terça-feira, 29 de março de 2011

"Sonhos molhados de nosso agronegócio"...

... e do agro-comunista Aldo Rebelo.

Extraído do Blog Contexto Livre:

A Etiópia está à venda
Imaginem terrenos férteis com uma área semelhante à do distrito de Lisboa arrendada durante 50 anos, por menos de 700 euros/mês. O negócio está sendo oferecido pelo governo da Etiópia. Apesar da Etiópia ser um dos países com maiores problemas de subnutrição do planeta – recebeu no ano passado 700 mil toneladas de alimentos como ajuda humanitária – os investidores vão produzir colheitas de alto valor como soja, óleo de palma, algodão e açúcar para exportação ao invés de cereais e outros vegetais para consumo das populações etíopes.
Imaginem terrenos férteis com uma área semelhante à do distrito de Lisboa arrendada durante 50 anos, por menos de 700 euros/mês. Não é preciso imaginar. É apenas mais um negócio oferecido pelo governo da Etiópia. No total, a oferta de terrenos nestas condições equivale já à área dos quatro maiores distritos portugueses: Beja, Évora, Santarém e Castelo Branco. Cerca de 35% da área continental de Portugal, três milhões de hectares, um quadrado com 173 km de lado.
Ao mesmo tempo, o governo etíope tem em curso um programa de relocalização das populações dessas áreas. O argumento é o de agrupamento em povoações maiores para assim assegurar o acesso ao abastecimento de água, à rede viária, a escolas, hospitais, transportes, etc.. A simultaneidade entre os dois acontecimentos é mera coincidência, dizem os responsáveis. A verdade é que a promessa de melhores infra-estruturas e maior qualidade de vida não tem passado disso mesmo, uma promessa, e o clima de medo e opressão está instalado. Só durante este ano, mais de 15 mil pessoas serão relocalizadas.
Apesar da Etiópia ser um dos países com maiores problemas de subnutrição do planeta – recebeu no ano passado 700 mil toneladas de alimentos como ajuda humanitária – os investidores vão produzir colheitas de alto valor como soja, óleo de palma, algodão e açúcar para exportação ao invés de cereais e outros vegetais para consumo das populações etíopes. Aos impactos sociais junta-se a devastação ambiental extrema: os terrenos são queimados, as florestas abatidas e as zonas úmidas drenadas. Uma reconfiguração do ecossistema em grande escala.
Estes fatos foram revelados por uma reportagem do The Guardian. O governo etíope defende esta industrialização em larga escala como necessidade e única solução para o desenvolvimento. Curiosamente, no início deste mês, um relatório das Nações Unidas mostrou que a agricultura ecológica, desenvolvida por pequenos agricultores e sem se basear em químicos e pesticidas, pode dobrar a produção alimentar em África nos próximos dez anos.
A mega-exporação de que falava no início, com o tamanho do distrito de Lisboa, terá 60 mil trabalhadores que vão ganhar menos de um dólar por dia. A sua missão será trabalhar as terras que sempre foram suas e para as quais não podem voltar com pleno direito. O governo garante ainda aos investidores vários incentivos fiscais e estradas construídas com dinheiro públicos.
O benefício para a população etíope é imperceptível. Ficam sem os alimentos e sem as terras para a produzir. O futuro fica comprometido. O poder do Estado e o seu aparelho repressivo garantem a venda a retalho do país e colocam a economia ao serviço da extorsão. Tudo à custa da segurança alimentar e da escravização “moderna” da sua população. Os poucos que lucram com o negócio - o fundo de pensões do Reino Unido, outros fundos financeiros e os tubarões internacionais do ramo - agradecem e mantém a sua aura de responsabilidade social.
 
Nelson Peralta é biólogo, dirigente do Bloco de Esquerda, de Portugal.

segunda-feira, 28 de março de 2011

"Amo muito tudo isso II"

Do Blog do Miro, de Altamiro Borges, mais algusn exemplos de como a maior rede de "comida rápida" do mundo explora seus sub-empregados:

McDonald´s: propaganda encobre abusos

Reproduzo artigo de Michelle Amaral, publicado no sítio da Alai:

“Uma vez eu estava com uma bandeja cheia de lanches prontos para serem entregues e escorreguei. Quando ia caindo no chão, meu coordenador viu, segurou a bandeja, me deixou cair e disse: 'primeiro o rendimento, depois o funcionário'”, conta Kelly, que trabalhou na rede de restaurantes fast food McDonald´s por cinco meses.

“Lá você não pode ficar parado, se sentar leva bronca”, relata Lúcio, de 16 anos, que há 4 meses trabalha em uma das lojas da rede na cidade de São Paulo. “Você não tem tempo nem para beber água direito”, completa José, de 17 anos. “Uma vez eu queimei a mão, falei para a fiscal e ela disse para eu continuar trabalhando”, lembra o adolescente. Maria, de 16 anos, ainda afirma que, apesar da intensa jornada de trabalho nos restaurantes, recebe apenas R$ 2,38 por hora trabalhada.

Os relatos acima retratam o dia-a-dia dos funcionários do McDonald´s. Assédio moral, falta de comunicação de acidentes de trabalho, ausência de condições mínimas de conforto para os trabalhadores, extensão da jornada de trabalho além do permitido por lei e fornecimento de alimentação inadequada são algumas das irregularidades apontadas por trabalhadores da maior rede de fast food do mundo.

Somente no Brasil, o McDonald´s tem mais de 600 lojas e emprega 34 mil funcionários, em sua maioria jovens de 16 a 24 anos.

“Quando se é adolescente, você vê as coisas acontecerem, mas não vê como assédio moral, nem nada do tipo. Mas as humilhações são constantes. Já fui puxada pela orelha por uma gerente por demorar em um atendimento”, completa Kelly.

As relações de trabalho impostas pelo McDonald´s são objetos de estudo de muitos pesquisadores. Do mesmo modo, pelas irregularidades recorrentes, a rede de fast food é alvo de diversas denúncias na Justiça do Trabalho.

Em São Paulo, o Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis e Restaurantes de São Paulo (Sinthoresp), ao longo dos anos, tem denunciado as más condições a que são submetidos os funcionários do McDonald´s.

Recentemente, resultou em uma punição ao McDonald´s uma denúncia feita há quinze anos pelo sindicato ao Ministério Público do Trabalho (MPT) da 2ª Região, em São Paulo. Trata-se de um acordo que, além de exigir o cumprimento de adequações trabalhistas, estabelece o pagamento de uma multa de R$ 13,2 milhões.

Desse valor, a rede de fast food deve destinar R$ 11,7 milhões ao financiamento de publicidade contra o trabalho infantil e à divulgação dos direitos da criança e do adolescente durante os próximos nove anos. Além disso, a rede deve doar R$ 1,5 milhão para o Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O compromisso foi firmado em outubro de 2010 e passou a valer em janeiro deste ano.

As investigações realizadas pelo MPT a partir da denúncia do Sinthoresp confirmaram as seguintes irregularidades: não emissão dos Comunicados de Acidente de Trabalho (CAT); falta de efetividade na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; licenças sanitárias e de funcionamento vencidas ou sem prazo de validade, prorrogação da jornada de trabalho além das duas horas extras diárias permitidas por lei, ausência do período mínimo de 11 horas de descanso entre duas jornadas e o cumprimento de toda a jornada de trabalho em pé, sem um local para repouso.

O MPT também apontou irregularidades na alimentação fornecida aos trabalhadores: apesar de oferecer um cardápio com variadas opções, o laudo da prefeitura de São Paulo reprovou as refeições baseadas exclusivamente em produtos da própria empresa por não atender às necessidades nutricionais diárias. Em relação à alimentação, o McDonald´s chegou a ser condenado, em outubro de 2010, pela Justiça do Rio Grande do Sul a indenizar em R$ 30 mil um ex-gerente que, após trabalhar 12 anos e se alimentar diariamente com os lanches fornecidos pela rede de fast food, engordou 30 quilos.

Processo

Segundo o advogado do Sinthoresp, Rodrigo Rodrigues, a denúncia feita em 1995 referia-se “aos maus tratos que sofriam os funcionários do McDonald's devido às várias reclamações deles aqui no nosso sindicato”.

O advogado do Sinthoresp relata que o MPT chegou a realizar uma consulta pública com todos os envolvidos no caso. Após isso, ajuizou uma ação civil pública em março de 2007. Em 2008, houve a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que estipulava prazos para o cumprimento das adequações.

Ao comprovar que as exigências não estavam sendo cumpridas, o MPT ameaçou aplicar uma multa milionária à rede. Para fugir da punição, o McDonald's firmou esse novo acordo em outubro de 2010.

De acordo com a procuradora do trabalho Adélia Augusto Domingues, o MPT está em processo de tratativas com a rede de fast food para a implementação de todas as adequações necessárias. “O processo terá o acompanhamento do Ministério Público do Trabalho em todas as etapas, até que as adequações sejam completamente realizadas”, afirma Domingues.

A procuradora acredita que o acordo firmado com a rede beneficiará os funcionários. “Esses ajustes são positivos e importantíssimos para os empregados da empresa, que na maioria são adolescentes que requerem, sem dúvida, cuidados especiais, em razão de encontrarem-se na fase do processo de desenvolvimento físico, mental e social”, defende.

A reportagem procurou o McDonald's que, através de sua assessoria de imprensa, encaminhou um comunicado no qual afirma que os termos do acordo se alinham com a cultura da empresa de respeitar as leis do país e contribuir ativamente nas comunidades onde atua. “Acreditamos também que campanhas educativas e a doação do equipamento médico, como consta do acordo, poderão beneficiar a sociedade como um todo”, diz o informe.

A rede

De acordo com dados do site do McDonald's, no ano de 2009 a rede estava presente em 118 países e possuía 31 mil lojas onde trabalhavam 1,6 milhão de funcionários. A sede mundial da McDonald's Corporation fica nos Estados Unidos e, nos demais países do mundo, a rede opera por meio de franquias.

O McDonald's chegou ao Brasil em 1979 e, desde 2007, a Arcos Dourados é a franqueadora do McDonald's no país e na América Latina. A Arcos Dourados tem como sócios os fundos Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, o DLJ South America Partners, fundo ligado ao Credit Suisse, e o Capital International, do The Capital Group Companies. O lucro da rede de fast foods no Brasil em 2009, conforme informações do site, foi de R$ 3,45 bilhões. Já em 2010, em todo o mundo, o McDonald´s obteve lucro de 4,95 bilhões de dólares.

* Os nomes dos funcionários citados na matéria são fictícios.

** Franquia é um sistema comercial em que o detentor de uma marca cede a uma outra empresa o direito de uso de sua marca ou patente, infraestrutura e direito de distribuição de produtos e serviços.

PT gaúcho reage ao "código-Rebelo".

Do Blog RS Urgente, de Marco Aurélio Weissheimer:

Secretaria Agrária do PT-RS diz que proposta de Rebelo para Código Florestal é retrocesso histórico

A Secretaria Agrária do PT do Rio Grande do Sul divulgou um documento criticando a proposta do substitutivo do PL n° 1.876/99, do deputado Aldo Rebelo (PCdoB), modificando o atual texto do Código Florestal.
“Neste momento, preocupa-nos a proposta do substitutivo do PL nº 1.876/99, do Deputado Aldo Rebelo (PCdoB) que modifica e flexibiliza o atual Código Florestal (Lei nº 4.771/65), contrariando a posição da presidenta Dilma, que assumiu compromisso de reduzir o desmatamento. Igualmente, isso vai contrário ao compromisso do Brasil, em reduzir as emissões de gases de efeito estufa, expresso na Lei nº 12.187/09 da Política Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC”, diz o documento aprovado após plenária da Secretaria, realizada dia 24 de março.
O texto qualifica a proposta apresentada pelo relator como um “retrocesso histórico na questão ambiental”. “Em seu relatório, Aldo Rebelo, privilegiou o interesse do negócio agropecuário, não considerando os interesses da totalidade da população, nem que a legislação ambiental é para proteger o patrimônio ecológico brasileiro e dar a dimensão ambiental ao desenvolvimento econômico. Na nossa avaliação é equivocado e arriscado demais, sobrepor os interesses imediatos e setoriais aos estratégicos de uma nação, e para nós, é justamente isto, que ora se coloca para decisão política no Congresso Nacional”, afirma.
Na avaliação da Secretaria Agrária do PT gaúcho, o substitutivo de Aldo Rebelo desconsidera de forma intencional a Lei n° 11.326/06, que define a agricultura familiar e estabelece os parâmetros socioeconômicos que a caracterizam e servem de base para enquadramento nas políticas públicas. “Aldo Rebelo considera “agricultor” tanto o agricultor familiar que tem dez hectares e luta pela sobrevivência como aquele que planta dez mil e é um próspero empresário ruralista do agronegócio. Ao conceder o mesmo tratamento a segmentos socioeconômicos -profundamente -desiguais, o Deputado Aldo Rebelo, incorre em um grave equívoco e produz uma distorção”, assinala ainda o documento.
O texto defende que essa distinção seja considerada de forma explícita na proposta, “pois são interesses, necessidades e modos de vida diferenciados que devem ter da parte do Estado e do Governo um tratamento diferenciado”:
“Temos a convicção de que não é a agricultura familiar que destrói o meio ambiente, mas sim o grande agronegócio ao buscar a sua expansão permanente. Infelizmente, para nossa decepção, o Deputado Aldo Rebelo não considerou a Lei nº. 11.326/06, nem a representação plural da agricultura familiar, não deu relevância para os estudos das universidades que pesquisam os ecossistemas brasileiros, nem ao movimento ambientalista, e, em nossa opinião, o mais grave, assumiu a expressão política dos interesses ideológicos e econômicos do setor ruralista, mas, felizmente, a mobilização social, o Congresso Nacional e o Governo Federal, podem, plenamente, reverter isso”.

Nota do blogueiro: Latifundiários de todo o mundo: Uni-vos.

quinta-feira, 24 de março de 2011

¡Al Gran Pueblo Argentino Salud!

Do Blog Opera Mundi:

Os criminosos, torturadores e assassinos estatais argentinos estão indo para a cadeia.
Os nossos, "supremamente" livres.

Trinta e cinco anos após golpe, Argentina condenou 196 repressores da ditadura

“Muitos são os santos que estão entre as grades de Deus e tantos assassinos gozando deste sol”, dizia trecho da canção “Las Madres del Amor” de León Gieco, músico perseguido pela ditadura militar argentina (1976-1983), que deixou um saldo estimado de 30 mil desaparecidos. 
Leia mais:
Prisões clandestinas recuperadas em Córdoba ajudam a entender o terror promovido pela ditadura argentina

A música, composta em 2001, lamentava que muitos dos envolvidos em crimes atrozes cometidos no período ainda estivessem impunes, desfrutando de sua liberdade sob o sol. Dez anos depois, no entanto, a Argentina avançou significativamente em matéria de Direitos Humanos.

Efe

Acerto de contas: Videla (d) e Menendez (e) no banco dos réus em tribunal de Córdoba

No dia em que a nação lembra o aniversário de 35 anos do golpe de estado que deu início aos anos de chumbo, as organizações de Direitos Humanos, como as Mães e Avós da Praça de Maio, os H.I.J.O.S. (Filhos pela Identidade e Justiça, contra o esquecimento e o silêncio, na sigla em português), programam passeatas e atividades culturais para recordar a data e reivindicar a luta pela Memória, pela Verdade e pela Justiça, como fazem anualmente.

Apesar da efeméride dolorosa, no entanto, tais manifestações podem estar permeadas de otimismo e esperança: somente no transcurso de 2010, a justiça argentina concluiu 19 julgamentos e condenou 109 repressores. Destes, 11 já cumpriam pena por atuação como agentes de repressão e 98 foram condenados pela primeira vez.

Leia mais:

Os dados, publicados pela Unidade Fiscal de Coordenação e Acompanhamento dos casos de violações aos Direitos Humanos cometidos durante o terrorismo de Estado, revelam que o número de condenações é maior do que o dobro das ditadas em 2009, que chegaram a somente 36.

Segundo o informe, até dezembro de 2009, 634 pessoas estavam sendo processadas, número que passou para 820 em 2010. O número total de julgados e de condenados desde 1983, de acordo com o informe, é de 217 e 196, respectivamente. Os dados incluem, no entanto, sentenças que não foram cumpridas, devido aos decretos de anistia a militares acusados de violações dos Direitos Humanos, sancionados pelo ex-presidente argentino, Carlos Menem, em 1989 e 1990.

Wikicommons

Estela de Carlotto, presidente das Avós, e o ex-presidente Néstor Kirchner na Casa Rosada, em 2006 Fim da impunidade

A anistia foi uma entre outras travas à devida investigação dos crimes do período e punição dos acusados. Em dezembro de 1986, durante o governo de transição para a democracia de Raúl Alfonsín, foi criada a Lei de Ponto Final, que estabelecia a paralisação dos processos judiciários contra os autores das prisões arbitrárias, torturas e assassinatos durante a ditadura militar, que não tivessem sido processados até determinado prazo.

No ano seguinte, o mesmo governo decretou a Lei de Obediência Devida, com a qual, militares de patentes inferiores a Brigadeiro não poderiam ser julgados, porque estavam somente cumprindo ordens. Ambas as leis excetuavam somente os responsáveis por “substituição de estado civil e subtração e ocultação de menores”. Estima-se que, com as determinações, ao menos 1,8 mil militares tenham sido anistiados.

Finalmente, em 2005, durante a presidência de Néstor Kirchner, as leis de anistia, que já haviam sido anuladas em 2003, foram consideradas inconstitucionais pela Corte Suprema e derrogadas, o que permitiu a retomada dos julgamentos.
Luciana Taddeo
Apoiadores da ONG H.I.J.O.S. se manifestam em Córdoba, onde mais de 30 repressores enfrentaram a justiça

Queixas das organizações

Outro passo que sinalizou a aproximação desta gestão com as políticas de Direitos Humanos foi em 2004, quando após sua ordem, o então chefe do Exército, o tenente-general Roberto Bendini, tirou os quadros dos ex-ditadores Jorge Rafael Videla e de Roberto Bignone – ambos acusados e com processos em andamento –, das paredes do Colégio Militar.

O gesto determinou o caminho que seria tomado por sua gestão. A partir do fim das leis de impunidade, o Estado argentino efetivou 42 julgamentos orais com sentenças em todo o país. Entretanto, para a organização H.I.J.O.S. da cidade de La Plata, capital da província de Buenos Aires, a justiça é lenta e o número de condenados ínfimo quando comparado com a quantidade de repressores impunes.

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“Com estes julgamentos, só 10% dos repressores processados foram condenados”, afirmaram, em um comunicado. “Houve 16 absolvições de integrantes das patotas do Terrorismo de Estado e, por mais que haja uma cifra similar de presos a espera de julgamento, a maioria dos acusados se encontra em liberdade, há dezenas de foragidos e muitos morreram impunes antes de receber uma sentença”, reclamam.

Outra queixa das organizações de Direitos Humanos é a possibilidade de prisão domiciliar, da qual se beneficiam 42,2% dos condenados. Segundo o relatório da Unidade Fiscal, 51,8% deles está em unidades penitenciárias, 3,7% em dependências das forças de segurança, 1,7% em hospitais e 0,4% no exterior.

Apesar das demandas dos ativistas, o avanço dos julgamentos na Argentina é surpreendente quando comparado com a situação brasileira, onde a Lei de Anistia vigora desde 1979. Em abril de 2010, o Supremo Tribunal Federal se negou a revisar a mesma, impedindo o julgamento dos militares envolvidos em crimes durante a ditadura (1964-1985).

As expectativas atuais recaem sobre o projeto de lei para a criação da Comissão Nacional da Verdade, que pretende esclarecer violações de Direitos Humanos na ditadura brasileira.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Monocultura de exportação, ou agronegócio, mata criancinhas...

...mas enquanto alguns pilotos de SUVs, com amplas bases de apoio parlamentar, donos das secretarias de agricultura municipais, estaduais, ministérios, continuar lucrando muito, e transferindo muitos recursos para o mercado transnacional dos venenos agrícolas, isso será aceitável.
Matarão em nome do "progresso", mas nunca assumirão que estão matando.
E dá-lhe Hillux.

O texto abaixo foi extraído do site "24 HorasNews":


Soja usa 5 milhões de litros de agrotóxico e chega ao leite materno em MT
Thais Tomie
Redação 24 Horas News

O município de Lucas do Rio Verde, localizado ao norte do Estado,  é caracterizado como segundo maior produtor de grãos do Estado. Em 2009 cultivou 410 mil hectares de soja e milho.Para isso,  utilizou nada mais nada menos que cerca de 5 milhões de litros de agrotóxicos. Bom para a indústria, bom para os negócios, péssimo para a saúde da população. Principalmente de mães, cujos filhos estão em idade de amamentação. Uma pesquisa revelou a presença de agrotóxico no leite materno das gestantes que residem no município. Isso mesmo: agrotóxico no leite materno.
“Após a aplicação, parte desses produtos atinge a peste alvo, enquanto que o restante pode ser disperso no ambiente e acumular-se no organismo humano” – explica Danielly Cristina de Andrade Palma, mestranda em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso. Nas amostras de leite coletadas de 62 nutrizes, foram encontradas pelo menos um tipo de agrotóxico. A coleta foi feita entre a 3ª e a 8ª semana após o parto. Entre as variáveis estudadas, ter tido aborto foi uma variável que se manteve associada à presença de três agrotóxicos.
O estudo é uma alerta para os moradores da região, pois os resultados podem ser oriundos da exposição ocupacional, ambiental, alimentar do processo produtivo da agricultura que expôs a população a 114,37 litros de agrotóxicos por habitante na safra agrícola de 2009/2010..
“Por suas características fisiológicas e vulnerabilidade à exposição a agentes químicos presentes no ambiente, este leite ao ser consumido pelos recém-nascidos pode provocar agravos à saúde” – diz a pesquisadora.
De acordo com o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde, Edu Pascosk, o que aconteceu no município foi um fato esporádico que ocorreu devido a uma pulverização de uma aeronave que passou dentro do perímetro urbano. “todas as providências já foram tomadas e os agricultores estão seguindo normalmente a legislação federal”, informou.
O município é considerado o segundo maior produtor de grãos do Estado. E para o agronegócio, o lucro pode estar acima da vida. Diante dos fatos, parece que o mesmo governo que faz campanhas para incentivar as mulheres a amamentar, financia o agronegócio que produz a comida envenenada, contaminando o leite da maioria das mães.

Nota do blogueiro: Esse blogueiro discorda do título da reportagem do site "24 HorasNews": Soja não usa agrotóxicos, esses venenos são aplicados pelos empregados dos "produtores de ração para as vacas do Mc'Donald's".
Interessante a manifestação do secretário de agricultura e meio ambiente (que não deveriam ser mantidos juntos, normalmente subordinados aos latifundiários que elegeram o prefeito), atribuíndo o evento à uma aeronave que perdeu o rumo.
O que perdeu o rumo foi o Brasil, tornando-se refém de espalhadores de venenos, para manter sua balança de pagamentos favorável, mantendo a colonial sina de país exportador de produtos do extrativismo, sem valor agregado, cuja produção requer um enorme sacrifício humano e ambiental.
Abaixo, a manifestação de um "agroboy", pregando o espancamento da pesquisadora (característico modus operandi de grupos latifundiários):

"Josué - 18/03/2011 13:13:00
Já estou providenciando a foto dessa "pesquisadora" da UFMT e vou espalhar aqui pelo Nortão todo, nos postes, com a frase: PROCURA-SE - RECOMPENSA DE R$ 10 MIL. Depois vamos dar uma coça nela com pé de soja seco, que ela nunca mais vai pesquisar nada aqui."


quinta-feira, 17 de março de 2011

Entre a cruz e a espada.

*Juiz italiano é exonerado por protestar contra crucifixo  
Plenário do Supremo Tribunal Federal em Brasília-DF


O italiano Luigi Tosti foi expulso da Magistratura do país por se recusar a fazer audiências enquanto todos os crucifixos não fossem retirados das paredes dos tribunais. Nessa segunda-feira (14/3), a Corte de Cassação confirmou a exoneração de Tosti. Ele já estava fora do cargo desde o começo do ano passado, por conta de decisão do Conselho Superior da Magistratura.
Peso da cruz 1
Durante a sua carreira como magistrado, Tosti apontava que a expressão religiosa nos tribunais, órgãos públicos, violava a laicidade do Estado italiano. Se as cruzes não fossem retiradas da parede, pedia então que fossem expostos junto outros símbolos religiosos. A Corte de Cassação negou. Os crucifixos podem, afirmou. Outros símbolos, não. Tosti promete levar a briga para os tribunais europeus.
Peso da cruz 2
O juiz exonerado não é o único a reclamar das cruzes em órgãos públicos. Já no final desta semana, os europeus vão saber se as escolas públicas podem afixar crucifixos nas paredes. A Corte Europeia de Direitos Humanos anuncia na sexta-feira (18/3) a sua decisão final sobre a laicidade dos Estados e a expressão religiosa em órgãos públicos. Quem levantou a discussão na corte foi um casal italiano que reclama que a expressão religiosa das escolas na Itália conflita com a educação que querem dar para os filhos.
Aline Pinheiro
***
Lugar de praticar religião é na igreja ou em casa. Em Estados laicos deveria prevalecer o bom senso e não ser permitida a apresentação ou exposição nos ambientes públicos de símbolos religiosos. Ou, então, ao contrário, todos deveriam ser permitidos e expostos, por uma simples questão de isonomia.
*Extraído do Blog Contexto Livre.

domingo, 13 de março de 2011

Aos pregadores da morte.

O vídeo abaixo foi extraído do Youtube, o texto, da obra Assim Falava Zaratustra, de Friedrich Wilhelm Nietzsche:




“Há pregadores da morte, e a terra está cheia de indivíduos a quem é preciso pregar que desapareçam da vida.
A terra está cheia de supérfluos, e os que estão demais prejudicam a vida. Tirem-nos desta com o engodo da “eterna”!
“Amarelos” se costuma chamar aos pregadores da morte, ou então “pretos”. Eu, porém, quero apresentá-los também sob outras cores.
Terríveis são os que têm dentro de si a terra, e que só podem escolher entre as concupiscências e as mortificações.
Nem sequer chegariam a ser homens esses seres terríveis.
Preguem, pois, o abandono da vida, e vão-se eles também!
Eis os tísicos da alma. Mal nasceram e já conteçaram a morrer, e sonham com as doutrinas do cansaço e da renúncia.
Quereriam estar mortos, e nós devemos santificar-lhes a vontade. Livremo-nos de ressuscitar esses mortos e de lhes violar as sepulturas.
Encontram um doente, um velho ou um cadáver, e depois dizem: “Reprove-se a vida!”
Os reprovados, contudo, são eles unicamente, assim como os seus olhos que só vêem um aspecto da sua existência.
Sumidos na densa melancolia e ávidos dos leves acidentes que matam, esperam cerrando os dentes.
Ou então estendem a mão para doces e zombam das suas próprias criancices: estão encostados à vida como uma palha, e escarnecem de se apoiarem a uma palha.
A sua sabedoria diz: “Louco é aquele que pertence à vida, mas, assim somos nós loucos! E esta é a maior loucura da vida!”
“A vida não é mais do que sofrimento”, dizem outros, e não mentem.
Tratai pois de abreviar a vossa. Fazei cessar a vida que é só sofrimento!
Eis o ensinamento da vossa virtude: “Deves matar-te a ti mesmo! Deves desaparecer diante de ti mesmo!”
“A luxúria é pecado — dizem alguns dos que pregam a morte. — Separemo-nos e não engendremos filhos!”
“É doloroso dar à luz — dizem os outros. — Para que se há de continuar a dar à luz?” E também eles são pregadores da morte.
“É preciso ser compassivo — dizem os terceiros — Recebei o que tenho. Recebei o que sou! Assim me prendo menos à vida”.
Se fossem verdadeiramente compassivos procurariam desgostar da vida o próximo. Serem maus, seria a verdadeira bondade.
Eles, porém, querem libertar-se da vida. Que lhes importa prender outros a ela mais estreitamente com as suas cadeias e as suas dádivas?
E vós outros também, vós que levais uma vida de inquietação e de trabalho furioso, não estais cansadíssimos da vida? Não estais bastante sazonados para a pregação da morte?
Vós todos que amais o trabalho furioso e tudo o que é rápido, novo, singular, suportai-vos mal a vós mesmos: a vossa atividade é fuga e desejo de vos esquecerdes de vós mesmos.
Se tivésseis mais fé na vida, não vos entregaríeis tanto ao momento corrente; mas não tendes fundo suficiente para esperar nem tão pouco para a preguiça.
Por toda parte ressoa a voz dos que pregam a morte, e a terra está cheia de seres a que é mister pregar a morte.
Ou “a vida eterna” — que para mim é o mesmo — contanto que se vão depressa”.
Assim falava Zaratustra.

sábado, 12 de março de 2011

Tragédias naturais expõem perda da noção de limite

Extraído do Blog RS Urgente, de Marco Aurélio Weissheimer:

 No dia 1° de novembro de 1775, Lisboa foi devastada por um terremoto seguido de um tsunami. A partir de estudos geológicos e arqueológicos, estima-se hoje que o sismo atingiu 9 graus na escala Richter e as ondas do tsunami chegaram a 20 metros de altura. De uma população de 275 mil habitantes, calcula-se que cerca de 20 mil morreram. Além de atingir grande parte do litoral do Algarve, o terremoto e o tsunami também atingiram o norte da África. Apesar da precariedade dos meios de comunicação de então, a tragédia teve um grande impacto na Europa e foi objeto de reflexão por pensadores como Kant, Rousseau, Goethe e Voltaire. A sociedade europeia vivia então o florescimento do Iluminismo, da Revolução Industrial e do Capitalismo. Havia uma atmosfera de grande confiança nas possibilidades da razão e do progresso científico.
No Poème sur le desastre de Lisbonne, (“Poema sobre o desastre de Lisboa”), Voltaire satiriza a ideia de Leibniz, segundo a qual este seria “o melhor dos mundos possíveis”. “O terremoto de Lisboa foi suficiente para Voltaire refutar a teodiceia de Leibniz”, ironizou Theodor Adorno. “Filósofos iludidos que gritam, ‘Tudo está bem’, apressados, contemplam estas ruínas tremendas” – escreveu Voltaire, acrescentando: “Que crimes cometeram estas crianças, esmagadas e ensanguentadas no colo de suas mães?” Rousseau não gostou da leitura de Voltaire e responsabilizou a ação do homem que estaria “corrompendo a harmonia da criação”. “Há que convir… que a natureza não reuniu em Lisboa 20.000 casas de seis ou sete andares, e que se os habitantes dessa grande cidade se tivessem dispersado mais uniformemente e construído de modo mais ligeiro, os estragos teriam sido muito menores, talvez nulos”, escreveu.
Já Kant procurou entender o fenômeno e suas causas no domínio da ordem natural. O terremoto de Lisboa, entre outras coisas, acabará inspirando seus estudos sobre a ideia do sublime. Para Kant, “o Homem ao tentar compreender a enormidade das grandes catástrofes, confronta-se com a Natureza numa escala de dimensão e força transumanas que embora tome mais evidente a sua fragilidade física, fortifica a consciência da superioridade do seu espírito face à Natureza, mesmo quando esta o ameaça”.
A tragédia que se abateu sobre Lisboa, portanto, para além das perdas humanas, materiais e econômicas, impactou a imaginação do seu tempo e inspirou reflexões sobre a relação do homem com a natureza e sobre o estado do mundo na época. Uma época, cabe lembrar, onde os meios de comunicação resumiam-se basicamente a algumas poucas, e caras, publicações impressas, e à transmissão oral de informações, versões e opiniões sobre os acontecimentos. Nas catástrofes atuais, parece que vivemos um paradoxo: se, por um lado, temos um desenvolvimento vertiginoso dos meios de comunicação, por outro, a qualidade da reflexão sobre tais acontecimentos parece ter empobrecido, se comparamos com o tipo de debate gerado pelo terremoto de Lisboa.
Em maio de 2010, em uma entrevista à revista Adverso (da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o geólogo Rualdo Menegat, professor do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituo de Geociências da UFRGS, criticou o modo como a mídia cobre, de modo geral, esse tipo de fenômeno.
“Ela espetaculariza essas tragédias de uma maneira que não ajuda as pessoas entenderem que há uma manifestação das forças naturais aí e que nós precisamos saber nos precaver. A maneira como a grande imprensa trata estes acontecimentos (como vulcões, terremotos e enchentes), ao invés de provocar uma reflexão sobre o nosso lugar na natureza, traz apenas as imagens de algo que veio interromper o que não poderia ser interrompido, a saber, a nossa rotina urbana. Essa percepção de que nosso dia a dia não pode ser interrompido pelas manifestação das forças naturais está ligada à ideia de que somos sobrenaturais, de que estamos para além da natureza”.
Para Menegat, uma das principais lacunas nestas coberturas é a ausência de uma reflexão sobre a ideia de limite. É bem conhecida a imagem medieval de uma Terra plana, cujos mares acabariam em um abismo. Como ficou provado mais tarde, a imagem estava errada, mas ela trazia uma noção de limite que acabou se perdendo. “Embora a imagem estivesse errada na sua forma, ela estava correta no seu conteúdo. Nós temos limites evidentes de ocupação no planeta Terra. Não podemos ocupar o fundo dos mares, não podemos ocupar arcos vulcânicos, não podemos ocupar de forma intensiva bordas de placas tectônicas ativas, como o Japão, o Chile, a borda andina, a borda do oeste americano, como Anatólia, na Turquia”, observa o geólogo.
Não podemos, mas ocupamos, de maneira cada vez mais destemida. O que está acontecendo agora com as usinas nucleares japonesas atingidas pelo grande terremoto do dia 11 de março é mais um alarmante indicativo do tipo de tragédia que pode atingir o mundo globalmente. O que esses eventos nos mostram, enfatiza Menegat, é a progressiva cegueira da civilização humana contemporânea em relação à natureza. A humanidade está bordejando todos os limites perigosos do planeta Terra e se aproxima cada vez mais de áreas de riscos, como bordas de vulcões e regiões altamente sísmicas. “Estamos ocupando locais que, há 50 anos atrás, não ocupávamos. Como as nossas cidades estão ficando gigantes e cegas, elas não enxergam o tamanho do precipício, a proporção do perigo desses locais que elas ocupam”, diz ainda o geólogo, que resume assim a natureza do problema:
“Estamos falando de 6 bilhões e 700 milhões de habitantes, dos quais mais da metade, cerca de 3,7 bilhões, vive em cidades. Isso aumenta a percepção da tragédia como algo assustador. Como as nossas cidades estão ficando muito gigantes e as pessoas estão cegas, elas não se dão conta do tamanho do precipício e do tamanho do perigo desses locais onde estão instaladas. Isso faz também com que tenhamos uma visão dessas catástrofes como algo surpreendente”.

Como disse Rousseau, no século XVIII, não foi a natureza que reuniu, em Lisboa, 20.000 casas de seis ou sete andares. Diante de tragédias como a que vemos agora no Japão, não faltam aqueles que falam em “fúria da natureza” ou, pior, “vingança da natureza”. Se há alguma vingança se manifestando neste tipo de evento catastrófico, é a da lógica contra a irracionalidade. Como diz Menegat, a Terra e a natureza não são prioridades para a sociedade contemporânea. Propagandas de bancos, operadoras de cartões de crédito e empresas telefônicas fazem a apologia do mundo sem limites e sem fronteiras, do consumidor que pode tudo.
As reflexões de Kant sobre o terremoto de Lisboa não são, é claro, o carro-chefe de sua obra. A maior contribuição do filósofo alemão ao pensamento humano foi impor uma espécie de regra de finitude ao conhecimento humano: somos seres corporais, cuja possibilidade de conhecimento se dá em limites espaço-temporais. Esses limites estabelecidos por Kant na Crítica da Razão Pura não diminuem em nada a razão humana. Pelo contrário, a engrandecem ao livrá-la de tentações megalomaníacas que sonham em levar o pensamento humano a alturas irrespiráveis. Assim como a razão, o mundo tem limites. Pensar o contrário e conceber um mundo ilimitado, onde podemos tudo, é alimentar uma espécie de metafísica da destruição que parece estar bem assentada no planeta. Feliz ou infelizmente, a natureza está aí sempre pronta a nos despertar deste sono dogmático.

Atropelador de ciclistas não vai mais "dormir amarrado"...

...mas "engaiolado".
O bancário que lançou seu veículo contra dezenas de ciclistas no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, atropelando vários (imagens abaixo), deixará a clínica psiquiátrica onde se internou e finalmente será preso.
Um demente a menos nas ruas, do tipo que as considera espaço exclusivo para suas rodas.

O texto abaixo é do Blog Com Texto Livre, as imagens do youtube;

Atropelador de ciclistas é transferido de hospital para a cadeia

Ricardo José Neis, o homem de 47 anos que atropelou um grupo de ciclistas em Porto Alegre, duas semanas atrás, foi transferido ontem da clínica psiquiátrica onde havia se internado (Hospital Parque Belém) para o Presídio Central do estado.
Pedida pela polícia, a transferência foi autorizada pela juíza Rosane Ramos de Oliveira Michels depois de receber laudo do Instituto Psiquiátrico Forense. Diferentemente de atentados emitidos pela clínica em que Neis se internou, o laudo de avaliação psiquiátrica informa que ele não é louco, não apresentou quadro de depressão com risco de suicídio e não precisa de atendimento especializado em unidade psiquiátrica fechada, sob cuidado e vigilância contínuos.
“Não persistem, portanto, as recomendações médicas contidas nos atestados (…). Assim, afastada a necessidade de internação e tratamento pelo perito oficial do juízo, nenhuma causa impeditiva há para que o investigado seja removido do Hospital Parque Belém e recolhido a estabelecimento prisional”, concluiu a juíza.
Ainda ontem, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul negou habeas corpus para Ricardo Neis. Para o desembargador Odone Sanguiné, não há ilegalidade evidente que justifique a concessão de liberdade provisória.

Concessionária cobra pedágio da "ponte que partiu".

Interessante: Viajantes passavam pela praça de pedágio, pagavam a tarifa e seguiam viagem. Quando tinham de voltar porque NÃO HAVIA ESTRADA, tinham de pagar de novo.
"Solidárias" como todas as corporações.
Extraído do Blog Cloaca News:

VERGONHA!!! CONCESSIONÁRIA GAÚCHA IGNORA TRAGÉDIA E COBRA PEDÁGIO DUPLO EM RODOVIA INTERROMPIDA POR ENCHENTE

Em entrevista concedida à RadioCom, emissora comunitária de Pelotas, a deputada estadual Miriam Marroni (PT), líder do governo na Assembleia gaúcha, denunciou a postura imoral e criminosa da concessionária de rodovias Ecosul. No apogeu da tragédia que arrasou o município de São Lourenço do Sul nesta quinta-feira, a empresa cobrou pedágio duas vezes de motoristas que rumavam pela BR 116, rumo a Porto Alegre, mesmo com o trânsito já interrompido logo à frente, na altura de Turuçu, por causa do desmoronamento de um trecho da estrada.
Centenas de motoristas de carros e caminhões tiveram que retornar a Pelotas e, na volta, foram obrigados a pagar novamente pelo pedágio de uma via que não puderam utilizar.
"A PRF deu o alerta às 2h da manhã do mesmo dia, depois que um caminhão caiu no vão da estrada; todos estavam informados da interrupção da rodovia. Mesmo assim, a Ecosul continuou deixando veículos passarem, cobrando pedágio de ida e volta", disse Miriam. "Saí às 6h, passei pelo pedágio. Em Turuçu, com a queda da ponte, havia filas e filas de motoristas dando volta. A empresa sabia desde a madrugada e não colocou nenhuma barreira esclarecendo os motoristas, como está agora. Foi uma grande irresponsabilidade da Ecosul saber desde o início da madrugada que não havia passagem pela rodovia e não avisar seus usuários”, continuou a deputada.
A indignação era grande. Centenas de pessoas que passaram pela praça, pagaram o pedágio, percorreram cerca de 30 quilômetros para esperar na fila, retornar e novamente pagar o pedágio. “É um grande absurdo, é caso de denúncia para o Ministério Público e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). É revoltante observar que numa situação como essa, em que a interrupção da rodovia foi informada pela Polícia Rodoviária Federal nas primeiras horas da madrugada, a Ecosul não tenha orientado os operadores das cancelas a informar e orientar os usuários”, afirmou Miriam.