sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Medicina para que, se temos "desencapetamentos"?

Abaixo o arrepiante quadro dos, definidos por Nietzche como "pobres de espírito", que definham levando carregando doações aos seus templos, endereçadas a um ser invisível, onipotente e onisciente que não vive sem uma graninha, em troca de uma cura milagrosa, que de tão milagrosa, nunca ocorre.
Em nome da fé cega, esses caminhantes entregam-se aos lucrativos devaneios dos administradores dessas máquinas arrecadadoras (e ainda isentas da cobrança de impostos).
No lugar de um plano de saúde (já que esses promovem o sucateamento do sistema público), o pagamento de dízimos, no lugar de um check-up, um "desencapetamento", um "passe", uma "benção", um "saravá", uma "macumba", um "mizifio" qualquer.
O texto abaixo foi extraído do Blog Contexto Livre:

Cerca de 100 mil brasileiros buscam a cura na religião

Há quase 100 mil pessoas no Brasil que, quando ficam doentes, não procuram um posto médico, nem clínica, nem hospital.
Preferem se entregar a religiosos que oram ou rezam por sua cura, ou a curandeiros que dizem receber espíritos pra operar milagres e restaurar a saúde dos que acreditam.
Segundo a pesquisa "Um Panorama da Saúde no Brasil - acesso e utilização dos serviços, condições de saúde e fatores de risco e proteção à saúde 2008", divulgada neste 31 de março pelo IBGE e pelo Ministério da Saúde, 97 mil brasileiros costumam procurar seu "serviço de saúde" em cultos religiosos quando precisam de atendimento.
Obviamente, este não foi o dado destacado pelos divulgadores oficiais, até porque o número de pessoas envolvidas nesta observação é muito pequeno se comparado com o universo de 139,9 milhões que costumam buscar outro tipo de serviço de saúde.
Mas não deixa de ser curioso perceber este número tão expressivo, em termos absolutos, daqueles que costumam, exclusivamente, preferir receber uma oração ou mandinga espiritual do que procurar um profissional. E esse número ficaria ainda maior se incluísse aqueles que declararam que costumam buscar outro tipo de atendimento profissional, mas que não deixam de ir também nos cultos de curas.
A tabela que traz a informação religiosa, intitulada "Características de saúde dos moradores - Tabela 2.9: Pessoas que normalmente procuravam o mesmo serviço de saúde quando precisavam de atendimento de saúde, por tipo de serviço normalmente procurado, segundo os grupos de idade, o sexo e as classes de rendimento mensal domiciliar per capita - Brasil - 2008", chama de "outros" a opção dos 97 mil brasileiros.
Mas, nas explicações finais do relatório, o texto dá um detalhamento maior ao tópico, deixando clara a que tipo de escolha se refere: "outro tipo de serviço (curandeiro, centro espírita etc.) – quando a pessoa tem o hábito de procurar o mesmo serviço que presta atendimento de saúde informal (culto religioso voltado para a cura divina, terreiro de umbanda, centro espírita, pajelança, curandeiro, rezadeira, curiosa, benzedor, pai de santo, entidade espírita, pessoa que presta alguma atividade de atenção à saúde sem ter formação profissional nesta área etc.)".
O relatório ressalta que está excluída desta opção "o serviço prestado por profissional de saúde que atende em consultório, clínica ou posto de saúde mantido por culto religioso". Dos que buscam culto religioso ou curandeiro, 50 mil são mulheres, sendo 26 mil com mais de 40 anos.
Quando considerado ambos os sexos, 45 mil têm mais de 40 anos e 60 mil tem rendimento menor que um salário mínimo. Os outros serviços de saúde relacionados na pesquisa, e o número de pessoas que buscam neles o atendimento, são: Posto ou centro de saúde (79.422.000, o mais procurado), Consultório particular (26.851.000), Ambulatório de hospital (17.073.000), Pronto-socorro ou emergência (7.088.000), Ambulatório ou consultório de clínica (5.877.000), Farmácia (2.148.000), Ambulatório ou consultório de empresa ou sindicato (1.008.000) e Agente comunitário de saúde (320.000).

Um comentário:

MAURÍCIO A COSTA disse...

Bom artigo para reflexão daqueles que ainda acreditam na religião como solução para seus desafios pessoais, ignorando que o verdadeiro poder estar dentro delas mesmas.
Recomendo a leitura da matéria que postei no blog MARCAS FORTES sobre o tema:
http://marcasfortes.blogspot.com/2010/11/arrogancia-disfarce-do-despreparo-ou-da.html
Se desejar está autorizado a republicar em seu blog.
Um abraço cordial.
Mauricio A Costa.