Do blog Tomando na Cuia:
O editorial do PIG guasca de hoje (21), denominado "radicalismo on line", afirma que blogs e redes sociais não abrem espaços para a discussão de ideias, mas sim para a expressão de radicalismos exacerbados. Segundo o editorial do PIG,".o espaço online acabou dominado por expressões de radicalismo e de irresponsabilidade, em tudo contrárias ao que se considera como avanço democrático.." O PIG vai mais longe e condena: o virtual anonimato estimula a calúnia e a covardia online, tudo isso representa um alerta e um desafio ao Brasil e a sua democracia. Como se não bastasse, apela aos partidos políticos para que desautorizem uso "equivocado e até criminoso dos instrumentos online."
Há 7 anos tínhamos poucas opções de "resistência na comunicação" e geralmente o PIG fazia e acontecia. Líamos ouvíamos e assistíamos tudo o que os donos da mídia queriam, e no conteúdo colocavam seus intéresses políticos e financeiros. Aumentamos La Résistance com nossas pequenas rádios comunitárias, as mesmas que o PIG dizia que eram piratas e que derrubava aviões, e hoje temos mais de 600 emissoras desse tipo outorgadas no RS.
O avanço do mercado de internet e o advento da banda larga pôs uma pá de cal na supremacia do PIG. O google, com suas ferramentas tecnologicamente poderosas, de fácil acesso e livres, transformou milhões de pessoas em protagonistas da sua própria história emitindo suas opiniões políticas, certas ou erradas, mas dentro do manto da democracia. O artigo do PIG apenas demonstra o desprezo dos grandes grupos de comunicação pela democrácia nacional e o amadurecimento político da nação.O engraçado é que essas mesmas ferramentas eram excelentes quando a opinião estava apenas nas mãos da elite atrasada do nosso país. JÁ ERA !
Nota do blogueiro: É palável o desespero das famílias detentoras das concessões públicas, com as quais formam conglomerados privados, fonte de monumentais fortunas e de grande poder político.
E eles sabem muito bem como utilizar-se desse poder político, para incrementar o econômico, que compra mais poder político.
Uma mosquinha surgiu, depois outra, e mais uma, diversas moscas, mostrando que os filhos dessas famílias contiuam estuprando, mas agora podem ser denunciados, que os "medios" podem tomar partido, mas são desmascarados quanto a tão profalada "isenção", que suas "verdades incontestáveis" podem ser contestadas por outros meios, a partir de simples eletrodomésticos.
Isso aliado ao fato de que o interesse pelos jornalões, especialmente pelos impressos vem caindo (junto com suas vendas), faz com que as famílias agarrem-se ao que sobrou, e tentem pisar nas "mosquinhas", como no editorial citado no blog Tomando na Cuia.
Recomendo a leitura, com especial atenção a terminologia e forma de construção do texto, em passagens como "É o que todos temos constatado" (3ª linha, 1º prarágrafo, referindo-se ao radicalismo e métodos anti-democráticos dos blogs). Todos quem "cara pálida"? A opinião da família, disposta por seus escribas, torna-se a opinião de todos?
Ao P.I.G afirmamos, as "moscas" vieram para ficar.
Abaixo o editorial, na íntegra: (os parênteses são meus)
RADICALISMO ONLINE
Estudo da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre o uso da internet nas eleições de 2006 e 2008 mostra que o debate político em blogs e redes sociais não abriu espaço para a discussão de ideias, mas sim para a expressão de radicalismos exacerbados (imagino que não estejam refernido-se à declaração estapafúrdia do vice de José Serra, divulgada pelo site do PSDB, ah, esqueci, radicalismos são ações da esquerda...). É o que todos temos constatado (todos temos constatado? Isso é resultado de ampla pesquisa? Quero saber quem respondeu por mim): ainda que os candidatos disputem audiência nesse mundo novo, as comunidades criadas em torno de partidos e candidaturas quase sempre repetem pensamentos estereo-tipados, difundem preconceitos ideológicos ou promovem ataques agressivos (isso não foi uma "difusão de preconceito ideológico?").
A emergência da internet na sociedade moderna, processo ainda em pleno desenvolvimento, trouxe promessas de que ela seria o veículo ideal para revitalizar o debate político, abrindo espaços para a livre circulação de ideias, para o confronto democrático de projetos e para a ampla divulgação das biografias dos candidatos. A pesquisa é, de alguma maneira, a constatação de uma decepção, pois nenhum desses objetivos está sendo atingido (nos jornalões sim, como pode ser visto aqui). Ao contrário, o espaço online acabou dominado por expressões de radicalismo e de irresponsabilidade, em tudo contrárias ao que se considera como avanço democrático (como no exemplo das duas capas ""radicais" da revista-panfleto Veja, em 2002 e 2010). A experiência norte-americana de uso desse instrumento nas eleições presidenciais de 2008, quando a eleição de Barack Obama se creditou, em boa parte, às informações e ao trabalho partidário feito em redes sociais, comunidades, blogs e sites especializados, não está se reproduzindo no Brasil. Segundo dados recentes do Comitê Gestor da Internet, cerca de 70% da população norte-americana tem acesso à rede mundial de computadores, quase o dobro dos 39% de brasileiros nessa condição.
A realidade de nosso país, estudada pelos pesquisadores da USP e da FGV e analisada por outros estudiosos, não parece confirmar as promessas de que as novas mídias ampliariam o espaço democrático. Um dos pesquisadores, o professor de filosofia Vladimir Safatle, afirma até que “é como se a militância tradicional, off line, tivesse se deslocado para a internet”, com todas as parcialidades que, sem contrapontos, isso significa. Trata-se de um reino em que impera a tendenciosidade e, portanto, a falta de credibilidade (conceito interessante: credibilidade - "graça" alcançada por aqueles que ocultam suas tendências). O fato de ser um espaço em que opiniões e informações, corretas ou absurdas, se misturam (eu nuca inventei grampos), em que a difamação pode conviver com notícias verdadeiras, em que o virtual anonimato estimula a calúnia e a covardia online, tudo isso representa um alerta e um desafio ao Brasil e a sua democracia (pode-se opinar em qualquer blog, mas na RBS pode?).
Cabe aos partidos políticos desautorizar a tendência de uso equivocado e até criminoso dos instrumentos online (o crime, como o cometido pelo candidato a vice de José Serra, pode ser combatido nas instâncias competentes, o que em raríssimas ocasiões acontece com os crimes cometidos pela grande imprensa). Tal tendência, longe de ser uma arma eleitoral efetiva, acaba por se converter num instrumento de descrédito para todos. Com a ajuda dos órgãos de fiscalização, o país precisa transformar esse campo de batalha minado de parcialidades em ferramenta de progresso social e político e na plataforma de um debate saudável, plural e construtivo.
Cabe aos partidos políticos desautorizar essa tendência que, longe de ser uma arma eleitoral efetiva, acaba por se converter num instrumento de descrédito para todos (cabe à sociedade desautorizar à mídia corporativa a pensar, falar e agir por ela).
Mosca na sopa (do P.I.G) do imortal Raul Seixas:
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