quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Enfim, a política.


Na capa do jornal que demitiu a colunista que ousou contradizer a linha editorial (a psicanalista Maria Rita Kehl. O motivo de sua demissão pode ser lido aqui.), a política volta a pauta, depois dos devaneios teocráticos dos últimos dias.
O texto evidencia o caráter liberal, privatista da coligação PSDB, DEM, PPS. O projeto de José Serra mostra-se com um pouco mais de nitidez, longe das desesperadas tentativas de fazer-se "candidato de esquerda" e desvincular-se da devastação causada pela venda indiscriminada do patrimônio público, ocorrida no governo FHC-Serra.
Esse modelo nos levaria de volta ao tempo em que funcionários públicos dormiam empregados e acordavam no olho da rua. Aos que sobravam restava o arroxo salarial, a repressão caso ousassem protestar, e a certeza de que a inflação, mesmo menor, "comeria" seus salários por causa dessa política.
Levaria ao corte/redução de benefícios sociais, seja por "xoques de jestão", ou por não haver alternativas para o enfrentamento das crises (o estado não investe, os bancos públicos ou seriam privatizados, ou reduzidos à instituições de segunda classe), inerentes ao funcionamento desse sistema capitalista-liberal, o "esfriamento' do mercado interno, o aumento nos índices de desemprego, devido a redução da capacidade de investimento do estado mínimo.
Estaríamos, mais uma vez, sujeitos aos "humores do mercado" e aos interesses das potências capitalistas centrais.
As únicas criações dessa política, formam grandes fortunas individuais, enormes prejuízos coletivos e uma série de lendas sobre seus benefícios.
Esse blogueiro espera que essa política seja realmente defendida pelo tucano, que assim não se esconderia atrás do Presidente Lula, de boatos, calúnias e difamações para tentar apagar as lembranças desses tempos sombrios.

O texto abaixo foi extraído do Blog Tijolaço, de Brizola Neto:

A coisa mais maravilhosa na verdade é que ela tem uma capacidade inacreditável de brotar, a despeito do quanto busquem escondê-la sob a propaganda. Aliás, nem é preciso que a escavemos, busquemos nas entrelinhas. Não, ela surge, luminosa, nos momentos decisivos, quando uma coletividade busca seus caminhos. O acessório, o ilusório, o modismo, tudo se dissolve e a realidade aparece.

Ontem, mesmo ainda meio baqueado, já havia dado para divisar a questão central contida na decisão que Nação irá tomar: se vamos continuar no caminho da afirmação soberana do Brasil – a qual passa, indispensavelmente, pelo desenvovimento humano – ou se iremos retormar nossa mal-disfarçada sina de colônia ajoelhada ante as esquadras financeiras da ordem neoliberal, o nome atual do colonialismo e da dominnação pelos países centrais.

Nem precisávamos tê-lo feito. Como uma força irresistível, neste momento em que divisaram, graças às explorações mais abjetas e ao papel confusionista da candidatura Marina Silva, a própria direita o evidência.

A capa do Estadão de hoje, que reproduzo ao lado, mostra que a direita, agora, não quer enfrentar Dilma. Está se achando capaz de enfrentar o que representou o Governo Lula.

Discussões como esta do aborto já deram o que tinham que dar. São lateralidades que serviram apenas – repito, com a tosca colaboração de Marina Silva – para encobrir a questão central. A este tipo de história, ao contrário do que vêm dizendo muitos dirigentes que estão ainda com a cabeça no que aconteceu nos últimos dias do primeiro turno, tem de ser afastado de plano, com um único argumento: ” em oito anos de governo, aponte um ato de Lula ou Dilma neste sentido, ou qualquer coisa que se assemelhe a discriminação religiosa. Não tem, não é?

E vamos direto ao que está em jogo: um Brasil que não se ajoelha, que voltou a se desenvolver, a gerar empregos, a valorizar os salários, a defender da cobiça internacional as nossas riquezas sempre espoliadas e, agora, este imenso tesouro de petróleo encontrado no pré-sal.

Aliás, o genro de FHC e assessor de Serra, Davi Zylbernstein, já deixou claro que as novas leis do petróleo devem ser revistas. Revistas para que fim? Para abrir o petróleo do pré-sal às multinacionais, para negociar, em troca de migalhas, a riqueza que pode ser a redenção do povo brasileiro.

Os marqueteiros vão torcer o nariz, mas temos logo que colar na testa desta gente o estigma que devem ostentar como traidores da pátria: entreguistas. Sim, pois é entreguistas o que eles são.

São, como o foi Fernando Henrique, verdadeiros judas da nacionalidade. Aliás, quem diz é o próprio FHC, Serra é mais vendedor do que ele e foi quam mais pressionou pela venda da Vale e de suas imensas reservas de minério brasileitro.

Se querem discutir religião, tomem logo este nome como padrão: Judas, o que entregou seus irmãos e Cristo por trinta dinheiros. Os judas de hoje são cheios de argumentos sofisticados, mas da parafernália midiática de que dispõe emerge, quando eles estão inflados de pretensão, a verdade cristalina sobre o que são.

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