domingo, 21 de março de 2010

A credibilidade do IBOPE.

" Sobe Serra, sobe."


É sabido que pesquisas de opinião só revelam aquilo que quem pagou mais quer que revele, mas raras vezes vimos uma sucessão de opiniões tresloucadas como as do Presidente do IBOPE, Carlos Augusto Montenegro, sobre os cenários para a sucessão presidencial desse ano, parecia torcida.
Essas opiniões, avaliam pesquisas, e induzem muita gente a crer nelas. Imaginem, o presidente do IBOPE, afirma, de forma categórica, que um candidato vai atingir tantos por cento da preferência do eleitorado, um ano antes da eleição. Deve ser um gênio. Tem até máquina do tempo. Seus métodos de pesquisa são infalíveis. Ou estamos falando de um bufão, que diz o que pensa, e deixa que os otários creiam ser ciência.
Abaixo, e em ordem cronológica, alguns dos "non senses" de Montenegro:
28 de abril de 2009, Coluna "Coisas da Política, do Jornal do Brasil": “Tudo indica que Dilma Rousseff chegará ao final da campanha com cerca de 15% a 17% dos votos. O favorito continua sendo o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). E, se ninguém mais se projetar, é grande o risco de a eleição ser decidida no primeiro turno. O Ciro Gomes (PSB), por exemplo, sai com 14%, mas pode acabar com 6%, 5%, 4%.”
29 de abril de 2009, Blog do ricardo kotscho: “Dilma deve, num primeiro momento, manter os mesmos índices anteriores. A transferência de votos do presidente Lula para ela chegará mais adiante a um patamar de 15%. A partir daí, será difícil conquistar cada ponto a mais.”
Julho de 2009: “As pesquisas mostram que ela já é conhecida de cerca de 80% do eleitorado. Serra é conhecido de 90% e tem manifestações de votos próximas de 40%. Dilma, com 80% de conhecimento, só tem 16% das pessoas dispostas a elegê-la. Acho que a ministra, sim, está chegando ao teto. Vamos olhar a rejeição à Dilma: bateu em 32,4%. É muito alto. Maior do que a do Aécio e a do Serra.”

Agosto de 2009, entrevista para o Panfleto-Revista Veja: "A Dilma, em qualquer situação, teria 1% dos votos. Com o apoio de Lula, seu índice sobe para esse patamar já demonstrado pelas pesquisas, entre 15% e 20%. Esse talvez seja o teto dela. A transferência de votos ocorre apenas no eleitorado mais humilde. Mas isso não vai decidir a eleição. Foi-se o tempo em que um líder muito popular elegia um poste. Isso acontecia quando não havia reeleição. Os eleitores achavam que quatro anos era pouco e queriam mais. Aí votavam em quem o governante bem avaliado indicava, esperando mais quatro anos de sucesso.

Faltando um ano para as eleições, o governador de São Paulo, José Serra, lidera as pesquisas. Ele tem cerca de 40% das intenções de voto. Em 1998, também faltando um ano para a eleição, o líder de então, Fernando Henrique Cardoso, ganhou. Em 2002, também um ano antes, Lula liderava – e venceu. O mesmo aconteceu em 2006. Isso, claro, não é uma regra, mas certamente uma tendência. Um candidato que foi deputado constituinte, senador, ministro duas vezes, prefeito da maior cidade do país e governador do maior colégio eleitoral é naturalmente favorito."
19 de março de 2010, site do IG (depois da divulgação dessa pesquisa): “Eu não acredito que disse aquilo. Deve haver algum engano. Numa eleição polarizada, com praticamente dois candidatos apenas, como é que eu poderia achar que a Dilma pararia em 20%? Até o Alckmin teve 40% contra o Lula...”
Ou Montenegro falava por si, e não em nome da instituição (mas sempre levando consigo o "presidente do IBOPE"), situação em que, para manter sua credibilidade o IBOPE deveria mandá-lo "fazer pesquisas", ou falando e nome do Instituto, estava falando o que ordenaram seus patrões: o Baronato midiático, seus apoiadores e financiadores.
Que crédito podemos dar a essa(s) instituição(ões)?

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