Recebi mais um e-mail, de uma corrente demo-tucana de demonização do PT. Nele, um dos tópicos que chamou minha atenção foi o que atribuiu o estoque da dívida do chamado agronegócio ao Governo Lula, e aos Sem-Terra, instalados nos ministérios.
O falido sistema da monocucultura de exportação está falido à décadas, tanto pelo aspecto econômico como social e ecológico. Em períodos de dois ou três anos, tratores financiados pelo BNDES, juntamente com caminhonetes de alto luxo, financiados com recursos controlados, do crédito rural, fecham estradas, pontes, cidades pedindo o refinanciamento da dívida.
Essa dívida é prorrogada, com períodos de carência e descontos nos juros e encargos(alguém já pagou financiamento com desconto? Só eles mesmo.).
Mais um período de produções recordes e o "campo" fica abarrotado de dívidas novamente. As transnacionais do agronegócio recebem seus valores em dia (senão não tem veneno no ano que vem), e o público amarga a rolagem de outra carga de dívidas não pagas.
Mata mas dá lucro. a Monsanto, Basf, Bayer e cia que o digam. Lucram muito enquanto o calote fica para o bom e velho recurso público.
Sob os aspectos ecológico, social e de saúde pública, deixo o texto abaixo para a reflexão, de um sistema que se mantém para suprir "Mac' Donalds":
Do blog do Partisan:
O agrotóxico está presente na terra, na água, no ar e até mesmo no sangue e na urina dos moradores de dois municípios produtores de grãos, no Mato Grosso. A Constatação foi feita pela Fundação Oswaldo Cruz e pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que mediram os efeitos do uso de agrotóxicos em Campo Verde e Lucas do Rio Verde.
O estudo monitorou a água dos poços artesianos e identificou a existência de resíduos de agrotóxicos em 32% das amostras analisadas. Em 40% dos testes com a água da chuva também foi identificada a presença de defensores agrícolas. Nos testes com o ar, 11% das amostras continham substâncias tóxicas, como o endossulfam, proibido pelo potencial cancerígeno. O médico e professor da UFMT, Wanderlei Pignati, relata como se dá o processo de contaminação.
“Os reflexos negativos do agrotóxico ocorrem no trabalhador, que aplica diretamente, na família, que muitas vezes mora dentro das plantações de soja, e na periferia das cidades. Não só aqui no Mato Grosso, as pessoas plantam e pulverizam quase que em cima das casas. Teremos um impacto no ambiente e isso fará com que a população absorva esses agrotóxicos, resultando em intoxicações crônicas.”
No ano de 2009, foram despejadas um milhão de toneladas de agrotóxicos nas lavouras brasileiras. Somente o Mato Grosso utilizou 11% dessa quantidade. Pignati revela que os dados das Secretarias e Ministério da Saúde sobre intoxicação coincidem com os índices de produção no campo.
“No Mato Grosso, nas regiões que mais produzem soja, milho e algodão, tem uma incidência três vezes maior de intoxicação aguda. Diarréia, vômito, desmaio. Alguns até morrem. [As substâncias] dão distúrbios cardíacos, pulmonares e até distúrbios psiquiátricos.”
As informações são da Radioagência NP.
Quantas mortes, contaminação e destruição será necessária para a humanidade perceber que o atual modelo produtivo agrícola é incompatível com a vida no planeta? Ou melhor, será que tomaremos consciência ainda a tempo de realizar mudanças?
Recomendo a leitura do texto O Roundup, o câncer e o crime do “colarinho verde", sobreoutros aspectos da ação da nova geração de venenos agrícolas.
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