terça-feira, 25 de agosto de 2009

Produtividade no setor público supera a do setor privado



O Ipea avaliou a evolução da diferença de produtividade entre esses dois setores entre 1995 e 2006. “Em todos os anos pesquisados, a produtividade da administração pública foi maior do que a registrada no setor privado. E essa diferença foi sempre superior a 35%”, diz o presidente do instituto, Marcio Pochmann (foto). “Há muita ideologia e poucos dados nas argumentações de que o Estado é improdutivo, e os números mostram isso: a produtividade na administração pública cresceu 1,1% a mais do que o crescimento produtivo contabilizado no setor privado, durante todo o período analisado”, acrescenta.

Redação - Carta Maior

A administração pública é mais produtiva do que o setor privado. Essa foi uma das conclusões a que chegou o estudo Produtividade na Administração Pública Brasileira: Trajetória Recente, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. O Ipea avaliou a evolução da diferença de produtividade entre esses dois setores entre 1995 e 2006.

“Em todos os anos pesquisados, a produtividade da administração pública foi maior do que a registrada no setor privado. E essa diferença foi sempre superior a 35%”, afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ao divulgar o estudo. “No último ano do estudo [2006], por exemplo, a administração pública teve uma produtividade 46,6% maior [do que a do setor privado]. O ano em que essa diferença foi menor foi 1997, quando a pública registrou produtividade 35,4% superior à da privada”.

O estudo diz que entre 1995 e 2006 a produtividade na administração pública cresceu 14,7%, enquanto no setor privado esse crescimento foi de 13,5%. “Há muita ideologia e poucos dados nas argumentações de que o Estado é improdutivo, e os números mostram isso: a produtividade na administração pública cresceu 1,1% a mais do que o crescimento produtivo contabilizado no setor privado, durante todo o período analisado”.

Segundo o Ipea, a administração pública é responsável por 11,6% do total de ocupados no Brasil. No entanto, representa 15,5% do valor agregado da produção nacional. “A produção na administração pública aumentou 43,3% entre 1995 e 2006, crescimento que ficou mais evidente a partir de 2004. No mesmo período, os empregos públicos aumentaram apenas 25%. Isso mostra que a produtividade aumentou mais do que a ocupação”, argumentou o presidente do Ipea. "Esse estudo representa a configuração de uma quebra de paradigma, porque acabou desconstruindo o mito de que o setor público é ineficiente”, defendeu Pochmann.

Entre os motivos que justificariam o aumento da eficiência produtiva da administração pública, Pochmann destacou as recentes inovações, principalmente ligadas às áreas tecnológicas que envolvem Informática; os processos mais eficientes de licitação; e a certificação digital, bem como a renovação do serviço público, por meio de concursos.

O presidente do Ipea lembrou ainda que as administrações estaduais que adotaram medidas de choque de gestão, como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, não constam entre aquelas com melhor desempenho na produtividade. "Ou tiveram ganho muito baixo, ou ficaram abaixo da média de 1995 a 2006", afirmou, ressalvando que essa comparação não era objetivo do estudo, mas foi uma das conclusões observadas.

Texto publicado no site da Agência Carta Maior.

Nota do blogueiro: Assisti a edição completa do Jornal nacional, esperando ansiosamente por esse anúncio. Afinal, reza o folcore brasileiro que funcionários públicos, são, "cadeiras com casacos", que o setor público não funciona, é cabide de empregos, só a iniciativa privada é rentável, só as privadas sabem administrar, dentre outras besteiras mais.

Estava, aguardando esse fabuloso anúncio, de que finalmente caia por terra esse terrorismo anti-estado, que haveria uma matéria de dez minutos (como a que teve sobe o pedido dos Demos, pelas filmagens do circuito de segurança do Planalto, pra ver se a Ministra da Casa Civil se encontrou com a tucana Lina Vieira). Esperava, impacientemente, para ver o desfile interminável de Tucanos e Demos, liberais de todos os "pêlos", anunciando em alto e em bons tons: "Estávamos errados, realmente vocês tinham razão. O Estado pode ser produtivo, e ainda mais do que nossos empreendimentos privados subsidiados por esse mesmo Estado."

Agardei mais um pouco, devem ter deixado para o "Gran Finale" da edição, afinal, são décadas de maledicências, impropérios e ataques raivosos sobre tudo o que é público (menos contra os subsídios estatais para seus empreendimentos privados, e todas as vezes em que o Estado tem de tirar "o do privado da reta"). Deve ter ficado para o fim.

O jornalão acabou, e ainda estou esperando. Quem sabe na edição da madrugada? Quem sabe amanhã. Quem sabe um dia...

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