E porque no Paraná seria diferente?
O Governador Beto Richa, do PSDB, que já começou seu governo combatendo o desemprego (de sua família), já anuncia certas "desestatizações", e a passagem de setores que controlam serviços públicos para a iniciativa privada (informática, energia elétrica e água e saneamento), seja pela venda direta ou pelo processo oneroso e ineficiente das terceirizações.
É a velha cartilha demo-tucana, sendo posta em prática: Em campanha negam com veemência a possibilidade entreguista, muitos iludidos acreditam. Quando tomam posse, adotam a agenda do Estado Mínimo, como fica claro e evidente na fala do próprio Richa, cujo áudio pode ser ouvido aqui:
O Paraná segue o caminho de Sumpaulo: sumindo, encolhendo para caber no bolso de tucanos. |
Para facilitar, deixo o exemplo do Estado de Pernambuco, extraído do Blog Acerto de Contas:
Essa sangria tem que parar
Como noticiei antes, o presidente do Superior Tribunal de Justiça, César Asfor Rocha, concedeu liminar atendendo pedido do Governo de Pernambuco contra o último aumento da Celpe. A concessionária de energia elétrica do estado vem impondo sucessivos reajustes no preço da luz, inviabilizando o orçamento doméstico de muitas famílias e fazendo com que as empresas pernambucanas percam competitividade.
Em nove anos (desde a privatização) o aumento para os consumidores residenciais foi de 152,36%. Para indústria e comércio foi muito pior: 254,20%. Na média, os pernambucanos estão pagando 187,5% mais caro, desde que o grupo espanhol Iberdrola passou a ter o monopólio da energia em nosso estado.
E sabem quanto foi a inflação do período?
O IGP-M (índice de inflação usado nos contratos de privatização) ficou em 107,41% de 2001 para cá. A luz aumentou quase o dobro do maior índice de inflação.
Este ano, a Aneel (agência reguladora do setor) viu que estava forçando a barra demais no estado. Ela mesma, que autorizou os reajustes anteriores, botou o pé no freio e decidiu por um índice negativo de -1,08% na média (ao invés do aumento médio de 6,45% que a empresa quer e foi pedir na Justiça).
De um mês para cá, quatro decisões judiciais vêm alternando opiniões favoráveis à Celpe e ao Governo do Estado, num sobe e desce maluco da conta de luz. Mas todas foram decisões provisórias, pois o mérito sequer foi analisado em primeira instância.
A decisão do ministro Asfor Rocha também é provisória, mas dá uma segurança maior pois a liminar dele vale até que o processo transite em julgado, ou seja, encerrem todas as apelações. Pelo poder de fogo das partes envolvidas isso deve ir parar lá mesmo no STJ (talvez no STF, se aparecerem questionamentos constitucionais no meio do imbróglio).
Tem muita família prejudicando a feira do mês porque a conta de luz está alta demais. Muitas empresas repassam esse custo para o consumidor e nós acabamos pagando dobrado. Algumas, que não têm como repassar a alta por conta da concorrência de outros estados em que a luz é mais barata, cortam na carne: demissões, diminuição da produção, etc.
Mas, para os espanhóis, a compra da antiga estatal foi um negócio de mãe. Afinal, só o balanço anual da Celpe de 2008 indicou um lucro líquido de R$ 460 milhões sobre seu patrimônio e 90% do lucro foi transferido aos acionistas.
Nada contra que as empresas instaladas em Pernambuco lucrem. Eu quero mais é que lucrem muito. Mas às custas do sofrimento de toda uma população e do arrocho em outras empresas… Aí, não dá.
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