sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Tucanos querem reescrever a História.

O site da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (aquela responsável por expulsar pobres de terrenos de criminosos de colarinho branco, aliados do chefe, com porretes, bombas, balas e aqueles cachorros, treinados para odiar pobres), apresentava em seu histórico um absurdo texto, referindo-se a sua atuação em 1964, em apoio ao golpe civil-militar que causou o extermínio de, oficialmente 400 pessoas (eu disse oficialmente, reconhecidamente, crimes descobertos...), a prisão arbitrária de incontáveis, inúmeros exílios e é claro, todo o tipo de tortura.
O site refere-se à ditadura como "Revolução de Março", que tinha por objetivo "combater a política sindicalista de João Goulart".
O texto é tão tosco, ridículo, descontextualizado e desprovido de qualquer razão histórica, que mereceu nota no site de um jornal que idolatra a última ditadura civil-militar brasileira: A Folha de São Paulo, que cedia veículos aos repressores, para transporte de presos aos centros de prisões-tortura-extermíno, e recentemente classificou a ditadura, como uma "ditabranda", porque teria matado menos que as demais, naquele período, na América Latina.
Não é à toa que o comando dessa secretaria mantém práticas ditatoriais estabelecendo um enfrentamento com a população (que deveria proteger), como vimos na greve dos policiais civis, dos professores, na ocupação da reitoria da USP e na desocupação de Pinheirinhos.
Tucanos reescrevendo à História à sua imagem:

Abaixo, o roto falando do rasgado:

Governo de SP trata golpe militar como 'revolução' em site oficial

Em uma passagem da história da segurança pública de São Paulo, o governo estadual tratou o golpe militar de 1964 como "Revolução de Março" e afirmou que ela foi "desencadeada para combater a política sindicalista de João Goulart".
A informação estava na página da Secretaria da Segurança Pública na internet até às 19h desta sexta-feira, quando foi suprimido. A Folha havia questionado a secretaria sobre o assunto pouco antes.

Reprodução/Ssp.sp.gov.br
Site da Secretaria da Segurança de SP chama golpe militar de 1964 de 'Revolução de Março
Site da Secretaria da Segurança de SP chama golpe militar de 1964 de 'Revolução de Março'
Por meio da secretaria, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que "o texto relacionado ao ano de 1964 não reflete o pensamento da Secretaria da Segurança Pública e foi retirado do site".
"Em 25 de agosto de 1961, o presidente Jânio da Silva Quadros renunciou a seu mandato. Em 31 de março de 1964 iniciou-se a Revolução, desencadeada para combater a política sindicalista de João Goulart. Força Pública e Guarda Civil puseram-se solidárias às autoridades e ao povo", afirmava página que estava na seção "Institucional - Histórico" da Polícia Militar.
O termo "revolução" é usado por grupos que negam que tenha havido uma ditadura no país de 1964 a 1985.
O brasão da Polícia Militar tem 18 estrelas que representam "marcos históricos" da corporação. Uma delas refere-se ao golpe militar como "revolução".

Um comentário:

Ivana Lima Regis disse...

MANIFESTO - DENÚNCIA DO CASO PINHEIRINHO À OEA

Juristas e entidades comprometidos com a democracia denunciam caso Pinheirinho à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA)
O manifesto está aberto à sociedade em geral:

http://www.peticoesonline.com/peticao/manifesto-pela-denuncia-do-caso-pinheirinho-a-comissao-interamericana-de-direitos-humanos/353

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