quarta-feira, 23 de julho de 2008

A estratégia guerrilheira das elites agrárias do Rio Grande do Sul


O plantio de sementes genéticamente alteradas no País era proibido. Os "pioneiros agricultores gaúchos" (definição da mídia sulista, em especial do conglomerado RBS), agiram de forma criminosa e plantaram transgênicos em larga escala. Não importavam exatamente quais seriam as consequências para os consumidores e para o meio ambiente, mas sim a insanidade momentânea, a possibilidade de maiores lucros.


Formaram quadrilhas, traficaram e desafiaram a lei. Enfrentaram abertamente o Estado e através de muita pressão, e um tremendo suporte midiático, conseguiram comercializar e continuar a plantar, colher e vender, o que até antes era proibido.


Seria o equivalente moral a, um grupo de pessoas, digamos que narco-traficantes, que revoltados com o preço do produto importado que compram, e depois revendem, resolvessem plantar maconha no Brasil.


Usariam do mesmo princípio "pioneiro" dos fazendeiros gaúchos. Importariam sementes ilegais, formariam grandes grupos de plantadores (ou seriam quadrilhas), despejariam muito dinheiro nos meios de comunicação recebendo seu imediato apoio, convenceriam a população da necessidade de se trabalhar uma variedade brasileira de maconha, para fazer frente ao produto importado.


A mídia faria o jogo dos narco-fazendeiros, mostrando para a população como seria terrível para a economia se o governo não liberasse a comercialização daquela "safra recorde". E o governo cederia mais uma vez.


Essa estratégia, utilizada pelos plantadores de soja trangênica, e que em meu devaneio poderia ter sido utilizada pelos narco-fazendeiros, está sendo utilizada agora pela indústria do papel.


Durante anos, transnacionais foram compondo empresas de fachada para adquirir terras em uma faixa de 150 km que é considerada de "segurança nacional", nas quais é proibida a aquisição de lotes por estrangeiros. Agora, quando já estão devidamente instaladas onde não deveriam, pressionam o Governo, com o apoio da mídia, que "não recebe nada dessas empresas, mas defende o interesse dos trabalhadores e o desenvolvimento do Estado" a liberar e regularizar sua permanência nessas áreas.


A estratégia foi aprovada pela elite agrária do Brasil, quando algo é proibido, e contradiz seus interesses econômicos, se insurgem contra o Estado, fazem o que é proibido, não são punidos e ainda recebem financiamento público para subsidiar suas práticas criminosas.


E ainda tem a audácia de classificar o MST como guerrilha.

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