O site da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (aquela responsável por expulsar pobres de terrenos de criminosos de colarinho branco, aliados do chefe, com porretes, bombas, balas e aqueles cachorros, treinados para odiar pobres), apresentava em seu histórico um absurdo texto, referindo-se a sua atuação em 1964, em apoio ao golpe civil-militar que causou o extermínio de, oficialmente 400 pessoas (eu disse oficialmente, reconhecidamente, crimes descobertos...), a prisão arbitrária de incontáveis, inúmeros exílios e é claro, todo o tipo de tortura.
O site refere-se à ditadura como "Revolução de Março", que tinha por objetivo "combater a política sindicalista de João Goulart".
O texto é tão tosco, ridículo, descontextualizado e desprovido de qualquer razão histórica, que mereceu nota no site de um jornal que idolatra a última ditadura civil-militar brasileira: A Folha de São Paulo, que cedia veículos aos repressores, para transporte de presos aos centros de prisões-tortura-extermíno, e recentemente classificou a ditadura, como uma "ditabranda", porque teria matado menos que as demais, naquele período, na América Latina.
Não é à toa que o comando dessa secretaria mantém práticas ditatoriais estabelecendo um enfrentamento com a população (que deveria proteger), como vimos na greve dos policiais civis, dos professores, na ocupação da reitoria da USP e na desocupação de Pinheirinhos.
Tucanos reescrevendo à História à sua imagem:
Governo de SP trata golpe militar como 'revolução' em site oficial
Em uma passagem da história da segurança pública de São Paulo, o governo estadual tratou o golpe militar de 1964 como "Revolução de Março" e afirmou que ela foi "desencadeada para combater a política sindicalista de João Goulart".
A informação estava na página da Secretaria da Segurança Pública na internet até às 19h desta sexta-feira, quando foi suprimido. A Folha havia questionado a secretaria sobre o assunto pouco antes.
Reprodução/Ssp.sp.gov.br | ||
Site da Secretaria da Segurança de SP chama golpe militar de 1964 de 'Revolução de Março' |
Por meio da secretaria, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que "o texto relacionado ao ano de 1964 não reflete o pensamento da Secretaria da Segurança Pública e foi retirado do site".
"Em 25 de agosto de 1961, o presidente Jânio da Silva Quadros renunciou a seu mandato. Em 31 de março de 1964 iniciou-se a Revolução, desencadeada para combater a política sindicalista de João Goulart. Força Pública e Guarda Civil puseram-se solidárias às autoridades e ao povo", afirmava página que estava na seção "Institucional - Histórico" da Polícia Militar.
O termo "revolução" é usado por grupos que negam que tenha havido uma ditadura no país de 1964 a 1985.
O brasão da Polícia Militar tem 18 estrelas que representam "marcos históricos" da corporação. Uma delas refere-se ao golpe militar como "revolução".
Um comentário:
MANIFESTO - DENÚNCIA DO CASO PINHEIRINHO À OEA
Juristas e entidades comprometidos com a democracia denunciam caso Pinheirinho à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA)
O manifesto está aberto à sociedade em geral:
http://www.peticoesonline.com/peticao/manifesto-pela-denuncia-do-caso-pinheirinho-a-comissao-interamericana-de-direitos-humanos/353
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