O salário dos brigadianos é uma vergonha. Assim como é o da maioria dos policiais, professores, servidores da área da saúde e de outros serviços públicos. E isso é assim porque a sociedade quer, a partir do momento em que comprou o discurso do Estado mínimo, do funcionário público preguiçoso e ineficiente e outros mantras do liberalismo fundamentalista repetidos diariamente nos meios de comunicação. Dito isso, vamos à queima de pneus, prática que vem sendo utilizada por “alguém” ligado aos brigadianos. Antes de queimar pneus, as lideranças da categoria poderiam firmar um acordo com as demais categorias de servidores, trabalhadores gerais e movimentos sociais: da próxima vez que um governo mandar reprimir com violência uma greve ou um protesto social eles não cumprirão a ordem? Quebra da hierarquia? Certamente! Mas o que está acontecendo agora é o quê mesmo? A menos que não esteja acontecendo essa quebra.
Está ocorrendo uma curiosa inversão neste primeiro ano do governo Tarso Genro, comparando com o que ocorreu no primeiro ano do governo Yeda Crusius. Lá, o coronel Mendes foi saudado em prosa e verso como uma mão forte da Brigada para combater o crime e a baderna (leia-se: professores, sem-terra, sindicalistas e outros “baderneiros”). O pau comeu solto, como se sabe, culminando com o covarde assassinato do sem terra Elton Brum da Silva, fuzilado com um tiro pelas costas. O coronel Mendes deixou o comando da Brigada e foi para o Tribunal de Justiça Militar combater a baderna em outras paragens. Pois bem, onde andam as vozes sempre prontas a denunciar os baderneiros civis?
Nota do blogueiro: Toda a reinvindicação salarial, e os meios acordados, em nível de categoria profissional, para pressionar os patrões a concederem reajustes e melhores condições aos empregados, é legítimo.
A Brigada Militar, que tradicionalmente vira as costas a toda e qualquer manifestação, classifica os manifestantes de baderneiros, e sob ordens os espanca, agora manifesta-se, por reajuste.
A premissa é interessante: Imaginem se, professores, bancários, ou outra categoria em greve organiza um piquete, os trabalhadores da Brigada Militar (quem sabe comecem a se ver como tal), são acionados para reprimir o movimento, e, no local, baixam os escudos, os cacetetes e, solidários, nada fazem para dissuadir os manifestantes?
Deixaríamos de ver cenas como as abaixo, na qual trabalhadores mal pagos, espancam trabalhadores mal pagos, que buscam melhores salários:
Um comentário:
Os monopóios de mídia, tanto no Brasil como aqui no RGS, não foram enfrentados nos seus interesses financeiros. A Globo, Veja, Época, Folha e Estadão continuam sugando um naco muito grande das verbas públicas de publicidade. No RGS a "PRBS", bate...bate...bate....mas leva tudo para seu cofre. A verba de mídia do Estado continua centralizada nos monopólios, e nada para os outros segmentos de comun...icação. O programa de governo Tarso, tem bem claro, que teriamos a distribuição isonômica dos recursos publicos. Infelizmente nada é assim, os governos ditos de "esquerda" despejam recursos nos monópolios, e estes atentam contra a liberdade e a democracia. Infelizmente o discurso e a prática politica não andam de "mãos dadas".
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