral de satanização das conquistas ambientais que a sociedade brasileira conseguiu inscrever no arcabouço legal de nosso país”. Segundo a ex-ministra, estes setores “agora estão imbuídos em convencer a sociedade brasileira de que a legislação que protege o que restou da floresta, que protege a nossa biodiversidade e as margens dos rios é a maior inimiga para o crescimento e expansão da agricultura no país”.

Novo Código
Kátia Abreu, por sua vez, alia o comando da pressão ruralista no Senado à articulação nacional das principais entidades representativas dos grandes produtores. Também na semana passada, a senadora levou ao Congresso uma proposta elaborada em conjunto pela CNA e pela Sociedade Rural Brasileira (SBR) que sugere uma ampla reformulação no Código Florestal.
Entre as mudanças propostas pelos ruralistas estão o fim da obrigatoriedade de recompor as Áreas de Proteção Permanente (APPs) no mesmo bioma onde houve desmatamento, a permissão para compor 50% da reserva legal com espécies exóticas ao bioma e a manutenção das áreas “consolidadas pela agricultura” mesmo em biomas considerados ameaçados.
O ponto fundamental de um novo “Código Ambiental Brasileiro”, de acordo com o desejo dos ruralistas, seria a transferência para os Estados da atribuição de definir as políticas ambientais, o que hoje é prerrogativa exclusiva da União: “Se o governo federal descentralizou a saúde e a educação, por que não o meio ambiente também? Cada Estado tem suas peculiaridades ambientais e agrícolas e pode deliberar sobre elas”, diz Kátia Abreu.

Governadores ruralistas
A pressão no Congresso - onde 33 propostas de alteração do Código Florestal já foram protocoladas por parlamentares ruralistas - acontece paralelamente à ação dos governadores mais ligados à cartilha do agronegócio. O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique Silveira (PMDB), deu a largada ao usar sua maioria na Assembléia Legislativa para aprovar um código florestal estadual que, entre outras afrontas à legislação federal, reduziu para cinco metros a faixa de proteção das matas ciliares (localizadas às margens dos rios e lagos).
As alterações na legislação ambiental apoiadas por Luiz Henrique em seu estado são objeto de três Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) movidas, respectivamente, pelo PV, pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público de Santa Catarina. Ainda assim, outros governadores, como Aécio Neves (PSDB) de Minas Gerais, falam em seguir o exemplo catarinense e já mobilizam suas bases de deputados para criar um código ambiental estadual.
A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), foi a mais recente adesão ao movimento de pressão pela criação de legislações ambientais estaduais que contradigam as leis federais. Mesmo acossada por uma ameaça de impeachment, Yeda encontrou tempo para exortar seus deputados a criarem um código ambiental estadual: “Cada estado deve ter uma legislação própria para decidir os rumos de suas riquezas ambientais. O Código Florestal Brasileiro tem mais de 40 anos e precisa ser modernizado e adequado às realidades regionais”, disse.

Nota do Blogueiro: Santa Catarina quase afundou no fim do ano passado, e o Governador prega a redução das matas ciliares. Yeda, notória defensora das papeleiras quer que plantem eucaliptos até no leito do Rio Uruguai. De Aécio Neves, não se pode esperar algo diferente.
Se aprovadas essas medidas, inicio a construção de uma boa e velha palafita.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Da série: "Caíram os butiás do bolso".

É tudo culpa do Chavez, segundo o panfleto ideológio chamado Zero Hora.
Extraído do Diário Gauche:

Jornal confunde Guatemala com Venezuela
O diário Zero Hora, um dos mais destacados membros do PIG (Partido da Imprensa Golpista), agasalha (o termo está na moda no meio guasca) uma certa pulsão de destruição contra a Venezuela e o presidente Hugo Chávez. Tanto que hoje confunde um episódio político-policial ocorrido na Guatemala, país vizinho do México, com um país da América do Sul, vizinho do Brasil.
A distância entre Guatemala e Venezuela é de mais de três mil quilômetros, entretanto, o assassinato de um advogado guatemalteco foi capaz de “estremecer as instituições da Venezuela”, segundo o jornal da família Sirotsky.
Vai ver que há alguma falha tectônica nessa região caribenha e só ZH saiba do fenômeno geológico.

Nunca na história desse país...


...Trabalhadores organizados, ou movimentos sociais receberam concessões de rádio ou tv, privilégio até então, reservado aos aristocratas, latifundiários, "amigos do rei", parlamentares aliados, correligionários, "famíglias" e grandes grupos econômicos.
Alguma coisa está mudando.
Por meio de um decreto publicado no Diário Oficial, o presidente Lula concedeu ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC quatro concessões entre duas TVs e duas rádios educativas.
É claro que as novas emissoras não contarão com a benesse do poder público, em construir sua "rede", da forma como recebeu a Globo, nem poderá rivalizar com os grandes meios de comunicação, mas é uma iniciativa louvável, no sentido de democratizar algo que sempre foi de acesso restrito à elite dominante: a comunicação.
Mais infomações no blog do Onipresente.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O Rio Grande do Sul, por Hupper:





Muito mais no endereço: http://satiro-hupper.blogspot.com/

RS URGENTE: Simon apóia CPI...em Brasília.


O senador Pedro Simon (PMDB) assinou hoje pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobrás. O pedido protocolado pelo senador tucano Álvaro Dias (PR) obteve 32 assinaturas: 12 do DEM, 13 do PSDB, 1 do PDT (Cristovam Buarque), 2 do PTB e 4 do PMDB (Jarbas Vasconcelos, Mão Santa, Pedro Simon e Geraldo Mesquita). A CPI quer investigar “indícios de fraudes em licitações de plataformas e denúncias de desvios de royalties do petróleo”.

Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, Simon e outras lideranças peemedebistas decidiram não apoiar a criação de uma CPI para investigar, entre outras coisas, indícios de fraudes em licitações de obras do governo Yeda. A bancada do PMDB na Assembléia Legislativa decidiu ontem não apoiar a CPI.

Outro blog censurado?

Mais um caso de blog censurado? Quando tentei acessar o debochado blog "Amigos do Presidente Serra", encontrei a mensagem acima.
Com essa onda de blogs censurados, invadidos, roubados, blogueiros processados e todo o tipo de manifestação de "apoio à liberdade de expresão", não duvido que tenha sido expurgado. Ainda mais promovendo o escárnio dos ridículos atos do nobre pré-candidatíssimo.

Lembrem-se da "PETROBRAX".

Quem não lembra de ligar a tv, assistir a um noticioso qualquer e ver como matéria principal, mais um duto de pertóleo da Petrobrás "estourando", despejando milhares de litros de óleo em algum bairro, córrego, rio, estada ou mata? Era dia sim e dia também.
Quem não lembra dos perniciosos comentários sobre a má gestão da empresa? Dos "conflitos políticos", da "ingerência estatal", e a celebração da imprensa oligárquica à abertura do capital da empresa (primeiro passo para a privatização completa)?
Uma sucessão de desastres, culminando com a explosão e o afundamento da plataforma P-36, na Bacia de Campos, e no "incidente", onde quase ocorre o mesmo com a P-34.
Posso estar sendo meio apressado, ao atribuir a culpa por esses "eventos" ao governo tucano de FHC, e ao malogrado "projeto PetroBRAX", mas não vemos mais esse tipo de "incidente" na mídia desde a eleição de Lula. Seria porque não estão mais ocorrendo? De quem era a gestão ineficiente? Do Estado, ou dos tucanos, ávidos por "Dantizar" mais uma estatal?
Nos últimos dias o PIG vem novamente tentando enlamear o nome da Petrobrás, desmerecer sua administração, mesmo com o exceente resultado demonstrado pela empresa.
Seria uma reedição do "projeto PetroBRAX".
O texto abaixo ilustra bem o assunto, e foi extraído do blog BODEGACULTURAL:


A Rede Globo e o afã obcecado de privatizar a Petrobrás
Por Carlinhos Medeiros

Aconteceu a mesmíssima coisa com relação ao Porto de Paranaguá. Só que ali, os jornalistas sabotadores não contavam com a força visionária de um governador audaz, Roberto Requião, que descobriu as patifarias e foi para o confronto direto, denunciando-os por lançar mentiras sobre o porto público em várias oportunidades.
Para quem não lembra, o primeiro ataque foi quando a caravana de Pedro Bial esteve no Porto, viu uma fila diante do terminal privado da Cargill e atribuiu-a à ineficiência do porto público. (Ainda bem que Bial foi para o BBB).
No segundo eles foram mais ousados: usaram imagens de arquivos como se fossem atuais, fato prontamente desmentido pelo governador e pela própria afiliada da TV Globo no Paraná, que informou a matéria não ter sido produzida no Paraná e o jornalismo local não ter informações sobre a reportagem.
Agora o alvo é a Petrobras. Aliás, há anos que ela vem sendo alvo de jornalistas inescrupulosos e sabotadores, que defendendo os interesses de empresários nacionais e estrangeiros, vem lançando todo o tipo de mentiras sobre uma das estatais mais rentáveis do mundo, e que graças ao presidente Lula chegou à auto-suficiência na produção de gás e petróleo.
Até uma simples e corriqueira operação de aporte financeiro em curto prazo, foi repercutida pela Rede Globo e congêneres como sendo um “enfrentamento de dificuldades”. Acreditem, se depender das análises de Mirian Leitão a Petrobras está insolvente.
Depois veio o “Escândalo dos Royalties da Petrobras” que nunca foi provado, contra o diretor da ANP, Victor Martins. O vira-lata Diogo Mainardi (que me perdoem os cães) e seus pares ladraram na internet que ele estaria envolvido na concessão de royalties no valor de um bilhão e trezentos milhões de reais, e levando propina no valor de duzentos e sessenta milhões de reais a título de honorários.
Como sempre, eles publicam suas mentiras fedorentas e não conseguem provar. E agora então, que a lei do jornalismo foi revogada, eles podem dizer o que quiserem que não serão acionados. É a bandidagem jornalística agindo em nome da "liberdade de expressão".
Já ontem, no Jornal nacional, saiu uma matéria irresponsável dizendo que a Petrobras mudou o regime de tributação, e que graças à mudança, ela recebeu R$ 4 bilhões em créditos tributários do Tesouro Nacional, é brincadeira? Segundo os diretores da Estatal, a mudança é perfeitamente permitida pela legislação em vigor, o que pretende a Globo com isso?
E vamos que vamos: "Lucro da Petrobras tem queda de quase 20% no primeiro trimestre"; entre outras manchetes depreciativas e sabotadoras nos portais da Globo e similares.
Enquanto eles promovem terrorismo-jornalístico na tentativa de depreciá-la, a ação da Petrobras atinge o preço mais alto de sua história. A estatal é a quarta maior companhia de petróleo do mundo em valor de mercado. Pelo fechamento de ontem, valia US$ 267,5 bilhões, exatos US$ 14,7 bilhões à frente da anglo-holandesa Royal Dutch Shell e atrás apenas da americana ExxonMobil, da Petrochina e da russa Gazprom.
O intuito da Rede Globo e sua casta de jornalistas venais, é desmoralizar a Petrobras para passar a impressão que ela é má gerida e que dá prejuízo ao Pais, para que Carlos Jereissati -- o caixa de José Serra --, possa comprá-la, através de falcatruas, ao preço de banana como comprou a Telebrás.
A Rede Globo e a Veja querem desgovernar o Brasil.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Direita guasca vandaliza símbolo popular no Rio Grande do Sul.


Não bastou matar São Sepé Tiaraju. Era preciso matar também a sua história.

Acaba de ser posto abaixo pelo poder municipal de São Gabriel um monumento a São Sepé Tiarajú e 1.500 companheiros mártires. Esse desrespeito aos que souberam dar a vida em favor dos irmãos do Povo Guarani e das próprias Missões Jesuíticas, se insere numa sequência de antecedentes que parecem não ter fim.

Tão logo Sepé Tiaraju e o exército guarani, no ano de 1756, foram chacinados pelos exércitos unidos de Espanha e Portugal, impérios mais fortes do mundo da época, a terra que até então era posse comunitária de todo um povo, teve como sucedânea uma economia de latifúndio. Grandes extensões de campo, denominadas sesmarias, começaram a ser apropriadas, começando pelos próprios oficiais comandantes “vencedores” da guerra guaranítica. Além da terra e das sete lindas cidades missioneiras, havia vários milhões de cabeças de gado no pampa, fruto do trabalho dos índios. Não é por acaso que até os dias de hoje, a cidade de São Gabriel, onde o povo guarani travou as batalhas definitivas, é o coração do latifúndio que é predatório de terra e opressor de gente, um dos exemplos brasileiros mais significativos da urgência em se realizar a reforma agrária.

No ano de 1956, quando se completavam os 200 anos do martírio do herói popular Sepé Tiaraju, surgiu um movimento no Rio Grande com vistas a levantar um monumento em praça pública de Porto Alegre, em honra ao “índio do grito”. A pressão bateu às portas do palácio Piratini, sede do governo do Estado. Ildo Meneghetti achou por bem consultar o Instituto Histórico e Geográfico. Esta instituição deu um parecer totalmente contrário dizendo em síntese: “Sepé Tiaraju, herói português não é, porque combateu contra o império de Portugal. Tampouco é herói espanhol pelos mesmos motivos: combateu contra Espanha. Herói brasileiro menos ainda, porque o Brasil nem existia". A conclusão foi contundente: “Quem pariu mateus que o embale. Quando muito Tiaraju talvez possa ser herói jesuítico pois foram os padres que deram origem a essa figura. Eles então que lhe levantem o monumento que quiserem”. Sepé acabava de ser morto mais uma vez. Aos dois impérios que esbulharam as terras do povo guarani, governo e classe dominante do Rio Grande sucediam-lhes em crueldade, sem solução de continuidade.

No ano de 1948, uma equipe de alunos do colégio secundário “Júlio de Castilhos”, filhos de grandes fazendeiros da fronteira, saudosos da vida em suas fazendas do interior, inventaram um movimento gauchista. Adotaram a estância latifundiária dos fins do século XIX e começos do século XX como modelo e padrão do seu tradicionalismo. O MTG que anda espalhadíssimo por aí, não só no Rio Grande mas por todo o Brasil e mesmo fora do país, foi fabricado artificialmente e se consagrou como um tradicionalismo de CTG. É um gauchismo de classe dominante. Um gauchismo ou tradicionalismo às avessas, de cima para baixo. Os pobres do Rio Grande nada tem a ver com ele, nem ontem nem hoje.

O gauchismo do povão que vinha até então, isto é, até esse outro inventado pelos jovens estudantes, vinha sendo pautado, entre muitos, pelos escritores Simões Lopes Neto, Érico Veríssimo e Manoelito de Ornelas. Tem como ato fundante as Missões Jesuíticas com seu mais belo florão, São Sepé Tiaraju, ampliado depois pelos negros quilombolas com a história do Negrinho do Pastoreio e hoje apoiado integralmente pelos movimentos populares, principalmente pelos Sem-Terra e os pequenos agricultores, os operários, os desempregados, os catadores, etc. Infelizmente o gauchismo da classe dominante, o de CTG, continua sendo hegemônico até os dias de hoje.

No ano de 2006, por ocasião dos 250 anos do martírio de São Sepé e dos Missioneiros, os movimentos populares do Rio Grande se uniram e, através de uma lei aprovada por unanimidade pela Assembléia Legislativa, São Sepé Tiaraju foi proclamado herói guarani, missioneiro e rio-grandense. Foi dando concretude a essa lei assinada por todos os deputados e pelo poder executivo do estado que levantamos o Oratório-Monumento em honra de Sepé e companheiros mártires, lutadores em defesa de terra e pátria para o povo guarani. Tivemos o cuidado de erguê-lo na Sanga da Bica, no lugar exato em que tombou Sepé, por ser o primeiro monumento ao santo canonizado pelo povo.

Nesse mesmo ano de 2006, a imprensa registrou através de várias manchetes, a apropriação que os movimentos populares conseguiram fazer da figura histórica de Sepé Tiaraju, contra a classe dominante, especialmente os latifundiários que queriam se adonar do índio mártir e particularmente do seu brado histórico: “Esta terra tem dono pois foi Deus e o Arcanjo São Miguel que no-la deram em herança”.

Os latifundiários como anti-povo, tinham e têm em vista a apropriação do “índio do grito” em defesa da propriedade ferrenha das terras como latifúndios, em contraposição com os pobres Sem-Terra que desejam a posse comunitária ou então como pequenas propriedades rurais destinadas à agricultura familiar ecologicamente correta.

A classe hegemônica dos grandes proprietários rurais começa a sentir que está perdendo a guerra ideológica de seu individualismo capitalista para uma economia mais solidária de pequenas propriedades familiares ou comunitária, de associações populares e cooperativas.

Perdida a guerra ideológica contra o povão, só resta o vandalismo até mesmo em cima dos símbolos, como é o caso desse oratório-santuário que acaba de ser demolido. É de se esperar que o Ministério Público do Estado e a Procuradoria da República nesta região do país, pelo menos desta vez, não acrescente à perseguição que movem contra os pobres Sem-Terra, a ignomínia de se omitir diante desse novo massacre, praticado contra a memória de uma das mais contundentes provas históricas de que o sacrifício atual desses pobres não difere em nada daquele que matou São Sepé.

Artigo de Antônio Cechin e Jacques Távora Alfonsin.

Publicado hoje no portal IHU, da Unisinos.

Eduardo Galeano não está à venda.

Em artigo publicado pela agência Carta Maior, o jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano, discorre sobre diversos temas das mais diversas áreas, defendendo posições coerentes e contundentes, como a legalização das drogas, o aborto, o fim da pena de morte e principalmente, a busca pelos verdadeiros criminosos, as grandes gangues, os maiores cartéis e máfias "legalizadas" do mundo: os exploradores e especuladores econômico-financeiros.
Posicionamento corajoso, típico desse bravo escritor, que demonstra, cada vez mais em seus escritos, que não está à venda:

Desculpem a moléstia

Segundo a revista [i]Foreign Policy[/i], a Somalia é o lugar mais perigoso do mundo. Mas quem são os piratas? Os mortos de fome que assaltam navios ou os especuladores de Wall Street, que há anos assaltam o mundo e agora recebem multimilionárias recompensas por suas atividades? Por que o mundo premia os que o saqueiam? Por que a justiça é cega de um único olho? Wal Mart, a empresa mais poderosa de todas, proíbe os sindicatos. McDonald’s, também. Por que estas empresa violam, com delinqüente impunidade, a lei internacional? O artigo é de Eduardo Galeano

Eduardo Galeano

Quero compartilhar com vocês algumas perguntas, moscas que zumbem na minha cabeça:
O zapatista do Iraque, o que jogou os sapatos contra Bush, foi condenado a três anos de prisão. Não merecia, na verdade, uma condecoração?
Quem é o terrorista? O zapatista ou o zapateado? Não é culpado de terrorismo o serial killer que, mentindo, inventou a guerra do Iraque, assassinou a um montão de gente, legalizou a tortura e mandou aplicá-la?
São culpados os habitantes de Atenco, no México, ou os indígenas mapuches do Chile, ou os kekchies da Guatemala, ou os camponeses sem terra do Brasil, todos acusados de terrorismo por defender seu direito à terra? Se sagrada é a terra, mesmo se a lei não o diga, não são sagrados também os que a defendem?
Segundo a revista Foreign Policy, a Somalia é o lugar mais perigoso do mundo. Mas quem são os piratas? Os mortos de fome que assaltam navios ou os especuladores de Wall Street, que há anos assaltam o mundo e agora recebem multimilionárias recompensas por suas atividades?
Porque o mundo premia os que o saqueiam?
Por que a justiça é cega de um único olho? Wal Mart, a empresa mais poderosa de todas, proíbe os sindicatos. McDonald’s, também. Por que estas empresa violam, com delinqüente impunidade, a lei internacional? Será que é por que no mundo do nosso tempo o trabalho vale menos do que o lixo e valem menos ainda os direitos dos trabalhadores?
Quem são os justos e quem são os injustos? Se a justiça internacional realmente existe, por que não julga nunca aos poderosos? Não são presos os autores dos mais ferozes massacres? Será que é porque são eles que têm as chaves das prisões?
Por que são intocáveis as cinco potências que tem direito de veto nas Nações Unidas? Esse direito tem origem divina? Velam pela paz os que fazem o negócio da guerra? É justo que a paz mundial esteja a cargo das cinco potências que são as cinco principais produtoras de armas? Sem desprezar aos narcotraficantes, este também não é um caso de “crime organizado”?
Mas não demandam castigo contra os senhores do mundo os clamores dos que exigem, em todos os lugares, a pena de morte. Só faltava isso. Os clamores clamam contra os assassinos que usam navalhas, não contra os que usam mísseis.
E a gente se pergunta: já que esses justiceiros estão tão loucos de vontade de matar, por que não exigem a pena de morte contra a injustiça social? É justo um mundo em que a cada minuto destina três milhões de dólares aos gastos militares, enquanto a cada minuto morrem quinze crianças por fome ou doença curável? Contra quem se arma, até os dentes, a chamada comunidade internacional? Contra a pobreza ou contra os pobres?
Porque os adeptos fervorosos da pena de morte não exigem a pena de morte contra os valores da sociedade de consumo, que cotidianamente atentam contra a segurança pública? Ou por acaso não convida ao crime o bombardeio de publicidade que aturde a milhões e milhões de jovens desempregados ou mal pagos, repetindo para eles dia e noite que ser é ter, ter um automóvel, ter sapatos de marca, ter, ter, e que não tem, não é?
E por que não se implanta a pena de morte contra a pena de morte? O mundo está organizado a serviço da morte. Ou não fabrica a morte a industria militar, que devora a maior parte dos nossos recursos e boa parte das nossas energias? Os senhores do mundo só condenam a violência quando são outros os que a exercem. E este monopólio da violência se traduz em um fato inexplicável para os extraterrestres e também insuportável para os terrestres que ainda queremos, contra toda evidência, sobreviver: os humanos somos os únicos especializados no extermínio mútuo e desenvolvemos uma tecnologia da destruição que está aniquilando, de passagem, ao planeta e a todos os seus habitantes.
Esta tecnologia se alimenta do medo. É o medo que fabrica os inimigos que justificam o desperdício militar e policial. E em vias de implantar a pena de morte, que tal se condenamos à morte o medo? Não seria saudável acabar com essa ditadura universal dos assustadores profissionais? Os semeadores de pânico nos condenam à solidão, nos proíbem a solidariedade: salve-se quem puder, destruam-se uns aos outros, o próximo é sempre um perigo que se aproxima, olho, cuidado, esse cara vai te roubar, aquele vai te violar, este carrinho de nenê esconde bomba muçulmana e se essa mulher te olha, essa vizinha de aspecto inocente, certamente vai te contagiar com a gripe Porcina.
No mundo de cabeça para baixo, dão medo até os mais elementares atos de justiça e de bom senso. Quando o presidente Evo Morales começou a refundação da Bolívia, para que esse país de maioria indígena, deixasse de ter vergonha de olhar no espelho, provocou pânico. Este desafio era catastrófico do ponto de vista da ordem racista tradicional, que dizia que era a unida ordem possível. Evo era, trazia o caos e a violência e por sua culpa a unidade nacional ia explodir em pedaços. E quando o presidente equatoriano Rafael Correa anunciou que se negava a pagar as dívidas não legítimas, a noticia produziu terror no mundo financeiro e o Equador foi ameaçado com terríveis castigos, por estar dando um tão mau exemplo. Se as ditaduras militares e os políticos ladrões foram sempre mimado pelos bancos internacionais, não nos acostumamos já a aceitar como fatalidade do destino que o povo pague o garrote que o golpeia e a cobiça que o saqueia?
Mas será que se divorciaram para sempre o bom senso e a justiça? Não nasceram para andar juntos, bem pegadinhos, o bom senso e a justiça?Não é de bom senso, e também de justiça, esse lema das feministas que dizem que se nós, os machos, ficássemos grávidos, o aborto seria livre? Por que não se legaliza o direito ao aborto? Será porque então deixaria de ser o privilegio das mulheres que podem paga-lo e dos médicos que podem cobrá-lo?
O mesmo acontece com outro escandaloso caso de negação da justiça e do bom senso: por que não se legalizam as drogas? Por acaso não se trata, como no caso do aborto, uma questão de saúde publica? E o país que tem mais drogados, que autoridade moral tem, que autoridade moral tem para condenar aos que abastecem sua demanda? E por que os grandes meios de comunicação, tão consagrados à guerra contra o flagelo da droga, não dizem nunca que ela provêm do Afeganistão quase toda a heroína que se consome no mundo? Quem manda no Afeganistão? Não é esse um país ocupado militarmente pelo pais messiânico que se atribui a missão de salvar a todos nós?
Por que não se legalizam as drogas pura e simplesmente? Não será porque elas dão o melhor pretexto para as invasões militares, além de brindar os mais suculentos lucros aos bancos que de noite trabalham como lavanderias?
Agora o mundo está triste porque se vendem menos carros. Uma das conseqüências da crise mundial é a queda da próspera indústria automobilística. Se tivéssemos algum resto de bom senso e um pouquinho de sentido de justiça, não teríamos que celebrar essa boa noticia? Ou por acaso a diminuição de automóveis não é uma boa noticia, do ponto de vista da natureza, que estará um pouquinho menos envenenada e dos pedestres, que morrerão um pouco menos?
Segundo Lewis Carroll, a Rainha explicou a Alice como funciona a justiça no país das maravilhas:
- Ai você tem – disse a Rainha. Está preso cumprindo sua condenação; mas o processo só vai começar na segunda-feira. E, claro, o crime será cometido no final.
Em El Salvador, o arcebispo Oscar Arnulfo Romero comprovou que a justiça, como a serpente, só morde aos descalços. Ele morreu baleado, por denunciar que no seu país os descalços nasciam condenados de atenção pelo delito de nascimento.
O resultado das recentes eleições em El Salvador não é de alguma forma uma homenagem. Uma homenagem ao arcebispo Romero e aos milhares que como ele morreram lutando por uma justiça justa no reino da injustiça?
Às vezes acabam mal as historias da História, mas ela, a História, não acaba. Quando diz adeus, está dizendo até logo.

Fonte:Agência Carta Maior.

sábado, 9 de maio de 2009

Jagunços de Dantas tem permissão para matar?

Trabalhadores rurais, ligados ao Movimento Sem Terra, foram atacados a tiros por jagunços da fazenda Espírto Santo, e propriedade do banco Opportunity, de Daniel Dantas.
É o segundo ataque realizado pelos jagunços desde a ocupação da fazenda pelo MST. No conflito anterior, jornalistas de uma emissora de tv, afiliada da Globo, forma levados em um avião particular, pago pelo banqueiro, para filmar uma simulação de confronto, enquanto pelas próprias imagens desse grupo, só vimos os "seguranças" atirando.
Esses jagunços, atacam de forma indiscriminada e nenhuma medida é tomada. Ao que parecem receberam permissão para matar, como nos filmes antigos do personagem 007.
A notícia é do site Terra:

"Um tiroteio neste sábado entre trabalhadores sem-terra e seguranças deixou nove pessoas feridas na fazenda de uma empresa ligada ao grupo Opportunity, pertencente ao banqueiro Daniel Dantas, no Pará, informaram o MST e uma fonte ligada ao Opportunity. As informações são da Reuters.
A fazenda Espírito Santo, no município paraense de Eldorado dos Carajás, está ocupada por membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) desde fevereiro. Na ocasião, o MST alegou ter invadido a fazenda em protesto contra declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que havia dito que repasses de verbas públicas ao movimento são ilegais.
O município foi palco, em 1996, do que ficou conhecido como o "massacre de Eldorado dos Carajás", quando 19 trabalhadores morreram em um confronto com policiais. Segundo a assessoria do MST, o tiroteio deste sábado ocorreu quando os trabalhadores voltavam de uma mobilização em homenagem aos mortos no massacre. Eles teriam sido emboscados por seguranças da fazenda.
Ainda de acordo com o MST, nove pessoas ficaram feridas no tiroteio. As vítimas teriam sido encaminhadas para um hospital no município de Xinguara. Uma fonte ligada ao banco Opportunity, falando sob a condição de anonimato, afirmou no entanto que oito pessoas teriam sido baleadas, sendo uma delas segurança da fazenda. Não havia informações sobre o estado de saúde das vítimas.
O MST afirmou que três trabalhadores estavam sendo mantidos reféns por seguranças na fazenda. Já a fonte ligada ao Opportunity disse que os sem-terra mantinham jornalistas e funcionários reféns na propriedade, que pertence à Agropecuária Santa Bárbara, braço agrícola do grupo Opportunity.
A Polícia Militar na região não foi encontrada para comentar o assunto.
O banqueiro Daniel Dantas chegou a ser preso no ano passado pela Polícia Federal durante a Operação Satiagraha, que investiga delitos financeiros cometidos pelo Opportunity. Dantas também foi condenado em primeira instância a 10 anos de prisão por corrupção ativa, após ter seu nome ligado a uma tentativa de suborno a um delegado da PF durante a Satiagraha. Ele recorre da sentença em liberdade."

No Dia do Diplomata, Lula festeja G20 e derrota da Alca

''O Brasil, nestes últimos 45 dias, teve mais artigos escritos favoráveis ao Brasil no mundo inteiro, do que nos últimos 100 anos'', avaliou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em discurso de improviso para os novos diplomatas, no Palácio do Itamaraty. No Dia do Diplomata, Lula preveniu contra a arrogância, mas destacou que não foi fácil ''a gente derrotar a idéia da Área de Livre Comércio, a Alca, que os Estados Unidos queriam impor ao Brasil'' e fez um saboroso relato de como nasceu o G20.

A fala presidencial foi precedida pelas do chanceler Celso Amorim e do secretário-geral das Relações Exteriores (segundo cargo do Itamaraty),Samuel Pinheiro Guimarães. O ambiente é de certa exultação com os êxitos recentes na imagem internacional do país: ''Lula é 'o cara' e o Brasil é 'o país'''', brincou Amorim.

Diplomacia sim, ingerência não
O presidente falou de temas caros à corporação – como quando defendeu os diplomatas de carreira e criticou a prática de ''colocar um político derrotado no lugar do embaixador'' – lição que diz ter aprendido ''do primeiro para o segundo mandato''. Prometeu também ''muito mais trabalho'' para a diplomacia brasileira, aproveitando para alfinetar as ingerências dos EUA

''Eu não tenho dúvida nenhuma de que quem vier, a partir de 2010, com a dinâmica da política internacional brasileira, as pessoas saberão que é preciso contratar mais gente. Não precisamos chegar aos 14 mil dos Estados Unidos, até porque nós não queremos ter tanta ingerência, nós queremos apenas fazer diplomacia'', ironizou.

Lula colocou como tarefa dos novos diplomatas ''consolidar o que nós começamos a fazer'' e destacou algumas conquistas: ''Não pensem que foi fácil recuperar o Mercosul, não pensem que foi fácil a gente derrotar a idéia da Área de Livre Comércio, a Alca, que os Estados Unidos queriam impor ao Brasil na década de 90. Não pensem que foi fácil construir a Unasul'', comentou.

Chamamento à humildade

O presidente, como a platéia, está visivelmente orgulhoso da imagem internacional do Brasil, especialmente por seu papel na reunião do G20 (grupo grandes de países desenvolvidos e em desenvolvimento, criado sob o impacto da crise global), no mês passado em Londres. Fez porém um chamamento contra a arrogância.
''Quanto mais o Brasil tiver importância no cenário político mundial, mais humildade vocês precisam ter. A arrogância estará falida na diplomacia de um país como o Brasil, até porque não faz parte da nossa índole, não faz parte das características do povo brasileiro a arrogância - se bem que temos – nós também não somos imunes'', comentou.
Lula citou o ex-líder soviético Mihail Gorbachev como exemplo de que não se pode ''trabalhar com a ilusão dos elogios'', concluindo: ''Quando você começa a acreditar muito nisso e para de olhar o teu chão, você começa a fazer política a partir dos elogios e esquece a realidade. Aí é o caminho do fracasso.''

Do G8 ao G13, o G14 e o G20

''Sem nenhuma arrogância'', Lula narrou sob o seu ponto de vista o nascimento do G20:

''Eu fui a Berlim no ano retrasado. Quando nós tivemos uma reunião do G5 (China, Índia, Brasil, [México] e África do Sul) nós aprovamos um documento. Chegamos em Berlim, nós fomos para a mesa e eu fui o orador do G5. Entreguei o documento para a Angela Merkel e ela concordou com o meu documento: 'Não, o G8 aceita o seu documento'. Eu disse: 'Minha querida, o teu documento é antagônico ao meu, como é que você aceita o meu assim? Vocês estão dizendo uma coisa e nós estamos dizendo outra.
Aí eu comuniquei que eu não iria mais ao G8. É um cafezinho muito caro. Pegar um avião daqui para Berlim para fazer aquela reunião que a gente fazia... Sempre é importante, porque você sempre conversa com alguém. Mas o dado importante é que eu disse que não ia mais, comuniquei ao Celso que não ia mais, que não dava para fazer umauma viagem de 12 horas para chegar lá, ficar 10 minutos em uma reunião em que eles já tinham decidido tudo, já tinham elaborado tudo. Eles podem continuar fazendo a reunião deles, mas eu não sou obrigado a ir.
Bem, a partir desse momento - tínhamos combinado isso com a Índia, que também disse que não iria mais; com a China, que também disse que não iria mais - a partir daí, o G8 começou a mudar, e já começou a se fazer o discurso de que não tinha mais nenhuma razão de ter G8, era preciso ter G13 ou G14. De vez em quando eles arrumam um país a mais para colocar, e como nós somos como coração de mãe, quanto mais arrumar, mais a gente aceita, vai colocando... Nós não temos preconceito de entrarem mais países. O G8 já não é mais G8, o G13 não é mais G13, o G14 não é mais G14. O dado concreto, depois da reunião de Londres, do G20, é que o que ficou configurado de articulação política mundial que pode decidir, em momentos de crise, é exatamente o G20. Vejam que nós demos um passo extremamente importante.''

O patrimônio da simpatia
Lula defendeu também que ''a compreensão de que a cabeça pensa onde os nossos pés pisam não pode valer para a diplomacia brasileira. A nossa cabeça tem que ser mais ampla, mais arejada, e saber que poucos países do mundo têm a inserção que nós poderemos ter, pela simpatia que tem.''
Na visão do presidente, este patrimônio, que inclui o futebol e o samba, ''é uma vantagem comparativa do Brasil''. Ele deve se unir à competência do Instituto Rio Branco, ''que é um centro de excelência, não apenas de competência profissional mas, sobretudo, de responsabilidade em defesa da soberania do nosso país''.
Da redação, com Presidência da República
Do Site Vermelho

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A esquerda e a crise

"Neste período haverá resistência e haverá conflitos sociais agudos, e se a crise se prolongar, deverão se multiplicar as rebeliões sociais e as guerras civis nas zonas de fratura do sistema mundial, e é provável que algumas destas rebeliões voltem a se colocar objetivos socialistas. Mas do nosso ponto de vista, não haverá uma mudança de modo de produção em escala mundial, nem tampouco ocorrerá uma superação hegeliana do sistema inter-estatal capitalista."
A análise de José Luís Fiori, sobre a crise capitalista mundial e seus possíveis desdobramentos, estratégias em curso, ações dos "players econômicos", opções, conjuntura e conjecturas. Para ler na íntegra, clique aqui.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Quando a exceção se torna a regra...

Fatos exporádicos são analisados como o todo. O todo é rebaixado à condição desses fatos. É dessa forma que o programa Bolsa Família do Governo Federal está sendo exibido pelo P.I.G. (Partido da Imprensa Golpista).
Nas últimas semanas, temos visto diversos ataques ao programa, disfarçados de denúncias de "mal uso". Nas últimas, a imprensa anunciava números, de famílias com automóveis, de políticos beneficiados e outros exemplos de como o programa está sendo "desvirtuado", e que na prática, está "servindo a quem não precisa".
A velha análise do todo pelas partes, a confusão como informação, tudo a serviço da eleição de seus parceiros tucanos no pleito de 2010. Acompanhe abaixo, comentário de Paulo Henrique Amorim em seu blog, o Conversa Afiada, com um exempo histórico brilhante desse tipo de ação, inventando um contexto com base em partículas (ou historietas sem nexo, falsas ou exageradas):

P.I.G.(*) ataca Bolsa Família, como Reagan atacou o Seguro Desemprego.
O pai dos conservadores e neoliberais americanos, o presidente Ronald Reagan, inventou a história de que havia uma “rainha” (negra, é claro !) que tinha um Cadillac e vivia de seguro desemprego.
. Era “the Cadillac queen”.
. O objetivo de Reagan era tirar o leite das crianças.
.Como fazê-lo ?
. Reduzir os impostos dos ricos para não gastar com a “rainha” (negra) do Cadillac…
. (Os conversadores e neoliberais, no fim da linha, acabam por chegar aos negros. Nos Estados Unidos e aqui …)
. Aqui, todas as previsões indicam que a dívida pública está em queda, em relação ao PIB.
. Porém, o PiG(*) e os neoliberais que povoam suas páginas insistem em combater o gasto público.
. O jornal nacional de ontem e o Globo de hoje, atacam a “rainha do Cadillac” que recebe Bolsa Família.
. 577 políticos, 3.791 mortos e 106 mil donos de Cadilllac recebem o Bolsa Família.
. É pouco.
. Diante do maior programa de intervenção social e distribuição de renda do mundo, é pouco.
. Deve haver mais corrupção na FIE P (**) ou na Associação dos Construtores de Imóveis de São Paulo (***) do que no Bolsa Família…

Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
(**)FIE P – o Conversa Afiada achou por bem retirar o “$” de FIESP depois que a FIE P tirou o leite das crianças (ao derrubar a CPMF), para evitar que o Fisco descobrisse o “bahani”, que é como, em São Paulo se chama o Caixa Dois … Depois, se viu que o presidente da FIE P intermediava grana da Camargo Correa para os políticos.
(***) Vá à pag. C1, do Caderno Metrópole, do Estadão, para ver que o Ministério Público desconfia que a Associação Imobiliária Brasileira deu uma grana que não devia ao partido do prefeito Geraldo Kassab (clone de Zé Pedágio). Não precisa ser do Ministério Público. É só voar sobre São Paulo para ver que a corrupção é o que explica essa concentração imobiliária e a destruição do verde. Só a corrupção constrói essa arquitetura de Auschwitz, como diria o Anselm Kieffer …

Nem uma palavrinha no PIG sobre ato"Fora Gilmar Dantas"

Como já era de se esperar, os protestos de ontem à noite, em Brasília, Rio de Janeiro e Minas Gerais, contra os abusos classistas do Supremo Presidente do Supremo, não foram noticiados pela "grande mídia". Nem uma menção, nada, não existiu.
A foto acima deve ter sido montada, o relato abaixo deve ser mentira. Não passou na TV.

Uma noite inesquecível, por Leandro Fortes

Não deixa de ser curioso constatar o clima de Baile da Ilha Fiscal que cercou, literalmente, a impressionante manifestação popular levada à cabo na noite de hoje, 6 de maio de 2009, na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal, aqui em Brasília. Logo cedo, o ministro Gilmar Mendes, alvo dos manifestantes, mandou colocar cercas em todo o perímetro do STF com a inacreditável desculpa de que seria preciso preservar o ambiente para um evento noturno, a apresentação de um anuário jurídico publicado pelo jornalista Márcio Chaer, do site Consultor Jurídico. Chaer e Mendes são amigos, mais que amigos, fraternos aliados empenhados em uma simbiose ideológica travestida de relação jornalística. Difícil é definir quem é a fonte de quem.
Quis o destino que a tertúlia do Conjur, montada para dar um ar de naturalidade a uma noite de protestos anunciados, surtisse um efeito perversamente oposto, alçada que foi a farra a pano de fundo perfeito para as luzes de milhares de velas acesas em frente ao STF. Graças ao convescote, os manifestantes puderam perceber a presença física, ainda que à distância, de Gilmar Mendes. Àquela altura, o presidente do STF já estava amargamente arrependido de ter apostado no fracasso da manifestação. Mais cedo, ele havia relegado o movimento a uma ação de inimigos dos quais, em mais uma de suas declarações infelizes, disse se orgulhar. Com Mendes na mira, vieram as palavras de ordem, gritadas a pleno pulmão. Ele ouviu.
Coisa linda é uma manifestação noturna com 10 mil velas. Pelo menos duas mil pessoas passaram pela Praça dos Três Poderes para participar, olhar ou só constatar o que estava acontecendo em meio àquela alegre balbúrdia de luz. Os carros normalmente indiferentes ao rush da capital federal buzinavam, em apoio aos manifestantes. Pessoas desciam dos ônibus para prestar solidariedade. Ele viu.
Que ninguém se engane. Esta noite, algo se quebrou em Brasília.
Leandro Fortes é jornalista da Carta Capital e foi o primeiro jornalista censurado por um presidente do STF sem processo, sem sentença e sem autos.
*Texto extraído do blog do Movimento Saia Às Ruas.

Da série: "Caíram os butiás do bolso".



Em 24 horas tucanos fazem um projeto educacional e o lançam através de Zero Hora
Por Cristóvão feil do blog Diário Gauche
Segunda-feira passada, dia 4 de maio, o jornal Folha de S. Paulo, estampava a seguinte manchete principal:
“MEC propõe mudar o ensino médio” (ver fac-símile acima). E informava, também na capa: “Atuais 12 disciplinas seriam reunidas em apenas quatro grupos temáticos; projeto será analisado nesta semana”.
No dia seguinte, terça-feira passada, 5 de maio, o jornal Zero Hora, estampava a seguinte manchete principal:
“Rede estadual planeja agrupar disciplinas em só quatro áreas” (ver fac-símile acima). E informava, também na capa: “Os grupos seriam: Linguagens, Matemática, Ciências da natureza, Ciências humanas”.
Ao contrário do diário paulistano, ZH foi mais prolixa na informação e alertava que a decisão já estava tomada: “Conforme a secretária de Educação, Mariza Abreu, em lugar da atual divisão em disciplinas, a base serão [Argh! Chega a doer no ouvido!] quatro grandes áreas do conhecimento”.
Isso que se chama agilidade administrativa pelo alto! A tucana Mariza Abreu copia grosseiramente um projeto do governo federal e o lança através do boletim oficial do Palácio Piratini – jornal Zero Hora – já como decisão pronta e acabada para uma nova política pedagógico-disciplinar na rede pública estadual do Rio Grande do Sul.
O ato desavergonhado e oportunista do tucanato guasca – mais um, entre tantos outros – mostra que de fato há uma estreita conexão político-administrativa entre o Piratini e o grupo RBS.
Sem entrar no mérito do projeto em si (particularmente, me parece bom), a medida é profundamente autoritária e intempestiva. Não é possível mudar os conceitos de um semestre para outro. O próprio governo federal está tomando cautelas com a agrupação de disciplinas do ensino médio, para tanto, está propondo um grande debate nacional, que deve contar sobretudo com a participação de professores, alunos, pais e as comunidades envolvidas, bem como as escolas superiores de pedagogia e ensino docente.
Assim como quer o governo Yeda Crusius, o projeto servirá de instrumento e motivo para novas investidas contra os direitos dos professores, redução numérica dos docentes na rede estadual e uma simplificação pedagógica que resultará em mais vulgarização e mais rebaixamento da qualidade do ensino na rede pública.
Voltaremos ao tema.
Nota do blogueiro: E não ficam nem vermelhos? Óleo de peroba neles!
Se o PIG não estivesse imbuído de descaracterizar, atacando gratuitamente o Bolsa-Família, tornando a excessão regra, não duvidaria que na semana que vem o "Diário -Quase-Oficial-Tucano" faria uma matéria especial sobre o Bolsa Família, criado pelo Governo Yeda.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Eduardo Galeano: a linguagem, as coisas e seus nomes


Hoje em dia, não fica bem dizer certas coisas perante a opinião pública. O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado. O imperialismo se chama globalização. As vítimas do imperialismo se chamam países em via de desenvolvimento, que é como chamar de meninos aos anões. O oportunismo se chama pragmatismo. A traição se chama realismo. Os pobres se chamam carentes, ou carenciados, ou pessoas de escassos recursos.
Por Eduardo Galeano
Na era vitoriana era proibido fazer menção às calças na presença de uma senhorita. Hoje em dia, não fica bem dizer certas coisas perante a opinião pública:
O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado;
O imperialismo se chama globalização;
As vítimas do imperialismo se chamam países em via de desenvolvimento, que é como chamar de meninos aos anões;
O oportunismo se chama pragmatismo;
A traição se chama realismo;
Os pobres se chamam carentes, ou carenciados, ou pessoas de escassos recursos;
A expulsão dos meninos pobres do sistema educativo é conhecida pelo nome de deserção escolar;
O direito do patrão de despedir sem indenização nem explicação se chama flexibilização laboral;
A linguagem oficial reconhece os direitos das mulheres entre os direitos das minorias, como se a metade masculina da humanidade fosse a maioria;em lugar de ditadura militar, se diz processo.
As torturas são chamadas de constrangimentos ilegais ou também pressões físicas e psicológicas;
Quando os ladrões são de boa família, não são ladrões, são cleoptomaníacos;
O saque dos fundos públicos pelos políticos corruptos atende ao nome de enriquecimento ilícito;
Chamam-se acidentes os crimes cometidos pelos motoristas de automóveis;
Em vez de cego, se diz deficiente visual;
Um negro é um homem de cor;
Onde se diz longa e penosa enfermidade, deve-se ler câncer ou AIDS;
Mal súbito significa infarto;
Nunca se diz morte, mas desaparecimento físico;
Tampouco são mortos os seres humanos aniquilados nas operações militares: os mortos em batalha são baixas e os civis, que nada têm a ver com o peixe e sempre pagam o pato, danos colaterais;
Em 1995, quando das explosões nucleares da França no Pacífico Sul, o embaixador francês na Nova Zelândia declarou: “Não gosto da palavra bomba. Não são bombas. São artefatos que explodem”;
Chama-se Conviver alguns dos bandos assassinos da Colômbia, que agem sob proteção militar;
Dignidade era o nome de um dos campos de concentração da ditadura chilena e Liberdade o maior presídio da ditadura uruguaia;
Chama-se Paz e Justiça o grupo militar que, em 1997, matou pelas costas quarenta e cinco camponeses, quase todos mulheres e crianças, que rezavam numa igreja do povoado de Acteal, em Chiapas.
(Do livro De pernas pro ar, editora L&PM)
Texto publicado no site da Agência Carta Maior.

Nota do blogueiro:
Já não era sem tempo. Alguém haveria de se manifestar sobre o "estado das coisas", a forma como tudo está sendo distorcido, de forma sistemática, e reproduzido assim, diariamente.
Palavras e expressões que perdem totalmente seu significado, assumem outros, e os transformam em outras coisas.
Um exemplo disso vimos há quatro dias atrás, no 1º de Maio, dia DO TRABALHADOR, que os lacaios da patronagem insistem em chamar de dia do Trabalho. Não é a mesma coisa, não são nem mesmo coisas semelhantes. O primeiro termo, Dia do Trabalhador, enaltece o agente da produção, e seu histórico de lutas, vitórias e até mesmo de derrotas. O segundo termo dia do trabalho, seria uma forma de celebrar à produção, ao produto, à "coisa".
Essa conotação ganha força, em especial no Brasil, onde tenta-se apagar o significado do 1º de Maio, e nem mesmo nosos sindicatos fazem muito a respeito, em parte por causa do esvaziamento do verdadeiro debate político.
O mundo todo a protestar, contra o desemprego, contra a crise dos especuladores financeiros, contra a deterioração do trabalho e suas relações, contra as diversas tentativas de "flexibilização" das leis trabalhistas, os brasileiros comemoravam o "dia do trabalho" ao som de cantores sertanejos e padres ávidos por mídias.
Existe termo mais racista do que "Afro-Brasileiro"? Mataram o negro de vez. Não há motivos para aplicar cotas étnicas, porque não existe mais no Brasil a etnia oprimida pela escravidão, o NEGRO, agora é "Afro-Brasileiro";
Já que mencionei cotas, seguindo a linha de Galeano, a manutenção da desigualdade é definida por "Mérito";
Traficantes de sementes ilegais são chamados de empreendedores (assim como os neo-escravocratas, posseiros, grilheiros, os que destroem florestas para dar espaço à soja e ao pasto...);
Invasões armadas (e a guerra de conquista) são chamados ataques preventivos;
O uso do poderio bélico como forma de fortalecer interesses econômicos é "guerra ao terror";
Exploração do homem pelo homem é hoje "Livre iniciativa";
A manipulação de trabalhadores para a defesa de interesses patronais chama-se "Qualidade Total";
Protesto é baderna;
Movimentos sociais são organizações criminosas, por outro lado organizações criminosas são conjuntos de empreendedores, especialmente os que vestem camisas com "aquela cor de colarinho";
Um regime que prende, tortura, estupra, mata e esconde os corpos é uma "ditabranda";
Os maiores aliados desse regime hoje chamam-se "DEMOCRATAS";
Poderia passar a noite escrevendo sobre a temática levantada por esse brilhante escritor português, mas encerro o post, comentando uma das afirmações de Galeano: "O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado;" Na verdade, é um pouco pior do que isso. Não se discute o CAPITALISMO, nem mesmo seu eufemismo, economia de mercado, porque esa máquina de moer carne humana, é considerado o "mundo real", é o que existe, é difundido como algo além de qualquer alternativa.
Parece uma simples questão de nomeclaturas, de figuras de linguagem, mas é algo mais obscuro: A tentativa de reescrever a História, ao sabor dos interesses da classe que a escreve, apagando trechos, editando outros, renomeando para esconder, para iludir, para destruir, para calar.

domingo, 3 de maio de 2009

Da série: "Caíram os butiás do bolso".

Esse ente já foi ministro da saúde e agora quer ser presidente.

PS: Alguém viu essa declaração no PIG (grande imprensa)?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dia do trabalhador.

Uma música criada por trabalhadores, para todos os trabalhadores.

HINO DA INTERNACIONAL COMUNISTA
Letra: Eugène Pottier (1871)
Música: Pièrre Degeyter (1888)

De pé! Ó vítimas da fome
De pé! famélicos da terra
A indolente razão ruge e consome
A crosta bruta que a soterra!
De pé! De pé não mais senhores!
Se nada somos em tal mundo,
Sejamos todos, ó produtores!

Bem unidos, façamos,
Nesta luta final.
Uma terra sem amo,
A Internacional!

Senhores, patrões, chefes supremos,
Nada esperamos de nenhum!
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum!
Para não ter protestos vãos,
Para sair deste antro estreito,
Façamos nós por nossas mãos,
Tudo que a nós nos diz respeito!

Bem unidos, façamos,
Nesta luta final.
Uma terra sem amo,
A Internacional!

Crime de rico, a lei encobre,
O Estado esmaga o oprimido,
Não há direitos para o pobre,
Ao rico tudo é permitido
À opressão não mais sujeitos!
Somos iguais todos os seres:
Não mais deveres sem direitos
Não mais direitos sem deveres!

Bem unidos, façamos,
Nesta luta final.
Uma terra sem amo,
A Internacional!

Abomináveis na grandeza
Os reis das minas e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha,
Todo o produto de sua
A corja rica o recolheu!
Querendo que a restitua,
O povo só quer o que é seu.

Bem unidos, façamos,
Nesta luta final.
Uma terra sem amo,
A Internacional!

Nós fomos do fumo embriagados!
Paz entre nós, guerra aos senhores!
Façamos guerra de soldados!
Somos irmãos, trabalhadores,
Se a raça vil cheia de galas,
Nos quer a força canibais,
Logo verá que as nossas balas
São para os nossos generais.

Bem unidos, façamos,
Nesta luta final.
Uma terra sem amo,
A Internacional!

Somos os povos dos nativos.
Trabalhador forte e fecundo.
Pertence a terra aos produtores
Ó parasita deixa o mundo!
O parasita que te nutres
Do nosso sangue a gotejar,
Se nos faltarem os abutres,
Não deixa o sol te fulgurar!

Bem unidos, façamos,
Nesta luta final.
Uma terra sem amo,
A Internacional!

Para ouvir a Internacional, clique aqui.

Charge do Santiago