quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Irmão da "Motosserra de Ouro" é escravocrata.

Já disse isso antes, e não gosto da forma como utilizam-se de eufemismos para suavizar situações, em especial os ditames da "elite patrocinadora". "Condições análogas à escravidão", que porcaria é essa. O sujeito escravizou bípedes, é um escravocrata. Pior ainda se ele ocupa um cargo público no Ministério Público do Trabalho e seja irmão da Senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura e liderança da excrescência que chamam "bancada ruralista" (mais uma vez pergunto, alguma vez houve um movimento chamado ruralismo, e se houve pregava o derrame irresponsável de veneno nas lavouras, a concentração ilimitada de terra, a escravidão e a desregulamentação das leis de prioteção ambiental?).
Coloquemos pingos nos "is", e sem delongas, dê-mos nomes aos bois: Quem concentra terras é latifundiário, quem "moderniza" códigos florestais, removendo florestas é um desmatador, e esses entes, que apropriam-se de vidas humanas para potencializar seus lucros, são escravocratas.

O texto abaixo foi extraído do site do jornal eletrônico Sul 21:


Irmão da senadora Kátia Abreu é acusado de usar trabalho escravo

Da Redação
Cinquenta e seis trabalhadores foram resgatados em uma fazenda em Araguantins, no estado do Tocantins, em condições análogas ao de trabalho escravo. Segundo a Polícia Federal, a fazenda Água Amarela, dedicada à extração de eucaliptos e ao carvoejamento, seria controlada por laranjas e pertenceria de fato a André Luiz de Castro Abreu, servidor do Minisério Público do Trabalho  e irmão da senadora ruralista Kátia Abreu (TO).
A Superintendência Regional de Trabalho e Emprego do Tocantins chegou à fazenda através de uma denúncia que chegou à Polícia Federal. O cenário encontrado foi de condições degradantes nas frentes de trabalho e nos alojamentos, com banheiros sem condições de uso – que se resumiam a um cercado de lona com uma lata improvisada sem fossa -, falta de água potável, e alojamentos em situação precária. Em uma das construções inacabadas, 17 pessoas viviam abarrotadas. Segundo Humberto Célio Pereira, auditor fiscal do trabalho que coordenou a inspeção, o grupo trabalhava há cerca de três meses e uma das vítimas sequer tinha 18 anos.
Trabalhadores em condições análogas à escravidão viviam em construções inacabadas, com banheiros precários e sem água corrente | Foto: SRTE/TO
A jornada de trabalho começava às 4h da manhã, quando eles pegavam o transporte fornecido pelo empregador até a fazenda, e só terminava às 17h, quando retornavam. A partir das 6h seguiam-se dez horas seguidas de trabalho no corte de madeira e produção de carvão vegetal, com apenas 15 minutos de pausa para o almoço. O motorista do ônibus que recolhia os empregados não era habilitado e o transporte entre as frentes de trabalho era feito em caminhões e tratores de carga, de modo completamente irregular.
O aliciamento foi verificado por meio da atuação do “gato” (intermediador de mão de obra) Maurício Sobrinho Santos, que atraiu e recrutou trabalhadores nos municípios de Vargem Grande (MG), São João Paraíso (MG) e Boa Sorte (MG), além de Açailândia (MA), cidade que abriga a própria planta da Fergumar. A promessa era de condições de trabalho decente com a perspectiva de pagamento de fartos salários e pela passagem de ida os trabalhadores relatam ter pago R$ 350 cada um.
A área reflorestada de eucaliptos, que também abrigava 99 fornos de carvão vegetal, estava sendo explorada pela RPC Energética.
A fiscalização apontou que o documento que colocava a Fergumar como vendedora de matéria-prima para a RPC Energética era apenas de fechada. Quem aparece como dono da RPC é Adenildo da Cruz Sousa, que é funcionário da Reflorestar Comércio Atacadista de Produtos Florestais Ltda, empresa comandada por Paulo Alexandre Bernardes da Silva Júnior. O mesmo Paulo Alexandre recebeu os poderes da RPC através de uma procuração legal, o que indica mais uma vez que Adenildo apenas cumpria o papel de “laranja”. Os verdadeiros donos da empresa, conforme as investigações, são Paulo Alexandre e André Luiz de Castro Abreu – o segundo, irmão da senadora Kátia Abreu.
Tanto a Fergumar como a Reflorestar já constaram na “lista suja” do trabalho escravo. Também através do serviço de consulta pública é possível verificar que a Fergumar mantém cadastro irregular junto ao Instituto Ibama. A empresa teve quatro áreas embargadasem São Joãodo Paraíso (MA), em julho de 2006, por exercer atividade potencialmente degradadora sem licença ambiental; desmatar florestas sem autorização do órgão responsável; e devastar florestas ou demais formas de vegetações de preservação permanente.

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