O isolamento dos Estados Unidos
Por Juremir Machado da Silva
Quem tem pressa come cru.
É melhor do que não comer. Mas tem preço.
Quando Luiz Inácio disse que a crise financeira de 2008 chegaria ao Brasil como uma marolinha, foi ridicularizado.
Estava certo.
Agora, depois de mediação do rolo dos iranianos com os Estados Unidos, foi motivo de chacota ao dizer que os americanos ficariam isolados.
Não estava totalmente errado.
O jornal “Herald Tribune” estampou a seguinte manchete: “Ao ignorar o acordo com o Irã, Obama se afunda em mais um fracasso”.
Roger Cohen, autor do texto do HT, bateu forte: “Os americanos veem os iranianos como ‘evasivos, falsos, fanáticos, violentos e incompreensíveis’. Os iranianos, por sua vez, veem os americanos como ‘beligerantes, hipócritas, ateus, imorais, materialistas, calculistas’, sem mencionar provocadores e exploradores”.
Na mosca.
O Brasil e a Turquia fizeram o que era necessário. Os Estados Unidos e seus principais aliados, mortos de inveja e feridos nos seus interesses, esnobaram o acordo. O Herald Tribune dá no fígado dos que torceram o nariz para a ação conjunta de Brasil e Turquia: “Como se fosse necessária mais uma ilustração da relação de desconfiança, esta acaba de ser fornecida pelo acordo do Brasil e Turquia sobre o urânio pouco enriquecido do Irã, a reação rabugenta dos EUA e a aparente determinação dos Grandes Poderes, liderados pelo governo Obama, de se afundar mais no fracasso”.
O articulista puxa as orelhas da arrogante Hillary Clinton por querer liquidar com muitas rapidez os “esforços sinceros” de Brasília e Ancara em resolver problemas de grande interesse mundial.
A sentença do jornal americano é esta: fatos são fatos.
Brasil e Turquia consolidaram o acordo proposto pelos Estados Unidos em outubro de 2009. Qual foi a recompensa americana: desdenhar o pacto e defender novo sanções contra o Irã. Conclusão do HT: “No ano passado, na ONU, Obama pediu uma nova era de responsabilidade compartilhada. ‘Juntos, precisamos construir novas coalizões que superem nossas divisões’, declarou. Turquia e Brasil responderam – e foram esnobados. Obama fez suas próprias palavras iluminadas parecerem vazias”. Deu? Ou querem mais? Os franceses acharam a intervenção brasileira no caso do urânio iraniano ingênua, mas, segundo o jornal “Le Monde”, foram cautelosos nas críticas por uma razão bem simples: não atrapalhar a venda dos caças Rafale ao Brasil. Cinismo e grana.
Nada como ler direto na fonte, o jornal “Le Monde”: “Na sequência diplomática, rápida e cheia de reviravoltas, que acaba de acontecer em torno da questão nuclear iraniana, a França se esforçou para poupar o Brasil de uma forma surpreendente, a fim de preservar os interesses comerciais e a ‘parceria estratégica’ com o gigante da América Latina. questão da venda do caça Rafale para o Brasil parece ter contado bastante nessa abordagem”. São esses países e lideres que pretendem dar lições ao mundo? Luiz Inácio está deitando e rolando. Os Estados Unidos só não estão isolados por terem como comprar uma considerável gama de potências aliadas.
Um terceiro jornal, o espanhol "El Pais", encheu a bola de Luiz Inácio: "Essa atitude corresponde a uma política internacional de cunho realista, que é conduzida sobretudo pelos interesses do Brasil como potência americana com vocação global. É uma aposta que compete diretamente com os europeus, cuja nutrida presença nas instituições internacionais, além de acentuar sua cacofonia e sua capacidade divisora, não faz mais que salientar a antiguidade de uma arquitetura internacional que se mantém quase intacta desde que terminou a última guerra mundial, há 65 anos.
Lula sempre desenvolveu uma grande atividade internacional. Mas este ano de 2010, o último de sua presidência, registrou um salto qualitativo, marcado por dois deslocamentos ao exterior que indicam como sondas a profundidade da vocação do Brasil. O primeiro o levou em março passado ao Oriente Médio, região geográfica que jamais havia ocupado um presidente brasileiro. O segundo o levou agora a Teerã e lhe proporcionou o raro privilégio de se encontrar com o guia supremo da revolução, o aiatolá Ali Khamenei, algo que só está ao alcance de uma lista muito restrita de mandatários estrangeiros. Com sua imagem de bonomia proletária e seu enorme prestígio, Lula está atuando como um foguete propulsor do Brasil na nova etapa geopolítica multipolar. Está bem claro que como parte de seu legado político quer deixar o Brasil situado o mais alto possível no cenário internacional, e especialmente bem colocado em suas apostas institucionais".
Chora, direita.
O iletrado está escrevendo história.
Por Juremir Machado da Silva
Quem tem pressa come cru.
É melhor do que não comer. Mas tem preço.
Quando Luiz Inácio disse que a crise financeira de 2008 chegaria ao Brasil como uma marolinha, foi ridicularizado.
Estava certo.
Agora, depois de mediação do rolo dos iranianos com os Estados Unidos, foi motivo de chacota ao dizer que os americanos ficariam isolados.
Não estava totalmente errado.
O jornal “Herald Tribune” estampou a seguinte manchete: “Ao ignorar o acordo com o Irã, Obama se afunda em mais um fracasso”.
Roger Cohen, autor do texto do HT, bateu forte: “Os americanos veem os iranianos como ‘evasivos, falsos, fanáticos, violentos e incompreensíveis’. Os iranianos, por sua vez, veem os americanos como ‘beligerantes, hipócritas, ateus, imorais, materialistas, calculistas’, sem mencionar provocadores e exploradores”.
Na mosca.
O Brasil e a Turquia fizeram o que era necessário. Os Estados Unidos e seus principais aliados, mortos de inveja e feridos nos seus interesses, esnobaram o acordo. O Herald Tribune dá no fígado dos que torceram o nariz para a ação conjunta de Brasil e Turquia: “Como se fosse necessária mais uma ilustração da relação de desconfiança, esta acaba de ser fornecida pelo acordo do Brasil e Turquia sobre o urânio pouco enriquecido do Irã, a reação rabugenta dos EUA e a aparente determinação dos Grandes Poderes, liderados pelo governo Obama, de se afundar mais no fracasso”.
O articulista puxa as orelhas da arrogante Hillary Clinton por querer liquidar com muitas rapidez os “esforços sinceros” de Brasília e Ancara em resolver problemas de grande interesse mundial.
A sentença do jornal americano é esta: fatos são fatos.
Brasil e Turquia consolidaram o acordo proposto pelos Estados Unidos em outubro de 2009. Qual foi a recompensa americana: desdenhar o pacto e defender novo sanções contra o Irã. Conclusão do HT: “No ano passado, na ONU, Obama pediu uma nova era de responsabilidade compartilhada. ‘Juntos, precisamos construir novas coalizões que superem nossas divisões’, declarou. Turquia e Brasil responderam – e foram esnobados. Obama fez suas próprias palavras iluminadas parecerem vazias”. Deu? Ou querem mais? Os franceses acharam a intervenção brasileira no caso do urânio iraniano ingênua, mas, segundo o jornal “Le Monde”, foram cautelosos nas críticas por uma razão bem simples: não atrapalhar a venda dos caças Rafale ao Brasil. Cinismo e grana.
Nada como ler direto na fonte, o jornal “Le Monde”: “Na sequência diplomática, rápida e cheia de reviravoltas, que acaba de acontecer em torno da questão nuclear iraniana, a França se esforçou para poupar o Brasil de uma forma surpreendente, a fim de preservar os interesses comerciais e a ‘parceria estratégica’ com o gigante da América Latina. questão da venda do caça Rafale para o Brasil parece ter contado bastante nessa abordagem”. São esses países e lideres que pretendem dar lições ao mundo? Luiz Inácio está deitando e rolando. Os Estados Unidos só não estão isolados por terem como comprar uma considerável gama de potências aliadas.
Um terceiro jornal, o espanhol "El Pais", encheu a bola de Luiz Inácio: "Essa atitude corresponde a uma política internacional de cunho realista, que é conduzida sobretudo pelos interesses do Brasil como potência americana com vocação global. É uma aposta que compete diretamente com os europeus, cuja nutrida presença nas instituições internacionais, além de acentuar sua cacofonia e sua capacidade divisora, não faz mais que salientar a antiguidade de uma arquitetura internacional que se mantém quase intacta desde que terminou a última guerra mundial, há 65 anos.
Lula sempre desenvolveu uma grande atividade internacional. Mas este ano de 2010, o último de sua presidência, registrou um salto qualitativo, marcado por dois deslocamentos ao exterior que indicam como sondas a profundidade da vocação do Brasil. O primeiro o levou em março passado ao Oriente Médio, região geográfica que jamais havia ocupado um presidente brasileiro. O segundo o levou agora a Teerã e lhe proporcionou o raro privilégio de se encontrar com o guia supremo da revolução, o aiatolá Ali Khamenei, algo que só está ao alcance de uma lista muito restrita de mandatários estrangeiros. Com sua imagem de bonomia proletária e seu enorme prestígio, Lula está atuando como um foguete propulsor do Brasil na nova etapa geopolítica multipolar. Está bem claro que como parte de seu legado político quer deixar o Brasil situado o mais alto possível no cenário internacional, e especialmente bem colocado em suas apostas institucionais".
Chora, direita.
O iletrado está escrevendo história.
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