quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Os ataques ao Bolsa Familia



Os direitosos são tão burros que atiram nos próprios pés. programa do Governo Federal que está, indiretamente, aumentando os lucros das elites fabris e comerciais, está sendo atacado por essas.

Segue abaixo e-mail que recebi de Flávio José pastoriz, membro da Executiva da Federação dos Bancários, do Rio Grande do Sul.

Coluna Econômica - 26/01/2009 - Luis Nassif
“O Globo” tem movido uma campanha implacável contra o Bolsa Família – através de reportagens enviesadas e dos artigos de Ali Kamel e Merval Pereira. Chegaram a “acusar” o programa pelo fato de parte dos beneficiários ter adquirido geladeira e fogão. Segundo eles, o dinheiro deveria ser exclusivamente para comida. Como se geladeira e fogão servissem para assistir televisão.

É curiosa essa posição de dois colunistas que se pretendem defensores do livre mercado mas cuja ideologia acaba tropeçando no preconceito puro e simples.


Nas grandes discussões sobre políticas sociais, nos anos 90, os verdadeiramente liberais – como Roberto Campos – defendiam políticas que permitissem aos beneficiários a livre escolha.


No caso de escolas, uma das bandeiras era a concessão de bônus que o estudante poderia utilizar livremente, escolhendo a escola pública que lhe parecesse mais adequada.

No caso das transferências em dinheiro, a livre escolha do que adquirir.

Nos últimos anos, a bandeira do liberalismo acabou empalmada por um direitismo renitente, preconceituoso e autoritário, sem nenhuma visão sobre a importância das políticas sociais, não apenas para aquilo que se propõe – atender os mais necessitados – como para todas as chamadas “externalidades positivas”, os ganhos indiretos, igualmente relevantes.

Vamos a um deles, a reativação do mercado interno. Há dois pontos que segura o consumo das classes média e de menor renda. Um, a instabilidade em relação aos ganhos correntes – especialmente se a pessoa vive de bicos. Outro, a insegurança em relação ao futuro.

Quando se cria uma rede de proteção social, resolvem-se os dois problemas e revitaliza-se a economia.

Por exemplo, na quinta-feira foi anunciado que o governo chinês irá gastar US$ 123 bilhões na criação de um sista universal de saúde pública até 2011. Hoje em dia, o cidadão chinês tem que pagar pela consulta, pelos medicamentos, pela escola dos filhos. Além das tensões sociais, essa falta de apoio o leva a guardar grande parte de seus ganhos, inibindo a formação do mercado interno.

O mercado de consumo popular no país explodiu quando as classes D e E conseguiram alguma estabilidade nos seus ganhos, através da Bolsa Família e da Previdência Social.

Mas esta é apenas uma parte da história. Esses ganhos permitem a manutenção do núcleo familiar, reduzem a criminalidade, reduzem as doenças, a mortalidade infantil e os gastos com saúde e criam espaço para o aumento da população economicamente ativa.

No ano passado, por exemplo, o Bolsa Família assinou um convênio com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), para identificar obras do PAC com maior demanda de mão de obra para pedreiros, eletricistas, azulejistas.

O primeiro piloto não deu certo, por ter sido lançado em um período de eleições municipais. Mas agora se partirá para a segunda etapa, com o objetivo de incluir 185 mil pessoas.

Há mil alvos de bom tamanho, se se quiser atingir o governo Lula. Mas atacar o Bolsa Família e seus beneficiários é um ato anacrônico, desinformado, preconceituoso. E, acima de tudo, covarde em relação aos necessitados.

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