Torturadores da ditadura argentina pegam prisão perpétua
Pena máxima foi dada a 15 repressores, enquanto outros quatro foram sentenciados a 25 anos
O Tribunal Oral Federal Nº 2 de Buenos Aires condenou à prisão perpétua depois de um julgamento oral e público sobre 181 crimes cometidos em três prisões clandestinas durante o regime. A corte também sentenciou outros quatro réus a 25 anos de prisão e absolveu um acusado, indicaram as fontes.
A pena máxima recaiu no ex-policial Julio Simón, conhecido como "El Turco Julián", que em 2006 foi sentenciado a 25 anos de prisão pelo desaparecimento em 1978 de um chileno e uma argentina, na primeira sentença no país após a anulação da anistia a violadores de direitos humanos. Simón e o ex-policial Samuel Miara foram considerados culpados por mais de 100 sequestros e assassinatos nos centros clandestinos de detenção "El Banco", "Club Atlético" e "El Olimpo".
Também receberam prisão perpétua Raúl González, Juan Avena, Eduardo Kalinec, Jorge Uballes, Luis Donocik, Oscar Rolón e Roberto Rosa, além do ex-militar Enrique del Pino e os ex-oficiais da Gendarmería Eugenio Apestegui e Guillermo Cardozo.
O tribunal condenou ainda a 25 anos de prisão o ex-agente civil do Exército Raúl Antonio Guglielminetti, o ex-chefe do Batalhão de Inteligência 601 Carlos Alberto Roque Tepedino, o vice-comandante do 601 Mario Alberto Gómez Arenas e o ex-diretor da Polícia Federal Ricardo Taddei. O policial aposentado Juan Falcon foi o único absolvido.
A sentença foi recebida com aplausos por integrantes de organizações políticas e de direitos humanos que se concentraram em frente à sede dos tribunais federais de Buenos Aires. No julgamento, que durou 13 meses, foram tratados 181 crimes cometidos contra uma parte dos 1,5 mil detidos ilegalmente em três antigas prisões clandestinas de Buenos Aires durante a ditadura.
Já o Tribunal Federal de Mar del Plata condenou três à prisão perpétua por "privação ilegal de liberdade duplamente agravada e por tortura agravada".
"O ex-militar (do Exército) Alfredo Manuel Arrillaga e os ex-membros da Marinha Justo Ignacio Ortiz e Roberto Luis Pertusio foram condenados por crimes contra a humanidade cometidos na base naval de Mar del Plata", disse o Centro de Informação Judicial (CIJ). O processo envolvia nove presos políticos detidos no centro de extermínio instalado na base naval de Mar del Plata.
*Com EFE e AFP
Nota do Blogueiro: E os nossos torturadores, continuarão livres, falando em golpe democrático? Hein STF?
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