Alguém ouviu o Senador Pedro Simon, pronunciando-sesobre os fatos ocorridos nas últimas horas no Rio Grande do Sul? Eu também não.
O texto abaixo resume os últimos movimentos, do Ministério Público Federal, e os espasmos do governo Yeda:
"CPI e impeachment: os desdobramentos da ação do Ministério Público Federal"
A ação desencadeada hoje pelo Ministério Público Federal alavancou dois movimentos políticos importantes: o do processo de impeachment da governadora Yeda Crusius e o da instalação da CPI da Corrupção na Assembléia Legislativa (com a decisão dos três deputados do PDT hoje, o pedido já tem 20 assinaturas e esse número deve aumentar nos próximos dias). Dada a gravidade das denúncias, podem ser dois processos complementares. A investigação sobre o teor das mesmas não se esgota na responsabilização da governadora. Vale lembrar o que disse hoje à tarde o procurador da República Adriano Raldi. Segundo ele, grande parte do que está sendo anunciado agora veio das investigações da Operação Solidária, que apura fraudes em licitações no Estado. Infelizmente, informou o procurador, quando a Solidária chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) houve um “lamentável vazamento de informações” que prejudicou as investigações (vazamento este, aliás, que merece uma atenção especial). A conexão entre as operações Rodin e Solidária - um dos fatos determinantes da CPI - tem o potencial de desnudar um gigantesco esquema de corrupção no Estado envolvendo figuras tidas como “homens e mulheres de bem”.
Apenas para lembrar: na Operação Solidária, estão sendo investigados, entre outros, os deputados Eliseu Padilha, Alceu Moreira e Marco Alba, do PMDB, e o deputado José Otávio Germano, do PP. A instalação da CPI prevê a apuração do esquema montado para fraudar licitações nas áreas de pavimentação, saneamento e irrigação, que já teria desviado cerca de R$ 400 milhões. As investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal apontam ainda para a participação de pessoas muito próximas à governadora, como Walna Villarins, sua principal assessora, e Delson Martini, ex-tesoureiro do PSDB e ex-secretário-geral do governo. São mencionados, ainda, a ex-secretária estadual adjunta de Obras, Rosi Guedes Bernardes, e o coordenador da transição do governo, Chico Fraga (PTB).
A repetição de nomes nos dois esquemas é altamente indicativa do que está em jogo. A Assembléia Legislativa, após anos de letargia e implementação de fictícios pactos pelo Rio Grande (cujos artífices são denunciados agora), tem a oportunidade agora de desempenhar um papel importantíssimo para fazer avançar a democracia no Rio Grande do Sul e sepultar práticas políticas mafiosas. Trata-se do mais grave escândalo político da história do Estado. Um parlamento que se preze não pode mais lavar as mãos no momento em que a política gaúcha está mergulhada na lama. E a CPI, por definição, é um dos principais instrumentos disponíveis para isso. Há um amplo conjunto de práticas políticas no Estado que está merecendo um processo de impedimento.
O texto abaixo resume os últimos movimentos, do Ministério Público Federal, e os espasmos do governo Yeda:
"CPI e impeachment: os desdobramentos da ação do Ministério Público Federal"
A ação desencadeada hoje pelo Ministério Público Federal alavancou dois movimentos políticos importantes: o do processo de impeachment da governadora Yeda Crusius e o da instalação da CPI da Corrupção na Assembléia Legislativa (com a decisão dos três deputados do PDT hoje, o pedido já tem 20 assinaturas e esse número deve aumentar nos próximos dias). Dada a gravidade das denúncias, podem ser dois processos complementares. A investigação sobre o teor das mesmas não se esgota na responsabilização da governadora. Vale lembrar o que disse hoje à tarde o procurador da República Adriano Raldi. Segundo ele, grande parte do que está sendo anunciado agora veio das investigações da Operação Solidária, que apura fraudes em licitações no Estado. Infelizmente, informou o procurador, quando a Solidária chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) houve um “lamentável vazamento de informações” que prejudicou as investigações (vazamento este, aliás, que merece uma atenção especial). A conexão entre as operações Rodin e Solidária - um dos fatos determinantes da CPI - tem o potencial de desnudar um gigantesco esquema de corrupção no Estado envolvendo figuras tidas como “homens e mulheres de bem”.
Apenas para lembrar: na Operação Solidária, estão sendo investigados, entre outros, os deputados Eliseu Padilha, Alceu Moreira e Marco Alba, do PMDB, e o deputado José Otávio Germano, do PP. A instalação da CPI prevê a apuração do esquema montado para fraudar licitações nas áreas de pavimentação, saneamento e irrigação, que já teria desviado cerca de R$ 400 milhões. As investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal apontam ainda para a participação de pessoas muito próximas à governadora, como Walna Villarins, sua principal assessora, e Delson Martini, ex-tesoureiro do PSDB e ex-secretário-geral do governo. São mencionados, ainda, a ex-secretária estadual adjunta de Obras, Rosi Guedes Bernardes, e o coordenador da transição do governo, Chico Fraga (PTB).
A repetição de nomes nos dois esquemas é altamente indicativa do que está em jogo. A Assembléia Legislativa, após anos de letargia e implementação de fictícios pactos pelo Rio Grande (cujos artífices são denunciados agora), tem a oportunidade agora de desempenhar um papel importantíssimo para fazer avançar a democracia no Rio Grande do Sul e sepultar práticas políticas mafiosas. Trata-se do mais grave escândalo político da história do Estado. Um parlamento que se preze não pode mais lavar as mãos no momento em que a política gaúcha está mergulhada na lama. E a CPI, por definição, é um dos principais instrumentos disponíveis para isso. Há um amplo conjunto de práticas políticas no Estado que está merecendo um processo de impedimento.
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