domingo, 28 de novembro de 2010

No Haiti não tem bolsa família...

Reportagem da Rádio Guaíba mostra as precárias condições de vida do povo haitiano, o que tem de fazer para sobreviver e os riscos a que são expostos, em um país, onde não há uma rede mínima de proteção social. Estão entregues ao mercado:

Repórter da Rádio Guaíba visita a "Cozinha do Inferno" no Haiti

Animais são sacrificados na feira ao ar livre sem os mínimos cuidados com a higiene


"Cozinha do Inferno". Animais são sacrificados na feira e vendidos livremente nas ruas de Porto Príncipe. Foto: Sargento AbranteFoto:
"Cozinha do Inferno". Animais são sacrificados na feira e vendidos
livremente nas ruas de Porto Príncipe. Foto: Sargento Abrante

Boulevard JJ Dessalines fica localizado próximo à região portuária do Porto Príncipe, na capital do Haiti. É um local parecido com um mercado público de qualquer grande cidade, mas a diferença é que neste “mercado”, conhecido popularmente como “Cozinha do Inferno” os alimentos, em geral, carnes de frango, porco e cabra são vendidos sem as mínimas condições de higiene.

Pela “Cozinha do Inferno” corre o esgoto a céu aberto. O local tem mau odor devido às tripas dos animais que são jogadas ali mesmo ao lado das bancas, tudo espalhado pelo chão. Cabras, porcos e frangos são sacrificados ao vivo, de uma maneira arcaica, a pauladas e facadas. O som emitido pelo grito dos animais é angustiante. No chão, além do esgoto, correm litros e litros de sangue. As pessoas caminham livremente em meio à cenas chocantes vivenciadas pela reportagem.

Para circular neste local é aconselhável usar máscara cirúrgica ou passar Vick Vaporub (mentol, cânfora e óleo de eucalipto) nas narinas, pois o odor é insuportável e causa náuseas. É desta maneira que os haitianos sobrevivem: vendendo o que tem; comendo o que tem. Eles sacrificam seus animais e vendem a preço de bagatela do outro lado rua. A procura por comida é grande e a fome também.


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