Do Site Vermelho:
O dicionário Michaelis aponta o termo ''súcia'' como sinônimo da palavra ''cambada''. E o define como sendo a reunião de pessoas de índole duvidosa; corja, matula. Pois foi assim que deputados da bancada ruralista do Congresso Nacional se comportaram nesta quarta-feira (24) durante audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara, em relação ao ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Num gesto de boa-vontade e busca de diálogo, o ministro compareceu à audiência para se desculpar pelas palavras duras que usou ao se referir aos ruralistas durante manifestação de trabalhadores agrícolas, quando usou o termo ''vigaristas'' para se referir aos grandes proprietários de terra que desrespeitam as leis ambientais.
''Quero ir além do pedido de desculpas. Não penso aquilo e já demonstrei inúmeras vezes que já vim dialogar com a bancada ruralista'', disse Minc aos deputados. Mas a declaração não foi suficiente para aplacar a ira daqueles parlamentares que estavam na audiência para ofender o ministro.
Os deputados Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos mais exaltados; Márcio Junqueira (DEM-RR), Abelardo Lupion (DEM-PR) e Giovanni Queiróz (PDT-PA), se revezaram nos ataques. Queiroz sugeriu que Minc pedisse demissão. ''O verdadeiro vigarista é o que tapeia, engana e fala demais. O senhor deveria sair daqui hoje e pedir demissão'', disse, repetindo pedido idêntico feito no início do mês pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Mesmo depois de passar cinco horas sendo alvo da artilharia de impropérios dos porta-vozes do latifúndio, Carlos Minc deixou a reunião tranquilo, de cabeça erguida e sem se submeter àquelas cobranças absurdas. ''Eu retiro a expressão, pois ela não expressa meu ponto de vista. Mas a crítica a latifúndios, obviamente, a mantenho'', disse. Comportamento digno de quem tem a consciência de estar travando um bom combate, por uma causa justa.
O episódio de ontem mostra que apesar da produção rural ter modernizado bastante nas últimas décadas, a mentalidade de muitos dos grandes produtores rurais e seus representantes políticos continua semelhante à de seus congêneres do passado, os senhores de engenho e os ''coronéis'' do interior e seu autoritarismo típico. Não surpreende que a maioria dos políticos ligados aos interesses do latifúndio seja filiada ao DEM, partido que representa a velha direita oligarca e atrasada, indiferente para causas coletivas como a defesa do meio-ambiente.
O ministério do Meio Ambiente tem trabalhado para diminuir os desmatamentos, especialmente na região amazônica, e conter a degradação ambiental no Brasil, e Carlos Minc demonstra coragem política para contrariar interesses ruralistas poderosos, merecendo por isso o apoio daqueles que acreditam no desenvolvimento rural sustentável, que ajude a economia, promova justiça social e assegure o equilíbrio ecológico.
Nota do blogueiro: Mais uma vez questiono o emprego do termo ruralistas, o termo cambada, do título da reportagem do Vermelho, é mais adequado, em referência ao grupo organizado que trouxe ao Brasil um cultivar proibido, juntamente com a carga de venenos necessária para o seu plantio, que juntam-se e ajuntam-se em bandos, pra grilhar (pilhar) terras públicas´, onde ainda se preserva algo verde que não seja etiquetado com um duplo "R".
Já passou da hora de por os nomes nos bois: Bandos ou quadrilhas, esses que se unem para por fim a um ecossistema em nome do lucro privado.
Cambada, quando unidos à parlamentares que defendem seus crimes a qualquer preço, com os mais estapafúrdios argumentos, (progresso é o preferido).
Escravocratas, aos que constam nas listas, e aos que são ocultos pelos parceiros.
E finalmente produtores, aos que financiam seu plantio, pagam suas dívidas, e não querem a destruição de tudo o mais para ter mais espaço livre, para o "plantio de moedas de troca".
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