O tal pacote, que pretende "agilizar a ação do judiciário", apresenta algumas maldades (para nós, o gado), e benesses aos bandidos de colarinho branco.
Vamos usar um pouco da memória recente, não aquela que só lembra do último capítulo da novela, mas dos fatos que ocorreram com a prisão de Daniel Dantas, no auge da operação Satiagraha, conduzida pelo delegado Protógenes Queiroz, que pela ousadia, deve tirar umas "férias na Sibéria".
Escutas telefônicas autorizadas judicialmente, investigações sigilosas, colaboração entre as agências de segurança federais, e, enfim, um banqueiro, um "super-ultra-mega-maxi-investidor" (adoro quando a imprensa se rasga pra "adoçar" um parasita desses) e um ex-prefeito vão pra cadeia, algemados, expostos ao escárnio público, como se fossem reles ladrões de galinha, de pão, de itens para churrasco, de margarina, ou um simplório traficantezinho.
Um banqueiro branco de olhos azuis, algemado e preso, não poderia acabar bem, no País do Carnaval.
Além dos "Dantescos Hábeas-Corpus-Relâmpagus", ajeitados pelo Supremo Presidente do Supremo, uma série de medidas vem sendo tomadas, sistematicamente, para evitar que esse tipo de coisa horrenda ocorra novamente, no País do Futebol.
Não vou mencionar o arranjo da "imprensa" (o PIG de novo), que acabou invertendo o resultado da operação, punindo o investigador e libertando o criminoso, que seria vítima de uma máquina de fazer inveja à KGB.
Medidas como a tentativa de disciplinar o uso de escutas telefônicas, restringir o uso de algemas (só pra pobre mesmo), e a utilização da prisão temporária e a exposição "indevida" de presos (alguém pode acabar pensando que no Brasil se prende banqueiros brancos de olhos azuis, e isso é feio), vem sendo "debatidas" desde então.
E, de uma hora pra outra, surge o tal acordo assinado pelos três poderes onde constam exatamente essas medidas. Protinho. Banqueiro branco e de olhos azuis, não pode ser investigado, ter seus telefones grampeados, seus advogados devem saber "a quantas anda" a investigação em curso e, se com tudo isso ainda for preso (essa é boa), não pode ser algemado, exposto ao público com um reles ladrãozinho, e é claro, contará com toda a agilidade, que a Justiça ganhará com esse "pacto".
Abaixo texto extraído do Blog Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, no qual detalha esse "Pacto dos Lobos":
Essa história de apressar a Justiça.
.“Quadro vergonhoso” das prisões
- é tudo para passar mel no porrete.
. O que vem por aí é uma forma de vergonhosa capitulação do presidente Lula (o Legislativo não conta, como se sabe …) ao Supremo Presidente do Supremo, Gilmar Dantas, segundo Ricardo Noblat. Trata-se de um conjunto de medidas que beneficiará os criminosos do colarinho branco e dificultará a ação dos agentes da Lei.. Sob a capa de proteger os presos das prisões vergonhosas e fazer a Justiça andar mais rápido, se escondem medidas como:
. Impedir uso exagerado (sic) de algemas, exposição indevida de presos e excessos de CPI.
. Impedir que o telefone de branco e rico como Daniel Dantas seja grampeado.
. O Supremo poderá intervir com facilidade nos Estados.
. O Supremo poderá punir rapidamente juízes desaforados como Fausto De Sanctis.
. Esse é o pacto mui justamente chamado de “republicano” – a república brasileira da minoria.
. Foi um “pacto republicano” desse tipo que Nelson Mandela rasgou depois que cumpriu a “prisão perpétua” na prisão de Robben ….
Paulo Henrique Amorim
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