Serra mata, nós limpamos.

"Eles matam, nós limpamos" éum daqueles filmes de humor negro de Quentin Tarantino. A história é a de uma garota que, obcecada por um serial killer, passa a trabalhar para uma empresa, especializada em limpar locais de crimes violentos, para poder ficar mais perto de seu ídolo, o assassino.

O que estamos vendo na mídia corporativa é mais ou menos parecido.

O assassino em questão, aprofunda a miséria de periferias paulistas, dá carta branca ao aparato repressivo e truculento da polícia militar, autorizada a atirar primeiro e atribuir os "crimes à traficantes em guerra" depois. O papel da mocinha, encantada pelo assassino, é desempenhado pelos cartéis midiáticos brasileiros, em especial à Globo e seus jornalões.

Em uma perseguição realizada pela guarda municipal de São Caetano do Sul (municipal, destaco, só para ilustrar a anarquia que rege a segurança pública no Estado) à ladrões de carro em São Paulou, uma menina de 17 anos acabou sendo baleada e morta, na "competente" ação. Não vou entrar no mérito da utilidade e da eficácia de uma perseguição em alta velocidade, com protagonistas armados em área habitada, mas no efeito dessa específicamente, e nas reações que se seguiram.

Em protesto pela morte da menina, a população tomou as ruas, levantou barricadas, incendiou veículos e enfrentou a polícia.

A cobertura midiática, não tocou no nome do responsável pela política pública do Estado, na qual se inclui, obviamente a segurança pública. o Governador José Serra. Como é de praxe, criou factóides, apelou para o velho chavão do "tráfico" (essa entidade sem nome e sem rosto, que serve para esconder a imcompetência de certos governantes, a quem se joga a culpa por tudo que ocorre nos morros, favelas e periferias em geral), surgiram rumores, não confirmados, de que "alguém" teria prometido cestas básicas a quem participasse do protesto, que já foi taxado até mesmo de guerra civil entre quadrilhas.

Tudo com um único obejtivo: "Limpar a cena do crime", impedir que o assassino seja exposto. Desviar a atenção do público (eleitor) para outro lado, para onde bem entendem, não deixar que saibam da verdad: Serra odeia pobres. a política pública para esses é a força mesmo.

Como toda a polícia tucana que, primeiro expulsa, depois bate, bate mais ainda, e por fim, mata.

E esse senhor quer ser presidente, e esses senhores querem ele presidente.