terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A retórica do idiota.


Quanto menos se sabe, mais se escreve, e mais seguidores se ganha. Na coluna de hoje do torcedor Paulo Santana, no panfleto político de direita chamado ZERO HORA, o bufão publicou um nada-sei, no qual afirma não ter condições de comentar o "conflito árabe-israelense", MAS COMENTA.

Na primeira frase do seu texto, o torcedor afirma de forma muito conclusiva que é "Impossível opinar sobre quem tem razão no conflito em Gaza, que domina o noticiário há quase 20 dias." Na sequencia, fala que "Num esforço de retórica ainda me atreveria a dizer que quem provocou a guerra foi o Hamas ao lançar mísseis sobre Israel e quem agrava a guerra é Israel ao usar de meios desproporcionais para reprimir o Hamas."

Admite não conhecer o assunto, não saber nada sobre a história da região, mas aos moldes de seus patrões, sabe tomar e defender uma posição, mesmo admitindo não entender o que se passa por lá. Lançou as razões do massacre, promovido pelos israelenses, ao Hamas, que talvez devesse deixar de ser o governo eleito da Faixa de Gaza, para enfrentar em campo aberto (com estilingues) o exército de invasão e ocupação mais mortífero do planeta.

Seu comentário, opinativo e político, é reforçado por "verdades incontestes" do senso comum, pela "sabedoria futebolística" expressa pelo bufão, ao afirmar que as manifestações anti-israel só acontecem porque "nós sempre torcemos pelos mais fracos", no mais perfeito amálgama política-futebol, como adoram fazer os "grandes colunistas" dos panfletos jornalisticos brasileiros.

O torcedor afirma não ter intenção de defender nenhum dos lados, nem de tomar partido por medo de estar "defendendo o lado errado", mas defende de forma categórica a desproporcionalidade dos ataques israelenses, frente a parca capacidade de resposta palestina "o que me falta saber é o seguinte: o que vêm a ser 'meios desproporcionais'?Para não ser desproporcional, Israel teria de, a cada foguete que atingisse seu território, enviar um foguete apenas contra a Faixa de Gaza?E Israel teria ainda de ter cuidado de, ao lançar seu míssil-resposta, que ele não fosse mais potente em suas carga destrutiva do que o míssil jogado pelo Hamas em seu território?"

Resumindo a frase pouco conexa do torcedor, pode ser sintetizada da seguinte forma: israel quer vencer, então tem que usar o que tem de mais mortífero mesmo, tem de matar mais.

Por sorte o torcedor não quis tomar posição. Senão afirmaria que alguas armas nucleares acabariam com esse conflito, de forma definitiva. E isso obviamente, "sem me posicionar" a favor de ninguém.

Leia na íntegra o texto do torcedor Paulo Santana aqui.

Nenhum comentário: