segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"No, we can`t".

Nada mudou. As relações entre os Latinos e nossos "ermanos" do norte, continuam sendo as mesmas: Tudo anda de acordo com a música que emana da orquestra da Quarta Frota e do interesse das corporações que governam os Estados Unidos, independente de quem seja o pseudo-governante.
O golpismo, em favor desses interesses, ainda é a palavra de ordem para seu quintal.
Obama não mostra a que veio, exceto para ganhar um Nobel, por sei lá o quê.
Deram outro golpe em Honduras.
O primeiro, expulsou, sob a mira de fuzis, um presidente de pijamas.
O segundo, estabeleceu um governico, que passou a ser chamado pelo PIG de "Interino".
O terceiro, praticamente aprisionou o presidente legítimo, após o seu retorno.
E o capítulo final do "Modern coup d'Etat", onde o golpe não é golpe. A eleição, em pleito ilegítimo, sob a pressão de cotrunos, por parte da elite que ainda não fugiu da ilha, de um aristocrata, latifundiário.
No Globão só faltou a afirmação: "Se até o Obama reconhece, quem é esse mecânico para não reconhecer..."
Entrevistaram apenas o Presidente Lula, contrário ao reconhecimento do títere das corporações estadunidenses.
Do outro lado, Uribe (que reconheceria o governo de Adolf Hittler em Honduras sem pensar duas vezes), e outro papagaio inexpressivo.
Parecia que só o Lula, por birra, não queria reconhecer o "governo democraticamente eleito".
O texto abaixo foi postado no blog do sociólogo Cristóvão Feil, o Diário Gauche:
Obama negociou com a cabeça de Zelaya


Venceu a política do fato consumado ou do golpe consumado da direita, com o carimbo da Casa Branca


Acho que esse é o recado que a situação de Honduras envia para toda a região. E isso não é visão de brasileiro, ou de sul-americano.
É um legítimo representante da diplomacia americana que expressou a decepção com a nova equipe da Casa Branca.
Robert White foi embaixador americano em vários postos. Entre março de 1980 e março de 1981, serviu em El Salvador. Tempos difíceis. Era o começo da sangrenta guerra civil que durou 12 anos.
Na época, criticou a ultra direita e denunciou militares e grupos paramilitares de estavam cometendo atrocidades. Claro, foi chamado de volta assim que Ronald Reagan assumiu a presidência.
O ex-embaixador é presidente do Centro de Política Internacional e escreveu um artigo sobre a situação de Honduras que começa com a seguinte frase:
“Agora é possível reconstruir, com um bom grau de precisão, como a administração Obama transformou um triunfo diplomático iminente em uma derrota negociada”.
Ele deixa claro que os Estados Unidos trocaram o apoio que vinham dando a volta da ordem democrática, em Honduras, pela aprovação de duas indicações para o corpo diplomático (uma delas o futuro embaixador no Brasil) que a direita radical estava bloqueando no Congresso.
E o que é pior, ele descreve, para quem ainda não tinha percebido, como o Departamento de Estado enganou Manuel Zelaya, fazendo o presidente crer que havia realmente um acordo com os golpistas liderados por Roberto Micheleti.
Zelaya acreditou que os Estados Unidos zelariam pelo cumprimento do acordo. Pura ficção. Os gringos, mais espertos, deixaram a linguagem do acordo vaga o suficiente para permitir que nunca fosse levado a cabo.
O ex-embaixador conclui: “O resultado desta diplomacia cínica e amadora não poderia ser pior”.Mas é o último parágrafo do artigo do diplomata americano que mostra para onde vai a relação dos Estados Unidos com o resto do hemisfério, que tanto acreditou nas promessas de mudança do candidato democrata:
“É triste contemplar como a administração Obama se atrapalhou com um desafio para o qual tinha o apoio de todo o hemisfério. Não é a toa que o Presidente Lula acusou o Presidente Obama de estar revertendo a promessa de uma nova relação com a América Latina”.
Eu só acrescentaria um dado a mais. Durante a campanha eleitoral, já havia sinais de que os novos ares nem sempre se traduziriam em novas práticas.
O candidato Obama publicou um documento traçando as linhas mestras da política para a América Latina que adotaria, caso fosse eleito.
E um dos parágrafos dava apoio à operação do exército da Colômbia em território equatoriano, em março de 2008. A plataforma de Obama não levou em conta o repúdio unânime da região à operação militar colombiana.
E agiu agora, mais uma vez, sem dar a menor pelota para a unidade diplomática contra o golpe de Estado que se formou na OEA. Ou seja, não foi uma grande surpresa.
Texto (menos os títulos) da jornalista Heloísa Vilella, do R7.

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