quarta-feira, 10 de setembro de 2008

"Se precisar, vai ter sangue. É preciso conter o comunismo e derrubar o governo deste índio infeliz"




A frase, título desse post, que poderia facilmente encontrar um claro reflexo na obra Mein Kampf, foi proferida por um "líder cívico" do departamento insurgente de Tarija, referindo-se presidente, eleito deocraticamente, Evo Morales.

O tom golpista e racista da frase, sintetiza tudo o que está ocorrendo na Bolívia hoje, uma elite branca ressentida de ser governada por um representante da maioria reprimida ao longo dos séculos, desde o colonialismo clássico ao colonialismo disfarçado, dos governos servis, aliados ao capital extrangeiro.

Abaixo texto publicado hoje por Cristóvão Feil em seu blog, o Diário Gauche

Arma-se um golpe racista na Bolívia

"Se precisar, vai ter sangue. É preciso conter o comunismo e derrubar o governo deste índio infeliz", foi o que disse ontem Jorge Chávez, líder "cívico" de Tarija, um dos Departamentos rebelados contra o governo legítimo de Evo Morales.

No mês passado, Rubén Costas, governador “rebelde” do rico Departamento de Santa Cruz de la Sierra, já havia chamado Evo Morales de “macaco”.

A oposição raivosa contra o presidente Evo Morales é formada ainda pelo líder do Comitê Cívico de Santa Cruz, Branko Marinkovic, um notório direitista que não se conforma em ser governado por um descendente da maioria indígena da Bolívia.

Esses três brancos e racistas lideram junto com os governadores dos Departamentos de Tarija, Beni e Pando a oposição insurgente contra o poder político legítima e autenticamente representado por Evo.

A principal estratégia dessa direita inconformada é a violência. Estão fechando estradas, impedindo o escoamento da produção com o intuito de paralisar o país e levá-lo a uma situação de insatisfação generalizada, bem como tentativas mal sucedidas de cortar o suprimento de gás natural para o Brasil, causando tumulto nas relações binacionais.

Em alguns momentos, o cenário é bastante semelhante ao golpe que derrubou o governo de Salvador Allende, no Chile em 1973, especialmente quanto ao bloqueio de vias e estradas importantes para o abastecimento de víveres e mercadorias, embora, difira quanto a presença de conspiradores nas embaixadas dos Estados Unidos (que no Chile foi fundamental para o sucesso do golpe pinochetista) e do Brasil (que foi um local privilegiado de reunião dos conspiradores internos e externos).

Pelo menos por enquanto, nada indica a presença de estrangeiros na orientação aos golpistas da minoria rica e branca. Por ora.






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