domingo, 7 de junho de 2009

Para entender o Brasil.

Ruralistas privatizam a Amazônia com MP da Grilagem

Medida Provisória 458 foi aprovada no Senado com emendas que beneficiam grileiros de terras públicas e empresas, permitindo que 67 milhões de hectares apropriados irregularmente sejam privatizados.

Por Redação do Greenpeace
Após uma longa e acirrada disputa de mais de cinco horas, a bancada ruralista do Senado conseguiu impor ao país, por uma apertada maioria de 23 votos a favor a 21 contra e uma abstenção, a Medida Provisória 458, a MP da Grilagem. A MP apresentada pela presidência da República com a justificativa de legalizar terras ocupadas na Amazônia Legal havia sido aprovada na Câmara dos Deputados com a inclusão de emendas que beneficiam grileiros de terras públicas e empresas. A medida possibilita que 80% das terras públicas apropriadas irregularmente, o equivalente a 67 milhões de hectares, sejam privatizadas.
Agora, a MP 458 segue para aprovação do presidente Lula. “O Congresso privatizou escandalosamente a Amazônia, o que vai aumentar o desmatamento e acelerar as mudanças climáticas. Os ruralistas insultaram a memória de tantos brasileiros que, como Chico Mendes, morreram na defesa do maior patrimônio ambiental do país”, disse Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Agora a responsabilidade para evitar esse desastre está nas mãos daquele que o criou, o presidente Lula, que precisa seguir o conselho de Marina e vetar os parágrafos da medida que ameaçam o meio ambiente.”
Em um discurso emocionante que, certamente, entrará para a história, a senadora Marina Silva (PT/AC) falou da violência causada pela grilagem na Amazônia. Entre 1999 e 2008 5.380 conflitos envolveram 2,7 milhões de pessoas, provocando 253 mortes por assassinado. “Os defensores dessa medida dizem que ela não vai legalizar a grilagem, mas não é o que pensam os especialistas. A MP 458 vai jogar por terra 15 anos de trabalho de promotores sérios contra a grilagem. Aqueles que grilaram vão ganhar o título de cidadão de bem”, disse Marina.
Juntamente com o senador Aloizio Mercadante (PT/SP), Marina até tentou uma negociação. A proposta foi manter o texto dois aspectos do texto proposto inicialmente pelo governo: prazo de 10 anos para que as terras regularizadas sejam vendidas (na Câmara dos Deputados, esse período foi reduzido para três anos) e possibilidade de empresas sejam donas de terras amazônicas. Ironicamente, esse último item possibilita a internacionalização da Amazônia por empresas transnacionais, exatamente o que o falso argumento usado pelos ruralistas para tentar desqualificar o trabalho do Greenpeace .
Outro aspecto negativo é que os imóveis de ate 400 hectares não precisam passar por vistorias para serem regularizados. Pela MP 458, o governo aceitará uma declaração do próprio beneficiado descrevendo a situação em que suas terras se encontra para regularizar a aterra, o que abre brecha para fraudes. Agora, cabe ao presidente Lula não deixar que a bancada ruralista, liderada pela senadora Kátia Abreu (DEM/TO) empurre goela abaixo da sociedade brasileiras a regularização da grilagem.

Greenpeace/EcoAgência

Nota do blogueiro: E continuam agindo como, historicamente age esse setor da economia brasileira: Invadem, pilham, devastam e utilizam-se de seus parlamentares para limpar a bagunça que fizeram. Aí fica tudo em ordem, limpinho, então, vão pra alguma agência do Banco do Brasil, reinvindicar seus direitos, como "cidadãos de bem".
Também, dessa forma, introduzem substâncias tóxicas, ilegais, no país, junto com uma variedade de grão, geneticamente alterado, proibido no país, plantam o grão, fazem uso do tóxico, e depois pedem para os mesmos parlamentares "que limpem a bagunça". Novamente vão até alguma agência do Banco do Brasil financiar o "ilícito limpado".
Não existe leis para essa classe. Se existe, e ela diz que não, eles fazem de qualquer forma, e depois seus milicianos arrumam a casa.
Não vejo possibilidade de, no curto prazo, o Estado parar de financiar a destruição do país.
Fim de mais uma "aula de realidade brasileira".
Em tempo: Mais uma vez ressalto que não concordo com o termo "ruralista", é genérico demais e nunca houve um movimento, que tenha adquirido o nome de "ruralismo".
Com esse adjetivo tentam abranger o agricultor familiar, pequenos e médios produtores, com esses parasitas, grilheiros, posseiros, traficantes e escravocratas.

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