Não se sabe ao certo qual a origem da expressão "Saída à Francesa", que tem sua versão genérica utilizada pelos franceses. Atribui-se seu uso, pela primeira vez ao exército inglês, durante a Guerra dos Sete Anos, mas até hoje não se sabe ao certo. Mas seu significado pode ser resumido pelo tradicional "sair de fininho", pela tangente.
Utilizo-me da expressão, voltada aos ingleses, cujo primeiro ministro, Gordon Brown, teve de utilizar-se de uma saída estratégica, para não sofrer desgastes maiores, após ser acusado de utilizar-se de verba públicas, em benefício próprio, fazendo melhorias, ou pagando a serviços prestados em sua residência particular com dinheiro público.
Na prática, não houve crime algum, uma vez que gastos com a residência e a manutenção dos representantes, estão previstos nas leis daquele país.
Ainda assim, sucessivas reportagens, mostrando os gastos com faxineiras, jardineiros, tv à cabo, filmes pornográficos... levaram Brown e parte de seu governo, a pedirem desculpas públicas e a devolverem o dinheiro, cuja quantia foi levantada por uma auditoria independente.
Saída à inglesa: Pedir desculpas ao público e devolver o dinheiro utilizado de forma indevida.
Agora vejamos a "saída à tucana" do governo do Estado do Rio Grande do Sul:
A governadora Yeda Rorato Crusius, ré em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, após investigação da Polícia Federal, alvo de duas CPIs e de um pedido de impedimento, com o mais baixo índice de aprovação do país e a maior rejeição, decidiu trocar alguns móveis e utensílios de sua mansão, adquirida de forma suspeita.
Os móveis e utensílios, foram adquiridos com dinheiro público, conforme notas fiscais emitidas pelas lojas "Tok e Stok" (imagem abaixo). Foram adquiridos móveis para dormitórios, colchões, armários e, pufs.
Pufs. O Estado do Rio Grande do Sul, no auge da maior criese política de sua história, adquire pufs para a casa da governadora.
Quando a história vaza, escorre e chega até o povão, surge a "saída à tucana":
"O deputado Coffy Rodrigues (PSDB) reconheceu hoje que móveis comprados com dinheiro público foram para os quartos dos netos da governadora Yeda Crusius. O deputado garantiu que há legalidade na ação e acredita que o caso é compreensível. "Eu pergunto para qualquer vovó que more junto com os netos, se viesse a se eleger à governadora do Estado, e viesse a morar dentro do Palácio Piratini, não teria que comprar uma cama para o neto? Ou iria colocar o neto para dormir no chão? É a mesma coisa", afirmou." (do jornal Correio do Povo)
Quase chorei. E aposto que os netos da governadora, que estão sendo usados para atingir jornalistas do RS com processos, não estavam dormindo no chão, e muito menos que o povo gaúcho queria pagar a conta. Pagar os pufs.
Mas eles não ficam nem vermelhos!
Saída à tucana: Mandar o séquito defender a aquisição, de qualquer forma. E dane-se o resto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário