sexta-feira, 21 de agosto de 2009

"Mal súbito", causado por disparo de calibre 12, a queima-roupa, mata trabalhador Sem-Terra em São Gabriel.


Mais uma vítima da insanidade que tomou conta do Rio Grande do Sul, desde a instalação do "novo jeito de sufocar protestos", do governo Yeda Crusius.
Vamos aos fatos:
Aproximadamente 700 trabalhadores rurais, do Movimento Sem Terra, ocupam uma parte do complexo Southal, em São Gabriel, ao mesmo tempo em que outro grupo, para pleitear uma audiência com o prefeito, ocupa a Prefeitura.
A "desocupação da Prefeitura", se deu em meio à violenta ação da brigada militar, que usou do expediente herdado do Coronel Mendes, a pancadaria, para retirar os trabalhadores do Paço. Denúncias de prisões arbitrárias, tortura dos cativos, e espancamentos foram feitas na ocasião.
A brigada foi novamente para cumprir oredem de desocupação dessa vez da fazenda Southal. Foram mobilizados 300 homens e um aparato de guerra, composto por viaturas, aqueles cães que são treinados para odiar pobres (foto), até mesmo retroescavadeiras (coisa que o exército de Israel usa para destruir casas de indesejados).
O resultado não poderia ser outro. O trabalhador rural Elton Brum, 44 anos, foi assassinado com um tiro de espingarda calibre 12, durante a desocupação. Segundo o Deputado Estadual Dionilso Marcon (PT-RS), o trabalhador foi morto por um disparo, à queima roupa e pelas costas.
Tal fato caracterizaria uma execução, sem motivo e, como toda execução, sem dar chance de defesa à vítima.
Após o disparo, o trabalhador foi levado ao Hospital de Caridade de São Gabriel, onde chegou morto. Nesse momento a Brigada divulgava a informação de que o trabalhador tinha morrido, vítima de um mal súbito. A informação foi desmentida de imediato, no próprio hospital.
A mesma Brigada militar, que afirmou que um trabalhador alvejado por uma arma de grosso calibre, a queima-roupa, sofreu um mal súbito, agora afirma que há 14 feridos no local do ataque. O MST divulga nota, na qual afirma que "O número de feridos com estilhaços, espadas e mordidas de cachorros é maior do que as catorze pessoas anunciadas pela Brigada."
O mais impressionante disso tudo, é que não foi uma ação feita às escondidas. Membros do Ministério Público Estadual acompanhavam toda a ação, de uma distância segura (alguém sabe qual é o raio de ação de uma espingarda calibre 12?). e o que disseram sobre a ação, e o extermínio de um trabalhador?
De acordo com Blog RS Urgente, uma promotora, chamada Lisiane Villagrande, que assistia tudo, longe do raio de ação das espingardas, afirmou que a ação da Brigada Militar foi "EXTREMAMENTE PROFISSIONAL".
A promotora simplesmente afirmou que, ao ferir vários manifestantes, e assassinar um a queima-roupa, com um disparo de arma de grosso calibre, a Brigada Militar cumpriu sua função? Buenas, é fácil de entender o porquê esse mesmo Ministério Público Estadual, esforçou-se tanto em criminalizar os movimentos sociais, em especial o MST, nos últimos anos. O projeto é "pau nos que protestam, se não der resultados, apelemos ao 'profisionalismo da Brigada Militar'".
A cúpula do Governo do Estado, e a própria Governadora Yeda Crusius, chefe hierárquica dos assassinos de São Gabriel, até o momento, não haviam se manifestado sobre o assunto.
Afinal, "não é com eles mesmo".

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