segunda-feira, 21 de março de 2011

Monocultura de exportação, ou agronegócio, mata criancinhas...

...mas enquanto alguns pilotos de SUVs, com amplas bases de apoio parlamentar, donos das secretarias de agricultura municipais, estaduais, ministérios, continuar lucrando muito, e transferindo muitos recursos para o mercado transnacional dos venenos agrícolas, isso será aceitável.
Matarão em nome do "progresso", mas nunca assumirão que estão matando.
E dá-lhe Hillux.

O texto abaixo foi extraído do site "24 HorasNews":


Soja usa 5 milhões de litros de agrotóxico e chega ao leite materno em MT
Thais Tomie
Redação 24 Horas News

O município de Lucas do Rio Verde, localizado ao norte do Estado,  é caracterizado como segundo maior produtor de grãos do Estado. Em 2009 cultivou 410 mil hectares de soja e milho.Para isso,  utilizou nada mais nada menos que cerca de 5 milhões de litros de agrotóxicos. Bom para a indústria, bom para os negócios, péssimo para a saúde da população. Principalmente de mães, cujos filhos estão em idade de amamentação. Uma pesquisa revelou a presença de agrotóxico no leite materno das gestantes que residem no município. Isso mesmo: agrotóxico no leite materno.
“Após a aplicação, parte desses produtos atinge a peste alvo, enquanto que o restante pode ser disperso no ambiente e acumular-se no organismo humano” – explica Danielly Cristina de Andrade Palma, mestranda em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso. Nas amostras de leite coletadas de 62 nutrizes, foram encontradas pelo menos um tipo de agrotóxico. A coleta foi feita entre a 3ª e a 8ª semana após o parto. Entre as variáveis estudadas, ter tido aborto foi uma variável que se manteve associada à presença de três agrotóxicos.
O estudo é uma alerta para os moradores da região, pois os resultados podem ser oriundos da exposição ocupacional, ambiental, alimentar do processo produtivo da agricultura que expôs a população a 114,37 litros de agrotóxicos por habitante na safra agrícola de 2009/2010..
“Por suas características fisiológicas e vulnerabilidade à exposição a agentes químicos presentes no ambiente, este leite ao ser consumido pelos recém-nascidos pode provocar agravos à saúde” – diz a pesquisadora.
De acordo com o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde, Edu Pascosk, o que aconteceu no município foi um fato esporádico que ocorreu devido a uma pulverização de uma aeronave que passou dentro do perímetro urbano. “todas as providências já foram tomadas e os agricultores estão seguindo normalmente a legislação federal”, informou.
O município é considerado o segundo maior produtor de grãos do Estado. E para o agronegócio, o lucro pode estar acima da vida. Diante dos fatos, parece que o mesmo governo que faz campanhas para incentivar as mulheres a amamentar, financia o agronegócio que produz a comida envenenada, contaminando o leite da maioria das mães.

Nota do blogueiro: Esse blogueiro discorda do título da reportagem do site "24 HorasNews": Soja não usa agrotóxicos, esses venenos são aplicados pelos empregados dos "produtores de ração para as vacas do Mc'Donald's".
Interessante a manifestação do secretário de agricultura e meio ambiente (que não deveriam ser mantidos juntos, normalmente subordinados aos latifundiários que elegeram o prefeito), atribuíndo o evento à uma aeronave que perdeu o rumo.
O que perdeu o rumo foi o Brasil, tornando-se refém de espalhadores de venenos, para manter sua balança de pagamentos favorável, mantendo a colonial sina de país exportador de produtos do extrativismo, sem valor agregado, cuja produção requer um enorme sacrifício humano e ambiental.
Abaixo, a manifestação de um "agroboy", pregando o espancamento da pesquisadora (característico modus operandi de grupos latifundiários):

"Josué - 18/03/2011 13:13:00
Já estou providenciando a foto dessa "pesquisadora" da UFMT e vou espalhar aqui pelo Nortão todo, nos postes, com a frase: PROCURA-SE - RECOMPENSA DE R$ 10 MIL. Depois vamos dar uma coça nela com pé de soja seco, que ela nunca mais vai pesquisar nada aqui."


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