Lendo uma matéria da Agência Brasil de Fato, intitulada, "Ação do Ministério Público gaúcho contra o MST é política", lembrei-me de poema de João Cabral de Mello Neto (Morte e Vida Severina), adaptado e interpretado por Chico Buarque, que reflete a realidade da luta pela terra no país. Essa letra explica para onde a elite guasca gostaria de mandar os movimentos que contestam a atual forma de distribuição e utilização da terra, o latifúndio a monocultura voltada para a exportação e a miséria criada por esse modelo.
Funeral de um lavrador
( Chico Buarque de Holanda)
Esta cova em que estás com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho nem largo nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Veja um vídeo, com imagens da luta camponesa, e ao fundo, a música de Chico Buarque
Um comentário:
Beleza de postagem. Parabéns, Cristiano!
Abração.
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