sábado, 9 de agosto de 2008

“O grande erro foi ter torturado e não matado”.



A frase é de um dos destroços de um tempo que tenta desesperadamente "deixar de ser". Ferrenho defensor do golpe de 1964, o deputado federal paulista, Jair Bolsonaro, expressou bem o sentimento dos saudosistas do "fascismo tropical", que a poucos meses negavam seus crimes, mas que agora se julgam acima da justiça, pregando a impossibilidade de revisão de uma lei criada por eles, para livrá-los de qualquer punição.


A frase foi proferida pelo Deputado, para manifestantes do Grupo Tortura Nunca Mais e da União Nacional dos Estudantes (UNE) que protestavam no dia 7, no Rio de Janeiro, diante do Clube Militar, onde militares da reserva estavam reunidos, para contestar a posição de ministros do governo Lula a favor de punição para os crimes de estupros, torturas e assassinatos cometidos durante a última ditadura.


A postura desse deputado, já muito conhecida no cenário político nacional, reflete a própria razão de ser do encontro dos militares; refutar as acusações com base nos princípios de uma suposta solidariedade aos que "pegaram em armas", a extemporaneidade (talvez acreditem mesmo que era possível contestar suas decisões, enquanto estavam no poder), e no fato de terem concedido o mesmo benefício (anistia) para si, os torturadores e assassinos, e para os militantes por eles perseguidos.


A manifestação tresloucada e "extemporânea" desse Deputado, pode custar caro. "A liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados debate na próxima terça (12) se ingressa com uma representação contra o deputado no Conselho de Ética da Casa por quebra do decoro parlamentar." (Leia texto na íntegra no Portal Vermelho)


Afinal Jair Bolsonaro pensa estar aonde para manifestar-se dessa forma? Nos porões do DOPS?




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