Golpistas e oportunistas aproveitam-se da fragilidade do povo, de suas crenças e manipulam informações, criam mitos extraordinários, atribuem a uma candidata (Dilma) o que, em termos religiosos, seria imperdoável.
Nesse sentido surgiu a questão do aborto (oficializada por José Serra), do casamento entre pessoas do mesmo sexo, adoção de crianças por esses, a liberação de certos tipos de drogas (defendida por FHC), dentre outros temas, cujos méritos não vou discutir nesse momento, vistos sob a ótica dos dogmas religiosos.
Mas o que mais ganhou terreno, e espalhou-se como as narradas pragas egípcias, auxiliando à direita e à mídia corporativa a levar a eleição presidencial ao segundo turno, foi o fundamentalismo religioso. Houve-se narrativas fantásticas sobre o suposto envolvimento do candidato à vice-presidência, Michel Temer, com o "capeta", e colado a esse mito, a provável morte de Dilma Roussef, vítima de câncer, deixando o país a mercê das forças de satã.
Pode parecer incrível, mas no interior de goiás isso ganhou muita força, utilizado como argumentação anti-Dilma até mesmo por funcionários públicos (eternas vítimas de governos tucanos).
Outro boato, que dominou rodas de conversa, e certos espaços na internet, foi a suposta manifestação de Dilma, em que afirmaria que nem Cristo tiraria dela a vitória no primeiro turno.
Nunca mostraram um áudio, um vídeo, uma transcrição oficial, nada.
A boataria, a manipulação dos sentimentos e crenças populares devem aumentar muito nesse segundo turno. As práticas golpistas de setores das instituições religosas, como a que será mostrada abaixo, serão mais frequentes e impactantes (talvez Dilma passe a ser descendente direta de algum demônio búlgaro).
Para o público que não é atingido por esse fundamentalismo religioso, há a rede de denuncismo da mídia corporativa, autoproclamada "oposição organizada".
O circo está montado.
O texto abaixo foi extraído do blog RS URGENTE, de Marco Aurélio Weissheimer, e mostra como esses oportunistas agiram e continuarão agindo:
Bispo denuncia trama armada contra Dilma na seccional paulista da CNBB
Maria Inês Nassif conta hoje, no Valor Econômico, como a Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) patrocinou uma campanha contra a candidatura de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores. A matéria relata que, no dia da eleição, o padre Paulo Sampaio Sandes expôs na homilia o suposto veto da Igreja Católica brasileira a Dilma e a todos os candidatos do PT. Segundo informa Maria Inês Nassif, o padre Paulo faz parte de uma congregação tradicional que é contra, entre outras coisas, o aborto, a união civil de homossexuais e a adoção de crianças por casais de homossexuais. Na saída da missa, o padre distribuiu uma carta onde a regional da CNBB pede aos fies que não votem em candidatos que defendem o aborto, nomeando os candidatos petistas. Não foi um caso isolado.
O bispo de Jales, Demétrio Valentini (foto), denunciou que integrantes da Regional Sul, contando com a conivência de alguns bispos, articularam uma trama para induzir os fiéis paulistas a acreditarem que a CNBB nacional tinha imposto um veto aos candidatos do PT nessas eleições, o que é negado pela direção da entidade. “Estamos constrangidos, pois a nossa instituição foi instrumentalizada politicamente com a conivência de alguns bispos”, disse Valentini ao Valor. A Regional Sul 1, que abrange as dioceses do Estado de São Paulo, recomendou que às paróquias que distribuíssem o “Apelo aos Brasileiros”, que acusa o PT de ser parceiro do “imperialismo demográfico representado por fundações norteamericanas” e de “apoiar o aborto”. Apesar do desmentido da CNBB nacional, o documento foi distribuído em São Paulo.
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