sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Temporada de greves

Tem muita gente em greve. Todos com razão. Ninguém faz greve por amor a criar problemas para os outros, ainda que alguns mereçam. As greves surgem, como se diz no jargão das lutas, de necessidades imperiosas. Veja-se o caso da greve dos bancários. É mais do que justa. Só alguém muito reacionário pode condenar a greve dos bancários. Os ganhos dos bancos no Brasil são indecentes, obscenos, pornográficos. Banco é o melhor negócio do mundo. Todo mundo precisa ter uma conta bancária. Tudo passa pelos bancos. Os serviços são os mesmos em todos eles. Os bancos privados adoram se gabar das suas qualidades e fazer de conta que são mais ágeis, eficazes e modernos do que os públicos. É balela. Os caixas eletrônicos do Banco do Brasil são melhores, com interfaces mais amigáveis do que os de todos os bancos privados brasileiros. Banco do Brasil dá mais do que chuchu na cerca. Tem em toda esquina. Só dá o amarelão.
 
Banco no Brasil ganha muito e paga pouco. Os bancários pedem 5% de aumento real. Os patrões oferecem 0,56%. Por que tanto? Será que não vai faltar para esses pobres banqueiros pressionados por bancários sedentos de dinheiro? Que latinha a desses leitões que passam a vida mamando deitados! O lucro dos bancos cresceu 20,11% no primeiro semestre deste ano, um avanço de R$ 4,3 bilhões em relação ao mesmo período de 2010. É mole? Pois eles não querem dividir o bolo. A vida de banqueiro é dura. Tem de sustentar mansões, coleções de arte, intermináveis viagens luxuosas, familiares ociosos, serviçais de todo tipo, fusões estratosféricas, patrocínios a obras culturais que não decolam e ainda viver sob a terrível tensão das altas frequentes e das raras baixas da taxa Selic. Dá pena. Um sufoco. Um pesadelo. Coitados. Um inferno na Terra. Deve ser por isso que eles são aliviados de certos impostos. Ou não sobreviveriam.
Em 2011, o Itaú já faturou R$ 7,1 bilhões, e o Santander, R$ 4,1 bilhões. Realmente fica difícil, com lucros tão modestos, pensar em transferir uma fatia do bolinho para os empregados. Os impiedosos bancários, além de tudo, querem aumento no vale-refeição. Esse pessoal só pensa em comer. Será que esses banqueiros não sabiam de tudo isso quando escolheram essa atividade insana? Se estão insatisfeitos com tantas reclamações e greves, como parece, por que não mudam de profissão? Será que ficam só por causa desses míseros bilhões faturados no mole a cada ano? É quase impossível ver uma greve injusta. A dos Correios, por exemplo, tem toda razão de ser. As manifestações de brigadianos, no Rio Grande do Sul, exprimem reivindicações justíssimas. Se os professores da rede estadual entrarem em greve, em busca do pagamento do piso fixado por lei nacional, estarão cobertos de razão.

Só tem um jeito de evitar os problemas criados por tantas greves: pagar melhor. Sabe-se que é muito difícil para um banqueiro separar-se do seu rico dinheirinho obtido com tanto sacrifício pessoal, mas não tem jeito, terão de cumprir essa meta. Com esforço e treinamento, eles conseguirão. É só uma questão de empenho e missão.

Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br

Nota do blogueiro: Juremir chega no ponto: Eles ganham demais e pagam de menos. Infelizmente o escritor não conhece a rotina dos bancários (ou não quis citá-la). Em número insuficiente e sobrecarregados de trabalho, imersos em incontáveis e diversas doenças ocupacionais (se fizessem um senso de consumidores de medicamentos de tarja preta...), doenças físicas provocadas pelo excesso de trabalho e os movimentos repetitivos, stress e seus mais típicos sintomas, causados por metas inatingíveis, que, como "incentivo" para seu alcance, os bancários contam com toda a sorte de ameaças e assédio moral.
A razão do lucro dos bancos é diretamente proporcional ao esgotamento dos trabalhadores que o constroem, e dele, aproveitam das migalhas.
Criam sistemas de atendimento rápido que só funcionam quando burlados (nos números "tudo azul", mas na fila, horas de espera), estabelecem sistemas de cobrança de resultados que obrigam os bancários a vender, para quem não quer, aquilo que não precisam. Venda casada é palavrão dentro das agências, mas nada se fala de vendas com união estável, ou mesmo, "ajuntadas".
Os enormes lucros dos bancos caminham junto com a pressão, o assédio, o esgotamento físico e mental da categoria.
Na hora de discutir índices de reajustes, oferecem aumentos na casa dos decimais (0,56% na última oferta), algumas "patacas" nas demais verbas (que não integram remuneração e, portanto, não farão parte do salário de aposentadoria desses).
Esse blogueiro é empregado de uma instituição financeira, e como tal, ressente-se da voracidade de seus patrões, cada vez que precisa digitar mais de dois parágrafos.
Esse blogueiro, assim como milhares de trabalhadores do ramo financeiro, decidiu cruzar os braços, fechar as portas, levantar a bandeira e esperar por um pouco de bom senso dos donos do capital. Que eles percebam que nossos doloridos ossos, produzem os montantes dos quais regozijam-se a cada trimestre.
Por dignidade, estamos em greve.

Carteiros e bancários em marcha por melhores condições de trabalho.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Trípoli é a capital de...Israel?

Extraído do Blog Contexto Livre

Americanos e seu conhecimento em geografia....

CNN ignora localização da capital da Líbia no mapa...

Da CNN. Sem comentários.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ainda sobre o 20 de setembro...

A maldição conservadora e a invenção do guasca
Do Blog Diário Gauche

Antes de entrar no tema que quero comentar, chamo a atenção para o “Desfile Cívico-Militar do Vinte de Setembro” (conforme consta da programação dos seus organizadores, os dirigentes do MTG – Movimento Tradicionalista Gaúcho) que está se desenrolando hoje, precisamente 20 de setembro de 2011.
Quero sublinhar a ênfase na expressão “cívico-militar” dado pelo MTG, em pleno século 21. Me explico. Ninguém desconhece a filiação positivista-comtiana dos republicanos brasileiros, na segunda metade do século 19. No Rio Grande do Sul, onde a República aconteceu depois de uma revolução cruenta que durou de 1893 a 1895, os positivistas foram mais radicais e, por isso, mais exitosos do que no resto do Brasil. Julio de Castilhos e os militantes do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) modificaram completamente o cenário político e social do estado mais meridional do País. No RS não houve a chamada troca de placa: sai a Monarquia dos Bragança, entra a República constitucional. Aqui, houve a mais completa e absoluta troca da elite no poder. Saem os velhos estancieiros pecuaristas da Campanha, entra uma composição de classes formada por uma pequena burguesia urbana, uma classe média rural, profissionais liberais e colonos de origem europeia da região serrana.

Os positivistas sulinos, fiéis aos ensinamentos dogmáticos de Auguste Comte, propugnavam – como o mestre – pela superação das fases pregressas da Humanidade. À fase militar-feudal deve seguir-se a fase industrial da Humanidade. Ou seja, à fase militar corresponderia a insurreição farroupilha de 1835-45 contra o Império do Brasil, agora – com o advento republicano – estávamos, pois, na hora de criar condições para o desenvolvimento e o progresso material que se daria por um processo intensivo de industrialização manufatureira.
Vejam, pois, que os tradicionalistas do século 21 continuam com os olhos fixos num passado
praticamente feudal, marcadamente militarista, embora não tenhamos experimentado, de forma hegemônica e total, esse modo de produção pré-capitalista no Brasil.
Um dos formuladores intelectuais do que chamamos de ordem delirante do atraso – o pensamento
tradicionalista da estância – foi Ramiro Frota Barcellos. Na obra “Rio Grande, tradição e cultura” (1915), o cachoeirense é de uma clareza solar quanto aos propósitos enfermiços do tradicionalismo estancieiro: “O que agora se verifica, mercê do atual movimento tradicionalista, é a transposição simbólica dos remanescentes dos ‘grupos locais’, com suas estâncias e seus galpões para o coração das cidades. Transposição simbólica, mas que fará sobreviver, na mais singular aculturação de todos os tempos, o Rio Grande latifundiário e pecuarista”.

Qualquer semelhança com o enclave da bombacha e da fumaça que anualmente acampa, no mês de Setembro, no Parque da Harmonia, em plena área central de Porto Alegre, não é mera coincidência. A “mais singular aculturação de todos os tempos”, como premonitoriamente afirma Ramiro Barcellos. Neste caso, “aculturação” é sinônimo de regressismo e estagnação.

É sobre isso que eu quero comentar brevemente.
Quando estudantes em São Paulo, Júlio de Castilhos e Assis Brasil chegaram a fundar um chamado “Clube 20 de Setembro”, que promoveu estudos – com algumas publicações - sobre o movimento farroupilha da primeira metade do século 19. Curiosamente, Castilhos abandonou as pesquisas sobre a guerra civil que varreu o Rio Grande por dez longos anos. Assis, em 1882, publicou a obra “História da República Rio-Grandense”. Por algum motivo, carente de melhores investigações, tanto os positivistas do PRR, quanto os liberais sulinos não foram muito enfáticos no culto farrapo. Tal fenômeno veio a ocorrer somente depois da Segunda Guerra, em Porto Alegre, no meio estudantil secundarista urbano do Colégio Estadual Julio de Castilhos. Daí se difundiu como rastilho de pólvora sob a forma dos onipresentes Centro de Tradição Gaúcho – CTG, que são clubes de convivência social onde se cultua o passado sob a forma fixa da mitologia farrapa, tendo como matriz formal a estética e o ethos do latifúndio da pecuária extensiva de exportação – subordinado à cadeia mercantil dos interesses hegemônicos ingleses na América do Sul. Quando os tradicionalistas se ufanam do pretensioso espírito autônomo e emancipado do chamado 'gaúcho' tout court, se referem ao Império dos Bragança, mas esquecem a dependência econômica e subordinação negocial estrita com os interesses ingleses, via portos de escoamento no Prata (via Montevideo e Buenos Aires).
[Das relevantes realizações modernizantes do castilhismo-borgismo foram a estatização e incremento do porto de Rio Grande, bem como a encampação das ferrovias controladas por capitais europeus, de forma a dotar o estado de infraestrutura e fomentar o desenvolvimento, sem depender do Rio ou do Prata.]
A grande data a comemorar no Rio Grande do Sul, pelo lado do senso comum, é o 20 de Setembro, que marca o início da insurreição farroupilha (é um equívoco chamá-la de “revolução”, uma vez que os rebeldes foram derrotados pelo Império e não ocorreu nenhuma modificação política, social ou econômica na província sulina depois de 1º de março de 1845, na chamada Paz de Ponche Verde). No entanto, se houve revolução no sentido rigoroso e clássico do termo, esta ocorreu a partir da promulgação da Constituição Rio-Grandense, e da posse do governador (então, presidente do Estado) Julio de Castilhos, no dia 14 de julho de 1891. Meses depois, os conservadores e latifundiários alijados do poder, eternos aliados e sustentáculos da Monarquia, deram início à luta armada contra os jovens que governavam o Rio Grande (Castilhos tinha 30 anos quando assume a presidência do estado). A partir da revolução cruenta, se inicia um processo de grandes modificações e modernizações no RS. Em 1902, já com Borges de Medeiros no poder, depois da morte precoce de Castilhos, o estado passou a tributar com impostos progressivos as terras privadas, bem como reaver dos estancieiros as imensas glebas públicas apropriadas ilegalmente durante todo o século 19.
A hegemonia política do castilhismo-borgismo perdura até a década de 1930. Getúlio Vargas foi presidente do estado de 1928 a 1930, quando sai para o Catete, e já deixa um governo mais conciliador com os conservadores da Campanha.
É intrigante, pois, que a apropriação do imaginário social tenha se dado pelo lado dos conservadores, através do simbolismo inventado do 20 de Setembro, e não pelas forças burguesas, progressistas e renovadoras do Rio Grande do Sul, que seria pelo 14 de Julho.
Eric Hobsbawn e Terence Ranger que estudaram o fenômeno da chamada “invenção das tradições” suspeitam que quando ocorrem mudanças sociais muito bruscas e profundas, produzindo novos padrões com os quais essas tradições são incompatíveis, inventam-se novas tradições e novos imaginários de identidade social e cultural. Para os dois autores britânicos, a teoria da modernização pode sim conceber que as mudanças operadas pela infraestrutura da sociedade demandem tradições inventadas no plano da superestrutura.
Neste sentido, a revolução burguesa positivista-castilhista de inspiração saint-simoniana, introdutora do Estado-Providência, mobilizou somente as instâncias da infraestrutura (base material e econômica), deixando uma vasta lacuna, um boqueirão ideológico, diríamos, na esfera da superestrutura.
Assim, teria restado um formidável vácuo em distintos setores da vida social e no espírito dos indivíduos, como nas artes, no pensamento político, no Direito, na identidade, nas subjetividades individuais e de grupos, na cultura e no imaginário como um todo. O homem é, antes de tudo, um animal simbólico, e este domínio da razão e da cultura foi deixado vago, motivado, talvez, pelas duras urgências da vida real, mas também – suspeito eu – pelo próprio autoritarismo do poder estendido do castilhismo-borgismo.
O tradicionalismo seria, assim, um desagravo mítico-ideológico dos derrotados de 1893/95, os mesmos derrotados de Ponche Verde. Uma vingança de classe – a do latifúndio subalterno e associado – contra a modernização burguesa do positivismo pampeiro, seria isso? Uma maldição contra o futuro do Rio Grande? “Vocês estarão condenados a viver no passado, em meio à fumaça e o cheiro de esterco, festejando derrotas, e considerando heróico, cavalgando durezas e incomodidades, e considerando genuíno, fruindo uma arte primária e mambembe, e considerando autêntico, cultuando velhos ressentimentos e considerando lúcido, ignorando o rico mosaico cultural da província e considerando o tradicionalismo de matriz latifundiária como a síntese de tudo. Vocês são os gaúchos, velhos vagabundos redimidos, são os heróis de um passado que nunca existiu” – foi a sentença de fogo dos que trouxeram o tradicionalismo como vanguarda do atraso no pensamento guasca.

Deboche do blogueiro: "Foi o 20 de setembro, o precursor...", do que mesmo?

20 de setembro...

Em magnífica charge do Santiago:


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Enfim, a História enfrenta as tradições...

TVE exibe especial sobre o Massacre de Porongos

O especial sobre o Massacre de Porongos é destaque da programação da TVE na próxima terça-feira, dia 20 de setembro, às 20h30min. O programa aborda o massacre sofrido pelos negros da Infantaria Farroupilha, que foram desarmados e mortos no Cerro dos Porongos, em Piratini, no dia 14 de novembro de 1844, pouco antes do fim da Guerra dos Farrapos.
Foram convidados para falar sobre o assunto os historiadores Moacyr Flores, autor do livro Negros na Revolução Farroupilha – Traição em Porongos e farsa em Ponche Verde, Juremir Machado da Silva, autor do livro História regional da infâmia – O destino dos negros e outras iniquidades brasileiras (ou como se produzem os imaginários), e o diretor técnico do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF) Cláudio Knierim, que fala sobre a contribuição dos negros para a formação da identidade do gaúcho.
Os acontecimentos envolvendo o Massacre de Porongos não estão registrados na chamada história oficial. Durante a Guerra dos Farrapos, uma das tropas, que era composta por escravos, foi assassinada em função de um acordo de paz entre o Barão de Caxias, representante do Império, e o líder republicano David Canabarro. O especial sobre o Massacre de Porongos tem apresentação de Alan Barcellos e direção de Vera Cardozo. (As informações são da TVE).

Do B;og RS Urgente, de Marco Aurélio Weissheimer.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Spray repelente de... CAPETAS?

Do Blog Patologia Política:

Silas Malafaia lança Spray que remove o diabo do couro
O Pastor Silas Malafaia lançou no mercado uma invenção que vairevolucionar o mundo: o mata capeta. Trata-se de um spray que remove o diabo do couro das pessoas. O produto chega ao mercado na próxima semana por um preço em torno de 100 reais. Cada frasco dá para remover o diabo de umas 20 pessoas.
Para o ajudante de pedreiro José Jair Jacob, esta invenção chegou em boa hora. “Toda semana quando vou à Igreja o pastor tira o diabo do meu couro. Bate em mim, me joga no chão, me dá tapas, e agora com esse spray basta me dedetizar que o problema será resolvido”, disse.
A dona de casa Carmem Cotovelo Castro também gostou da invenção e disse que comprará centenas de frascos porque segundo ela, o marido costuma chegar bêbado em casa de madrugada com o diabo no couro. (R17)

Sem comentários.

domingo, 11 de setembro de 2011

O 11 de setembro, 38 anos depois

"Não vejo porque deveríamos deixar um país tornar-se comunista devido à irresponsabilidade de seu próprio povo."

Henry Kissinger
Secretário de Estado dos Estados Unidos da América 1969-1974
Assim, mataram entre 35 a 40 mil pessoas, no Chile, durante e após o golpe de estado de 11 de setembro de 1973.
Inutilmente, procurei por alguma referência a esse 11 de setembro na mídia corporativa, qualquer menção.
Inutilmente.

O vídeo abaixo, é um documentário do cineasta Ken Loach, traçando um paralelo entre o 11 de setembro de 1979 e o questionável 11 de setembro de 2001:



Essa é a homenagem do cantor cubano, Pablo Milanês, ao povo chileno, que não teve sua autonomia respeitada pelo "Nobel da Paz", Kissinger, e pela potência a qual serviu:



Para quem tiver interesse pela história da vitória da Unidad Popular, de Salvador Allende, seu governo, e o infame golpe, liderado por Augusto Pinochet, organizado em conjunto com a CIA, recomento o filme Franco-Búlgaro Chove Sobre Santiago, disponibilizado para download no link: http://www.megaupload.com/?d=OL82GKH8

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Se é Bayer não é bom.

Extraído do Blog do Miro:                               Em todos os lugares do planeta as grandes multinacionais determinam o jogo político. Um dos maiores jogadores globais é a Bayer AG, presente em todos os países. As subsidiárias da antiga IG Farben (Basf, Bayer e Hoechst) dominam as indústrias químicas européias e têm um volume anual de 90 bilhões de euros. Nenhum governo, político ou instituição, pode escapar da influência deste poderoso mecanismo.

Maravilhas e perigos

As “maravilhas da química” um dia foram aplaudidas levemente como “avanços da raça humana”, mas os perigos da produção de venenos químicos nos converteram em reféns: ninguém pode escapar. Isto afeta a todos nós. Críticas e alternativas são necessárias. A coordenação contra os perigos da Bayer, que começou como uma iniciativa cidadã em 1978, está trabalhando para publicar os riscos da produção química em grande escala, eliminar os potenciais perigos e desenvolver alternativas.

Da aspira aos trabalhos forçados

A história da Bayer começou no século XIX e a aspirina não é o único produto relacionado à empresa. A companhia também é identificada com agentes de guerra química, com “medicamentos” como a heroína (marca registrada anteriormente pela Bayer) e com inumeráveis inseticidas e venenos caseiros. A companhia pensa somente em seus próprios benefícios e trabalha com ditadores e criminosos de guerra, como Hitler e Pinochet.

O diretor da Bayer, Carl Duisberg, fez propaganda pessoalmente para o trabalho forçado durante a Primeira Guerra Mundial. A idéia levou ao assassinato massivo no campo de concentração de propriedade da IG Farben: Auschwitz-Monowitz. A companhia foi acusada pelo seu grande envolvimento no planejamento, preparação e realização das duas guerras mundiais. O Tribunal Internacional de Crimes de Guerra declarou a empresa culpada por sua responsabilidade na guerra e por crimes da ditadura nazista.

Fonte: http://www.cbgnetwork.org

* Tradução de Sandra Luiz Alves.

domingo, 4 de setembro de 2011

Porto Alegre define o futuro do PT.

O PT de Porto Alegre, passa por um conflito que não só relfete a situação prévia às eleições municipais, e as teses de candidatura própria, ou frentões, contemplando alianças pragmáticas, com partidos da base aliada do Governo Federal, mas do partido como um todo.
Os dilemas criados com a eleição de Lula, em 2002, e os rumos tomados pelo seu Governo, abrindo espaços para legendas e entes, totalmente avessos à práxis do Partido dos Trabalhadores. Um Governo de coalizão, definido por alguns como de centro-esquerda, adotando uma política econômica de direita, e programas sociais-democratas, visando a redução da miséria e a inclusão de brasileiros "sem chance", ao universo do consumo.
O Partido ficou entre a defesa incondicional do governo, transformando-se, praticamente em correia de transmissão desse, internalizando metas do governo em seus programas e estatutos internos, e a manutenção de seu status de "Partido das Massas", ligado aos movimentos sociais.
Paralelo a isso, alguns projetos municipais, como em Belo Horizonte, Fortaleza e outras capitais, ficaram condicionados aos interesses da base aliada federal.
Agora, chega a vez de Porto Alegre.
A cidade foi a primeira grande conquista do PT, administrada por 16 anos, ininterruptos pelo Partido, vista por muitos, como uma capital protegida da devastadora onda liberal dos anos 90, de transporte público de qualidade, estatais ainda estatais e um modelo de democracia participativa, que se tornou referência mundial.
Porto Alegre, agora, tenta evitar o fim da democracia interna do Partido, de suas decisões tomadas pela base e a formação de grupos de decisão nacional, a exemplo partidos de direita e seus núcleos de poder, que tomam decisões unilaterais, sem consulta às bases, definindo os cenários de disputa em todas as esferas.
A aceitação de uma "nacionalização" dessa decisão, fará do PT, um PSDB, em termos de instâncias decisórias, com um "triunvirato" ou outro formato de "caciquia", decidindo tudo, levando o partido à reboque.
A realização de prévias, ou mesmo lançamento de candidatura de consenso, é condição básica para a sobrevivência do Partido, como o conhecemos: plural, democrático, de bases, militante.


O texto abaixo, extraído do Blog RS Urgente, de Marco aurélio Weissheimer, analisa o tema de forma mais aprofundada, comparando os "descaminhos" petistas aos tomados pelo "velho MDB", que acabaram por transformar o partido em um ente fisiológico, apenas figurando em cargos administrativos, independentemente da linha do governo:

PT corre o risco de seguir o rumo do “velho MDB”?

Ao não ter candidatura própria em cidades como Porto Alegre, o PT corre o risco de reeditar na capital gaúcha o que aconteceu com o partido em capitais como Belo Horizonte e Rio de Janeiro, onde uma sequência de alianças discutíveis acabou por enfraquecer enormemente o partido. A avaliação é de Raul Pont, deputado estadual e presidente do PT no Rio Grande do Sul, que vem defendendo com maior ênfase nas últimas semanas a necessidade de o partido ter candidatura própria em Porto Alegre nas eleições de 2012. Em uma plenária municipal realizada quarta-feira à noite na capital, a Democracia Socialista (DS), tendência de Pont, reafirmou essa posição.
“Precisamos dessa orientação para trazer a Porto Alegre, novamente, uma experiência rica, coletiva e plural de uma cidadania ativa, consciente e radicalmente democrática”, afirmou o ex-prefeito da capital, que defendeu ainda a necessidade de construir um nome de consenso dentro do partido e evitar a realização de prévias. Pont colocou seu nome à disposição do partido para concorrer no próximo ano. Quem também já manifestou disposição em disputar a indicação do PT é o presidente municipal do partido o vereador Adeli Sell. Essa semana, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, que concorreu à prefeitura na eleição de 2008, também defendeu a tese da candidatura própria, citando os nomes dos deputados estaduais Raul Pont e Adão Villaverde, do deputado federal Henrique Fontana e do vereador Adeli Sell como possíveis candidatos. Afirmou ainda que seu nome está sempre à disposição do partido e que as negociações devem passar também por uma conversa com a presidenta Dilma Rousseff. Outro nome, sempre lembrado, é o do ex-governador Olívio Dutra.
Mas a tese da candidatura própria em Porto Alegre não está consolidada. Pelo contrário, tem fortes adversários, a começar pela direção nacional do PT que defende a nacionalização da eleição municipal. Isso implicaria, entre outras coisas, abrir mão da candidatura própria para apoiar candidaturas de partidos da base do governo. Em Porto Alegre, dois nomes se enquadrariam neste critério: a deputada federal Manuela D’Ávila, do PCdoB, e o atual prefeito José Fortunati, do PDT. Considerada uma hipótese pouco provável, o apoio a Fortunati ganhou força nos últimos dias com a movimentação dos presidentes nacionais do PT e do PDT, Rui Falcão e Carlos Lupi, respectivamente. Um aliança com o PDT em Porto Alegre implicaria desde já uma significativa mudança no secretariado de Fortunati, com o afastamento de integrantes do PMDB e PSDB. Envolveria também uma aliança mais ampla em outras cidades do Estado, o que, em tese, poderia interessar ao governador Tarso Genro que, até agora, não se manifestou abertamente sobre o tema.
No entanto, a escolha com Fortunati poderia abrir uma crise com um dos parceiros mais tradicionais do PT, o PCdoB. Afinal, se o critério é abrir espaço para aliados do governo federal, por que Fortunati e não Manuela?
Raul Pont acredita que esse impasse pode gerar o efeito contrário ao desejado pela política de alianças defendida pela direção nacional do partido: ao invés de fortalecer alianças pode abrir fissuras indesejáveis. Mais uma razão para apoiar a tese da candidatura própria, diz Pont, firmando um pacto de não agressão com os aliados e apontando para uma aliança no segundo turno, caso ocorra.
Mas, para além do xadrez da realpolitik, a eleição em Porto Alegre tem um ingrediente político que está relacionado ao futuro do PT em nível nacional. A advertência feita pelo deputado Raul Pont sobre o risco do enfraquecimento do partido nas principais capitais é compartilhada por muitos outros dirigentes e militantes petistas. Há quem lembre o caminho adotado pelo PMDB que, em um determinado momento, passou a privilegiar toda sorte de alianças em nível nacional seguindo uma lógica absolutamente pragmática. Uma das razões pelas quais o PT cresceu e se tornou um partido de dimensões nacionais foi justamente a disputa de eleições majoritárias com candidaturas próprias.
A realidade agora é outra, dizem os defensores da tese da nacionalização da eleição municipal. Pode ser, mas a lógica escolhida para se mover nessa nova realidade é antiga e já mostrou que, se no curto prazo, pode trazer alguns ganhos, no médio e no longo prazo podem descaracterizar programaticamente um partido de modo irreversível. No caso do PT, dirigentes de hoje podem correr o risco de estar repetindo, em alguns anos, o discurso nostálgico do senador Pedro Simon que lamenta o fim do “velho MDB”.
A disputa eleitoral em Porto Alegre tem uma outra dimensão ainda, de caráter mais amplo. Inspiração e berço do Fórum Social Mundial, a cidade tornou-se uma referência para a esquerda mundial. A chama que animou essa inspiração respira por aparelhos hoje. A perspectiva do retorno do FSM em 2013 e a realização, no início de 2012, de um grande fórum temático preparatório a Rio+20, reabre, contudo, a possibilidade de a cidade voltar a sediar grandes debates sobre o futuro da humanidade. O momento, aliás, é muito propício, considerando o agravamento da crise econômica nos países mais ricos do mundo e a crescente militarização da agenda política das nações. É claro que essas considerações costumam passar longe das planilhas dos magos do carteado eleitoral. Mas elas têm o mau hábito de acabar influenciando a realidade. Seja como for, se o cenário ficar extremamente complexo, os dilemas enfrentados pelo PT em Porto Alegre e em outras cidades podem ser resolvidos à maneira antiga: ouvindo a militância!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Brigada não vai reprimir os “baderneiros”?

Do Blog RS Urgente, de Marco Aurélio Weissheimer:

O salário dos brigadianos é uma vergonha. Assim como é o da maioria dos policiais, professores, servidores da área da saúde e de outros serviços públicos. E isso é assim porque a sociedade quer, a partir do momento em que comprou o discurso do Estado mínimo, do funcionário público preguiçoso e ineficiente e outros mantras do liberalismo fundamentalista repetidos diariamente nos meios de comunicação. Dito isso, vamos à queima de pneus, prática que vem sendo utilizada por “alguém” ligado aos brigadianos. Antes de queimar pneus, as lideranças da categoria poderiam firmar um acordo com as demais categorias de servidores, trabalhadores gerais e movimentos sociais: da próxima vez que um governo mandar reprimir com violência uma greve ou um protesto social eles não cumprirão a ordem? Quebra da hierarquia? Certamente! Mas o que está acontecendo agora é o quê mesmo? A menos que não esteja acontecendo essa quebra.
Está ocorrendo uma curiosa inversão neste primeiro ano do governo Tarso Genro, comparando com o que ocorreu no primeiro ano do governo Yeda Crusius. Lá, o coronel Mendes foi saudado em prosa e verso como uma mão forte da Brigada para combater o crime e a baderna (leia-se: professores, sem-terra, sindicalistas e outros “baderneiros”). O pau comeu solto, como se sabe, culminando com o covarde assassinato do sem terra Elton Brum da Silva, fuzilado com um tiro pelas costas. O coronel Mendes deixou o comando da Brigada e foi para o Tribunal de Justiça Militar combater a baderna em outras paragens. Pois bem, onde andam as vozes sempre prontas a denunciar os baderneiros civis?
 
Nota do blogueiro: Toda a reinvindicação salarial, e os meios acordados, em nível de categoria profissional, para pressionar os patrões a concederem reajustes e melhores condições aos empregados, é legítimo.
A Brigada Militar, que tradicionalmente vira as costas a toda e qualquer manifestação, classifica os manifestantes de baderneiros, e sob ordens os espanca, agora manifesta-se, por reajuste.
A premissa é interessante: Imaginem se, professores, bancários, ou outra categoria em greve organiza um piquete, os trabalhadores da Brigada Militar (quem sabe comecem a se ver como tal), são acionados para reprimir o movimento, e, no local, baixam os escudos, os cacetetes e, solidários, nada fazem para dissuadir os manifestantes?
Deixaríamos de ver cenas como as abaixo, na qual trabalhadores mal pagos, espancam trabalhadores mal pagos, que buscam melhores salários:
 
 
 

O Mundo em minha porta...

1º Encontro Mundial de Blogueiros – Foz do Iguaçu (BR), de 27 a 29 de outubro


“O papel das novas mídias na construção da democracia”

As novas mídias, com seus sítios, blogs e redes sociais, adquirem papel cada vez mais relevante no mundo contemporâneo. As informações circulam online pela internet, contribuindo para democratizar a comunicação – seja nas revoltas no mundo árabe, na “revolução dos indignados” na Espanha, nos vazamentos do Wikileaks ou nas eleições que agitam vários países. A produção cultural e o entretenimento ganham maior difusão na web. A internet passa a fazer parte do cotidiano de bilhões de pessoas.
Num curto espaço de tempo, esta nova ferramenta tecnológica mostra todo seu potencial para o desenvolvimento – econômico, social e político. Ela coloca em xeque a chamada “velha mídia” – com a queda das tiragens e as crises dos jornais e a migração da audiência das TVs e rádios. O impacto já se dá inclusive no terreno da publicidade. Pesquisa divulgada em março mostra que nos EUA os anúncios na internet já superaram, em US$ 2,5 milhões, os investidos na mídia impressa.
Mais do que nunca é preciso valorizar as novas mídias. É urgente entender melhor este fenômeno e suas tendências; investir mais no seu florescimento e aperfeiçoamento. Há consenso de que elas contribuem para o fortalecimento da democracia, no mundo e no Brasil. Com este objetivo, a Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom) e o Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, com o apoio institucional da Itaipu Binacional, promovem o 1º Encontro Mundial de Blogueiros, com o tema “O papel das novas mídias na construção da democracia”, de 27 a 29 de outubro de 2011, em Foz do Iguaçu, Paraná (BR).
Proposta de programação:
27 de outubro – quinta-feira:
19 horas – abertura oficial do evento com a presença de autoridades e promotores do evento;
- Mesa dirigida por Gilmar Piolla (Itaipu), Joaquim Palhares (Altercom) e Altamiro Borges (Barão);
28 de outubro – sexta-feira:
9 horas – Debate sobre “O papel das novas mídias”
- Ignácio Ramonet (França), criador do Le Monde Diplomatique e autor do livro recém-lançado “A explosão do jornalismo”;
- Kristinn Hrafnsson – porta-voz do WikiLeaks [*];
- Dênis de Moraes, organizador do livro “Mutações do visível: da comunicação de massa à comunicação em rede”;
* Mesa dirigida por Natalia Vianna (Agência Pública) e Tatiane Pires (blogueira do RS);
14 horas – Painel: “Experiências nos EUA e Europa”
- Amy Gooldman (EUA) – responsável pela rede Democracy Now;
- Pascual Serrano (Espanha), blogueiro e fundador do sítio Rebelion;
- Richard Barbrooke – jornalista da Rússia [*];
* Mesa dirigida por Renata Mielli e Maria Inês Nassif.
16 horas – Painel: “Experiências na Ásia e África”.
- Ahmed Bahgat – blogueiro do Egito;
- Nadine Mo’wwad – blogueira do Líbano e ativista do movimento palestino [*];
- Pepe Escobar – jornalista e colunista do sítio Ásia Times Online;
* Mesa dirigida por Sérgio Telles (blogueiro RJ) e Leandro Fortes (CartaCapital);
Dia 29 de outubro – sábado:
9 horas – Painel: “Experiências na América Latina”.
- Iroel Sanchez – blogueiro cubano da página La Pupila Insomne:
- Blanca Josales – secretária de redes sociais do governo do Peri;
- Martin Becerra – blogueiro da Argentina [*];
* Mesa dirigida por Sérgio Bertoni (blogueiro PR) e Cido Araújo (blogueiro SP);
14 horas – Painel: “As experiências no Brasil”
- Emir Sader – blogueiro e articulista do sítio Carta Maior;
- Luis Nassif – criador do blog do Nassif;
- Esmael Moraes – criador do blog do Esmael.
- Conceição Oliveira – criadora do blog Maria Frô e tuiteira.
* Mesa dirigida por Daniel Bezerra (blogueiro CE) e Altino Machado (blogueiro AC).
16 horas – Debate: A luta pela liberdade de expressão e pela democratização da comunicação.
– Paulo Bernardo – ministro das Comunicações do Brasil [*];
- Jesse Chacón – ex-ministro das Comunicações da Venezuela;
- Damian Loreti – integrante da comissão que elaborou a Ley de Medios na Argentina;
* Mesa dirigida por Joaquim Palhares e Altamiro Borges.
18 horas – Ato de encerramento.
- Aprovação da Carta de Foz do Iguaçu (propostas e organização).
[*] Os nomes com asteriscos ainda não estão confirmados.
Nota do blogueiro: Esse que vos escreve reside a 40 km de Foz do Iguaçu, e como não poderia deixar de ser, põe-se à disposição dos companheiros(as) blogueiro(as), que tiverem dificuldade de transporte, hospedagem, localização, em Foz do Iguaçu e região durante o evento.
Interessados(as), contatar-me pelo e-mail assimfalavazaratustra@hotmail.com