Empresária ou Contrabandista?
Hoje a grande mídia descreve a prisão da contrabandista e quadrilheira Eliana Tranchesi, dona da butique Daslu na condição de empresária, assim como o seu irmão Antônio Carlos Piva de Albuquerque, ex-diretor "da loja" da "famiglia". Ambos foram condenados pela Justiça Federal a puxar 94 anos de prisão, ontem em São Paulo. Segundo apurou o MPF o esquemão abastecia a high society paulistana e algumas lojinhas guapas, onde senhoras empiriquitadas dos pampas desfilavam a última moda Daslu no "countriii". Engraçado ! Quando prendem os mochileiros que se arriscam a perder tudo que tem na ida ou na volta ao Paraguai para ao trazer seus "produtos", a grande mídia os representa com o título de piratas, contrabandistas, contraventores,etc. Mas como a turma é do andar de cima, a senhora Daslu ainda leva o título de "empresária". Entendo que a Associação dos Empresários do Estado de São Paulo ou a FIESP (ahahah) deveria fazer uma mobilização nacional para que a denominação "empresário(a)" não seja utilizada pela mídia quando gente graúda é presa. Usem somente contrabandista, como são tratados os mochileiros.
Nota do blogueiro: Uma boa definição do que vemos, lemos e ouvimos da mídia oligárquica brasileira. Quando o preso veio de algum morro, favela ou bairro periférico, nenhum repórter ou apresentador de "Jornalão" tem o menor pudor de taxar de ladrão, traficante, contrabandista, bandido... Agora quando o detido apresenta uma ou mais das seguintes características: tem boas cifras, muitos zeros no extrato bancário, contribui com os partidos "certos", tem anúncios polpudos nessa "imprensa livre", recebem diferentes qualificações, tem o mesmo "status" que detinham antes da prisão (empresários, deputados, banqueiros, senadores, governadores, fazendeiros), nunca recebem adjetivos pejorativos.
Um exemplo claro disso foi exposto acima, outro pode ser visto, lido e ouvido todos os dias na "imprensa livre" (para lucrar): Daniel Dantas continua sendo chamado de banqueiro, empresário, e até mesmo de "homem brilhante", como foi definido pelo "Farol de Alexandria", em recente entrevista.
É essencial fazer frente a esses estereótipos midiáticos, especialmente agora que o judiciário brasileiro começa, finalmente a perceber, que os "grandes também roubam", e como roubam.
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