terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A Internet sob ataque. Dessa vez, o golpe é internacional.

Do site Gizmodo Brasil:
Você achava que SOPA e PIPA eram ruins? Conheça o ACTA, acordo internacional que promete limitar a internet

Por Felipe Ventura



Recentemente os projetos de lei antipirataria SOPA e PIPA, que dariam a criadores de conteúdo um poder absurdo sobre a internet, entraram na pauta do mundo inteiro depois que diversos sites fizeram blecautes em protesto. Porém, uma ameaça mais insidiosa está se espalhando, de maneira menos barulhenta: é o ACTA (Anti-Counterfeiting Trade Agreement), que quer implementar propostas semelhantes às da SOPA e PIPA no mundo inteiro.
Foi legal ver o mundo inteiro se juntar à luta do pessoal dos EUA contra uma lei que tinha várias propostas muito erradas. Mas no fim das contas a SOPA e PIPA, mesmo podendo afetar sites de todo o mundo, eram leis americanas. Ninguém teria direito a usar tais leis fora dos EUA, fora da jurisdição americana.
O ACTA, no entanto, é um acordo internacional: ele estipula duras regras sobre direitos autorais, e se preocupa apenas com os detentores de copyright, cujos abusos não serão coibidos. Há pouco que usuários e consumidores podem fazer contra ele, e não só na internet: o foco do ACTA é a pirataria digital, mas cobre também a pirataria física.
Em seu ponto mais polêmico, o ACTA explica o que provedores de acesso e a polícia devem fazer para “prevenir” e impedir a pirataria, envolvendo até mesmo desconexão forçada de quem piratear pela terceira vez. Isto, obviamente, significa que seu provedor teria que monitorar tudo o que você faz na internet. Lá se vão a privacidade e a liberdade na rede.
Os EUA vêm discutindo o ACTA com outros países em segredo, a portas fechadas, desde pelo menos 2007, sem qualquer envolvimento de organizações civis – elas só puderam ver o texto finalizado. (Antes disso, no entanto, documentos do ACTA vazaram mais de uma vez.) Diversos países já assinaram o acordo: Canadá, Coreia do Sul, Japão, Marrocos, Cingapura, Austrália, Nova Zelândia e, claro, os EUA. O México e países da União Europeia também poderão ser signatários até 2013.
Esta semana, a Polônia prometeu entrar no ACTA, o que motivou protestos nas ruas contra a medida: manifestantes com adesivos tapando a boca, máscaras de Anonymous e cartazes protestavam em frente a um escritório da UE. Além disso, desde domingo alguns sites locais saíram do ar depois de serem hackeados. Mesmo assim, a Polônia assinou o ACTA, tornando-se o primeiro país da UE a fazê-lo. A medida ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento e pelo presidente.
Os EUA querem empurrar o ACTA para outros países, oferecendo em troca vantagens comerciais, mas o Brasil já avisou: não vai fazer parte. É o que Kenneth Félix Haczynski, chefe da Divisão de Propriedade Intelectual do Itamaraty, disse ao Estadão. E mais: “os Brics não participaram [da discussão do Acta], assim como nenhum país sul-americano”. Ou seja, grandes países como Rússia, Índia, China e toda a América do Sul estão fora. Infelizmente, isso não quer dizer que o Brasil ficará livre das pressões pró-ACTA.
Você pode encontrar mais informações sobre o ACTA no vídeo acima (com legendas em português), nesta reportagem do Estadão e no site www.stopacta.info. Comprometer liberdades civis para combater a pirataria de forma antidemocrática é algo que não podemos aceitar.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Tucanos querem reescrever a História.

O site da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (aquela responsável por expulsar pobres de terrenos de criminosos de colarinho branco, aliados do chefe, com porretes, bombas, balas e aqueles cachorros, treinados para odiar pobres), apresentava em seu histórico um absurdo texto, referindo-se a sua atuação em 1964, em apoio ao golpe civil-militar que causou o extermínio de, oficialmente 400 pessoas (eu disse oficialmente, reconhecidamente, crimes descobertos...), a prisão arbitrária de incontáveis, inúmeros exílios e é claro, todo o tipo de tortura.
O site refere-se à ditadura como "Revolução de Março", que tinha por objetivo "combater a política sindicalista de João Goulart".
O texto é tão tosco, ridículo, descontextualizado e desprovido de qualquer razão histórica, que mereceu nota no site de um jornal que idolatra a última ditadura civil-militar brasileira: A Folha de São Paulo, que cedia veículos aos repressores, para transporte de presos aos centros de prisões-tortura-extermíno, e recentemente classificou a ditadura, como uma "ditabranda", porque teria matado menos que as demais, naquele período, na América Latina.
Não é à toa que o comando dessa secretaria mantém práticas ditatoriais estabelecendo um enfrentamento com a população (que deveria proteger), como vimos na greve dos policiais civis, dos professores, na ocupação da reitoria da USP e na desocupação de Pinheirinhos.
Tucanos reescrevendo à História à sua imagem:

Abaixo, o roto falando do rasgado:

Governo de SP trata golpe militar como 'revolução' em site oficial

Em uma passagem da história da segurança pública de São Paulo, o governo estadual tratou o golpe militar de 1964 como "Revolução de Março" e afirmou que ela foi "desencadeada para combater a política sindicalista de João Goulart".
A informação estava na página da Secretaria da Segurança Pública na internet até às 19h desta sexta-feira, quando foi suprimido. A Folha havia questionado a secretaria sobre o assunto pouco antes.

Reprodução/Ssp.sp.gov.br
Site da Secretaria da Segurança de SP chama golpe militar de 1964 de 'Revolução de Março
Site da Secretaria da Segurança de SP chama golpe militar de 1964 de 'Revolução de Março'
Por meio da secretaria, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que "o texto relacionado ao ano de 1964 não reflete o pensamento da Secretaria da Segurança Pública e foi retirado do site".
"Em 25 de agosto de 1961, o presidente Jânio da Silva Quadros renunciou a seu mandato. Em 31 de março de 1964 iniciou-se a Revolução, desencadeada para combater a política sindicalista de João Goulart. Força Pública e Guarda Civil puseram-se solidárias às autoridades e ao povo", afirmava página que estava na seção "Institucional - Histórico" da Polícia Militar.
O termo "revolução" é usado por grupos que negam que tenha havido uma ditadura no país de 1964 a 1985.
O brasão da Polícia Militar tem 18 estrelas que representam "marcos históricos" da corporação. Uma delas refere-se ao golpe militar como "revolução".

domingo, 15 de janeiro de 2012

Hora de taxarmos as máquinas arrecadatórias "divinas"

Indignados" concentrados na praça de São Pedro
por LusaOntem
Manifestantes de vários países juntaram-se na praça de São Pedro Fotografia © Stringer/Reuters
Algumas dezenas de "indignados" de vários países europeus, como Espanha e França, manifestaram-se hoje na praça de São Pedro, no Vaticano, gritando frases contra a Igreja católica e o Papa, testemunhou um fotojornalista da agência noticiosa France Press.
"Igreja corrupta", "Papa criminoso", "Liberdade" e "Não à violência" foram algumas das frases entoadas pelos manifestantes, que se concentraram numa zona da praça que fica em frente das janelas dos aposentos de Bento XVI.

"O Vaticano deve pagar os impostos como todo o mundo" gritaram ainda os manifestantes, numa referência às exceções fiscais que beneficiam os imóveis da Santa Sé em redor do Vaticano.
Alguns dos ativistas chegaram a montar tendas na praça de São Pedro e um dos manifestantes subiu à árvore de Natal que está no centro do recinto.

Elementos da polícia acabaram por controlar a ação de protesto, com registo de alguns momentos de tensão, e três jovens foram detidos para identificação.

Esta manifestação ocorreu algumas horas depois do primeiro-ministro italiano, Mario Monti, ter sido recebido pelo Papa Bento XVI no Vaticano.

Durante o encontro, o pontífice afirmou que a situação social "difícil" e "quase insolúvel" de Itália torna necessário um compromisso para a recuperação da economia do país.

Esta foi a primeira vez, desde que assumiu o novo governo italiano em novembro, que Mario Monti, um católico praticante, foi recebido em audiência pelo sumo pontífice.

Nota blogueiro: Uma justa manifestação, infelizmente, limitada à reinvindicação de taxação dos imóveis dessa igreja fora do Vaticano.
Devemos iniciar movimentos, no sentido de taxar os bilhões arrecadados por empresas religiosas, seus bens, móveis e imóveis, como os de qualquer pessoa, física ou jurídica.
Iniciativas como o uso do débito automático de dízimos, a venda de produtos "afastadores de demônios" e toda a sorte de tranquieras mostram o real objetivo dessas companhias, arrecadação, lucro, como o de qualquer empresa, com a benevolência estatal de não cobrar um centavo de impostos sobre esses montantes.
Seriam recursos adicionais, voltados à educação, saúde, segurança e obras estatais, bem como ao financiamento do bem-estar social.
Religiões tentam por a mão em recursos públicos, como do FGTS, para ampliar suas atividades. Devemos refutar essas idéias, e trabalhar pela taxação de seus enormes lucros.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Pregação financiada pelo FGTS.

Projeto de deputado evangélico propõe financiar construção de templos com recursos do FGTS


Publicado originalmente no Tumblr Fiscais de fiofó S/A
Daí que eu tava dando um tempo, tirando umas férias…mas esse povo não dorme em serviço. Além de aprovar destinação de recursos da Lei Rouanet para a música Gospel eu acabo de descobrir dois projetos supimpas do povo que tem alergia a pagar impostos (mas que não se furtar a querer benefícios quando interessa)
Projeto de Lei 3044/2011do Deputado Federal Aguinaldo Ribeiro do PP/PB
Objetivo: Financiar construção de templos religiosos com recursos do FGTS
É isso mesmo, meu caro amigo trabalhador. O seu dinheiro do FGTS financiando as megalomanias, tipo Templo de Salomão, de Macedo e companhia. Né lindo?
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1o O art. 9º, §2º, da Lei nº. 8.036, de 11 de maio de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 9º ………………………………………………………………………………………………………………………………………………….
§2º Os recursos do FGTS deverão ser aplicados em habitação, saneamento básico, infraestrutura urbana e poderão ser aplicados também para construção de templos religiosos. As disponibilidades financeiras devem ser mantidas em volume que satisfaça as condições de liquidez e remuneração mínima necessária à preservação do poder aquisitivo da moeda.
………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Mas perai que melhora…ou piora, na verdade
Não contente de financiar templos religiosos com dinheiro do FGTS do trabalhador, o deputado Aguinaldo Ribeiro do PP/PB pretende que nessas construções as igrejas fiquem isentas de pagar a Previdência Social! Quer dizer, amigo trabalhador, que você será lesado DUAS VEZES, com uma benção só!
PL 3045/2011
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1º As entidades religiosas ficam isentas do pagamento da contribuição de financiamento da seguridade social, a que se refere o art. 22 da Lei 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999, relativamente às remunerações pagas, devidas ou creditadas, em virtude de obras de construção de templos ou da sede social.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação
Depois não digam que eu não avisei!

Texto extraído do Pavablog.

Nota do blogueiro: Não basta a essas empresas a benesse de isenção fiscal de seus imensos lucros, agora, querem utilizar-se do suado Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para a construção de monstruosidades imobiliárias, para que sejam utilizadas na extorção de trabalhadores ávidos por "uma mãozinha invisível".
Ah, esquecia-me, querem mais isenções.
Em breve, podemos esperar um projeto de lei, criando um dízimo compulsório, estendido à todos os cidadãos com renda, ou destinando parte da arrecadação de impostos à expansão de  suas atividades, de forma obrigatória e vinculada (um percentual da arrecadação) ou alguma doideira como essa.
Teremos um Irã pentecostal...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Policial paulista espanca aluno negro na USP.

Ressalto o fato da agressão a um negro, porque o fato salta aos olhos: Em um grupo de sete ou oito pessoas, o agressor escolhe um negro, que estava em outra sala, para mostrar sua "autoridade".
lamentável episódio, provocado por um agente da ordem. Um "homem da lei".
Esse indivíduo não tem condições para exercer esse tipo de atividade, de ser a força coercitiva do Estado, porque é instável, age por emoções e despeja testosterona em momentos em que deveria usar do bom senso.
Esse ato deveria levar um indivíduo desses à demissão, sem possibilidade de reintegração. Só assim, começaríamos a coibir os excessos policialescos no Brasil.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Tortura infantil por religiosos.

Nota do blogueiro: Vale frisar que o post é forte, extremamente pesado, contém cenas violentas, de tortura infantil praticada por religiosos, com o consentimento e desejo dos pais, e muitas vezes, praticados por esses. Tudo em nome de seres que em tese, deveriam ser bons (seus deuses).

Extraído do Blog Uma Visão de Mundo.
Rituais com crianças: dor, sofrimento e morte para satisfazer os adultos

Uma das coisas pela qual Richard Dawkins (em seu livro “Deus, Um Delírio”) e tantos outros lutam é para que não doutrinemos nossas crianças em nenhuma religião. Isso porque o estado psíquico de uma criança ainda é muito imaturo e fica fácil enfiar as crenças religiosas lá, mas é difícil de retirá-los depois. Nascemos todos com uma propensão a acreditar nas figuras de autoridade. É um mecanismo de sobrevivência. Para as crianças, a autoridade são os pais. Se eles dizem que existe um determinado deus, é difícil para uma criança não acreditar naquilo. Afinal, a tomada realmente dá choque. Sorvete dá dor de garganta. Panela em cima do fogão queima. Puxa, então se eles dizem que existe um deus, realmente deve existir.
O problema não é a criança que tornar-se-á um religioso moderado. O problema é o extremista. E para se construir um fundamentalista deve-se começar aos poucos. São de pequenos e inofensivos ensinamentos que, ao longo do tempo, podemos gerar um potencial fanático que não pensará duas vezes em detonar explosivos amarrados ao corpo. Infelizmente, faz parte da criação os pais introduzirem seus filhos nas suas religiões pessoais. O problema é que, às vezes, não nos damos conta de que as crianças podem não querer aquilo. Pelo mundo, há uma série de rituais religiosos envolvendo crianças. Algumas tão novas que não fazem idéia do que está acontecendo. São adultos que infligem sofrimento desnecessário em crianças por causa de uma crença estritamente pessoal, algumas religiosas e outras oriundas da tradição cultural.
Parece não haver um respeito pelo direito da criança ao não-sofrimento, coisa que ela prontamente mostra querer quando chora ao menor sinal de fome, por exemplo. Pior é convencê-la a se martirizar em nome de uma crença sobre a qual ela ainda não tem capacidade de analisar para decidir se realmente aquilo é bom ou não para ela. Listarei alguns casos de torturas físicas em crianças. Umas piores, outras nem tanto. Alguns de origem religiosa e outros de um atavismo que ninguém parece se preocupar em perguntar: “Hei, para quê fazer isso afinal?”. Lembre-se: os pais e adultos que fazem isso não acham estarem fazendo mal algum. Cabe a você observar a expressão das crianças em muitas ocasiões e decidir por você mesmo(a).

Se você não pode ver cenas fortes, não prossiga lendo este post. Você pode clicar nas imagens para ampliá-las.
Ashura
A Ashura é de longe o mais representativo destes rituais sangrentos. É comemorada pelos xiitas por dez dias, período no qual as pessoas se vestem de preto e há encontros e palestras islâmicas. No último dia, acontecem os rituais de martírio, em que cada xiita bate com suas mãos contra o peito e gritam cantos religiosos. O hábito de se cortar com navalhas e sangrar é visto como um gesto extremo de flagelação.
Em Nabatiye, grupos de jovens desfilavam em frente à multidão cobertos de sangue e com suas palmas batiam contra a cabeça gritando "Ali". Alguns seguravam espadas, outros navalhas. Quando sentiam que o sangramento parava, cortavam suas testas um pouco mais. Sangrar, para eles, era um sinal de respeito. O problema é que alguns pais se encarregam de cortar seus bebês. Alguém em sã consciência acha que um bebê aprovaria tal brutalidade?
Criança sangrando no ritual xiita AshuraCriança sangrando no ritual xiita Ashura
Criança sangrando no ritual xiita AshuraCriança sangrando no ritual xiita Ashura
Criança sangrando no ritual xiita AshuraCriança sangrando no ritual xiita Ashura

Mutilação Genital Feminina

A Mutilação Genital Feminina (sigla MGF), termo que descreve esse ato com maior exatidão, é vulgarmente conhecida por excisão feminina ou Circuncisão Feminina. É uma pratica realizada em vários países principalmente da África, e da Ásia, que consiste na amputação do clitóris da mulher de modo a que esta não possa sentir prazer durante o ato sexual. A sua prática acarreta sérios riscos de saúde para a mulher, e é muito dolorosa, por vezes de forma permanente. A UNICEF revelou que três milhões de raparigas em África e no Médio Oriente são sujeitas a mutilação genital todos os anos.
Em alguns tipos, além do clitóris, os lábios vaginais também são extraídos e costurados. O desenho genital da mulher deixa de ser a vagina que conhecemos e passa a ser um buraco irreconhecível no local. Muitas crianças morrem de complicações por infecção, devido à ausência de condições higiênicas para a realização do procedimento. Além do mais, ele é feito sem anestesia.
Criança sofrendo a A Mutilação Genital Feminina (sigla MGF) ou Circuncisão FemininaCriança sofrendo a A Mutilação Genital Feminina (sigla MGF) ou Circuncisão Feminina
Criança sofrendo a A Mutilação Genital Feminina (sigla MGF) ou Circuncisão FemininaCriança sofrendo a A Mutilação Genital Feminina (sigla MGF) ou Circuncisão Feminina
Vagina após a cicatrização completa de uma remoção do clitóris e dos lábios vaginais
 
Arremesso de Bebês

Uma tradição na Índia, com mais de quinhentos anos, diz que os bebés devem ser lançados de grandes alturas para terem sorte e uma vida saudável. Devotos pais muçulmanos e hindus reúnem-se em Solapur, na província de Maharastra, para a cerimónia: atiram as crianças do cimo de uma torre, a uma altura de mais de dez metros. Como reagem? Naturalmente. O ritual, acreditam, fortalece as crianças, que caem sobre um pano branco esticado, próximo do solo, e que parece uma cama elástica. Mas conheço pessoas adultas que não se arriscariam nisso. Alguém perguntou aos bebês se eles querem participar?
Ritual de lançamento de bebês em Solapur, ÍndiaRitual de lançamento de bebês em Solapur, Índia

Festival Vegetariano Anual de Phuket

Durante as "comemorações" de um festival vegetariano em Phuket, Tailândia, fiéis atravessam espadas e outros objetos pontudos em suas bochechas, entre outras formas de auto-flagelação extrema. O objetivo em cometer esses atos de dor é para purificar os pecados da comunidade. A procissão pelas ruas da cidade tailandesa marca o Festival Vegetariano Anual de Phuket. A festividade começa na primeira noite do nono mês lunar do calendário chinês e dura por nove dias para honrar deuses taoístas. Em 2010, os Nove Deuses Imperiais - como são chamados - saíram das águas no dia 8 e voltaram no dia 16 de outubro. As procissões servem para buscar os espíritos dos deuses na orla e levá-los de volta para o mar. Quem serve de transporte para as divindades são esses malucos com as bochechas esgarçadas.
Escadas com degraus de lâminas, tapetes de carvão em brasa e fogos de artifício nas costas também estavam na programação dos fiéis. A dor purifica os "transportadores", e as explosões serviriam para espantar maus espíritos.
E o que tudo isso tem a ver com vegetarianismo? Claro que os Nove Deuses não gostam que ninguém mate animais quando eles estão de visita na terra, né? Assim os restaurantes da cidade fazem refeições especiais sem nenhum tipo de carne (bovina, suína, peixe ou frutos do mar) nem derivados (leite, ovos).
É o tipo de crença que ficou tão real para o crente que ele arrisca sua saúde (há pouca higiene no festival) para realizar um ritual pedindo bênçãos. Vale lembrar que foi neste mesmo lugar em que o tsunami de 2004 passou matando centenas de pessoas.
Martírio e flagelação no Festival Vegetariano de PhuketMartírio e flagelação no Festival Vegetariano de Phuket
Martírio e flagelação no Festival Vegetariano de PhuketMartírio e flagelação no Festival Vegetariano de Phuket

Dia da Epifania

Na noite de 18/19 de Janeiro, os cristãos ortodoxos celebram a Epifania, um dos mais importantes feriados religiosos. Muitas pessoas tradicionalmente tomam banho de água gelada esta noite em uma esperança para lavar seus pecados. Isso é bastante preocupante, uma noite para médicos e equipes de resgate têm que permanecer em serviço perto de reservatórios de água, onde o ritual acontece.
Quase dois mil anos atrás, Jesus Cristo entrou na água do rio Jordão para ser batizado por João Batista. Desde aquela época, acredita-se geralmente que toda a água na Terra se torna santa, na noite de Epifania, a cada ano. Se um participante do ritual é fraco e despreparado para tal situação estressante, se ele ou ela tem doenças crônicas, tais pessoas se colocam em sério risco.
Eu estou certo de que se você tem coragem e vontade de mergulhar numa água congelante em pleno inverno, a saúde é sua. Mas enfiar uma criança na água gelada? Tem certeza que é o melhor para ela? Olhe bem o rosto dela. Tem certeza que ela está gostando ou aceitando isso?
Russos mergulham criança em água gelada no Dia da Epifania Russos mergulham criança em água gelada no Dia da Epifania
Russo se banha em água gelada no Dia da Epifania

Infanticídio entre indígenas

Se os outros rituais causam dor, este causa a morte. Pela tradição, muitas tribos indígenas enterram crianças vivas. Pesquisadores já detectaram a prática do infanticídio em pelo menos 13 etnias, como os ianomâmis, os apirapés e os madihas. Só os ianomâmis, em 2004, mataram 98 crianças. Os kamaiurás, a tribo de Amalé e Kamiru, matam entre 20 e 30 por ano.
Os motivos para o infanticídio variam de tribo para tribo, assim como variam os métodos usados para matar os pequenos. Além dos filhos de mães solteiras, também são condenados à morte os recém-nascidos portadores de deficiências físicas ou mentais. Gêmeos também podem ser sacrificados. Algumas etnias acreditam que um representa o bem e o outro o mal e, assim, por não saber quem é quem, eliminam os dois. Outras crêem que só os bichos podem ter mais de um filho de uma só vez. Há motivos mais fúteis, como casos de índios que mataram os que nasceram com simples manchas na pele – essas crianças, segundo eles, podem trazer maldição à tribo. Os rituais de execução consistem em enterrar vivos, afogar ou enforcar os bebês. Geralmente é a própria mãe quem deve executar a criança, embora haja casos em que pode ser auxiliada pelo pajé.
Alguns ignorantes clamam que “isto é a cultura deles” e devemos respeitar. Vamos pegar hoje em dia. Se você tem aí algum defeito como uma mancha, se permitiria ser enterrado vivo para “purificar” a espécie? Claro que não. Então, por que fazer vistas grossas a essa crueldade extremamente covarde? Não importa quem ou onde esteja sendo desrespeitado o direito básico da vida. Esta pessoa precisa ser protegida.
Índios no Brasil enterrando crianças vivasÍndios no Brasil enterrando crianças vivas

Festival Chatt Puja

Mulher hindu pisa sobre um bebê em um ritual que busca para as crianças bênçãos do deus do sol Surya, durante o festival de Chatt Puja, em Calcutá. Certo, talvez não seja algo que machuque muito o bebê. Mas alguém perguntou para ele se ele quer participar de uma festividade onde ele pode sim ser machucado?
Mulher pisa sobre bebê em ritual

Brit milá (ritual de circuncisão judeu)

É uma cerimônia religiosa dentro do judaísmo na qual o prepúcio dos recém-nascidos é cortado ao oitavo dia como símbolo da aliança entre seu deus e o povo de Israel. Também é nesta cerimônia que o menino recebe seu nome. Costuma-se realizar o brit em um café da manhã festivo. Classicamente a brit é feita sem anestesia, apesar de atualmente em algumas brit milá a criança receber uma pequena anestesia.
Ainda que hoje muitos usem anestesia, por muito tempo não foi assim. A questão é: os adultos têm maturidade e consciência de suas escolhas. Novamente, alguém consultava o recém-nascido e perguntava: “você aceita ser cortado e sentir dor para aderir aos nossos costumes?”. Claro que não.
Brit milá (ritual de circuncisão judeu)Brit milá (ritual de circuncisão judeu)
Brit milá (ritual de circuncisão judeu)Brit milá (ritual de circuncisão judeu)

A maior vitória do "terror"...

...foi mostrar ao mundo, o terror:

EUA: estado totalitário e militar
Por Miguel Urbano Rodrigues, no sítio português O Diário, extraído do Blog do Miro.

O Presidente Barack Obama ofereceu ao povo norte-americano no dia 31 de Dezembro um presente envenenado para 2012: a promulgação da chamada Lei da Autorização da Defesa Nacional.

O discurso que pronunciou para justificar o seu gesto foi um modelo de hipocrisia. O presidente declarou discordar de alguns parágrafos da lei. Sendo assim, poderia tê-la vetado, ou devolvido o texto com sugestões suas. Mas não o fez.

No dia 24 de Janeiro, o Senado vai votar um projecto, o SOPA, que autoriza a Secretaria de Justiça a criminalizar qualquer Web cujo conteúdo seja considerado ilegal ou perigoso pelo governo dos EUA. De acordo com o texto em debate, a simples colocação de um artigo numa rede social pode motivar a intervenção da Justiça de Washington.

A iniciativa foi já definida por alguns media como um terramoto político. O pânico que provocou foi tamanho que a Netcoalitioncom, aliança que agrupa gigantes digitais como Facebook, Twitter, Google, e Yahoo, AOL e Amazon admite um «apagão colectivo» durante horas se o Congresso aprovar o projecto.

A lei, teoricamente motivada pela necessidade de combater a pirataria digital, será de aplicação mundial. Por outras palavras, se uma Web europeia, asiática ou africana publicar algo que as autoridades norte-americanas considerem «perigoso» pode ser bloqueada nos EUA por decisão da Justiça de Obama.

"Governo militar de traje civil?"

Despojada da retórica que a envolve, a Lei da Autorização da Segurança Nacional, ora vigente, revoga na prática a Constituição bicentenária do país.

Afirma Obama que a «ameaça da Al Qaeda à Segurança da Pátria» justificou a iniciativa que elimina liberdades fundamentais. A partir de agora, qualquer cidadão sobre o qual pese a simples suspeita de ligações com «o terrorismo» pode ser preso por tempo ilimitado. E eventualmente submetido à tortura no âmbito de outra lei aprovada pelo Congresso.

Comentando a decisão gravíssima do Presidente, Michel Chossudovsky lembra que ela traz à memória o decreto de Hitler para «a Protecção do Povo e do Estado» assinado pelo marechal Hindemburgo em 1933 após o incêndio do Reichstag.

A escalada de leis reaccionárias nos EUA assinala o fim do regime democrático na grande Republica. O discurso em que Obama justificou há dias o Orçamento de Defesa, veio confirmar o crescente protagonismo do Pentágono – agora dirigido por Panetta, o ex director da CIA – na definição da estratégia de dominação planetária dos EUA. Ao esclarecer que a prioridade é agora a Ásia, o Presidente afirmou enfaticamente que os EUA são e serão a primeira potência militar do mundo.

Relembrou o óbvio. O Orçamento de Defesa norte-americano supera a soma dos dez maiores que se seguem. A degradação do regime tem-se acentuado de ano para ano. A fascizaçao das Forças Armadas nas guerras imperiais é hoje inocultável.

Observadores internacionais respeitados, alguns norte-americanos, comentando essa evolução, definem os EUA neste início do terceiro milénio como «ditadura democrática». Chossudovsky vai mais longe, enuncia uma evidência dolorosa ao escrever que nos EUA se acentua a tendência para «um Estado totalitário militar com traje civil».

Desmontar-lhe a fachada é uma exigência para quantos identificam no imperialismo uma ameaça à própria continuidade da vida. Tarefa difícil, mas indispensável.

Significativamente, as leis fascizantes comentadas neste artigo passaram quase desapercebidas em Portugal. Os analistas de serviço da burguesia e os media ditos de referência ignoraram o tema, numa demonstração da vassalagem neocolonial da escória humana que oprime e humilha Portugal.
Nota do blogueiro: A derrota do "Yes we can", frente ao poderio da corporatocracia estadunidense torna-se completa. Obama deu sequência aos famigerados Atos Patrióticos, aprovados durante o governo das petroleiras, indústria bélica e empreiteiras de George W Busch, estendendo seu poder de censura, e privação do direito de expressão ao mundo e aumentando a privação de direitos civis a qualquer cidadão estadunidense.
Obama, hoje, teria lugar garantido entre os fascistas do Tea Party. 
A corporatocracia é isso: Elege-se um governo seis para substituir um meia-dúzia, que continuará atuando na defesa incondicional do direito da pessoa jurídica, em detrimento do ser humano, novamente sob a máscara de defesa de um estado democrático, e de enfrentamento de um tal de "terror".
A mairo vitória do "terror", foi mostrar ao mundo, o verdadeiro terror.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Reflexos da crise do capitalismo: A Hungria entra para o triste rol dos Estados Fascio-Teocráticos.

#Hungria já não é “república” e pede a bênção de deus

A Hungria entrou em 2012 com uma nova Constituição em que deixa de ser “república”, restaura o poder do velho nacionalismo e do confessionalismo e silencia a oposição na comunicação social. O IVA subiu para 27 por cento.

A Hungria está a mudar de regime pela mão de Viktor Orban e do seu partido de direita e nacionalista Fidesz. Foto PEE/Flickr

A nova Constituição define o modelo do regime de Viktor Orban e do seu partido de direita e nacionalista Fidesz, que obteve uma maioria de dois terços no Parlamento, onde ainda conta com o apoio da extrema direita fascista, que dispõe de milícias organizadas e autorizadas.
O preâmbulo da Constituição suprime a palavra “república” da designação do país, que passa a chamar-se simplesmente Hungria, e inclui a fórmula confessional “Deus abençoe os húngaros”.
A Constituição introduz medidas suscetíveis de deixar por muito tempo na Hungria as marcas dos atuais responsáveis e a tutela autocrática de Orban. As leis definidoras do regime, designadamente de cidadania, do sistema eleitoral e dos fundamentos religiosos do país só poderão ser alteradas por maiorias de dois terços. A lei eleitoral, sobretudo, tem sido criticada tanto interna como externamente, incluindo dirigentes da União Europeia, por permitir a possibilidade de os pais votarem em nome dos filhos menores.
Além disso, o poder está a nomear os seus comissários políticos para as chefias das forças militares, policiais e de segurança, justiça e comunicação social com mandatos de nove a 12 anos.
No final de dezembro o regime anunciou que vai calar a última rádio independente, a Klubradio, através de um processo que o proprietário desta qualificou como “totalmente opaco”. O Conselho dos Media, que segundo a oposição funciona como comissão de censura, retirou a licença à Klubradio e pretende entregá-la a uma sociedade “obscura” até agora desconhecida.
Em paralelo e durante as última semanas o regime tem vindo a despedir centenas de jornalistas e outros trabalhadores da rádio e televisão públicas num processo qualificado como “operação de limpeza” adaptado à entrada em vigor do novo regime.
O governo húngaro aumentou entretanto o IVA para 27 por cento, o mais elevado nos países da União Europeia, devido à crise económica e aos problemas com a dívida soberana. O FMI e Bruxelas suspenderam entretanto as negociações com Budapeste sobre a perspetiva de um eventual “auxílio” devido ao facto de as novas medidas legislativas no país estabelecerem um estatuto para o Banco Central que não respeita o princípio da independência.

Nota do blogueiro: Podemos esperar mais repúblicas convertidas em estados confessionais, de fazzer inveja ao Irã e Israel.
Estados totalitários travestidos de repúblicas, ou igreijões hitlleristas escancarados, como no caso da Hungria, podem ser o próximo estágio da corporatocracia, que os liberais insistem em chamar de Estados Democráticos.
Um fantasma ronda a europa... e não aquele do manifesto, mas o da cruz gamada...

#Texto extraído do Site Esquerda.Net

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

INSULTAR OU APLAUDIR MULHERES RICAS, O CULTO AO CAPITALISMO

"Capitalismo é o máximo", diz a faixa

Anteontem vi alguns pedaços de Mulheres Ricas, já que todo mundo no Twitter só parecia falar no novo programa da Band. Não vi inteiro porque o canal pega mal na TV de casa, e também proque é justamente no horário de Amor e Revolução, praticamente a única coisa que vi na TV em 2011.
Bom, de cara, eu não sou o público-alvo de Mulheres Ricas. As tais cinco socialites ostentam carros importados, joias, champanhe e viagens internacionais. Vejamos. Carro, pra mim, é um meio de transporte. Feito pra levar uma pessoa do trecho A ao trecho B. E que deveria ser repensado e substituído por transporte coletivo pra que possamos ter de volta cidades mais humanas. Pra mim nunca foi símbolo de statu
s. Eu mal sei distinguir um Fusca de uma Kombi. Joias? Taí um produto que desprezo totalmente. Não tenho nem orelha furada. Nunca usei; acho horroroso, pra falar a verdade. E se 10% do que é denunciado em Diamante de Sangue for verdade, deveríamos parar com essa besteira de “diamonds are a girl's best friend”. Champanhe? Só bebo água, obrigada. Sem gás. Não engarrafada, que é pra não poluir o meio ambiente com embalagens inúteis. Não tenho problema algum em beber água de torneira, se bem que todos meus amigos de classe média garantem que vou morrer por causa disso. Sobram as viagens internacionais. Ano passado o maridão e eu passamos quinze dias na Europa. Foi bem legal, adorei Paris, queijos e chocolates baratos. Mas, sei lá, não acho que estamos falando do mesmo padrão de andar de jatinho.
Já falei que sou de esquerda e não-consumista? Acho que nem preciso, depois dessa introdução. Eu defendo limites pra riqueza. Acho que ninguém precisa ser bilionário. Aliás, acho imoral que alguns indivíduos tenham mais dinheiro que o PIB de vários países reunidos. E nem estou pensando na África. Nos EUA, as 400 pessoas mais ricas têm mais bens que 150 milhões de americanos juntos. Sinal de um desequilíbrio monstruoso.

Mas este é o nosso mundo. Um mundo em que falar isso que falei já me torna uma dinossaura. Não sei se o capitalismo venceu (é duro considerar vitorioso um sistema que gera tantas desigualdades e que vive uma das piores crises de sua história), mas sem dúvida conquistou corações e mentes. Apesar de todos os Occupy Wall Street e de todos os protestos no mundo inteiro, que me deixam com muita esperança, o que mais vejo são pessoas que querem ser ricas. Não que querem um mundo mais justo, com distribuição de renda menos desigual. Não. O pessoal quer mesmo é enriquecer, e joga semanalmente na loteria pra sonhar com este dia que jamais chegará. A diferença, talvez, é que hoje muitos jovens sabem que pouquíssimos ganham na megasena, e que trabalhar não torna ninguém milionário. Mas isso só faz com que fiquem mais cínicos. A revolta não é mais contra a injustiça do mundo, é contra a injustiça que eles não sejam ricos.Temos que mudar essa mentalidade. Eu não quero ser rica. Tenho tudo que quero. Se eu tivesse um milhão de dólares a mais minha vida não seria diferente. Já sou privilegiada. Não quero melhorar de vida, quero que aqueles que estão numa situação muito menos privilegiada que a minha melhorem de vida.
Mas no nosso mundo cultuamos os ricos. Há revistas dedicadas a eles, listas dos mais mais. O pessoal parece se lixar com que Bill Gates tenha um monopólio que lhe rende bilhões de dólares -– o importante é que ele faz doações! Ter uma dúzia de bilionários de “bom” coração vale mais do que ter governos que garantam justiça social. Caridade é muito mais importante que direitos!, berra o pensamento dominante. Só que no Brasil não existem ricos. Pelo jeito ninguém é rico. Já viu como a mídia se refere aos bairros onde só vivem ricos? “Bairro de classe média alta”. Temos classe média alta, mas não ricos. Nem o Ermírio de Moraes se considera rico. Fica uma coisa meio esquizofrênica: as pessoas querem ser algo que nem existe! A resposta pra velha pergunta “Qual a primeira coisa que você faria se ficasse rico?” é “Eu negaria que fiquei rico” (mas não se preocupe, que você não vai ficar rico).
As cinco retratadas de Mulheres Ricas negam ser ricas. Algumas disputam entre si quem é a mais endinheirada, uma diz que a outra está falida, outra que ela é melhor por ser rica de berço (sinceramente, não sei bem quem é quem, e não me interessa. Um jornalista reaça como o Guilherme Fiúza poderia namorar qualquer uma delas, e eu acharia coerente).Até entendo que a galera de esquerda ria dos ricos. No entanto, não faz muito sentido o pessoal conservador vilanizar os ricos. Mas aí é que está: eles, nós, direita, esquerda, não vilanizamos os ricos. Só as ricas. É a esse propósito que o programa da Band serve. Que, aliás, não é só o programa da Band. Existem vários por aí que têm o mesmo formato, como The Real Housewives of Orange County, que mostra americanas abastadas de subúrbio, vivendo suas vidas luxuosas e morrendo de medo de envelhecer.
Imagine se o programa se chamasse Homens Ricos. Seria totalmente diferente -– e muito mais respeitado. Aí poderíamos fingir que homens ricos sim trabalham e merecem ter a fortuna que exibem. Afinal, termos como perua e socialite só existem pra definir mulheres. Homem rico é playboy. Se for jovem, talvez filhinho de papai (que também serve pra qualquer rapaz de classe média). A gente não vê chamarem ricos midiáticos como Eike Batista, Roberto Justus ou João Dória Jr de fúteis. Seus itens de consumo, suas plásticas, suas obsessões por roupas e carros devem ser tão fúteis quanto os da Narcisa, mas fútil é ela, não eles. Então, beleza: a gente libera todo o nosso machismo, ri sem vergonha das madames patéticas e conclui que não, não é a riqueza que é fútil. São as mulheres que usufruem dela.Programas como Mulheres Ricas não são contra o capitalismo. Muito pelo contrário. É o próprio sistema dizendo Eis seus ídolos de barro para serem idolatrados. Alguns espectadores assistem à atração da Band como inspiração; outros para rir das peruas. E assim tod@s seguimos alegres criticando as socialites, e não o sistema que possibilita que inutilidades assim existam. Mas fica a dúvida: quem está rindo de quem?

Do Blog Escreva Lola, Escreva.

Nada à acrescentar.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A ordem criminosa do mundo

Em novembro de 2008, a TVE (Espanha) exibiu um documentário intitulado “A ordem criminosa do mundo”. Nele, Eduardo Galeano (foto), Jean Ziegler e outras personalidades mundiais falam sobre a transformação da ordem capitalista mundial em um esquema mortífero e criminoso para milhões de pessoas em todo o mundo. Mais de três anos depois, o documentário permanece mais atual do que nunca, com alguns traços antecipatórios da crise que viria atingir em cheio também a Europa.


Em novembro de 2008, a TVE (Espanha) exibiu um documentário intitulado “A ordem criminosa do mundo”. Nele, Eduardo Galeano, Jean Ziegler e outras personalidades mundiais falam sobre a transformação da ordem capitalista mundial em um esquema mortífero e criminoso para milhões de pessoas em todo o mundo. Mais de três anos depois, o documentário permanece mais atual do que nunca, com alguns traços antecipatórios da crise que viria atingir em cheio também a Europa. Reproduzimos aqui o vídeo, legendado em português, e algumas das principais afirmações de Galeano e Ziegler:

“Os verdadeiros donos do mundo hoje são invisíveis”

“Os verdadeiros donos do mundo hoje são invisíveis. Não estão submetidos a nenhum controle social, sindical, parlamentar. São homens nas sombras que procuram o governo do mundo. Atrás dos Estados, atrás das organizações internacionais, há um governo oligárquico, de muito poucas pessoas, mas que exercem um controle social sobre a humanidade, como jamais Papa algum, Imperador ou Rei teve”. (Jean Ziegler)

“O atual sistema universal de poder converteu o mundo num manicômio e num matadouro” (Eduardo Galeano).


“A globalização é uma grande mentira”

“O capital financeiro percorre o planeta 24 horas por dia com um único objetivo: buscar o lucro máximo. A globalização é uma grande mentira. Os donos do grande capital que dirigem o mecanismo da globalização dizem: Vamos criar economias unificadas pelo mundo inteiro e assim todos poderão desfrutar de riqueza e de progresso. O que existe, na verdade, é de uma economia de arquipélagos que a globalização criou” (Jean Ziegler).

“Há três organizações muito poderosas que regulam os acontecimentos econômicos: Banco Mundial, FMI e OMC; são os bombeiros piromaníacos. Elas são, fundamentalmente, organizações mercenárias da oligarquia do capital financeiro invisível mundial” (Jean Ziegler).

“Eu não creio que se possa lutar contra a pobreza e criar uma estratégia de luta contra a pobreza sem lutar contra a riqueza, contra os ricos, pois os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres” (José Collado, Missionário em Níger).

“Todos os dias neste planeta, segundo a FAO, 100 mil pessoas morrem de fome ou por causa de suas consequências imediatas” (Jean Ziegler).


“O dicionário também foi assassinado”

“Hoje as torturas são chamadas de “procedimento legal”, a traição se chama “realismo”, o oportunismo se chama “pragmatismo”, o imperialismo se chama “globalização” e as vítimas do imperialismo, “países em vias de desenvolvimento. O dicionário também foi assassinado pela organização criminosa do mundo. As palavras já não dizem o que dizem, ou não sabemos o que dizem” (Eduardo Galeano).

“Se hoje eu digo que faz falta uma rebelião, uma revolução, um desmoronamento, uma mudança total desta ordem mortífera e absurda do mundo, simplesmente estou sendo fiel á tradição mais íntima, mais sagrada da nossa civilização ocidental. O nosso dever primordial hoje deve ser reconquistar a mentalidade simbólica e dizer que a ordem mundial, tal como está, é criminosa. Ela é frontalmente contrária aos direitos do homem e aos textos fundacionais das nossas civilizações ocidentais” (Jean Ziegler).


“Se houvesse uma só morte por fome em Paris haveria uma revolta”

“A primeira coisa que devemos fazer é olhar para a situação de frente e não considerar como normal e natural a destruição, por exemplo, de 36 milhões de pessoas por culpa da fome e da desnutrição. Se houvesse uma só morte por fome em Paris haveria uma revolta. De nenhum modo devemos permitir que as grandes organizações de comunicação nos intimidem, nem as fábricas das teorias neoliberais das grandes corporações, pois todas as corporações se ocupam, primeiro, de controlar as consciências, de controlar como podem a imprensa e o debate público” (Jean Ziegler).

Extraído da Agência Carta Maior.

Para líder católico, mulheres que abortam merecem ser estupradas.

Javier Martínez considera ainda que o aborto é mais grave do que crimes provocados pelo nazismo
arcebispo granada javier martínez
O arcebispo de Granada, na Espanha, Javier Martínez, causou polêmica neste último domingo (31/12), durante uma missa, ao afirmar que o estupro é válido em mulheres que já fizeram aborto.
Para Martínez, "matar uma criança dá ao homem a licença absoluta, sem limites, de abusar do corpo desta mulher, porque ela trouxe a tragédia para a própria vida". As informações são do jornal argentino Diario Registrado.
O religioso espanhol realizava sua homilia no último dia do ano e aproveitou para criticar a Lei do Aborto, na Espanha.
A lei, aprovada pelo governo de José Luis Zapatero (2004-2011), aprovada no primeiro ano do antigo governo, legalizava o aborto para mulheres com até 14 semanas de gravidez, ou em 22, no caso de risco para gestante.
Entretanto,o dispositivo poderá ser revogado pelo recém-empossado governo do PP (Partido Popular), de tendência conservadora e ligado à Igreja Católica.
O arcebispo comparou a medida com o regime nazista de Adolf Hitler. Para ele, os crimes cometidos pelo regime alemão não eram tão repugnantes quanto o ato do aborto.
O aborto na Espanha


Em 2010, ano em que o Ministério da Saúde conduziu o último senso nacional do gênero, a Espanha registrou um total de pouco mais de 100 mil procedimentos abortivos em todo seu território. Desse montante, mais de 46% dos casos envolveram mulheres com idade entre 20 e 29 anos. Apenas 4% das pacientes abortaram naquele ano por conta de gravidez de risco, enquanto que quase 43% tomaram a decisão com base em vontade própria.
Entre 2001 e 2010, o aumento na quantidade de procedimentos abortivos em clínicas autorizadas foi gradual e constante. Em 10 anos, o crescimento desse número foi de aproximadamente 62%. A preferência massiva das mulheres foi por estabelecimentos privados.
Nota do blogueiro: E esse tipo de ente quer legislar, formam blocos, cada vez maiores de parlamentares que levam às câmaras, esse tipo de idéia arcaica e desumana.
Mantenha o Estado laico: Não vote em carolas.
Texto extraído do Blog Pragmatismo Político.