quarta-feira, 26 de outubro de 2011

"Al gran pueblo Argentino Salud"

Do Site Último Segundo:

Torturadores da ditadura argentina pegam prisão perpétua

Pena máxima foi dada a 15 repressores, enquanto outros quatro foram sentenciados a 25 anos
A Justiça da Argentina condenou na terça-feira 15 repressores da última ditadura militar (1976/83) sob acusação de crimes contra a humanidade nos centros clandestinos de detenção nas cidades de Mar del Plata e Buenos Aires, informou uma fonte judicial.
O Tribunal Oral Federal Nº 2 de Buenos Aires condenou à prisão perpétua depois de um julgamento oral e público sobre 181 crimes cometidos em três prisões clandestinas durante o regime. A corte também sentenciou outros quatro réus a 25 anos de prisão e absolveu um acusado, indicaram as fontes.
A pena máxima recaiu no ex-policial Julio Simón, conhecido como "El Turco Julián", que em 2006 foi sentenciado a 25 anos de prisão pelo desaparecimento em 1978 de um chileno e uma argentina, na primeira sentença no país após a anulação da anistia a violadores de direitos humanos. Simón e o ex-policial Samuel Miara foram considerados culpados por mais de 100 sequestros e assassinatos nos centros clandestinos de detenção "El Banco", "Club Atlético" e "El Olimpo".
Também receberam prisão perpétua Raúl González, Juan Avena, Eduardo Kalinec, Jorge Uballes, Luis Donocik, Oscar Rolón e Roberto Rosa, além do ex-militar Enrique del Pino e os ex-oficiais da Gendarmería Eugenio Apestegui e Guillermo Cardozo.
O tribunal condenou ainda a 25 anos de prisão o ex-agente civil do Exército Raúl Antonio Guglielminetti, o ex-chefe do Batalhão de Inteligência 601 Carlos Alberto Roque Tepedino, o vice-comandante do 601 Mario Alberto Gómez Arenas e o ex-diretor da Polícia Federal Ricardo Taddei. O policial aposentado Juan Falcon foi o único absolvido.
A sentença foi recebida com aplausos por integrantes de organizações políticas e de direitos humanos que se concentraram em frente à sede dos tribunais federais de Buenos Aires. No julgamento, que durou 13 meses, foram tratados 181 crimes cometidos contra uma parte dos 1,5 mil detidos ilegalmente em três antigas prisões clandestinas de Buenos Aires durante a ditadura.
Já o Tribunal Federal de Mar del Plata condenou três à prisão perpétua por "privação ilegal de liberdade duplamente agravada e por tortura agravada".
"O ex-militar (do Exército) Alfredo Manuel Arrillaga e os ex-membros da Marinha Justo Ignacio Ortiz e Roberto Luis Pertusio foram condenados por crimes contra a humanidade cometidos na base naval de Mar del Plata", disse o Centro de Informação Judicial (CIJ). O processo envolvia nove presos políticos detidos no centro de extermínio instalado na base naval de Mar del Plata.
*Com EFE e AFP

Nota do Blogueiro: E os nossos torturadores, continuarão livres, falando em golpe democrático? Hein STF?

Gaddafi torturado, sodomizado e assassinado.

Alerto aos meus fiéis seis leitores que se algum é menor de 18 anos, ou sensível à imagens abomináveis, não deve clicar no link abaixo.
Nada justifica os bárbaros atos perpetrados pelas tropas rebeldes aliadas da OTAN, nossos "protetores":

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Falha nocauteia a Folha.

Do Blog do Miro:

Falha detona a covardia da Folha

Do blog Desculpe a Nossa Falha:

O dono da Folha, Otávio Frias Filho, acaba de soltar uma nota assinada por ele, pelo editor-executivo Sérgio Dávila e pelo secretário de redação Vinicius Mota desqualificando a audiência pública de quarta-feira sobre a censura que ele está promovendo, dizendo que o assunto é “superado”, chamando o deputado federal que propôs a audiência de “desinformado” e afirmando que nosso antigo blog, censurado pela Folha, “não é independente” e estaria a serviço do Partido dos Trabalhadores.


Para sustentar seu argumento, Otávio lembra que trabalhei para a Prefeitura de São Paulo durante a gestão Marta Suplicy (2001-2004). No pé desse post, reproduzo a nota enviada pelo dono do jornal à Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados. E abaixo respondemos aos ataques do “Jornal do Futuro” e corrigimos algumas inverdades:

- Diferentemente do que a Folha afirma, o assunto não é “matéria superada”. A decisão a que Otavio Frias se refere é em primeira instância. Conforme o próprio jornal noticiou, cabe recurso em 2ª instância e, posteriormente, aos tribunais superiores de Brasília;

- Sobre a afirmação do jornal de que a Falha não se tratava de paródia, do blog ser “parasitário” e do endereço ser “virtualmente idêntico”, vamos fazer como os executivos da Folha e evocar a sentença proferida pelo juiz Gustavo Coube de Carvalho, da 29ª Vara Cível:


TRECHO 1) “O discurso do réu circunscreve-se nos limites da paródia, estando o conteúdo crítico do website, inclusive a utilização de imagens, logomarcas e excertos do jornal da autora, abrigado pelo direito de livre manifestação do pensamento, criação, expressão e informação, previsto nos arts. 5º, IV, e 220, caput, da Constituição Federal”.

TRECHO 2) “No presente caso, a possibilidade de confusão não existe, pois a paródia é revelada, inteiramente, já pelo nome de domínio. O trocadilho anuncia, ao mesmo tempo, que se trata de uma sátira, e quem é objeto dela. Nem mesmo um ´tolo apressado´ seria levado a crer tratar-se de página de qualquer forma vinculada oficialmente ao jornal da autora, pois a paródia, anunciada pelo nome de domínio, é reiterada pelo conteúdo do website”.

TRECHO 3) “dadas as posições das letras “A” e “O” no teclado QWERTY, tradicionalmente utilizado nos computadores pessoais e demais eletrônicos por meio dos quais a internet é acessada, fica afastada qualquer possibilidade de typosquatting, modalidade de cybersquatting em que o usuário, por simples erro de digitação, acaba por acessar website diverso do pretendido. Pelo nome de domínio registrado pelo autor e conteúdo crítico do website correspondente, portanto, não há que se falar em violação dos direitos de marca da autora”.

TRECHO 4) “Descabida, ainda, a imposição, ao réu, do dever genérico e permanente de se abster de utilizar de imagens, logomarcas e excertos do jornal da autora, o que equivaleria a proibi-lo de parodiar o jornal, caracterizando indevida limitação ao direito de livre manifestação do pensamento, criação, expressão e informação previsto nos arts. 5º, IV, e 220, caput, da Constituição Federal”



- Enfim, o juiz recusou todos os argumentos da Folha e só manteve o site fora do ar por causa de um link e uma oferta de assinaturas da Carta Capital, o que configuraria uma ameaça comercial ao jornal. Sobre isso, a revista divulgou uma nota esclarecedora que pode ser lida aqui.

- Sobre a recusa em participar da audiência pública no Congresso e a certeza que o jornal tem de sua posição, cabe perguntar: por que então nenhum representante veio a público defender essa posição? E por que o jornal não manda um representante a Brasília para esclarecer a questão de uma vez por todas? Como diz o ditado, quem não deve, não teme.

- Não é verdade que o jornal era satirizado apenas quando falava de administrações petistas, e temos diversos exemplos à disposição da Folha ou de quem se interessar.

- De fato trabalhei na Secretaria de Governo da gestão Marta Suplicy, entre meados de 2001 e 2004. Tenho quase 17 anos de carreira, e por 3 anos e meio, trabalhei com a gestão municipal capitaneada pelo PT. Todos os outros 14 anos de minha vida profissional estive no mercado (Abril, Trip e Grupo Folha, entre outros). É o suficiente para o jornal utilizar-se de sua conhecida tática de desqualificação do interlocutor, acusando-o de estar “a serviço” de algum partido –friso ainda que não sou nem nunca fui filiado a partido algum.

- Sobre a afirmação final de que não é sátira, o juiz discorda. Nós também. Toda blogosfera brasileira também (desafiamos o jornal a achar um único blog a seu favor). A Organização Repórteres sem Fronteiras tampouco concorda. Os humoristas Claudio Manoel e Marcelo Tas (ambos notoriamente grandes críticos do PT) também não concordam com a Folha, como demonstram em vídeos no nosso site. Gilberto Gil também não concorda com Frias, nem Julian Assange ou os órgãos internacionais que noticiaram o caso (Financial Times e Wired, entre outros).

- Sobre sermos ou não independentes, reafirmo e desafio publicamente o jornal a provar o contrário: eu e meu irmão vivemos do nosso salário. Desde sempre. Não temos departamento jurídico, assessoria de imprensa, nada. Criamos o site por acreditar que a Folha merecia ser criticada porque não diz a verdade quando afirma ser imparcial e apartidária. E agora sabemos que também não é sincera quando afirma defender liberdade de expressão total e irrestrita.

Respeitosamente, Mário e Lino Bocchini

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ateofobia.

Do Blog Excreva Lola, escreva.

GUEST POST: ATEOFOBIA, NEGAÇÃO DA LÓGICA ATEÍSTA E INCITAÇÃO À INTOLERÂNCIA

Deus não acredita em ateus; logo, ateus não existem.
Robson, do blog Consciência, já nos deu um guest post importante (dividido em três partes) sobre por que não se deve mais usar homem quando queremos dizer humano. Agora ele fala de um outro problema, a ateofobia e a incitação do ódio contra os ateus.
Que triste! Esses pedófilos não têm Deus no coração!”. Assim foi a expressão de diversos religiosos no Twitter depois do caso do blog de pedofilia que foi alvo de campanha de denúncia em massa no site na madrugada de 26 para 27 de junho últimos. Numa investida coletiva contra pedófilos, quem acabou em parte pagando o pato foram os ateus, cuja descrença em divindades acabou sendo a ferramenta dos ateofóbicos para os equipararem a criminosos. Porque, afinal, para eles não existe o bem sem Deus, o que podemos explicar por diversos motivos.
Essa é uma das várias formas de cristãos fundamentalistas expressarem seu etnocentrismo religioso que, direta ou indiretamente, nega a existência de qualquer lógica em credos ou não credos que excluam o deus bíblico. Para essas pessoas, existe amor, bondade, justiça, compaixão, ética, o bem quando seu deus está presente. Seres humanos são vistos como incapazes de qualquer realização benigna sem a influência da divindade.
Isso leva à crença de que a falta de Deus é tudo de ruim. É maldade, é imoralidade, é perversidade, é injustiça, é violência. Só que quem pensa assim acaba ignorando, ou até mesmo desconhecendo, que existem pessoas que não acreditam nesse deus e não são ruins. E fatalmente a ignorância dos que não acreditam em uma lógica fora de Deus acaba se convertendo num preconceito dos mais pesados.
E isso vem aumentando à medida em que esses crentes começam a usar mais intensivamente a internet e se deparam com os ateus se expressando nas redes sociais. Se por um lado continuam imersos em uma fantasia onde o ateísmo enquanto descrença provida de lógica própria não existe, por outro chocam-se (em todos os sentidos) com os descrentes e declaram-lhes aversão. O que dá origem à estereotipação lógica de associar a descrença ateísta/”falta de Deus no coração” à criminalidade e à perversidade e, por tabela, taxar ateus como imorais e potenciais criminosos.
O perfil @ateus_atentos no Twitter, pelo qual o ativista em prol do respeito aos ateus Daniel Sottomaior denuncia, com minha colaboração, a ateofobia naquela rede-microblog, escancara quase diariamente essa endemia de ateofobia. Os ditados preconceituosos e aversivos que encontra e expõe via retweets nos permitem concluir o que este artigo teoriza: a intolerância contra quem não acredita em Deus se explica tanto pela fantasia religiosa em que se nega a existência de uma lógica não teísta como pela reação de estranhamento hostil à até então ignorada existência de ateus, mais um terceiro motivo que explico adiante.
Ideal e teoricamente isso só diminuiria até o status de comportamento minoritário e socialmente inaceito quando as igrejas em geral começassem a aceitar a existência dos descrentes em Deus e buscar interpretações bíblicas que incentivem a coexistência respeitosa entre cristãos e ateístas.
Porém isso é muito improvável hoje em dia, uma vez que nem mesmo a existência de uma categoria ainda mais óbvia e tornada visível, a dos LGBT, é aceita e tolerada pela esmagadora maioria das denominações cristãs. E o pior é que lésbicas e gays são discriminad@s pelos cristãos por muito menos -– amar pessoas do mesmo sexo –- do que os ateus que, quando incitados, negam a existência da entidade suprema do cristianismo, algo inaceitável e hediondo para muitos religiosos.
E há um segundo motivo que na prática inviabiliza a generalização do respeito aos descrentes: a existência de ateus prósperos e de “bom coração”, que respeitam as leis humanas e portam muitas virtudes sem precisarem se escorar nos ditames morais cristãos, prova que é sim possível uma vida reta, ética e próspera sem Deus. Assim o ateísmo acaba sendo encarado como uma ameaça aos desígnios das igrejas de se manterem em crescimento e arrogarem o monopólio sobre a moral humana.
Aceitar a existência de uma lógica de vida desprovida da divindade seria abrir as portas dos templos para os fiéis evadirem do controle social e psicológico exercido pelos sacerdotes, bispos e padres. E isso contraria os interesses daqueles clérigos mais inescrupulosos, avessos à liberdade de aderir e desaderir de religiões por livre-arbítrio.
Isso explica grande parte do porquê de as igrejas não adotarem de bom grado o princípio da tolerância para com ateus e preferirem manter os fiéis presos na Caverna de Platão onde o ateísmo é nada mais do que a sombria “falta de Deus” e, logo, a compilação de tudo o que é mau, imoral e perigoso. E nos revela mais uma razão, talvez a mais forte de todas, para a ateofobia que se escancara tantas vezes em que pedófilos, racistas e assassinos são denunciados à sociedade: os clérigos incitam a intolerância.
Essa incitação ganha toda uma lógica quando é observado o seu paralelo atualmente mais em evidência, a incitação dos crentes à homofobia por parte dos regentes das igrejas. Estes, ao mesmo tempo em que mantêm íntegra a Caverna de Platão sem ateísmo, açulam a caluniosa e difamatória crença de que quem deixa de crer em Deus se entrega às trevas, ao capeta, se torna mau como o Pica-Pau e compra uma passagem só de ida para o inferno eterno. Isso de uma forma um tanto parecida com quando incitam o ódio contra quem desobedece aos ditames homofóbicos do Pentateuco bíblico.
Assim, esperar que as denominações cristãs voluntariamente façam as pazes com os incrédulos acaba sendo uma ingenuidade. A solução para a inaceitabilização social da ateofobia é bem mais complicada do que isso. Penso que há pelo menos duas alternativas realistas hoje: levar a cabo iniciativas neoateístas de contrapropagandeamento das religiões mais intolerantes e retromorais, ou incentivar-se entre os ateus a disposição de se reunirem em torno da causa antipreconceito, tornando esta a segunda coisa em comum entre grande parte deles (a primeira é a própria descrença em deuses).
Como não sou um neoateu que deseja o fim de qualquer forma de crença religiosa -– embora deseje sim o colapso daquelas denominações eclesiais, hoje tão numerosas, que têm a fanatização, a atrofização intelectual, a retromoralidade e o açulamento de intolerâncias como praxes –-, eu aposto na segunda opção. A questão é como torná-la realidade neste contexto atual em que nem mesmo os próprios ateus, talvez em sua maioria, reconhecem ser alvos de preconceito e discriminação e tantos em sua categoria rejeitam associar-se a grupos de mobilização seja lá quais forem. [Adendo da Lola: eu incluo outro entrave -- infelizmente, há muitos ateus machistas, homofóbicos e racistas. Ficaria estranho se eles abraçassem uma causa antipreconceito].

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Lições da greve dos bancários.

Extraído do Blog da Esquerda Marxista:
 
Rafael Prata

Se dependesse da vontade dos bancários e dos dirigentes sindicais cutistas que se mantêm fiéis à luta da classe trabalhadora, a greve arrancaria um reajuste salarial maior do que foi conquistado. Porém, se dependesse do governo Dilma e da direção do Banco do Brasil, a greve terminaria apenas com a reposição da inflação e com o corte dos dias paralisados. Vamos analisar melhor essa equação para iniciarmos um balanço acerca do movimento grevista.

Os bancários fizeram a maior greve dos últimos 20 anos, fechando mais de 9 mil agências e locais de trabalho durante 21 dias, em todos os estados do Brasil e no Distrito Federal. Realizamos piquetes, atos e passeatas em várias cidades e nos solidarizamos com a greve dos trabalhadores dos Correios. Enfim, fizemos a nossa parte.

No início da campanha salarial deste ano, ao contrário dos anos anteriores em que os banqueiros recusavam as reivindicações dos trabalhadores e os bancos públicos se escondiam na mesa da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), aguardando o desfecho da greve, para só depois apresentarem cláusulas aditivas... Desta vez, foi o BB que deu a linha, recusando as propostas dos trabalhadores, antes mesmo das negociações começarem, via boletim interno! E afirmando que não haveria condições de conceder aumento real e outros “benefícios”.

O tiro saiu pela culatra, pois os bancários do BB e da Caixa aderiram em peso à greve, desde o início, como resposta a esse disparate.

Durante a greve, enquanto os bancos privados ameaçavam os trabalhadores e promoviam práticas anti-sindicais (como de costume, aliás), a mídia tratava de buscar reverter o apoio da população ao nosso movimento, com reportagens, artigos e opiniões de conteúdo hipócrita e reacionário, incitando o governo a descontar o salário dos trabalhadores em greve.

Os bancários resistiam e ampliavam a mobilização, mas se angustiavam com o que estava acontecendo com os companheiros dos Correios: corte dos dias parados, intransigência do governo Dilma e dissídio no TST que sacramentou a medida antidemocrática ao direito de greve aplicada pelo governo federal, impôs o arrocho salarial e ainda ordenou a reposição dos dias parados nos sábados, domingos e através de horas-extras não-remuneradas. Os trabalhadores dos Correios resistiram bravamente, mas foram vencidos pelo governo e pelo poder judiciário.

Dias depois, os bancos retomam as negociações com os bancários, após 17 dias de greve. Os trabalhadores estavam dispostos a resistir se viesse algum ataque ou se as conversas não avançassem. No entanto, a proposta - que foi aceita pela categoria nas assembléias – chegou em 9% de reajuste salarial (1,5% de aumento real), aumento do piso (entre 10% e 14%, dependendo do banco) e PLR maior do que em 2010.

Evidentemente, poderia ter sido melhor, tendo em vista os resultados bilionários no lucro dessas instituições financeiras e a força da greve, porém, o BB já tinha preparado o desconto dos dias parados de setembro na folha de outubro e teve que recuar, assim como teve que voltar atrás na sua afirmação inicial de que não iria conceder reajuste acima da inflação. A categoria bancária conseguiu manter um patamar de reajuste salarial – que está longe do que é possível e necessário – mas que escapa do arrocho sofrido pelos companheiros dos Correios e que ainda serve de referência e comparação com outras categorias.

No entanto, é preciso dizer abertamente, que a direção majoritária da CUT e da Contraf não estava preparada para enfrentar essa situação, esse combate com o governo Dilma, elas sentiram-se aliviadas quando a Fenaban concedeu o que concedeu, tanto que cantaram esse Contrato Coletivo de Trabalho 2011/2012 como vitorioso, quando, na verdade, deveríamos refletir por que não conseguimos avançar mais, se o lucro dos bancos foi, na média, 20% maior do que em 2010? Se nossa greve foi a mais forte dos últimos 20 anos? Por que não paramos os sistemas principais e centrais dos bancos, internet, sistemas online, etc? Por que nossa luta não se unificou na ação com a luta dos correios e professores?

Não conseguimos avançar mais porque o governo Dilma orientou o BB e a Caixa a endurecer contra o movimento sindical, para deleite dos bancos privados. Usou os companheiros dos Correios como boi-de-piranha de uma política contrária aos reajustes salariais - política que tende a se aprofundar nos próximos anos, devido ao desenrolar da crise capitalista mundial.

Não conseguimos avançar mais porque precisamos de uma direção sindical preparada para fazer essa discussão com a sociedade e preparada para esse enfrentamento com os patrões e o governo que, a cada vez, será mais duro.

O que a CUT deveria fazer era reunir as categorias que têm data-base na mesma época para uma mesma e única luta: elevando a consciência dos trabalhadores a partir de suas campanhas reivindicativas, explicando o combate central pela ruptura do governo Dilma com a burguesia, contra o capitalismo (que fomenta crises econômicas e desgraças sociais), por um governo socialista dos trabalhadores.

Esse é o chamado da Corrente Sindical Esquerda Marxista da CUT a todos os sindicalistas e ativistas sindicais, a todos os companheiros conscientes de que o futuro da humanidade passa pela ação independente e revolucionária dos trabalhadores na arena da luta de classes.

O Google e a luta de classes dos algorritmos.

Temos editores na internet? Quem controla o fluxo da informação? O que deve e o que não deve ser apresentado a determinado tipo de pessoa?
Extraído do Blog Diário Gauche, do sociólogo Cristóvão Feil:


Eli Pariser 2011 from TED & Tira on Vimeo.

Vc está sendo vigiado e classificado. Vídeo de 9 minutos que vai lhe interessar, se vc é um navegante virtual.

domingo, 16 de outubro de 2011

Republicanos tem candidato a Faraó.

É de comum saber que a autoridade já teve sua origem vínculada à filiações e relações com figuras míticas, divindades, deuses, semideuses e outros seres invisíveis, tanto que, monarcas ainda são "ungidos" por papas, bispos ou outros empregados de instituições religiosas.
Alguns, em tempos mais remotos, auto-denominavam-se filhos de deuses, ou os próprios, como os faraós do Egito antigo.
Ainda no século XXI, entes ávidos por postos de poder, utilizam-se dessas figuras míticas para justificar a necessidade de um Estado, tê-lo como mandatário (geralmente porque de acordo com nossas leis e preceitos sociais, seria injustificável a implantação de suas políticas) como é o caso do pré-candidato republicano à Casa Branca, Mitt Romney.
Romney vai um pouco além, atribuíndo essa "divindade" ao papel de liderança mundial que deve ser exercido pelos Estados Unidos, mesmo atropleando instituições como a ONU e a comunidade internacional. Teremos mais um candidato teo-belicista, que, graças ao fraco governo Obama, tem chances reais de vitória.
O texto abaixo, extraído do Blog Pragmatismo Político, mostra os discursos teocráticos do aspirante a "divino governador do mundo":
Com um Obama fragilizado, as portas do império novamente abrem-se para o que há de mais conservador

Impulsionado pelas pesquisas de intenção de voto, que o colocam à frente do presidente Barack Obama, o pré-candidato republicano Mitt Romney desenterra os pensamentos mais retrógrados. Em ato na Carolina do Sul centrado em política externa, pediu um século de domínio americano, falou em ignorar instituições como a ONU se necessário e disse que Deus criou os Estados Unidos para liderarem o mundo.


- Este tem quer ser um século americano. Num século americano, a América tem a economia mais forte e o maior poder militar do mundo - afirmou Romney. - Deus não criou esse país para ser uma nação de seguidores. A América não é destinada a ser uma das várias potências globais igualmente equilibradas. A América precisa liderar o mundo, ou alguém tomará a frente.


O local escolhido para o discurso não foi por acaso. A Carolina do Sul é um dos primeiros estados a ter primárias, em janeiro, e é crucial para as pretensões de Romney. Segundo uma pesquisa da Universidade de Quinnipiac divulgada nesta semana, o ex-governador de Massachusetts continua à frente na corrida republicana, com 22% dos votos, contra 17% do empresário Herman Cain e 14% do governador do Texas, Rick Perry.


Num eventual confronto com Obama, Romney também sairia na frente. De acordo com a pesquisa, ele tem 46% das intenções de voto, quatro pontos à frente do presidente americano.


No discurso, Romney classificou os esforços de Obama para melhorar a imagem dos Estados Unidos como um "tour de desculpas" e acusou o governo de enfraquecer o papel do país.


- Ao mesmo tempo em que deveríamos trabalhar com outras nações, nós sempre nos reservamos o direito de agir sozinhos para proteger os interesses vitais do país- continuou o republicano. - Quando a América está forte, o mundo fica mais seguro.


O ato na Carolina do Sul foi interpretado como um passo de Romney para ganhar terreno em política internacional, um campo em que Obama tem mais experiência que qualquer outro candidato republicano. A campanha, no entanto, caminha mais para assuntos internos, como imigração e economia, do que externos.

O capitalismo está condenado. E agora?

Extraído do Blog do Miro.

Por Sophie Shevardnadze, no sítio Outras Palavras:

A entrevista durou pouco mais de onze minutos, mas alimentará horas de debates em todo o mundo e certamente ajudará a enxergar melhor o período tormentoso que vivemos. Aos 81 anos, o sociólogo estadunidense Immanuel Wallerstein, acredita que o capitalismo chegou ao fim da linha: já não pode mais sobreviver como sistema. Mas – e aqui começam as provocações – o que surgirá em seu lugar pode ser melhor (mais igualitário e democrático) ou pior (mais polarizado e explorador) do que temos hoje em dia.

Estamos, pensa este professor da Universidade de Yale e personagem assíduo dos Fóruns Sociais Mundiais, em meio a uma bifurcação, um momento histórico único nos últimos 500 anos. Ao contrário do que pensava Karl Marx, o sistema não sucumbirá num ato heróico. Desabará sobre suas próprias contradições. Mas atenção: diferente de certos críticos do filósofo alemão, Wallerstein não está sugerindo que as ações humanas são irrelevantes.

Ao contrário: para ele, vivemos o momento preciso em que as ações coletivas, e mesmo individuais, podem causar impactos decisivos sobre o destino comum da humanidade e do planeta. Ou seja, nossas escolhas realmente importam. “Quando o sistema está estável, é relativamente determinista. Mas, quando passa por crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante.”

É no emblemático 1968, referência e inspiração de tantas iniciativas contemporâneas, que Wallerstein situa o início da bifurcação. Lá teria se quebrado “a ilusão liberal que governava o sistema-mundo”. Abertura de um período em que o sistema hegemônico começa a declinar e o futuro abre-se a rumos muito distintos, as revoltas daquele ano seriam, na opinião do sociólogo, o fato mais potente do século passado – superiores, por exemplo, à revolução soviética de 1917 ou a 1945, quando os EUA emergiram com grande poder mundial.

As declarações foram colhidas no dia 4 de outubro pela jornalista Sophie Shevardnadze, que conduz o programa Interview na emissora de televisão russa RT. A transcrição e a tradução para o português são iniciativas de Outras Palavras.

Há exatamente dois anos, você disse ao RT que o colapso real da economia ainda demoraria alguns anos. Esse colapso está acontecendo agora?

Não, ainda vai demorar um ano ou dois, mas está claro que essa quebra está chegando.

Quem está em maiores apuros: Os Estados Unidos, a União Europeia ou o mundo todo?

Na verdade, o mundo todo vive problemas. Os Estados Unidos e União Europeia, claramente. Mas também acredito que os chamados países emergentes, ou em desenvolvimento – Brasil, Índia, China – também enfrentarão dificuldades. Não vejo ninguém em situação tranquila.

Você está dizendo que o sistema financeiro está claramente quebrado. O que há de errado com o capitalismo contemporâneo?

Essa é uma história muito longa. Na minha visão, o capitalismo chegou ao fim da linha e já não pode sobreviver como sistema. A crise estrutural que atravessamos começou há bastante tempo. Segundo meu ponto de vista, por volta dos anos 1970 – e ainda vai durar mais uns vinte, trinta ou quarenta anos. Não é uma crise de um ano, ou de curta duração: é o grande desabamento de um sistema. Estamos num momento de transição. Na verdade, na luta política que acontece no mundo — que a maioria das pessoas se recusa a reconhecer — não está em questão se o capitalismo sobreviverá ou não, mas o que irá sucedê-lo. E é claro: podem existir duas pontos de vista extremamente diferentes sobre o que deve tomar o lugar do capitalismo.

Qual a sua visão?

Eu gostaria de um sistema relativamente mais democrático, mais relativamente igualitário e moral. Essa é uma visão, nós nunca tivemos isso na história do mundo – mas é possível. A outra visão é de um sistema desigual, polarizado e explorador. O capitalismo já é assim, mas pode advir um sistema muito pior que ele. É como vejo a luta política que vivemos. Tecnicamente, significa é uma bifurcação de um sistema.

Então, a bifurcação do sistema capitalista está diretamente ligada aos caos econômico?

Sim, as raízes da crise são, de muitas maneiras, a incapacidade de reproduzir o princípio básico do capitalismo, que é a acumulação sistemática de capital. Esse é o ponto central do capitalismo como um sistema, e funcionou perfeitamente bem por 500 anos. Foi um sistema muito bem sucedido no que se propõe a fazer. Mas se desfez, como acontece com todos os sistemas.

Esses tremores econômicos, políticos e sociais são perigosos? Quais são os prós e contras?

Se você pergunta se os tremores são perigosos para você e para mim, então a resposta é sim, eles são extremamente perigosos para nós. Na verdade, num dos livros que escrevi, chamei-os de “inferno na terra”. É um período no qual quase tudo é relativamente imprevisível a curto prazo – e as pessoas não podem conviver com o imprevisível a curto prazo. Podemos nos ajustar ao imprevisível no longo prazo, mas não com a incerteza sobre o que vai acontecer no dia seguinte ou no ano seguinte.

Você não sabe o que fazer, e é basicamente o que estamos vendo no mundo da economia hoje. É uma paralisia, pois ninguém está investindo, já que ninguém sabe se daqui a um ano ou dois vai ter esse dinheiro de volta. Quem não tem certeza de que em três anos vai receber seu dinheiro, não investe – mas não investir torna a situação ainda pior. As pessoas não sentem que têm muitas opções, e estão certas, as opções são escassas.

Então, estamos nesse processo de abalos, e não existem prós ou contras, não temos opção, a não ser estar nesse processo. Você vê uma saída?

Sim! O que acontece numa bifurcação é que, em algum momento, pendemos para um dos lados, e voltamos a uma situação relativamente estável. Quando a crise acabar, estaremos em um novo sistema, que não sabemos qual será. É uma situação muito otimista no sentido de que, na situação em que nos encontramos, o que eu e você fizermos realmente importa. Isso não acontece quando vivemos num sistema que funciona perfeitamente bem. Nesse caso, investimos uma quantidade imensa de energia e, no fim, tudo volta a ser o que era antes.

Um pequeno exemplo. Estamos na Rússia. Aqui aconteceu uma coisa chamada Revolução Russa, em 1917. Foi um enorme esforço social, um número incrível de pessoas colocou muita energia nisso. Fizeram coisas incríveis, mas no final, onde está a Rússia, em relação ao lugar que ocupava em 1917? Em muitos aspectos, está de volta ao mesmo lugar, ou mudou muito pouco. A mesma coisa poderia ser dita sobre a Revolução Francesa.

O que isso diz sobre a importância das escolhas pessoais?

A situação muda quando você está em uma crise estrutural. Se, normalmente, muito esforço se traduz em pouca mudança, nessas situações raras um pequeno esforço traz um conjunto enorme de mudanças – porque o sistema, agora, está muito instável e volátil. Qualquer esforço leva a uma ou outra direção. Às vezes, digo que essa é a “historização” da velha distinção filosófica entre determinismo e livre-arbítrio. Quando o sistema está relativamente estável, é relativamente determinista, com pouco espaço para o livre-arbítrio. Mas, quando está instável, passando por uma crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante. As ações de cada um realmente importam, de uma maneira que não se viu nos últimos 500 anos. Esse é meu argumento básico.

Você sempre apontou Karl Marx como uma de suas maiores influências. Você acredita que ele ainda seja tão relevante no século 21?

Bem, Karl Marx foi um grande pensador no século 19. Ele teve todas as virtudes, com suas ideias e percepções, e todas as limitações, por ser um homem do século 19. Uma de suas grandes limitações é que ele era um economista clássico demais, e era determinista demais. Ele viu que os sistemas tinham um fim, mas achou que esse fim se dava como resultado de um processo de revolução. Eu estou sugerindo que o fim é reflexo de contradições internas. Todos somos prisioneiros de nosso tempo, disso não há dúvidas. Marx foi um prisioneiro do fato de ter sido um pensador do século 19; eu sou prisioneiro do fato de ser um pensador do século 20.

Do século 21, agora.

É, mas eu nasci em 1930, eu vivi 70 anos no século 20, eu sinto que sou um produto do século 20. Isso provavelmente se revela como limitação no meu próprio pensamento.

Quanto – e de que maneiras – esses dois séculos se diferem? Eles são realmente tão diferentes?

Eu acredito que sim. Acredito que o ponto de virada deu-se por volta de 1970. Primeiro, pela revolução mundial de 1968, que não foi um evento sem importância. Na verdade, eu o considero o evento mais significantes do século 20. Mais importante que a Revolução Russa e mais importante que os Estados Unidos terem se tornado o poder hegemônico, em 1945. Porque 1968 quebrou a ilusão liberal que governava o sistema mundial e anunciou a bifurcação que viria. Vivemos, desde então, na esteira de 1968, em todo o mundo.

Você disse que vivemos a retomada de 68 desde que a revolução aconteceu. As pessoas às vezes dizem que o mundo ficou mais valente nas últimas duas décadas. O mundo ficou mais violento?

Eu acho que as pessoas sentem um desconforto, embora ele talvez não corresponda à realidade. Não há dúvidas de que as pessoas estavam relativamente tranquilas quanto à violência em 1950 ou 1960. Hoje, elas têm medo e, em muitos sentidos, têm o direito de sentir medo.

Você acredita que, com todo o progresso tecnológico, e com o fato de gostarmos de pensar que somos mais civilizados, não haverá mais guerras? O que isso diz sobre a natureza humana?

Significa que as pessoas estão prontas para serem violentas em muitas circunstâncias. Somos mais civilizados? Eu não sei. Esse é um conceito dúbio, primeiro porque o civilizado causa mais problemas que o não civilizado; os civilizados tentam destruir os bárbaros, não são os bárbaros que tentam destruir os civilizados. Os civilizados definem os bárbaros: os outros são bárbaros; nós, os civilizados.

É isso que vemos hoje? O Ocidente tentando ensinar os bárbaros de todo o mundo?

É o que vemos há 500 anos.

sábado, 15 de outubro de 2011

15 de outubro, dia do não ao neo-liberalismo

Do Blog Diário Gauche, do sociólogo Cristóvão Feil

951 cidades, 82 países



15 de outubro – Unidos por uma mudança global

No dia 15 de outubro gente de todo o mundo tomará as ruas e praças. Da América à Asia, da África à Europa, as pessoas se levantam para reclamar seus direitos e pedir uma autêntica democracia. Agora chegou o momento de nos unirmos todos em um protesto mundial.

Os poderes estabelecidos atuam em beneficio de uns poucos, ignorando a vontade da grande maioria, sem que se importem do custo humano ou ecológico que tenhamos que pagar. Esta intolerável situação deve terminar.

Unidos em uma só voz, faremos saber aos políticos profissionais, e às elites financeiras a quem eles servem, que agora somos nós, as pessoas, quem decidiremos nosso futuro. Não somos mercadorias nas mãos de políticos impostores e banqueiros que não nos representam.

No 15 de outubro nos encontraremos nas ruas para botar em ação a mudança global que queremos. Nos manifestaremos pacificamente, debateremos e nos organizaremos até o conseguir.

É a hora de nos unirmos. É a hora de nos ouvirem.

Saiamos às ruas do mundo no dia 15 de outubro!
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É flagrante e constrangedor, a RBS está numa cruzada para confundir seus leitores/consumidores quanto ao protesto mundial de 15 de Outubro. Os veículos da família Sirotsky querem turbinar o repaginado movimento “Cansei”, agora em convocatórias moralistas (e protogolpistas) contra a corrupção no Brasil. Para tanto, misturam as estações, fazendo crer que é tudo a mesma coisa. Não é, nunca foi.

O movimento mundial de 15 de Outubro é contra o hegemonismo do capital financeiro, que destroi a democracia, desemprega e compromete o planeta. Já o movimento “neoCansei” é um eco do século 19 no coração do século 21, representa o atraso que foi derrotado por Lula e Dilma nas três últimas eleições presidenciais havidas no Brasil. Uma revanche mal ajambrada pela direita brasileira usando ingênuos e interessados em um movimento tão falso quanto vazio.

Nota do blogueiro: O mesmo alerta, contra as armações rebessianas, tentando transformar um movimento mundial contra o sistema capitalista em um movimento "Fora-Dilma", foi dado por Marco Aurélio Weissheimer, em seu Blog, o RS Urgente, texto transcrito abaixo:


 
Desde ontem, 13 de outubro, a RBS parece empenhada em transformar a mobilização mundial convocada pelos jovens indignados espanhóis para o dia 15 de outubro na “marcha contra a corrupção convocada pela OAB”. É uma deformação grosseira, resultante de desinformação ou má-fé.
A manchete do jornal Zero Hora, em sua edição de quinta, afirmou: “Internet arrasta às ruas do país um basta contra a corrupção”. Segundo o jornal do grupo RBS, protestos em todo o Brasil estariam mostrando a força da mobilização via redes sociais e uma nova rodada de manifestações estaria prevista para sábado em Porto Alegre. A matéria fala de um ato que estaria sendo convocado pela OAB e outras entidades que partiria do Monumento do Expedicionário em caminhada até a Praça da Matriz, onde haveria “uma vigília em frente ao Piratini”.
Curiosamente, é o mesmo trajeto, mesmo horário e mesmo local de concentração da mobilização mundial de ocupação de praças, convocada pelos espanhóis em defesa de uma Democracia Real e contra o modelo econômico das grandes corporações e do capital financeiro que mergulhou o mundo em uma gravíssima crise. Neste momento, Bruxelas está recebendo milhares de jovens de toda a Europa para participar do ato deste sábado. A agenda de mobilização é a seguinte, relata o jornalista argentino Eduardo Febbro, correspondente do Página/12 e da Carta Maior em Paris: contra o sistema financeiro, as oligarquias que conservam o poder em caixas fortes, a impunidade, a democracia sequestrada por um punhado de privilegiados e os grandes grupos de comunicação que pintam a realidade segundo a multinacional a qual pertencem.
Essa é também a agenda da mobilização do acampamento programado para a Praça da Matriz neste sábado. O que está sendo questionado é o modelo econômico neoliberal e seus braços políticos e midiáticos, o modelo que, nas últimas décadas, defendeu o Estado mínimo, as privatizações, a desregulamentação da economia e, em especial, do setor financeiro, a supressão de direitos sociais e trabalhistas, a eliminação dos espaços de participação popular na vida democrática, a concentração de poder econômico, político e midiático.
Na manhã deste sábado, a rádio Gaúcha, outro veículo do grupo RBS, promoveu um debate sobre o “ato contra a corrupção” que estaria sendo convocado neste sábado “pela OAB e outras entidades” – a mesma fórmula sempre. Nem uma palavra sobre as reais motivações da mobilização mundial dos acampados de Madri, de Barcelona, de Nova York, de Bruxelas, que estão se rebelando contra o modelo econômico que a RBS defende há décadas em seus espaços editoriais. Além de não divulgar esse sentido da mobilização, o grupo midiático tenta agora sequestrá-lo e transformá-lo em um braço do movimento Cansei.
900 cidades do mundo (entre elas, Porto Alegre), de 93 países, responderam ao chamado feito pelos jovens espanhóis. O manifesto elaborado para este 15 de outubro, traduzido em 18 idiomas, incluindo o hebraico e o japonês está acessível na página http://15october.net/pt e destaca que “os poderes estabelecidos atuam em benefício de uns poucos, ignorando a vontade da grande maioria, sem se importar com os custos humanos ou ecológicos a pagar. É preciso por um fim a esta intolerável situação”.
Segundo Jon Aguirre Such, porta-voz de Democracia Real Já, da Espanha, movimento autor da convocação global, as manifestações mundiais e a concentração emblemática que está ocorrendo em Bruxelas, são feitas contra quatro poderes: o financeiro, o político, o militar e o midiático.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Simplesmente a luta de classes.

Reportagem da TV Vermelho, mostrando a onda de greves no Brasil, de uma forma que o PIG, comprometido com os recursos de propaganda dos patrões não mostra:

Reflexões Marxistas.

O texto abaixo, foi extraído do Blog da Esquerda Marxista, e discorre sobre a obsolescência programada e a obsolescência estética dos bens de consumo, com destaque para o automóvel e o computador.
Vale a pena ler:

Wanderci Bueno

Ao final do texto, poderá ver o Vídeo que trata da obsolescência programada das mercadorias.

Na semana passada faleceu Steve Jobs, que junto com Steve Wozniak, fundou a empresa Apple, abrindo o período do consumo em larga escala e o uso dos microcomputadores. Muitos jornalistas reverenciaram Steve Jobs como um gênio, ao lado de Henri Ford. Ford introduziu a produção seriada e a linha de montagem na indústria automobilística. Queria que os operários pudessem consumir o novo produto. Suas empresas cresceram vertiginosamente, faturando lucros fabulosos. A Apple, com seu famoso micro computador muito personalizado e de consumo restrito a poucos, também ganhou um fantástico mercado de consumidores. Hoje a Microsoft ocupou lugar de destaque neste seleto mercado.

Os dois produtos, carro e micro, permitem uma integração entre as pessoas. O primeiro permite a seus donos, deslocamentos físicos, podem estar em lugares distantes em bem menos tempo, podem visitar amigos e parentes, irem ao trabalho, passear. O segundo permite a comunicação entre as pessoas em tempo quase real.

Mas o carro isola as pessoas no trânsito, transporta em geral um usuário, que não fala e nem se comunica com ninguém, pouco observa seu entorno. O computador (micro) pluga milhares de solitários usuários que passam a interagir sem nenhuma ação, a não ser a de solitariamente apertarem botões, um lá e outro cá. Uma moderna comunicação de massas que separa as pessoas, as isola em suas salinhas computadorizadas,"integrando-as" on line.

Mas este isolamento imposto às pessoas não se dá pela mercadorias em si, elas não o provocam, esta força desagregadora é inerente ao capital e não às mercadorias e é o capital que impõe o isolamento. O que dá a característica de barbárie ao mundo das mercadorias é a produção capitalista. Carro e computador, como outras mercadorias, são antes de tudo, objetos para a realização do lucro que é apropriado por uma determinada classe: aquela que detém os meios de produção e controlam o aparato
de estado.

O capital empresta à mercadoria uma particularidade que não é dela, essa particularidade é dada pelo lucro. Elas, as mercadorias, são cada vez mais perenes. Com o transcorrer do tempo, algumas mercadorias (aquilo que é produzido pelo sistema capitalista) passaram a ter cada vez mais vidas úteis mais curtas e também foram reduzidas as quantidades de matérias primas em outras. A mercadoria encolheu, mas seu preço permaneceu o mesmo. Uma caixa de fósforos tinha, há 20 anos passados, 45 palitos, há pouco mais de 10 anos passou a ter 40. Um rolo de papel higiênico tinha 45 metros, passou a ter 40 metros, ou 35. Uma embalagem de biscoitos tinha 240 gramas, passou a ter 180, um litro de óleo passou a ter 900 ml e não mais 1000 ml. Uma lampada tinha vida útil de 2 ou 3 anos, agora dura 6 meses. Uma geladeira era para toda a vida, agora a cada ano surgem milagrosas geladeiras que "fazem" até água, só não fazem comida. Sem falar nos carros e micros. Ambos mudam a cada ano, e quando menos se espera tudo que um cidadão tinha já está velho. Roupas, sapatos, comidas, tudo morre rapidamente. Até mesmo a cultura e a arte entraram nesse reino do nascer e perecer quase instantâneo.

Aumentando-se a produtividade no mundo da produção capitalista, foi possível gerar novas tecnologias. As máquinas antes operadas por 10 operários passaram a ser controladas apenas por 1, e este, junto com a máquina robô, produz uma mais valia mais que decuplicada. Mas o pobre trabalhador ao invés de trabalhar menos, trabalha mais e mais e ganha menos e menos. E ainda, de sobra, resta um imenso batalhão de desempregados.

Por outro lado, o consumidor gasta cada vez mais em coisas supérfluas e de curta vida. Não porque ele queira, em geral é induzido a isso. Em um dia produz, compra, consome, tudo em velocidade cada vez maior, na velocidade das máquinas, dos carros, das motos, dos computadores e do lucro que engorda os capitalistas vorazes, esta é a lógica do sistema. Na manhã seguinte, quando o consumidor desperta entorpecido, já está na hora de comprar outra mercadoria, pois aquela que tinha já está morta, perdeu sua vida útil, ele “descobre” que foi lançada em promoção, outra mercadoria, cujo botaõzinho não é mais quadrado, a aparência tem um designer mais que arrojado. A que tinha antes já não lhe serve, vai para o lixo. É isso, o capital não só produz armas de destruição, ele diariamente destrói trabalho humano para se reproduzir. É a barbárie invisível do dia a dia.

A vida e morte das mercadorias entraram juntas com o capitalismo no reino da barbárie, pois é o reino do lucro incessante obtido não para a satisfação das necessidades humanas, mas sim para a permanência e sobrevivência cega do próprio sistema. O consumo entrou no reino da barbárie. As relações humanas estão cada vez mais mediadas por coisas que separam as pessoas e estas se relacionam com as coisas como se elas mesmas fossem coisas.

Mas quando algo extraordinário explode na grande engrenagem do sistema capitalista, que já não pode mais se desenvolver sem destruir, e passa a afetar violentamente a miserável vida das pessoas de carne e osso, que fazem rodar a roda de toda produção e do consumo, as pessoas se erguem e saltam adiante de maneira violenta e brusca, querendo se livrar da vida inútil, mofada e repetitiva, programada e ditada pelo capitalismo. Aí as pessoas descobrem que há mais, muito mais que carros e computadores, que suas vidas úteis e seu bem estar podem ser encontrados por meio da luta comum, ao lado de seus vizinhos que sofrem os mesmos ataques do capital, que lhes retira direitos e lhes impõe a barbárie no trabalho e no consumo. Abrem-se assim as épocas das revoluções.

Vejam o vídeo sobre a obsolescência programada das mercadorias. Editado em espanhol. Vale a penas vê-lo.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Occupy Wall Street

A elite, beneficiada pelos pacotes trilionários de "ajuda" estatal, bebe champanhe em sacadas, debochando da marcha popular contra suas políticas excludentes.
O sorriso de alguns desses barões tem um significado: "Vocês protestam, pagam impostos, o governo os dá pra nós, e nós bebemos champanhe, produzindo mais miséria."
E falam que não existe luta de classes.

sábado, 1 de outubro de 2011

O Bule Voador

“Muitos indivíduos ortodoxos dão a entender que é papel dos céticos refutar os dogmas apresentados, em vez dos dogmáticos terem de prová-los. Essa idéia, obviamente, é um erro.
De minha parte, poderia sugerir que entre a Terra e Marte há um bule de chá de porcelana girando em torno do Sol em uma órbita elíptica, e ninguém seria capaz de refutar minha asserção, tendo em vista que teria o cuidado de acrescentar que o bule de chá é pequeno demais para ser observado mesmo pelos nossos telescópios mais poderosos.
Mas se afirmasse que, devido à minha asserção não poder ser refutada, seria uma presunção intolerável da razão humana duvidar dela, com razão pensariam que estou falando uma tolice.
Entretanto, se a existência de tal bule de chá fosse afirmada em livros antigos, ensinada como a verdade sagrada todo domingo e instilada nas mentes das crianças na escola, a hesitação de crer em sua existência seria sinal de excentricidade e levaria o cético às atenções de um psiquiatra, numa época esclarecida, ou às atenções de um inquisidor, numa época passada.”
Bertrand Russell
Bule Voador de Russell from Bule Voador on Vimeo.

O Bule Voador é o Blog da Liga Humanista Secular do Brasil, e pode ser acessado aqui.

Perigo Real e Imediato II.

Para mostrar o caráter imediato da ameaça ao Estado Laico:

Rio aprova inclusão de ensino religioso nas escolas

Contrariando um parecer do Conselho Municipal de Educação, a prefeitura do Rio conseguiu aprovar a inclusão do ensino religioso no currículo das escolas públicas cariocas. O projeto de lei cria aulas opcionais para diferentes denominações religiosas e abre 600 vagas para professores da área. A partir de 2013, o impacto no orçamento do município será de R$ 15,7 milhões por ano.
Aprovado por 28 votos a cinco, o texto estabelece a adoção de aulas facultativas para os estudantes do Ensino Fundamental da rede municipal. Os pais decidirão se os alunos devem assistir às aulas e poderão escolher a designação religiosa de sua preferência.
Segundo o projeto, os professores serão contratados após concursos públicos, mas deverão ser "credenciados pela autoridade religiosa competente, que exigirá deles formação religiosa obtida em instituição por ela mantida ou reconhecida".
Em fevereiro, o Conselho Municipal de Educação - responsável pelo acompanhamento da política educacional do município - aprovou um parecer que rejeitava a inclusão da religião nas escolas. O objetivo era reafirmar o "caráter laico da escola pública", uma vez que a adoção do ensino religioso é alvo de uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Lamento profundamente a decisão dos vereadores. Para atender aos anseios de grupos religiosos, a prefeitura ignorou a avaliação que havia sido feita por um órgão formado por educadores", criticou a professora Rita Ribes Pereira, integrante do Conselho Municipal e especialista em educação infantil.
O projeto foi enviado à Câmara pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), que se baseou na Constituição para propor a alteração no currículo escolar. Segundo o artigo 210, a religião deve ser uma das disciplinas do Ensino Fundamental.
~ o ~
O que diz o Art. 210 da Constituição Federal de 1988:
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

Do Blog Contexto Livre
Nota do blogueiro: Facultativo, pode até ser, mas nossos impostos serão destinados ao pagamento de doutrinadores religiosos.
Além de não pagar impostos, agora terão recursos advindo desses para a pregação, dentro de um ambiente, até então laico. 

Perigo Real e Imediato.

"Galileu diante da Inquisição",
de Joseph Robert Fleury (1847).
Apelei para o título de um péssimo filme, do gênero "bom-agente-contra-traficantes-malvados-do-terceiro-mundo", para chamar a atenção para um problema, criado pelo cristianismo de resultado$, e seus grupos de parlamentares, eleitos sob bandeiras teológicas específicas dispostos a transformar um Estado, relativamente laico, em um circo de proselitismo religioso.
Absurdos como os que cito logo abaixo, foram escritos e postos à análise e votação no Congresso Nacional (alguns até aprovados), por deputados das mais diversas correntes desse cristianismo de resultado$ e apoiadores, ávidos por votinhos de fiéis e doações de igrejas. Projetos de lei impedindo procedimentos médicos e estabelecendo penas de reclusão para os que o praticarem, no caso de aborto de anencéfalos, mesmo com risco de vida para a mãe (um ATENUANTE PARA REDUZIR A PENA), criminalização de uniòes civis de pessoas do mesmo sexo, instituição de ensino religoso proselitista obrigatório (e pago pelo Estado) em todas as escolas públicas, obrigatoriede da exibição de símbolos cristãos em estabelecimentos de ensino, instituição de bíblias como livros didáticos para o ensino de História, ampliação de benesses fiscais a instituições auxiliares dos templos, utilização da bíblia como fonte formal do direito, dentre outras medidas medievais estão circulando os gabinetes da Câmara e do Senado.
Ajoelha!
Uma coleção de ataques ao Estado Laico, e, logo, à democracia, sem precedentes no pós-ditadura, extraídos do Blog Fiscais de Fiofó S/A, cuja leitura recomendo:

PEC 335/2001 do então deputado Paulo Octávio do extinto PFL: DISPONDO SOBRE A BÍBLIA SAGRADA SER ACEITA COMO INSPIRAÇÃO DE DEUS, PODENDO SER USADA PARA O ENSINO E PARA A EDUCAÇÃO NA JUSTIÇA; ALTERANDO A Constituição Federal de 1988
PL 2327/2003 do então Deputado Pastor Reinaldo PTB/RS : torna obrigatória a presença de um exemplar da Bíblia em todas as salas de aula do território nacional
INC 1884/2008 do então Deputado Walter Brito Neto PRB/PB Sugere ao Ministro da Educação a adoção da Bíblia Sagrada como livro didático na disciplina de história nas escolas de ensino fundamental e de ensino médio.
PL 6533/2006 do então Deputado Carlos Nader do PL/RJ Dispõe sobre a obrigatoriedade de manutenção de exemplares da Bíblia Sagrada nos acervos das bibliotecas das unidades escolares públicas em todo o território nacional. (projeto ressucitado pelo Deputado Filipe Pereira PSC/RJ com novo número. Aguarda parecer)
INC 5078/2005 do então Deputado Milton Cardia PTB/RS sugere ao ministro da educação a inclusão do criacionismo no currículo das escolas de ensino fundamental e médio (George Bush fez o mesmo. APROVADO e encaminhado ao ministério que felizmente ignorou)
PL 643/2011: proíbe a cobrança de ICMS nas contas de água, luz, gás e telefone de templos
PL 594/2011: Cria o dia dos “PMs de Cristo”
Indicação 871/2011: pleiteia a liberação de 100 mil reais para a construção da praça da Bíblia
PL 340/2011: Institui o dia do Metodista Wesleyano
PL 41/2011: Institui o dia da igreja Metodista Wesleyana
PL 712/2010: Institui o dia da Igreja Unida
Emenda de Pauta 1/2011 do PL 35/2011: emenda o projeto de afixação de crucifixos em escolas públicas, trocando crucifixos por uma Bíblia em cada sala de aula
PL 1246/2009: Institui o dia do ensino teológico
PRC 159/2009 do Deputado Federal Jair Bolsonaro PP/RJ (só gente boa)
Altera o § 1º do art. 79 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados para
assegurar a fixação do crucifixo na parede do plenário, atrás da mesa.
A Câmara dos Deputados resolve:
Art. 1º O § 1º do art. 79, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, passar a viger com a seguinte redação:
“§ 1º A Bíblia Sagrada deverá ficar, durante todo o tempo da sessão, sobre a mesa, à disposição de quem dela quiser fazer uso, assim como crucifixo na parede posterior à mesma, com visibilidade de todo o plenário.” (Também poderia alterar o nome do Congresso Nacional para Santo Congresso Nacional)
Esses são de um único tucano goiano:
Deputado Federal João Campos PSDB/GO tomou posse em 01/02/2011, daí em diante temos:
10/02/2011 - Apresenta o Projeto de Lei 377/2011, tornando crime punido com reclusão, a contratação de serviços sexuais
13/04/2011 - Apresenta PDC 52/2011 para sustar as cirurgias de transexualização através do SUS. (pronta atualmente para ser votado, com parecer contrário da CSSF)
25/05/2011 - Apresenta o PDC 224/2011 que susta a decisão do STF sobre uniões homoafetivas. Arquivado por Inconstitucionalidade.
02/06/2011 - Apresenta o PDC 234/2011 para sustar a decisão do Conselho Federal de Psicologia que proibe a potologização e o tratamento da homossexualidade e impede psicólogos de participar de programas na mídia que incitem a discriminação contra LGBTs
06/07/2011 - Apresenta PDC 325/2011 que tenta PELA SEGUNDA VEZ sustar a decisão do STF sobre Uniões Homoafetivas. Novamente rejeitado por inconstitucionalidade.

Esse é um dos "melhores":

Deputado e Pastor Takayama PSC/PR
PL 6314/2005
Isenta dos crimes de injúria e difamação, opinião proferida por Ministros Religiosos ou professores.

Ou seja, teríamos uma categoria de pessoas que podem dizer tudo o que querem, ofender a quem quiserem (gostou, não Malafaia), sem a possibilidade de responsabilização criminal.

Querem mais? Tomem um "engov" e um "dramin" e acessem o link do Blog Fiscais de Fiofó S/A, ligado à Liga Humanista Secular do Brasil: http://fiscaisdefiofo.ligahumanista.org/

Até onde?



Charge extraída do Diário Gauche, de Cristóvão Feil.