Durante o período eleitoral, vi, ouvi e li muitos "cacarejos", creditando à então candidata Dilma Roussef a idéia de que essa censuraria a imprensa e a internet (obviamente que os cacarejadores não conhecem o projeto de lei tucano, PLS-76/2000, capitaneado pelo mensaleiro Eduardo Azeredo).
A Presidenta eleita foi taxada de autoritária, censora, uma ameaça à democracia, como definiu o jornal Estado de São Paulo, em editorial de apoio ao presidenciável tucano José Serra.
O que dirão os cacarejadores agora, quando a UNESCO, recomenda a regulamentação da mídia?
Texto e imagem extraídos do Blog Diário Gauche:
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) recomendou ao Brasil para que o Congresso não tenha mais a incumbência de aprovar as concessões de emissoras de rádio e TV. Além disso, sugeriu a criação de um órgão independente para regular o conteúdo de mídia eletrônica do país.
A entidade internacional propôs a definição de cotas obrigatórias para a programação regional e produção independente em canais de televisão. Para a Unesco, as emissoras de TV teriam que fazer uma autorregulação para adaptar suas condutas à regulação oficial e evitar possíveis intervenções de um órgão regulador do Estado.
Na última terça, a instituição da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou o estudo "Indicadores da Qualidade da Informação Jornalística", onde sugere que a autorregulamentação da mídia é a melhor forma de o veículos de comunicação garantirem a qualidade editorial. "Cabe às empresas do setor definir os padrões de qualidade", disse o coordenador de Comunicação e Informação da Unesco no Brasil, Guilherme Canela.
Durante o Seminário Internacional Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias, sediado em Brasília e que começou na última ontem (9), a Unesco apresentou um estudo sobre a radiodifusão no Brasil, feito após oito meses de pesquisas. As informações contidas no documento teriam sido mal recebidas pelos radiodifusores, entre eles, o vice-presidente da TV Bandeirantes, Frederico Nogueira, que disse que a instituição da ONU está mal informada sobre o setor.
O seminário, patrocinado pelo governo federal, discutirá propostas para regulamentação dos meios de comunicação eletrônicos do país - rádio, TV e internet. O evento termina nesta hoje (10).
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