quarta-feira, 1 de junho de 2011

Marcha pela família?


Um movimento com tal nome, acrescido por alguns apelativos religiosos, foi o prenúncio do fim da nascente democracia no país, com o golpe civil-militar de 1964.

Representantes de setores que se reuniram em 64, contra as reformas de base, reuniram-se hoje em Brasília, atentando contra o estado laico (deixam de professar sua religião no espaço privado e querem que seus dogmas tenham força de lei), em nome do sectarismo, da discriminação e da marginalização de significativa parte da sociedade, os homossexuais.

Liderados por um dos "destroços-vivos" da última ditadura, o Deputado-bufão-racista Jair Bolsonaro, por membros da auto-denominada bancada cristã do congresso, e por figurinhas conhecidas do submundo fundamentalista religioso como Silas Malafaia e saudosistas da inquisição, os manifestantes sugeriam a retirada do PLC 122, que criminaliza a discriminacão aos homossexuais, da pauta do congresso.

O texto abaixo foi extraído do site G1. Notem a sutileza das manifestações dos "defensores da moral" e o seu conteúdo altamente discriminatório, inadmissível em uma sociedade livre, plural e democrática, como a nossa, ainda aspira a ser:


"Lei não pode criar 'terceiro sexo', diz Magno Malta em marcha em Brasília

Parlamentares participaram de evento contra projeto que criminaliza homofobia.
Manifestantes favoráveis ao PLC 122 fizeram 'contra-marcha' na Esplanada.
O senador Magno Malta (PR-ES) disse nesta quarta-feira (1), durante manifestação em frente ao Congresso Nacional contra a aprovação do projeto de Lei da Câmara (PLC) 122, que criminaliza a homofobia, que o Senado não tem poder para criar “um terceiro sexo” por meio de legislação.
Marcha pela Família, realizada nesta quarta-feira (1) em frente ao Congresso nacional contra a aprovação de projeto que criminaliza a homofobia (Foto: Dorivan Marinho/AE)

"Se Deus criou macho e fêmea, não vai ser o Senado que vai criar um terceiro sexo com uma lei" disse. "É preciso que eles [homossexuais] entendam que o anseio grotesco de uma minoria não vai se fazer engolir", afirmou.
O evento, batizado de Marcha pela Família, foi organizado pelo pastor Silas Malafaia e reuniu diversos parlamentares contrários ao projeto de lei em cima de carros de som – entre eles os deputados federais João Campos (PSDB-GO), Ronaldo Fonseca (PR-DF), Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Anthony Garotinho (PR-RJ), e os senadores Marcelo Crivella (PR-RJ) e Walter Pinheiro (PT-BA). A PM estimou em até 20 mil pessoas os presentes na Marcha pela Família.
Garotinho se manifestou contra a aprovação do projeto. “Eles [os participantes da marcha] amam a todas as pessoas, só que não concordam com o pecado de algumas”, disse.
Em oposição ao evento,um grupo de integrantes de movimentos ligados a causas homossexuais fez uma espécie de contra-marcha à Marcha Pela Família. Eles se reuniram em frente à Catedral de Brasília às 15h e seguiram até o Congresso, no mesmo local onde ocorria a Marcha pela Família.
A polícia formou um cordão de isolamento para evitar conflitos entre os dois grupos. Um contingente de 110 policiais foi deslocado para o local para acompanhar o evento.
Ainda assim, os dois grupoos se hostilizaram. Os defensores do projeto de lei chamaram os integrantes da Marcha pela Família de "nazistas" e "fascistas". O deputado Jair Bolsaro rebateu as acusações. "Eles são ridículos. Até o que eles falam é ridículo", afirmou.
Os manifestantes que defendem o PLC 122 carregavam faixas e entoavam palavras de ordem em favor de uma "família plural". Muitos se vestiram de roxo. A manifestação foi organizada pela internet, mas muitos chegaram ao local sem saber que havia um evento organizado.
"Eu viria de qualquer jeito, independentemente de ter um evento organizado ou não", disse Cristiano Ferreira, 35, servidor público. Ele vive há 3 anos com um companheiro e defende o projeto de lei. "O Estado é público e laico, e por isso não pode privilegiar o pensamento de uma religião para defender uma legislação", afirmou."

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