
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Férias.

Bancada ou cambada de ruralistas?
O dicionário Michaelis aponta o termo ''súcia'' como sinônimo da palavra ''cambada''. E o define como sendo a reunião de pessoas de índole duvidosa; corja, matula. Pois foi assim que deputados da bancada ruralista do Congresso Nacional se comportaram nesta quarta-feira (24) durante audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara, em relação ao ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Num gesto de boa-vontade e busca de diálogo, o ministro compareceu à audiência para se desculpar pelas palavras duras que usou ao se referir aos ruralistas durante manifestação de trabalhadores agrícolas, quando usou o termo ''vigaristas'' para se referir aos grandes proprietários de terra que desrespeitam as leis ambientais.
''Quero ir além do pedido de desculpas. Não penso aquilo e já demonstrei inúmeras vezes que já vim dialogar com a bancada ruralista'', disse Minc aos deputados. Mas a declaração não foi suficiente para aplacar a ira daqueles parlamentares que estavam na audiência para ofender o ministro.
Os deputados Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos mais exaltados; Márcio Junqueira (DEM-RR), Abelardo Lupion (DEM-PR) e Giovanni Queiróz (PDT-PA), se revezaram nos ataques. Queiroz sugeriu que Minc pedisse demissão. ''O verdadeiro vigarista é o que tapeia, engana e fala demais. O senhor deveria sair daqui hoje e pedir demissão'', disse, repetindo pedido idêntico feito no início do mês pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Mesmo depois de passar cinco horas sendo alvo da artilharia de impropérios dos porta-vozes do latifúndio, Carlos Minc deixou a reunião tranquilo, de cabeça erguida e sem se submeter àquelas cobranças absurdas. ''Eu retiro a expressão, pois ela não expressa meu ponto de vista. Mas a crítica a latifúndios, obviamente, a mantenho'', disse. Comportamento digno de quem tem a consciência de estar travando um bom combate, por uma causa justa.
O episódio de ontem mostra que apesar da produção rural ter modernizado bastante nas últimas décadas, a mentalidade de muitos dos grandes produtores rurais e seus representantes políticos continua semelhante à de seus congêneres do passado, os senhores de engenho e os ''coronéis'' do interior e seu autoritarismo típico. Não surpreende que a maioria dos políticos ligados aos interesses do latifúndio seja filiada ao DEM, partido que representa a velha direita oligarca e atrasada, indiferente para causas coletivas como a defesa do meio-ambiente.
O ministério do Meio Ambiente tem trabalhado para diminuir os desmatamentos, especialmente na região amazônica, e conter a degradação ambiental no Brasil, e Carlos Minc demonstra coragem política para contrariar interesses ruralistas poderosos, merecendo por isso o apoio daqueles que acreditam no desenvolvimento rural sustentável, que ajude a economia, promova justiça social e assegure o equilíbrio ecológico.
Nota do blogueiro: Mais uma vez questiono o emprego do termo ruralistas, o termo cambada, do título da reportagem do Vermelho, é mais adequado, em referência ao grupo organizado que trouxe ao Brasil um cultivar proibido, juntamente com a carga de venenos necessária para o seu plantio, que juntam-se e ajuntam-se em bandos, pra grilhar (pilhar) terras públicas´, onde ainda se preserva algo verde que não seja etiquetado com um duplo "R".
Já passou da hora de por os nomes nos bois: Bandos ou quadrilhas, esses que se unem para por fim a um ecossistema em nome do lucro privado.
Cambada, quando unidos à parlamentares que defendem seus crimes a qualquer preço, com os mais estapafúrdios argumentos, (progresso é o preferido).
Escravocratas, aos que constam nas listas, e aos que são ocultos pelos parceiros.
E finalmente produtores, aos que financiam seu plantio, pagam suas dívidas, e não querem a destruição de tudo o mais para ter mais espaço livre, para o "plantio de moedas de troca".
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Da série "Caíram os butiás do bolso"

quarta-feira, 24 de junho de 2009
Corporatocracia 2.
Seu modo de operar é simples:
Primeiro, A idéia de democracia venceu o debate ético e moral. Não se pode mais falar em governar sem flertar com a idéia de democracia. Mas ainda dá pra aproveitar dessa idéia, e casar com ela, alguma noções benéficas "ao rei". Por exemplo: Em um Estado livre e democrático, a propriedade privada deve ser a base do sistema econômico, um "direito sagrado" e incontestável. A liberdade individual é "A Liberdade". Todos devem ser livres para consumir o que quiserem, a seu bel prazer. Imprensa livre significa livre de fiscalização do Estado e da iniciativa popular, para falar livremente, promovendo a quem quiser, e destruindo a quem quiser. "Quanto mais Estado menos liberdade"...
Assim o Estado Democrático, torna-se, basicamente, o advogado das corporações, que, não tendo barreiras (legais, ambientais, sociais ou governamentais), expandem-se livremente, potencializam seus lucros e voltam parte deles para a compra do resto do Estado, de leis, da "mídia livre", e, óbviamente, da "opinião pública".
Esses conceitos são empurrados goela abaixo por programas de opinião política travestidos de telejornais, reforçados pela manifestação insuspeita dos artistas da novela, dos políticos que mais falam em moral e civismo, família e liberdade (cuidado com esses conceitos, são aparentemente inocentes mas já serviram de pretexto à uma ditadura), repetidos pela "imprensa escrita diária" e pela semanal, entre uma página comercial e outra, e por uma rede enorme, de papagaios, bem remunerados, das corporações.
Assim formam-se verdades absolutas, à prova de debate. "O Mundo Real".
Abaixo a segunda parte da entrevista de John Perkins, trecho do filme "Zeitgeist Addendum", de Peter Joseph:
terça-feira, 23 de junho de 2009
Corporatocracia 1
O "poder oculto" que organiza, financia e executa golpes de Estado, manipulam a "opinião pública" (ou até a criam), eliminam adversários, assassinam presidentes e chefes de Estado, mesmo que democraticamente eleitos, e que se opõe aos seus planos.
Uma pequena amostra, do que pode estar acontecendo, nesse momento no Irã, relatado diariamente como umamanifestação legítima de um "povo subjulgado", ávido por uma pseudo abertura economica, que ponha a metade do país na miséria, enquanto alguns trocam de carros a cada seis meses.
Os relatos que se seguem, extraído do blog Diário Gauche, mostram trechos de uma entrevista, contida no filme "Zeitgeist Addendum", de Peter Joseph.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Manifesto de profesores do Estado do Rio Grande do Sul.


domingo, 21 de junho de 2009
Sobre a "crise" no Irã
Do blog Resistir
A notícia de uma possível fraude eleitoral espalhou-se em Teerão como um rastilho de pólvora e levou à rua os partidários do aiatola Rafsanjani contra o do aiatola Khamenei. Este caos é provocado à socapa pela CIA, que semeia a confusão inundando os iranianos de mensagens SMS contraditórias. Aqui esta o relato desta experiência de guerra psicológica.
Em Março de 2000 a secretária de Estado Madeleine Albright admitiu que a administração Eisenhower havia organizado uma mudança de regime no Irão, em 1953, e que este acontecimento histórico explica a hostilidade actual dos iranianos face aos Estados Unidos. Na semana passada, aquando do seu discurso no Cairo dirigido aos muçulmanos, o presidente Obama reconheceu oficialmente que "em plena Guerra Fria os Estados Unidos desempenharam um papel na derrubada de um governo iraniano eleito democraticamente" [1] .
Na época, o Irão era controlado por uma monarquia de opereta dirigida pelo xá Mohammad Reza Pahlavi. Ele fora colocado no trono pelos britânicos, que haviam forçado o seu pai, o oficial cossaco pro-nazi Reza Pahlavi, a demitir-se. Contudo, o xá teve de ajustar-se a um primeiro-ministro nacionalista, Mohammad Mossadegh. Este, com a ajuda do aiatola Abou al-Qassem Kachani, nacionaliza os recursos petrolíferos [2] . Furiosos, os britânicos convencem os Estados Unidos de que é preciso travar a deriva iraniana antes que o país afunde no comunismo. A CIA põe então em acção a Operação Ajax visando derrubar Mossadegh, com a ajuda do xá, e substituí-lo pelo general nazi Fazlollah Zahedi, até então detido pelos britânicos. Ele instalará o regime de terror mais cruel daquela época, ao passo que o xá servirá de cobertura para as suas exacções posando para as revistas populares ocidentais.
A operação Ajax foi dirigida pelo arqueólogo Donald Wilber, pelo historiador Kermit Roosevelt (neto do presidente Theodore Roosevelt) e pelo general Norman Schwartzkopf Sr. (cujo filho homónimo comandou a operação Tempestade do Deserto). Ela permanece um modelo de subversão. A CIA imagina um cenário que dá a impressão de um levantamento popular quando se trata de uma operação secreta. O auge do espectáculo foi uma manifestação em Teerão com 8000 figurantes pagos pela Agência a fim de fornecer fotos convincentes à imprensa ocidental [3] .
A história repetir-se-ia? Washington renunciou a atacar militarmente o Irão e dissuadiu Israel de tomar uma tal iniciativa. Para chegar a "mudar o regime", a administração Obama prefere jogar a carta — menos perigosa, mas mais aleatória — da acção secreta. Após a eleição presidencial iraniana, vastas manifestações opuseram nas ruas de Teerão os partidários do presidente Mahmoud Ahmadinejad e do guia Ali Khamenei, de um lado, aos partidários do candidato perdedor Mir-Hossein Mousavi e do ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani do outro. Elas traduziam uma profunda clivagem na sociedade iraniana entre um proletariado nacionalista e uma burguesia que lamenta ser mantida afastada da globalização económica. Agindo debaixo do pano, Washington tenta pesar nos acontecimentos para remover o presidente eleito.
Mais uma vez, o Irão é um campo de experimentação de métodos inovadores de subversão. A CIA apoia-se numa arma nova: o domínio dos telefones móveis.
Desde a generalização dos telefones móveis, os serviços secretos anglo-saxões multiplicaram as suas capacidades de intercepção. Enquanto a escuta dos telefones por fio precisa da colocação de ganchos de derivação, portanto de agentes no local, a escuta dos portáteis pode ser feita à distância graças à rede Echelon. Contudo, este sistema não permite intercepção das comunicações telefónicas via Skype — daí o êxito dos telefones Skype nas zonas de conflito [4] . A National Security Agency (NSA) acaba de fazer diligências junto aos fornecedores de acesso Internet do mundo inteiro para obter a sua colaboração. Aqueles que aceitaram foram muito bem pagos [5] .
Nos países que ocupam — Iraque, Afeganistão e Paquistão —, o anglo-saxões interceptam a totalidade das conversações telefónicas quer seja emitidas por telemóveis ou por aparelhos com fio. A finalidade não é dispor de transcrições de tal ou tal conversação, mas identificar as "redes sociais". Por outras palavras, os telefones são espiões que permitem saber com quem uma dada pessoa está em relação. Partindo daí, pode-se esperar identificar as redes de resistência. Num segundo tempo, os telefones permitem localizar os alvos identificados — e "neutralizá-los".
Eis porque, em Fevereiro de 2008, os insurrectos afegãos ordenam aos diversos operadores para cessarem a sua actividade a cada dia das 17 horas às 3 da manhã, de maneira a impedir os anglo-saxões de seguirem os seus deslocamentos. As antenas-relais daqueles que contrariaram esta ordem foram destruídas [6] .
Inversamente, – excepto uma central telefónica atingida por erro –, as forças israelenses trataram de não bombardear as antenas de telemóveis em Gaza, aquando a operação Chumbo endurecido, em Dezembro/2008-Janeiro/2009. Trata-se de uma mudança completa de estratégia da parte dos ocidentais. Desde a guerra do Golfo prevalecia a "teoria dos cinco círculos" do coronel John A. Warden: o bombardeamento das infraestruturas telefónicas era considerado como um objectivo estratégico tanto para mergulhar a população na confusão como para cortar as comunicações entre os centros de comando e os combatentes. Doravante, é ao contrário: é preciso proteger as infraestruturas de telecomunicações. Durante os bombardeamentos de Gaza, o operador Jawwal [7] ofereceu crédito aos seus assinantes, oficialmente para ajudá-los, de facto no interesse dos israelenses.
Dando mais um passo, os serviços secretos anglo-saxões e israelenses desenvolveram métodos de guerra psicológica baseados na utilização extensa dos telemóveis. Em Julho de 2008, após a troca de prisioneiros e feridos entre Israel e o Hezbollah, robots lançaram dezenas de milhares de mensagens para telemóveis libaneses. Um voz em árabe advertia contra toda participação na Resistência e difamava o Hezbollah. O ministro libanês das telecomunicações, Jibran Bassil [8] , apresentou uma queixa à ONU contra esta flagrante violação da soberania do país [9] .
Com base no mesmo modelo, dezenas de milhares de libaneses e sírios receberam uma chamada automática em Outubro de 2008 propondo-lhes 10 milhões de dólares contra toda informação que permitisse localizar e entregar soldados israelenses prisioneiros. As pessoas interessadas em colaborar eram convidadas a ligar para um número no Reino Unido [10] .
Este método acaba de ser empregue no Irão para intoxicar a população difundindo notícias chocantes, e para canalizar o descontentamento que elas provocam.
Em primeiro lugar, trata-se de difundir por SMS durante a noite dos tumultos a notícia segundo a qual o Conselho dos Guardiões da Constituição (o equivalente ao Tribunal Constitucinal) havia informado Mir-Hossein Mousavi da sua vitória. A partir daí, o anúncio, várias horas mais tarde, dos resultados oficiais — a reeleição de Mahmoud Ahmadinejad com 65% dos votos expressos — parecia uma fraude gigantesca. Entretanto, três dias antes, o sr. Mousavi e os seus amigos consideravam a vitória maciça do sr. Ahmadinejad como certa e esforçavam-se por explicá-la pelos desequilíbrios na campanha eleitoral. Assim, o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani pormenorizava as suas queixas numa carta aberta. Os institutos de sondagem dos EUA no Irão prognosticavam um avanço de 20 pontos percentuais do sr. Amadinejad sobre o sr. Mousavi [11] . Em momento algum a vitória do sr. Mousavi pareceu possível, mesmo sendo provável que fraudes tenham acentuado a margem entre os dois candidatos.
Num segundo tempo, foram seleccionados cidadãos, ou deram-se a conhecer na Internet, para conversar no Facebook ou assinar mensagens do Twitter. Eles receberam então, sempre por SMS, informações — verdadeiras ou falsas — sobre a evolução da crise política e as manifestações em curso. Eram mensagens anónimas que difundiam notícias de fuzilamentos e numerosos mortos; notícias até hoje não confirmadas. Por um infeliz azar de calendário, a sociedade Twitter devia suspender o seu serviço durante uma noite, o tempo necessário para a manutenção das suas instalações. Mas o Departamento de Estado dos Estados Unidos interveio para lhe pedir que adiasse esta operação [12] . Segundo o New York Times, estas operações contribuem para semear a desconfiança na população [13] .
Simultaneamente, num esforço novo, a CIA mobiliza os militantes anti-iranianos nos EUA e no Reino Unidos para aumentar a desordem. Um Guia prático da revolução no Irão foi-lhes distribuído. Ele inclui vários conselhos práticos, tais como:
- acertar as contas Twitter no fuso horário de Teerão;
- centralizar as mensagens nas contas Twitter @stopAhmadi, #iranelection et #gr88;
- não atacar os sítios internet oficiais do Estado iraniano. "Deixem isso para o exército dos EUA" (sic).
Uma vez aplicados, estes conselhos impedem toda autenticação das mensagens Twitter. Já não se pode saber se eles são enviados por testemunhas das manifestações em Teerão ou por agentes da CIA em Langley, e não se pode mais distinguir o verdadeiro do falso. O objectivo é criar cada vez mais confusão e levar os iranianos a lutarem entre si.
Os estados-maiores, por toda a parte do mundo, seguem com atenção os acontecimentos em Teerão. Cada um deles tenta avaliar a eficácia deste novo método de subversão no laboratório iraniano. É evidente que o processo de desestabilização funcionou. Mas não é seguro que a CIA possa canalizar os manifestantes para que eles façam por si mesmos aquilo que o Pentágono recusou fazer e que eles não têm qualquer vontade de fazer: mudar o regime, acabar com a revolução islâmica.
[*] Analista político, fundador do Réseau Voltaire. Sua última obra: L'effroyable imposture : Tome 2, Manipulations et désinformations (le remodelage du Proche-Orient et la guerre israélienne contre le Liban).
Curió revela que Exército executou 41 no Araguaia
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Provedores substituirão tribunais.

Projeto de Lei brasileiro quer que provedores cortem conexão a partir de análise de downloads9 de Junho de 2009
O projeto do Bispo Gê Tenuta, como é conhecido pelo eleitorado, se assemelha à recém-aprovada lei francesa, que faz uma parceria com os ISPs de internet para vigiar e punir gradativamente os usuários que fazem download de músicas e filmes de forma ilegal.
Segundo descrição do plano, os provedores brasileiros seriam obrigados a identificar os violadores. Na primeira ocorrência, o usuário infrator seria notificado por e-mail. Caso ocorra novamente, a mesma medida é tomada, notificando a ocorrência de um crime.
No terceiro ‘flagra’ o acesso a internet seria suspenso por três meses. Já no quarto, o número de interrupção pula para seis meses. O contrato é cancelado se houver uma sexta violação. Durante todo o tempo, segundo o projeto de lei, não há isenção do pagamento de conexão.
“Mesmo com toda a dificuldade, já que existem provedores no exterior que a nossa legislação não alcança, a fiscalização se daria por meio da Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel. Os servidores terão 120 (cento e vinte) dias para implantar a nova lei nos seus respectivos sistemas”, explicou o deputado.
Geraldo Tenuta Filho diz que a influência vem mesmo da lei francesa: “Esse sistema de fiscalização foi implantado no país francês e está gerando resultados positivos”, informou.
O advogado especializado em tecnologia Omar Kaminski, que também é diretor do Instituto Brasileiro de Direito da Informática (IBDI), pensa que as leis favoráveis aos direitos autorais estão ficando cada vez mais severas e gerando vários protestos contra os projetos de lei de crimes virtuais que está na Câmara, como o apelidado de “Projeto Azeredo” .
Segundo ele, “não há como colocar o provedor como cumpridor de uma pena civil sem que haja o devido processo legal”.
Kaminski diz que nem todo arquivo compartilhado é fruto de violação de direitos autorais. “Esse é mais um que virá a se somar pelo abuso frente à tendência de compartilhamento do conhecimento”, declarou.
Para o Bispo Gê Tenuta, a medida seria uma reeducação virtual: “Muitos aprenderam desde pequenos a fazer download ilegal na internet, e isso virou ‘normal’, e é por isso que a formação da sociedade é importantíssima. Em momento algum priorizei um dos lados da história”.
O deputado conta que nunca participou diretamente de uma gravadora ou de alguma associação relacionada aos direitos autorais, mas tem contato com pessoas que são ou foram prejudicadas pelos downloads.
“Conheço vários grupos musicais e cantores, principalmente no meio gospel, que são de altíssima qualidade e tiveram seus trabalhos divulgados na internet. Alguns, ou posso dizer até vários deles, infelizmente foram prejudicados quando os ouvintes e fãs preferiram baixar suas músicas na internet, em vez de comprar o CD original”, explicou.
Para ser aprovado, o projeto de lei tem que passar pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Um estadista pondo os pingos nos "is".

"Eu tenho notado que em algumas campanhas políticas o maior instrumento da direita é dizer que vai diminuir a imigração para garantir o emprego no seu país", afirmou o presidente. "Não podemos permitir que a direita em cada país utilize o imigrante como se ele fosse um mal da nação ocupando o lugar de uma pessoa do próprio país."
O ex-operário eleito e reeleito presidente falava a colegas sindicalistas no Palácio das Nações, sede da ONU, em Genebra. Lula disse que só o movimento sindical poderia assumir o combate à xenofobia entre os trabalhadores.
Emprego e crise
As palavras de Lula, um líder de país emergente que tem conseguido fazer ecoar suas visões nos países da Europa ocidental, foram um alerta adicional para os países da OIT que discutem, em Genebra, o problema do emprego diante da crise.
Neste ano, a OIT estima que cerca de 50 milhões de pessoas se somarão a outros 190 milhões de desempregados no mundo, resultado da crise econômica. Um problema adicional é o da precarização do emprego, que poderia afetar cerca de 1,6 bilhão de empregados, ou pouco mais da metade da mão-de-obra global.
Ao assinar um acordo com a OIT para estabelecer cooperação com vistas a promover o trabalho decente, Lula disse que tais desafios requerem a participação da OIT nos fóruns internacionais de discussão da crise. Em nome dele e de outros chefes de Estado, convidou o órgão para estar presente nas negociações do G20.
Logo depois, ao discursar na plenária da OIT, Lula foi aplaudido seis vezes - e ovacionado de pé ao final de sua participação - ao criticar duramente o modelo econômico pregado pelo neoliberalismo e defender um Estado forte capaz de amparar os cidadãos em um momento de crise econômica.
"Primeiro teve o Consenso de Washington e depois o neoliberalismo, que disse que o Estado tinha de ser o mínimo possível, porque o mercado resolvia qualquer problema. Mas no meio da crise, a quem é que os bancos americanos, os bancos alemães recorreram? Ao Estado. Porque somente o Estado tinha garantia e credibilidade de fazer aquilo que o mercado não conseguia fazer", disse Lula, arrancando aplausos da plateia.
Depois, o presidente estabeleceu uma correlação entre Estados fortes e carga tributária, e arrancou mais aplausos dos presentes.
"Eu fui agora em alguns países da América Central e tem países em que a carga tributária é de 9%. Tem uns que é de 12%. Ora, a verdade é que um Estado com uma carga tributária de 9% não existe como Estado. Não é possível. A OIT poderia nos presentear com a carga tributária da Suécia, da França, da Alemanha, da Itália para que a gente perceba que os países que têm mais política social são exatamente os que têm uma carga tributária condizente com a necessidade de trazer benefícios para o seu povo", disse.
Brasil como exemplo
Em muitos momentos o presidente citou as políticas de seu próprio governo como exemplo de medidas a serem seguidas. Por exemplo, a recente aprovação no Congresso de um projeto de anistia a imigrantes proposto do Executivo.
"Para dar uma resposta, um sinal aos preconceituosos, aqueles que imediatamente querem encontrar os responsáveis pela sua própria desgraça, o seu desemprego", disse no início do dia, em contraponto à tendência de endurecimento das políticas migratórias observada nos países ricos.
O presidente também seguiu a linha de que, mesmo antes da crise, o Brasil havia posto em marcha "medidas econômicas anticíclicas" que ajudaram a conter os efeitos da desaceleração. Exemplos disso seriam o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o programa de construção de moradias anunciado no início do ano. "Agora, chegamos a um ponto no Brasil em que não vamos mais parar de investir", disse Lula.
Leia também na BBC Brasil: Na OIT, Brasil quer dar exemplo de combate a crise
De Genebra, o presidente seguiu para Ecaterimburgo, na Rússia, onde participa da primeira cúpula presidencial dos BRICs (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China).
Lula disse que aproveitará o encontro com o grupo de elite dos emergentes para tratar de temas como reforma das instituições multilaterais, comércio mundial, respostas à crise financeira e apoio no Conselho de Segurança da ONU.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
O modo Demo-Tucano de fazer a "Reforma Agrária"

sexta-feira, 12 de junho de 2009
Vivemos em um País de idiotas, segundo setores da imprensa.
A frase acima é de Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do Grupo Estado de S. Paulo, extraída do Obesrvatório da Imprensa. Pode-se interpretar da seguinte forma:
- O povo não está preparado para receber a informação "crua", e precisa da "contextualização" dada pela imprensa.
E tem sido dessa forma que a máquina de fazer notícias vem agindo, de forma sistemática, desde o Império, editando, da forma como convém aos seus interesses políticos e econômicos.
A criação do Blog da Petrobrás, foi um duro golpe a essa forma de "mostrar os fatos" da mídia corporativa. E as reações foram as mais absurdas, como mostra a frase que abre o post.
Uma empresa Estatal, alvo de uma não tão longínqua campanha de desestabilização, sabotagem e tentativa de privatização, sempre defendidas por amplos setores da mídia corporativa. Memórias recentes de dutos estourando e plataformas afundando, mas que nunca os "barões" (ou tubarões) da imprensa questionaram como podem ter iniciado em um governo (e porque), e não ter se repetido em outro (e porque).
Reportagens tendenciosas, editadas com o claro objetivo de retomar a campanha por uma Petrobráx, atacando o Governo que ainda preserva a empresa.
Por isso estão furiosos, e destilam ataques ao blog, pregam uma exclusividade absurda: Informações só podem ser repassadas à população depois de editadas, depois de ter agregado o valor que a empresa de comunicação imprime. Seus valores privados. Seus interesses "ocultos".
O blog da Petrobrás veio para ficar, e através dele inaugura-se uma nova era para a comunicação no País: Os "idiotas" passarão a receber informações diretamente da fonte, sem a interferência dos interesses privados dos donos da imprensa, dos que a décadas, ditam a pauta das discussões Brasil afora, até mesmo a dos butecos.
Que esse blog, essa nova cultura informativa seja só o começo, precisamos de contrapontos, precisamos mostrar a essa gente que não podem mentir, ludibriar, enganar de forma livre, sem um espaço para respostas diretas.
Enfim, um pouco de Democracia.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Juros de 9%, FMI, IPI dos carros. Bye-bye Serra 2010
A taxa Selic de 9,25% é a menor de 13 anos e fica abaixo dos 10 pontos.
. Por falar nisso, amigo navegante, jogue na lata do lixo todos os “analistas”, especialmente os do PiG (*) e seus colonistas (**).
. Ninguém imaginou que o BC fosse dar uma cacetada de um ponto …
. O Brasil vai emprestar dinheiro ao FMI.
. Alô, alô FHC: agora, ele corta os pulsos.
. Clique aqui para ler sobre esse ato de coragem histórica: FHC cortar os pulsos publicamente
. Disse Paulo Nogueira Batista Jr, na pág. B2 da Folha (**):
“Durante quase toda a sua história (especialmente na Era FHC – PHA), o Brasil foi um devedor – nato, hereditário e, não raro, inadimplente, às vezes escandalosamente inadimplente. Parece que estamos começando nova fase… O mais significativo é que esse aporte esteja sendo feito em meio à mais séria crise desde a Grande Depressão.”
. Em nome da verdade história, caro amigo navegante, é bom não esquecer que o Farol de Alexandria, aquele que lançava luzes sobre a Antiguidade e se extinguiu num terremoto, quebrou o Brasil três vezes em meio a crises de magnitude inferior.
. E, por três vezes, o Farol foi de joelhos ao FMI.
. Ainda em nome da verdade histórica, cabe lembrar que FHC foi ao FMI ANTES de ser eleito.
. Entre ser Ministro da Fazenda e candidato a Presidente, no intervalo, Fernando Henrique foi a Michel Camdessus (***), diretor gerente do FMI, de joelhos, vender um Plano Real que ainda não tinha sido elaborado (****).
. Ou seja, o FMI teve que aprovar o Plano Real sem que existisse …
. Ontem mesmo, ao dizer à Reuters que ia emprestar uma graninha ao FMI – clique aqui para ler -, o presidente Lula anunciou que vai manter, de alguma forma, um IPI menor para os carros.
. Ou seja, vai segurar a indústria automobilística.
. Ainda mais agora que a Fiat brasileira precisa dar uma mão à Chrysler
. Ou seja, o PiG (*) e a elite branca (e separatista, no caso de São Paulo) tem duas saídas:matar a Dilma ou afundar a Petrobrás.
. Ou, então, bye-bye Serra 2010.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(***) Camdessus se recusou a dar um cheque em branco a FHC. Não disse que sim nem que não a um plano que não existia. FHC saiu a dizer que o FMI tinha aprovado o plano… A entrevista coletiva de FHC, na sede do FMI, depois da visita – Paulo Henrique Amorim estava lá – parecia uma séance surrealista.
(****) O lançamento do Plano Real enriqueceu muita gente, como demonstrou Luís Nassif, no livro “Cabeças de Planilha”, especialmente os que estavam na posição certa da relação Real – Dólar. Foi o caso de André Lara Resende. Quando Nassif perguntou ao Farol de Alexandria se ele sabia dessa peculiaridade do Plano real – enriquecer os que tinham inside information … – ele disse que não soube de nada.
terça-feira, 9 de junho de 2009
"Eles" esperneiam, mas a Petrobrás não está à venda.
Série jornalistas # 25
A fim de se proteger das deturpações freqüentemente levadas a cabo pela Velha Mídia (Veja, Folha, O Globo, etc) em seus esforços constantes de pintar o pior retrato possível de tudo que diz respeito ao governo federal, a Petrobras passou a utilizar um blog, Fatos e Dados, para divulgar as perguntas que são enviadas à estatal por jornalistas destes veículos - incluindo, nos posts, as respostas às indagações.8. junho 2009 22:19
Há algo de mal nisso? De errado? De maligno? Se há, não consigo identificar o que seja. É uma maneira inteligente e válida de esclarecer publicamente o que lhe é questionado - e ao publicar as perguntas e respostas na íntegra, a Petrobras não apenas expõe formatações capciosas de certas perguntas como ainda se protege caso o veículo que receba a resposta decida editá-la ao seu próprio modo.
Assim, é claro que alguns destes veículos denunciaram a iniciativa como algo errado e maligno, como uma tentativa de manipular a opinião pública. Sim, você leu corretamente: responder perguntas publicamente é um artifício maniqueísta.
Como se não bastasse, até mesmo a Associação Nacional de Jornais (ANJ) entrou na confusão para defender seu pobres filiados - e num comunicado absolutamente inacreditável (que pode ser lido na íntegra aqui), ela chega a defender o seguinte (e ridículo) argumento:
"Numa canhestra tentativa de intimidar jornais e jornalistas, a empresa criou um blog no qual divulga as perguntas enviadas à sua assessoria de imprensa pelos jornalistas antes mesmo de publicadas as matérias às quais se referem, numa inaceitável quebra da confidencialidade que deve orientar a relação entre jornalistas e suas fontes."
Hã... queridos?... esta confidencialidade estabelece obrigações do jornalista para com sua fonte (como preservar sua identidade, caso solicitado, e manter em off aquilo que a fonte não quer ver publicado), não o contrário. Em 34 anos de vida, nunca ouvi alguém dizer que a fonte deve manter em segredo o que lhe foi perguntado - a não ser em raros casos em que um acordo neste sentido é assinado pelo entrevistado.
Mas a estupidez continua:
"Como se não bastasse essa prática contrária aos princípios universais de liberdade de imprensa, os e-mails de resposta da assessoria incluem ameaças de processo no caso de suas informações não receberem um “tratamento adequado”."
Mais uma vez: como, exatamente, a Petrobras está ferindo a liberdade de imprensa ao publicar as perguntas e respostas em seu próprio blog? E a tal "ameaça" é um direito legal: o de ser assegurado que suas palavras não serão tiradas do contexto e modificadas para sugerir algo que não é verdade. Os jornais só devem temer tal "ameaça" se de fato tinham essa intenção; se pretendessem utilizar as respostas com honestidade, não há nada que a Petrobras pudesse fazer contra os veículos.
"Tal advertência intimidatória, mais que um desrespeito aos profissionais de imprensa, configura uma violação do direito da sociedade a ser livremente informada, pois evidencia uma política de comunicação que visa a tutelar a opinião pública, negando-se ao democrático escrutínio de seus atos."
Outro argumento ofensivo em sua lógica distorcida e estúpida: que "direito da sociedade" a Petrobras está violando ao responder as perguntas enviadas pelos jornalistas e ao exigir que estas respostas não sejam deturpadas quando publicadas? E como ela pode estar se negando "ao democrático escrutínio de seus atos" se está justamente respondendo as perguntas enviadas - e, ainda por cima, num espaço público?
Ou seja: o desespero da Velha Mídia em ver suas manipulações expostas é tão grande que os veículos (devidamente protegidos pelo testa-de-ferro corporativo) partiram para o nonsense a fim de justificar seus interesses obscuros e seu direito à deturpação.
Ridículo. E revelador.
Update: Ao ler o blog da Petrobras, a natureza maliciosa da nota da ANJ se torna ainda mais clara. Sabem as tais "ameaças de processo no caso de suas informações não receberem um “tratamento adequado"? Pois é: nada mais são do que aqueles avisos padrões que as empresas costumam incluir automaticamente no rodapé de cada email enviado através de seus servidores - uma mensagem incluída, por exemplo, em meus emails enviados pelo Cinema em Cena e que, no caso da Petrobras, diz: "O emitente desta mensagem é responsável por seu conteúdo e endereçamento. Cabe ao destinatário cuidar quanto o tratamento adequado. Sem a devida autorização, a divulgação, a reprodução, a distribuição ou qualquer outra ação em desconformidade com as normas internas do Sistema Petrobras são proibidas e passíveis de sanção disciplinar, cível e criminal".
A não ser que todos os integrantes da ANJ sejam débeis mentais, é mais do que óbvio que este rodapé não representa uma ameaça de processo com o intuito de garantir que a Petrobras não seja atacada pelos jornais - e o fato de tentar vender esta mentira prova apenas o mau-caratismo dos autores do ridículo comunicado distribuído pela Associação e de seus "clientes".
Update 2: É claro que o verme-mor da VEJA, Reinaldo Azevedo, está defendendo a atitude da Petrobras como "manobra espúria" e de "guerra à imprensa". Se eu precisasse de mais algum motivo para esfregar esta imbecilidade na cara da Velha Mídia, bom... a simples presença de Azevedo entre os "ofendidos" pela Petrobras seria o bastante.
Tucanos e o Direito de Greve.



Abaixo artigo de Idelber Avelar, do blog O Bicoito Fino e a Massa, sobre o massacre, que a mídia Serrista chamou de confronto:
Urgente! Polícia de José Serra espancando e bombardeando estudantes na USP
O Sr. José Serra, que quer governar o Brasil – embora ainda não tenha oferecido nenhum motivo que dê credibilidade à sua candidatura –, demonstra mais uma vez sua truculência, seu autoritarismo, sua vocação ditatorial, sua completa incapacidade para dialogar com os movimentos sociais. O governo pelo qual ele responde enviou o batalhão de choque para reprimir a greve na USP. Eles estão atirando bombas nos estudantes (e vejam a cretinice do Globo, ao falar de "confronto").
Os alunos, no momento em que escrevo, se reuniram no prédio da História. Mesmo assim, a polícia continua bombardeando. São cenas de invasão e massacre contra estudantes que, no interior de um campus universitário, foram raríssimas mesmo durante a ditadura militar.
Esse é o aprendiz de ditador que quer governar o Brasil. O Biscoito convoca todos os tuiteiros a que enviem mensagens no Twitter com o endereço @joseserra_ para que o ditador veja que estamos solidários com os estudantes. Por favor, usem a caixa de comentários para compartilhar informações e links sobre mais essa vergonha perpetrada pelo governo de São Paulo.
Atualização com depoimento do leitor Thiago:
Professor, sou o Thiago, leitor do sr. e estudante da USP. Como o sr está vendo, a situação lá é caótica. Alunos e professores feridos, o HU está cheio de gente passando mal, e a FFLCH está cercada. Estou no trabalho e aqui metade da net (orkut, twitter, blogspot) é bloqueada. Mas consegui contato com amigos meus que estão na FFLCH.
Relato abaixo o que ouvi de um amigo:
"A manifestação estava pacifica (dentro do possivel) com todos se dirigindo para a reitoria onde ocorreria a assembléia geral. De repente a galera se encontrou com uma viatura policial e começou a gritar (ainda pacificamente) 'fora pm do campus'. De repente uma menina tentou se aproximar dos pms pra entregar flores pra eles e eles, os pms, se revoltaram e espancaram a garota. Daí todo mundo foi pra cima deles (claro) e eles chamaram reforço. Dai a confusão começou, porque o reforço chegou atirando balas de borracha e bomba de gás. Sem dó. O pessoal tentou se refugiar na FFLCH com barricadas. A PM sitiou a faculdade, ninguém entra ninguém sai.Continuam a jogar bombas sem parar"
A rede de wifi da usp está falhando, há um boato de que a reitora mandou derrubar. O pessoal no CRUSP tenta chegar na FFLCH mas não consegue.
Desculpe o texto mal escrito, foi a pressa e o nervosismo. Agora os meus colegas estão tentando entrar em contato com a imprensa pra colocar no ar (eu duvido que coloquem) o que tá ocorrendo na FFLCH.
A situação é dramática. Nunca pensei que veria isso acontecer.
Thiago Candido.
Nota do blogueiro: O ataque da polícia de José Serra aos estudantes e funcionários da USP lembra de outro triste momento da história dessa Universidade, retratado na foto abaixo: Quem diria Chirico?
domingo, 7 de junho de 2009
Correio do Povo denuncia campanha pérfida de Zero Hora e critica puxa-saquismo do jornal da RBS.
O Correio do Povo publicou editorial, hoje (5), denunciando que Zero Hora vem fazendo uma campanha pérfida contra o jornal “com a publicação de notas e insinuações como a reproduzida ontem em sua coluna de “opinião política” (Rosane de Oliveira), na qual tenta imputar comprometimento partidário ao Correio do Povo”. E isto aconteceu, acrescenta o editorial, “na mesma edição em que aquele jornal omitiu informações importantes sobre a percepção dos gaúchos quanto à possibilidade de corrupção no governo estadual, como a de que uma parcela relevante dos entrevistados defende o impeachment da governadora, no âmbito de uma pesquisa do Instituto Datafolha cujos dados essenciais foram publicados com destaque pelo Correio do Povo”.
Além disso, o jornal do Grupo Record critica “o papel vergonhoso desempenhado por alguns veículos de comunicação que, não satisfeitos com seu próprio puxa-saquismo desenfreado, tentam transformar a bajulação em virtude e a independência de outros em defeito”. “Buscando parecer imparciais o mais perto que chegam do que imaginam serem as tradições gaúchas é agir como o quero-quero, que grita bem longe de onde está o ninho verdadeiro”. E conclui:
“É esta história (de 113 anos de CP) que os gaúchos conhecem e que não precisa ser reescrita, ao contrário de outros, que, talvez por vergonha de seus próprios caminhos, estão sempre à espreita de uma mudança de rumos que coloque o Correio do Povo ao seu lado na senda indigna que eles escolheram”.
Nota do blogueiro: Vamos ver o que vem pela frente. Se a RBS responde, podemos ter alguns podres lavados com papel ruim e tinta de quinta.
Para entender o Brasil.
Medida Provisória 458 foi aprovada no Senado com emendas que beneficiam grileiros de terras públicas e empresas, permitindo que 67 milhões de hectares apropriados irregularmente sejam privatizados.

Após uma longa e acirrada disputa de mais de cinco horas, a bancada ruralista do Senado conseguiu impor ao país, por uma apertada maioria de 23 votos a favor a 21 contra e uma abstenção, a Medida Provisória 458, a MP da Grilagem. A MP apresentada pela presidência da República com a justificativa de legalizar terras ocupadas na Amazônia Legal havia sido aprovada na Câmara dos Deputados com a inclusão de emendas que beneficiam grileiros de terras públicas e empresas. A medida possibilita que 80% das terras públicas apropriadas irregularmente, o equivalente a 67 milhões de hectares, sejam privatizadas.
Agora, a MP 458 segue para aprovação do presidente Lula. “O Congresso privatizou escandalosamente a Amazônia, o que vai aumentar o desmatamento e acelerar as mudanças climáticas. Os ruralistas insultaram a memória de tantos brasileiros que, como Chico Mendes, morreram na defesa do maior patrimônio ambiental do país”, disse Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Agora a responsabilidade para evitar esse desastre está nas mãos daquele que o criou, o presidente Lula, que precisa seguir o conselho de Marina e vetar os parágrafos da medida que ameaçam o meio ambiente.”
Em um discurso emocionante que, certamente, entrará para a história, a senadora Marina Silva (PT/AC) falou da violência causada pela grilagem na Amazônia. Entre 1999 e 2008 5.380 conflitos envolveram 2,7 milhões de pessoas, provocando 253 mortes por assassinado. “Os defensores dessa medida dizem que ela não vai legalizar a grilagem, mas não é o que pensam os especialistas. A MP 458 vai jogar por terra 15 anos de trabalho de promotores sérios contra a grilagem. Aqueles que grilaram vão ganhar o título de cidadão de bem”, disse Marina.
Juntamente com o senador Aloizio Mercadante (PT/SP), Marina até tentou uma negociação. A proposta foi manter o texto dois aspectos do texto proposto inicialmente pelo governo: prazo de 10 anos para que as terras regularizadas sejam vendidas (na Câmara dos Deputados, esse período foi reduzido para três anos) e possibilidade de empresas sejam donas de terras amazônicas. Ironicamente, esse último item possibilita a internacionalização da Amazônia por empresas transnacionais, exatamente o que o falso argumento usado pelos ruralistas para tentar desqualificar o trabalho do Greenpeace .
Outro aspecto negativo é que os imóveis de ate 400 hectares não precisam passar por vistorias para serem regularizados. Pela MP 458, o governo aceitará uma declaração do próprio beneficiado descrevendo a situação em que suas terras se encontra para regularizar a aterra, o que abre brecha para fraudes. Agora, cabe ao presidente Lula não deixar que a bancada ruralista, liderada pela senadora Kátia Abreu (DEM/TO) empurre goela abaixo da sociedade brasileiras a regularização da grilagem.
Greenpeace/EcoAgência
Nota do blogueiro: E continuam agindo como, historicamente age esse setor da economia brasileira: Invadem, pilham, devastam e utilizam-se de seus parlamentares para limpar a bagunça que fizeram. Aí fica tudo em ordem, limpinho, então, vão pra alguma agência do Banco do Brasil, reinvindicar seus direitos, como "cidadãos de bem".
Também, dessa forma, introduzem substâncias tóxicas, ilegais, no país, junto com uma variedade de grão, geneticamente alterado, proibido no país, plantam o grão, fazem uso do tóxico, e depois pedem para os mesmos parlamentares "que limpem a bagunça". Novamente vão até alguma agência do Banco do Brasil financiar o "ilícito limpado".
Não existe leis para essa classe. Se existe, e ela diz que não, eles fazem de qualquer forma, e depois seus milicianos arrumam a casa.
Não vejo possibilidade de, no curto prazo, o Estado parar de financiar a destruição do país.
Fim de mais uma "aula de realidade brasileira".
Em tempo: Mais uma vez ressalto que não concordo com o termo "ruralista", é genérico demais e nunca houve um movimento, que tenha adquirido o nome de "ruralismo".
Com esse adjetivo tentam abranger o agricultor familiar, pequenos e médios produtores, com esses parasitas, grilheiros, posseiros, traficantes e escravocratas.
sábado, 6 de junho de 2009
Terceiro mandato? Só o do Fujimori.
E ao mesmo tempo, como um outro "terceiro mandato", já foi apoiado, por esses "democratas".
Abaixo nas palavras de Leandro Fortes:
Um terceiro mandato, pelamordedeus!

“O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, além de ter sido beneficiado com a manobra da reeleição, colocada em prática via mudança da Constituição, foi um dos avalistas internacionais do terceiro mandato de Alberto Fujimori, do Peru. Tanto, e de tal forma, que Fujimori, atualmente às vésperas de ser julgado por crime de corrupção, tráfico de armas e genocídio pela Justiça peruana, arrolou FHC como testemunha”.
Incrível, né? Fernando Henrique Cardoso alterou a Constituição Federal, à custa de um escândalo de compra de votos no Congresso Nacional, para emendar um segundo mandato, com apoio irrestrito da mídia nacional. Em outro front, dava apoio político e diplomático a Fujimori, conhecido bandoleiro internacional, dado a censurar jornalistas e assassinar opositores, para que “El Chino” conseguisse um terceiro mandato no Peru. Sobre o que estamos falando mesmo? Ah, sobre o terceiro mandato, idéia rejeitada, sistematicamente, pelo supostamente (vocábulo adorado dos jornais, nos últimos tempos) principal interessado, a saber, o presidente Lula.
A insistência sobre o tema, ainda tocado em clima de factóide, é tão óbvia que chega a ser cansativo dissertar sobre ela. Estancado em níveis de popularidade jamais alcançados por outros presidentes na história deste país, Lula vive em franca liberdade de movimento para emplacar seu sucessor, no caso, sucessora, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Feliz, gordo e corado, Luiz Inácio conseguiu estabelecer com o eleitorado uma ponte de comunicação praticamente imune aos ruídos da mídia, de qualquer mídia. A este povo sem mídia, e sobre o qual a mídia nada entende ou atinge, Lula fala a língua da distribuição de renda, da segurança alimentar e da identidade nacional. De certa forma, conseguiu converter em ganho eleitoral todos os males a ele atribuídos pela zelosa elite intelectual e econômica brasileira, da falta de educação formal à aparência física.
Quisesse mesmo se empenhar na luta pelo terceiro mandato, Lula teria todas as condições, dentro e fora do Congresso, para conseguir sucesso no intento, sem a necessidade de comprar votos, pelo menos no sentido literal do expediente utilizado na Era FHC. Foi-se o tempo, no entanto, em que o presidente se cercava de assessores que o incitavam a atitudes insanas, como a de querer expulsar o correspondente do New York Times do país, por quem foi acusado de ser cachaceiro militante. Agora, a cada investida da mídia, Lula desmancha-se em desencanto: é contra, diz, o terceiro mandato. Ainda assim, como quem oferece crack a um viciado, o Datafolha gastou tempo e dinheiro na tentação de divulgar uma pesquisa na qual mostra um “país dividido”, 47% a favor, 49% contra o terceiro mandato.
A mensagem é clara: então, porque não arriscar, presidente? A resposta também: porque Lula não é bobo.
Para uma oposição perdida e enterrada num pré-sal de indefinições, nada seria mais providencial do que o surgimento de um Lula ditatorial, finalmente revelado em toda a sua essência autoritária e aparelhadora, um Chávez tropicalizado e, melhor ainda, a tempo de ser trabalhado em infinitas edições de domingo. Viriam especialistas, cientistas políticos, blogueiros de repetição, colunistas, deputados e senadores a denunciar a quebra das regras democráticas, a incutir pânico na classe média, a convocar as senhoras de Santana a marchar sobre a Paulista, o horror, o horror!
De qualquer maneira, não custa deixar essa pauta na gaveta. Quem sabe ela não emplaca no ano que vem?
E agora José (Serra e cia)?

Vou comprar muita pipoca e ver se, assim como peixes, tucanos não morrem pela boca.
Imagem extraída do Blog da Petrobrás. (que ainda se escreve com "S")
Tapa na cara do P.I.G.

quinta-feira, 4 de junho de 2009
Cigarro & mídia: as relações perigosas
Desculpem a desagradável imagem acima, alusiva à data de 31 de maio - declarada em 1987, pela Organização Mundial de Saúde, o Dia Mundial Sem Tabaco. A ilustração tem sua razão. Pesquisas mostraram que imagens como essa, já tornadas obrigatórias em alguns países nos próprios maços de cigarro, são eficazes para desencorajar o fumo e pressionar fumantes a abandonar o vício.
Há outras, menos agressivas, mas sem a mesma força dissuasiva. Daí a indústria de cigarro, ao negociar acordos extra-judiciais (já firmados nos EUA com Procuradores Gerais de 46 estados), ter concordado com o pagamento de bilhões de dólares em indenização pelo custo das doenças causadas pelo fumo mas ir a extremos contra imagens nos maços para expor o efeito destruidor de seu produto.
As imagens são a verdade que a indústria obstina-se em esconder. No passado – graças à cumplicidade das agências de propaganda e, em especial, da mídia – elas eram substituídas na tela da TV e nas páginas dos jornais e revistas pelos anúncios mentirosos segundo os quais o cigarro, além de saudável, é a receita do sucesso – e traz iates, mulheres, carros de luxo, etc.
A mídia não mudou mas hoje é cúmplice envergonhada. Nem por isso a do Brasil deu qualquer atenção à data anti-fumo – que nos EUA levou o New York Times a publicar editorial vigoroso contra a ação fraudulenta da indústria, ainda obcecada em contornar proibições legais. A exceção no Brasil foi um texto do Valor Econômico a 29 de abril, traduzido de Business Week. Mostrava como a Philip Morris amplia a venda de cigarros em outros países, para compensar a perda nos EUA.
Quando a saúde está em questão
Muita gente costuma recordar até a data em que decidiu abandonar o cigarro. Para uns, claro, é bem mais difícil do que para outros. Comigo aconteceu há 40 anos, quando era editor internacional da revista Fatos e Fotos, na editora Bloch. Éramos uma equipe pequena na cozinha da redação: Cláudio Mello e Souza (diretor), Leo Schlafman, Sérgio Augusto, Paulo Perdigão, Luis Lara Resende.
Na outra sala ficava a reportagem, chefiada por Ney Bianchi. Difícil lembrar todos os nomes, mas Carlos Castilho, Hedyl Valle Júnior, José Paulo Kupfer e Margarida Autran estavam entre eles. Na redação talvez todos fumassem. Parei de fumar depois de reportagem na TV Tupi. Ali um médico pesquisador fora convincente sobre os efeitos do cigarro (podia ser só “recado” da emissora, então em declínio, à indústria, para ter mais anúncios. “Hollywood, o sucesso” era uma das campanhas – na TV, rádio, jornais, outdoors, contra-capas de revistas (como Fatos e Fotos), etc.
Como estudioso da mídia, sempre me indignou suas relações promíscuas com o anunciante. Às vezes, como no episódio da vacina obrigatória no Brasil, a mídia é leviana também por motivação política (de baixo nível), indiferente à saúde das pessoas. Naquela cobertura aliara-se ao obscurantismo, insuflando uma revolta popular, quando devia no mínimo ser informativa, esclarecedora – e responsável.
A Nestlé e a ameaça aos bebês
No caso do cigarro as transnacionais do fumo devem largamente à mídia a façanha inacreditável de ocultar a verdade durante décadas – desde os anos 1940, quando já havia nos laboratórios da indústria provas conclusivas sobre os efeitos devastadores de seu produto. Assim, toda a culpa da indústria tem de ser estendida à mídia, sua cúmplice (com as agências de propaganda), por se vender a ela.
É semelhante, na história recente, o caso da cumplicidade da mídia com a Nestlé e outras corporações do mesmo ramo, empenhadas durante décadas – e para tanto, investindo fortunas incalculáveis – em campanhas enganosas de propaganda para forçar mães no mundo inteiro a trocar a amamentação dos filhos por seus produtos prejudiciais à saúde dos bebês, já que enfraqueciam as defesas deles.
A vitória da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Unicef (Fundo das Nações Unidas para as Crianças) contra a Nestlé e o lobby mundial do leite em pó também foi dificultada por causa das relações promíscuas da mídia com as corporações afetadas – em troca das verbas da propaganda. Só a duras penas a Nestlé, alvo principal, recuou e admitiu mudar ao menos o caráter de seus anúncios nocivos.
Como as duas organizações do sistema da ONU são de governos (sensíveis a pressão), foi necessário ainda grande esforço de grupos não governamentais, como “Save the Children” e “International Baby Food Action Network”, alertando para o risco da troca da amamentação pela infant formula da Nestlé, que prejudica os bebês, ampliando a mortalidade infantil nos países mais pobres.
Do boicote à liberdade individual
A idéia de um boicote mundial contra produtos da Nestlé foi lançada primeiro em 1974, com um panfleto na Inglaterra (título: “The Baby Killer”, o assassino de bebês). A Nestlé ganhou, após dois anos, um processo de injúria e difamação contra os responsáveis. Mas a vitória moral foi dos réus: tanto pela pena, uma multa irrisória, como pela afirmação do próprio juiz de que a Nestlé devia, sim, mudar sua propaganda.
Depois do processo veio um grande boicote, iniciado em cinco países. Em 1978 o Senado dos EUA abriu investigação e no ano seguinte Unicef e OMS iniciaram o debate de um código com restrições à comercialização e à propaganda do leite em pó. Suspenso em 1988, quando a Nestlé aceitou relutantemente o código, o boicote foi reativado depois, devido a violações da empresa. Até hoje persiste em alguns países.
Tanto em relação à Nestlé como ao cigarro, a cumplicidade da mídia é garantida pelas relações promíscuas da indústria com veículos. Além de embolsar milhões com a propaganda, os veículos ainda suprimem notícias contrárias aos interesses da indústria. E esta, ao se estender a outra área, de alimentos, não deixa de “premiar” com anúncios destes a mídia “compreensiva” com o cigarro, proibido de anunciar.
Provado em definitivo o efeito devastador do cigarro, que leva até à morte, advogados da indústria tiraram outro coelho da cartola. Criaram grupos de defesa da “liberdade individual”: nasceu assim a imagem do fumante como suposto “libertário” em luta contra o Estado opressor, que reprime seu direito de fumar (e morrer) – sem se dar conta, claro, de estar servindo aos que faturam com seu vício, nunca à liberdade.
Texto extraído do blog do Argemiro Ferreira, através da Agência Carta Maior.
Nota do Blogueiro: Certa vez, em um acalorado debate sobre questões relativas a forma como o capitalismo molda o caráter, o pensamento, e a vontade das pessoas, através de sua mais formidável ferramenta, a mídia, defini marketing e propaganda como sinônimos de uma forma de manipulação, pela qua conglomerados transformam futilidades em artigos de "primeira necessidade", substâncias danosas em "guloseimas" e formas mais "gostosas de alimentação". Da mesma forma que dita a forma como as pessoas devem se comportar socialmente, o tipo de "indumentária", acessórios e equipamentos que devem usar para ser socialmente corretos e aceitos, como o ápice do desenvolvimento humano: Consumidores.
Temos a mais diversa gama de exemplos de como essa ferramenta pode tornar o nocivo, saudável, e o saudável, um comportamento não aceitável socialmente (ninguém comenta ao ver pessoas comendo "Cheetos" em plena rua, mas olham de forma irônica se o mesmo indivíduo estiver comendo uma maçã). Não é visto na TV, não faz parte dos comerciais, ninguém mostra as grandes aventuras dos "comedores de maçãs" nos comerciais. Mas quantas vezes vimos belos jovens comendo "Cheetos" rua afora, em situações invejáveis (flertando com uma bela jovem, que permite a aproximação por causa do "Cheetos", sendo aceito por um grupo de pessoas por portar o "alimento do desejo"...).
O apelo é imenso. Basta ver os comerciais de outro produto, tão inocente e benéfico para a saúde como o cigarro, citado no texto acima: O álcool. Basta beber que todo o mundo acaba fodendo. Mulherões, beldades soprando garrafas de cerveja, a turma no bar, a "balada" regada à todos os volumes alcólicos anunciáveis, a música "da hora", cenários paradisíacos. . A conquista, o sexo associado a um produto que sabidamente, causa males à saúde.
Não há uma única imagem desagradável associada à comercialização da bebida alcólica (nunca vi uma imagem de fígado com cirrose, de restos mortais espalhados por rodovias após acidentes causados pelo consumo de álcool, e a prática da direção, nem de vômitos, nem de ébrios deitados à sarjeta, cagados e mijados, sonhando com mais uma "51"). Nada, é tudo livre. Até desenhos animados eram utilizados nos comerciais de cerveja a poucos meses, já preparando o público mais moldável, as crianças, para o consumo.
Propaganda de alimentos é algo simplesmente bestial. Precisamos comer, sentimos fome, não precisamos, em absoluto, que alguém anuncie isso para nós. Deveras evidente, mas porque a indústria alimentícia, em especial a dos "Fast Fods" enfeitam tanto seus anúncios, principalmente com temas infantis (palhaços, animações, brinquedos, brindes "surpresa"). Torna simpático e altamente desejável, um tipo de produto industrial, que pode não ser oferecido pelos pais, ao mesmo tempo em que forma os futuros consumidores desses: as crianças de novo.
Assim temos a mais diversa gama de comidas rápidas, alimentos do tipo, desembala, aquece e come, com pouco ou nenhum valor nutritivo, sempre associado à imagens "felizes". à convincentes imagens felizes>
Mais uma vez ressalto: Não há advertências sobre o consumo e suas possíveis consequências. Em uma embalagem de "Nuggets" de uma empresa ironicamente chamada "Sadia", por exemplo, nunca vi fotos do excesso de gordura extraídos do corpo de uma pessoa com obesidade mórbida, de pessoas sofrendo de hipertensão, de vasos sanguíneos "entupidos", de pessoas sofrendo enfartos, nada. Como se estivéssemos falando de algo totalmente inofensivo.
Propaganda de medicamentos eu considero uma das mais podres. Especialmente com aquela frase cretinado fim delas "A persistirem os sintomas, um médico deverá ser consultado". O que significa isso? "Sentiu-se mal, consuma nossos inofensivos produtos, se não passar ou piorar aí procure um médico". E lá se vão diversos minutos, de provas de amor materno, sob a forma de um "remedinho receita de vovó", que ela soca goela abaixo do filho resfriado, gripado, com alguma infecção, ou gripe do frango, do porco, do rinoceronte, dos bugios... Vai saber o que é? Ams a solução é o "remedinho receita da vovó", fabricado pela Bayer (se é Bayer, é bom, dispensa consultas), Teuto, Roche... E o Governo gastando "baldes" de dinheiro em campanhas contra a auto-medicação.
Para se ter uma exata noção do poder dessas ferramentas, propaganda e marketing, basta parar por uns minutos em um supermercado. Olhar para as prateleiras e se perguntar: Do que está exposto aqui, o que um ser humano precisa para viver? O resto é propaganda.